sábado, 25 de agosto de 2012

Reginas essenciais invadem o Centro do Rio



Matando as saudades de minha querida Clô Hayalla


Pra quem mora no Rio ou está de passagem pela cidade, dois programas simplesmente imperdíveis! E o melhor: um bem ladinho do outro.  No Centro Cultural dos Correios, a exposição “Espelho da Arte – A Atriz e seu Tempo”, que reúne todos os trabalhos em cinema, teatro e televisão da maravilhosa REGINA DUARTE. A exposição vai até 28 de outubro e nos proporciona uma incrível viagem, não só pela carreira da atriz, como também pela própria história da televisão, e por que não dizer, da história recente de nosso país.

Organizada de uma forma bastante criativa, a exposição divide os trabalhos de Regina em décadas, com objetos de decoração de cada época misturados com seus trabalhos e personagens, que invadem nossos lares há 50 anos, o que cria uma atmosfera toda intimista e especial, afinal, quem de nós não é íntimo das lendárias personagens de Regina? Estão todas ali: Porcina, Simone, Maria do Carmo, Malu, Raquel, Clô e todas as Helenas do Maneco. São tantas imagens, objetos, lembranças que tocam fundo em nossa memória afetiva que nem dá vontade de ir embora. Seguem algumas imagens da exposição pra dar um gostinho:

O camarim da estrela, repleto de objetos e lembranças


"Selva de Pedra": inesquecível sucesso que consagrou o par romântico mais famoso do país

Invadindo o quarto de Porcina
Cacá no cantinho de "Chiquinha Gonzaga"
Ensaiando pra abertura de "Rainha da Sucata"
Um pouquinho mais do inesquecível furacão Clô Hayalla
Fascinado com o universo de Regina Duarte

A pouquíssimos metros dali no Centro Cultural Banco do Brasil, podemos conferir até o dia 30 de setembro a exposição “Viva Elis”, que conta a trajetória de uma de nossas maiores e mais emocionantes cantoras, ELIS REGINA. A exposição é vasta em informações, vídeos, imagens e histórias da cantora, desde seus primeiros discos dos anos 60, passando pelos Festivais de Música, pelo Fino da Bossa até se tornar a cantora mais emblemática e importante de nosso país. Elis e seus discos, Elis e seus filhos, Elis e seus amigos e, sobretudo, Elis cantando. Uma viagem emocionante no tempo para quem teve o prazer de acompanhar sua carreira e uma descoberta para os mais jovens da verdadeira força da natureza que era Elis. Haja emoção!

Vídeo de Elis: imbatível na emoção

 Registrando presença ao lado da diva

Crooners

Não deixem de conferir e prestigiar duas das Reginas mais importantes de nosso país!

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LEIA TAMBÉM:

Temas e Trilhas: Elis Regina





sábado, 18 de agosto de 2012

A indomada Carminha e a consagração definitiva de uma grande atriz.




Há alguns dias atrás ao assistir a mais um eletrizante capítulo de “Avenida Brasil”, comentei no twitter que as caras e bocas de Carminha eram impagáveis, uma melhor que a outra e completei afirmando que sua intérprete, Adriana Esteves, tinha tomado aulas com Regina Duarte. Algumas horas depois, uma seguidora me perguntou se aquilo tinha sido um elogio, já que ela adorava as duas atrizes. Respondi apenas mandando a ela o link de meu texto “O dia em que conheci Clô Hayalla”, respondendo de forma indireta à sua pergunta.

Mas o que, a princípio, parecia apenas mais uma frase imediatista de efeito, a exemplo de 99% do que é publicado na referida rede social, tinha mais fundamento do que eu imaginara. De fato, a trajetória das duas atrizes é bastante semelhante, bem como seus estilos de interpretação. Regina Duarte, no início da carreira, exalava ternura e reinou absoluta durante muito tempo como a “Namoradinha do Brasil”, até provar que era muito mais do que isso em “Malu Mulher” (1979) e logo depois deu um giro de 180 graus em sua carreira como a mítica e espalhafatosa Viúva Porcina, de “Roque Santeiro” (1985), tornando-se a atriz mais importante e representativa da televisão brasileira.

Adriana Esteves também começou fazendo um papel fofo como a gata de praia Tininha em “Top Model” (1989) e confirmou essa vocação de namoradinha nas novelas seguintes, “Meu bem, meu mal” (1990) e “Pedra sobre Pedra” (1991). A enxurrada de críticas (injustas, na minha opinião, já que o problema era mais com a personagem do que com a atriz) quase a fez desistir da carreira em “Renascer” (1993). Mas ela voltou em uma passagem rápida pelo SBT na lacrimogênea “Razão de Viver” (1996) e logo depois retornou à Globo em grande estilo como a protagonista de “A indomada” (1997), em que Eva Wilma deitou e rolou como a endiabrada vilã Altiva, mas Adriana não fez feio e defendeu com dignidade a personagem com os recursos que tinha. A grande virada em sua carreira veio com a “piriguete” (naquela época esse termo ainda nem era usado) Sandrinha em “Torre de Babel” (1998), na qual Adriana pôde mostrar sua faceta cômica e sensual. Como prêmio, acabou sendo a grande assassina da trama, responsável por explodir o Tropical Tower Shopping, que acabou com a vida de vários personagens da novela. Mais tarde, em “O cravo e a rosa” (2000), mostrou que também é ótima no humor escrachado. Sua folha de bons serviços prestados também inclui a Celinha de “Toma lá dá cá” (2007/09) e a visceral Dalva de Oliveira em “Dalva e Herivelto” (2010). A carreira de Adriana já estava mais que consolidada e ela não precisava mais provar pra ninguém a grande atriz que é. Até que veio o furacão Carminha de “Avenida Brasil” (2012), que a colocou definitivamente na galeria das grandes atrizes televisivas de todos os tempos.

Adriana Esteves em um momento catártico de Carminha

Na pele de Carminha, Adriana Esteves nos brinda não somente com uma brilhante interpretação, o que já seria louvável, mas não um fato único, já que muitos e muitos atores brilham com grandes interpretações em praticamente todas as novelas todos os anos (felizmente somos riquíssimos em talento). Adriana vai além: ela nos oferece a coragem, o risco de se aventurar na corda bamba, no limite do ridículo e do caricato. E é nesse ponto que me lembro de Regina Duarte e sua genial Clô Hayalla, que chegava às raias do exagero e ditava o tom adequado do delicioso melodrama de “O astro” (2011) se fazendo antológica. Adriana também é dessas “atrizes trapezistas”, que não estão nem aí para o risco e fazem piruetas interpretativas sem rede de proteção. O resultado pode ser uma tragédia ou a consagração. Felizmente, a segunda opção já está garantida, já que as caretas, os gritos, as expressões de euforia e fúria de Carminha já conquistaram definitivamente o público. Portanto, querida seguidora, quando comparei Adriana com Regina estava fazendo um grande elogio. E acredite. Ser comparada com Regina Duarte é um elogio para poucas.

Regina Duarte na pele de Clô Hayalla em "O astro"

Melão quer saber: qual seu personagem favorito de Adriana Esteves?
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LEIA TAMBÉM:

O dia em que conheci Clô Hayalla

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