Minha relação com as séries de TV
por Carlos Fernando Barros
Trabalhei praticamente
toda a minha vida profissional em Análise de Sistemas, área da Tecnologia da
Informação, mas nunca abandonei a ideia de um dia vir a ser escritor e
roteirista. Hoje em dia, já trabalho nessa nova área e, quem me conhece, ou
mesmo já me ouviu comentar sobre assuntos televisivos, sabe que eu gosto muito
das séries. Não tenho preferência pelas de humor, é verdade, embora algumas
sejam bem engraçadas e interessantes. O meu forte são as dramáticas, as que
envolvem os personagens e seus conflitos e que parecem retratar alguma situação
familiar ou situações totalmente distantes.
Claro que gosto muito de novelas também, mas as novelas tem uma levada
diferente, mais cadenciada e mais dia-a-dia. As séries não. Elas têm um toque
mais rápido, exatamente nada é mostrado por acaso e não se perde tempo. É
exatamente isso que me faz gostar tanto delas. Posso até dizer que muitas das
séries que assisti, eu gostaria de tê-las escrito. A seguir algumas das séries que mais me
marcaram.
“A Sete
Palmos”
(Six Feet Under) Foi uma das séries que mais me marcou. Um pouco sombria, com
uma música marcante, mostrava a família Fisher,
dona de uma funerária, no seu o seu dia-a-dia, em um negócio fúnebre que era tocado
diferente de como é tocado por aqui.
Aquela família, nesse mundo diferente do nosso criou em mim uma
curiosidade que me fez acompanhá-la pelos seis temporadas e ao final eu
assistia à conta gotas. Eu levei muito mais de um mês para assistir os três
últimos episódios da última temporada. E o último episódio então! Eu não queria
que acabasse e quando aconteceu me senti órfão.
“Dexter”
também foi uma série que me chamou atenção de primeira. (Será que tenho alguma
coisa mórbida em mim?) A história de um assassino em série que trabalha na
policia como analista forense e cuida para desvendar crimes dessa natureza, era
por si só, muito interessante. Assisti a vários episódios da primeira temporada,
mas aos poucos fui perdendo o interesse em ver o restante da temporada. Acho
que a questão era que eu não estava ainda preparado para assistir. Enfim,
pretendo retornar assim que foi possível ao mundo do Dexter Morgan.
Já com “Sex and the City”, a conquista foi diferente. O Vitor, dono deste blog, adora essa série e me
fez ver como ela é gostosa. Episódios pequenos e situações interessantes fizeram
com que as aventuras daquelas quatro mulheres em Nova York caíssem como uma
luva e se tornassem um entretenimento bem agradável. Não vi todos os episódios
de toda a série, mas alguns episódios eu vi mais de uma vez. Agradeço isso ao
Vitor. Como era normalmente à tarde em que assistíamos aos episódios, hoje as
tardes têm, às vezes, o gosto dos animados encontros no café das quatro meninas
de Nova York.
As séries
musicais também chamam muito minha atenção. Adoro música e juntar os dois
gostos, dramaturgia e musica, é para mim o suficiente para cair de cabeça.
Assisti a “Glee” me deliciando com a trama e com as músicas. Claro que
recordei vários momentos da minha vida, escutando as músicas e como é bom isso,
não? Já “Smash” é um musical
também, mas com personagens já adultos e com outra pegada, mas também muito
bom. Estou nessa atualmente, embora seja uma pena que só tenha sido produzidas duas
temporadas.
Assisti também
a algumas séries brasileiras. “Mothern” foi para mim um marco e
gostei muito. “Casos e Acasos” foi outra
série que adorei. O fato das histórias se fundirem ao final era para mim muito bem
interessante. Essa foi uma das séries que, mais especificamente, eu gostaria de
ter escrito. Gostei muito também da série “Sessão
de Terapia”. Essa, um pouco mais
devagar, me pegou pela riqueza dos personagens e por poder ver um pouco de um
mundo que nós só conhecemos de fora.
“Downton
Abbey” foi a última série a que acabei de assistir. Bonita, bem produzida,
atores excelentes, personagens de uma época que eu tinha pouca informação, enfim,
maravilhosa. Dois mundos vivendo entrelaçados e interagindo um com o outro: a aristocracia
e os empregados. Tudo na dose certa e rápido, direto e, às vezes, bem duro, como
eu gosto. Essa série eu também gostaria de ter escrito. Assisti às duas
temporadas disponíveis aqui no Brasil e me senti um pouco órfão ao final. Eu
estou ansioso para a terceira que já está chegando por aqui.
Atualmente,
das séries nacionais, eu me amarro mesmo é com “Pé na Cova”. Um Miguel Falabella
excelente, elenco entrosado, Marilia Pera pra lá de inspirada, tudo de bom. No
final do ano passado fiz um curso em que alguns colegas da produção de “Pé na
Cova” também fizeram. Eles me falaram que o seriado iria revolucionar como
linguagem. Realmente no início estranhei um pouco, mas quando entendi a proposta,
embarquei de cara.
Enfim, nessa
nossa vida atribulada, procuro ter tempo para continuar assistindo as minhas
séries preferidas. Hoje me divido entre “Roma”, “Damages” e “Smash”. Mas no momento existe uma pequena
fila me esperando: “Revenge”, “Mad
Men” e “Breaking Bad”.
A minha
relação com as séries talvez seja comum a muitos que agora leem esse texto, mas
é feita de toda a emoção e entrega. E quem sabe se, em um dia próximo, vocês
não assistirão um série com a minha participação ou assinatura? Saibam que
quando esse dia chegar eu estarei realizando um dos meus maiores objetivos de
vida.
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Carlos
Fernando Barros
nasceu em Recife e traz na sua formação pessoal o gosto e o tempero nordestino
acrescido com punhados generosos do carioquês. Analista de sistemas por
profissão e escritor e roteirista por amor. A arte de escrever está no sangue e coloca
suas observações das situações de vida na forma de contos e futuros romances.
Seus projetos também incluem roteirizar obras audiovisuais para TV e cinema
tendo inclusive apresentados projetos que estão em avaliação. Segundo ele mesmo
diz, o livro ‘Todas as janelas’ é apenas o primeiro trabalho.
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2 comentários:
Adorei a entrevista! Também sou apaixonada por séries, e compartilho algumas das preferências do Carlos. Fico quase maluca quando a temporada de alguma série que estou acompanhando chega ao fim, e principalmente quando realmente chega ao fim, acho que o sentimento de estar órfão é unânime.
Querido, maravilha! Parabéns. Beijos, Carla
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