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quinta-feira, 14 de abril de 2011

Série Memória Afetiva – 10 vilãs memoráveis - PARTE III – ANOS 2000


Depois das maravilhosas malévolas das décadas de 80 e 90, encerro essa “série memória afetiva” com as minhas vilãs favoritas da última década, que foi pródiga no assunto. Por isso mesmo, já prevejo polêmicas, já que é inevitável que as favoritas de muitos fiquem de fora. Outro item que vai dar o que falar é a posição no ranking, já que há praticamente um empate técnico entre as quatro primeiras. Qualquer uma dessas quatro poderia ser a primeira, já que fizeram um sucesso retumbante. Antes de mais nada, um agradecimento especial ao querido amigo Duh Secco, do blog “Agora é que são eles”, pela luxuosa colaboração. Vamos a elas:


10) NORMA (Carolina Ferraz em “Beleza Pura)


 Na época da exibição de “Beleza Pura”, só se falava em Rakelly (Isis Valverde). A maluquete roubou a cena da novela, deixando em segundo plano a trama central, na qual Norma era encarregada das mais terríveis vilanias. Mas bem depois da novela, Norma virou febre com o surgimento do vídeo “Eu sou rica”, no qual nossa belíssima vilã deixa bem claro para o mocinho Guilherme (Edson Celulari) o motivo pelo qual não iria presa. “Eu sou rica” ganhou as pistas de dança, virou hit na internet e colocou Norma na galeria das grandes vilãs.



9) VILMA (Lucinha Lins em “Chamas da Vida”)


Uma mãe dominadora, uma empresária ambiciosa e uma incendiária insana. Assim era Vilma Oliveira Santos, que não hesitava em botar fogo, literalmente, na vida de seus inimigos. Brilhante desempenho de Lucinha Lins, Vilma dominou a ação em Chamas da Vida, desde o início, quando todos sabiam que ela era a responsável por inúmeros incêndios envolvendo seus inimigos, até o fim, quando passou a ser perseguida por um segundo incendiário e se viu completamente louca com a hipótese de ser eliminada da mesma forma que eliminava seus rivais. (Por Duh Secco)


8) SÍLVIA (Alinne Moraes em “Duas Caras”)

 Ela foi chegando de mansinho na novela, mostrando-se dócil e amável no início, para logo depois revelar uma personalidade obsessiva e crimonosa. Sílvia usava de seu charme para conseguir o que queria com Ferraço (Dalton Vigh) e não hesitava em querer eliminar seus inimigos. Dois momentos da vilã são muito marcantes pra mim: o primeiro, no qual ela deixa seu enteado Renato se afogando em um lago com a desculpa de que não pode molhar o cabelo (como amo ironia!!!); e o segundo, seu embate com a governanta Bárbara (Betty Faria), braço-direito de Ferraço, que detectou de cara a boa bisca que ela era. Vibro com aquela cena em que Sílvia tenta dar um tapa em Bárbara e leva uma chave de braço da governanta, que arremata com a melhor definição possível para a vilã: “diabinha”.
  

7) MAÍSA (Daniela Escobar em “O clone”)

 Maísa não é daquelas vilãs clássicas que trama coisas mirabolantes em meio a gargalhadas malévolas. É uma vilã, a la Gloria Perez, que foge desses estereótipos: amargurada, rancorosa, ressentida e humana. Mãe dominadora, faz de tudo para impedir o namoro da filha com seu segurança. Sem o amor do marido Lucas (Murilo Benício) e humilhada pela paixão deste por Jade (Giovana Antonelli), Maísa compensa sua frustração torrando o patrimônio do maridos com joias e vestidos caros e age silenciosamente, seduzindo Said (Dalton Vigh), marido de Jade, para se vingar da Odalisca. Uma cobra, que espera pacientemente pelo bote e um trabalho intenso e bem realizado de Daniela Escobar.


6) MARTA (Lília Cabral em “Páginas da Vida”)


 Outra vilã que foge do modelo clássico. Aliás, há quem nem a considere uma vilã, tamanha a humanidade que a genial Lilia Cabral emprestou à personagem. Frustrada pelas expectativas que depositou no marido e nos filhos, Marta era uma mulher comum e foi até compreendida por grande parte da audiência, que a via como uma batalhadora que carregava a família nas costas. Mas o fato dela rejeitar a neta portadora de Síndrome de Down, revelando todo o seu preconceito foi inaceitável. E com isso, nossa “querida” Marta foi contemplada com um passaporte para ingressar no rol das grandes vilãs da década.


5) ADMA (Cássia Kiss em “Porto dos Milagres”)



Mais uma vilã “aguinaldeana”. Adma era fria, calculista, minimalista. Transpirava crueldade pelos poros e era capaz de tudo para proteger seu amado Félix (Antonio Fagundes) dos inimigos. A arma? Uma boa dose de veneno que carregava em seu anel. O público vibrou com mais essa atuação espetacular de Cássia Kiss e esperava apreensivo para saber quem seria a nova vítima da terrível Adma.


4) BIA FALCÃO (Fernanda Montenegro em “Belíssima”)

“Pobreza pega”. Sim, queridos, agora começa o desfile das maiores vilãs. O quarto lugar pode até soar injusto para Bia, mas acreditem, até o primeiro lugar foi quase um empate técnico. Espécie de Odete Roitman do terceiro milênio, Bia tinha todas as características da histórica vilã “valetudista” (desprezo pelo Brasil, corrupção, instintos assassinos e sede por garotões). E com um agravante: o total desprezo pela filha legítima Vitória (Claudia Abreu). Bia fez e aconteceu: simulou a própria morte, prejudicou a neta Júlia (Gloria Pires) o quanto pôde e ainda protagonizou uma cena digna de tragédia grega ao rejeitar solenemente a filha pela segunda vez. Terminou feliz em Paris nos braços de um garotão aos brados de “bando de idiotas”. Mais um excelente trabalho para a já extensa galeria de personagens inesquecíveis de Fernanda Montenegro.


3) LAURA (Claudia Abreu em “Celebridade”)


Essa adorável “cachorra” causou frisson na época da novela e até hoje é lembrada como um dos melhores desempenhos de Claudia Abreu. Sonsa, dissimulada, com uma ironia e sarcasmo únicos, Laura movimentou a novela até ser assassinada no último capítulo. Totalmente inspirada em Eve Harrington, clássica personagem que infernizava Bette Davis em “A malvada”, Laura tinha objetivo destruir a vida de Maria Clara Diniz (Malu Mader) e, para isso, contava com a ajuda de um bom michê, Marcos (Marcio Garcia), como toda vilã gilbertiana que se preza. A surra que Laura levou de Maria Clara (inspirada em uma antiga cena de “Água Viva”) foi memorável, mas a melhor lembrança que tenho de Laura é dela arrasando, linda, na pista de dança, comemorando seu triunfo sobre a inimiga.


2) FLORA (Patricia Pillar em “A Favorita”)



Essa é cult! Flora deu a sua intérprete Patrícia Pillar inúmeras possibilidades de interpretação. E a atriz não desperdiçou: deu um banho como psicopata vingativa da genial trama de João Emanuel Carneiro, obstinada em destruir a vida de Donatela (Claudia Raia), por quem tinha um misto de ódio e admiração. Flora não poupava ninguém, nem a própria filha Lara (Mariana Ximenez), por quem tinha um profundo desprezo, e não teve escrúpulos em usá-la para colocá-la contra Donatela. Flora foi um show: irônica, sempre com ótimas tiradas, divertiu o público pra valer e também foi responsável por cenas eletrizantes em que o limiar entre a vida e a morte estava sempre em jogo. A intérprete de “Beijinho Doce” arrebanhou uma legião de fãs e até hoje deixa saudade.

1)           NAZARÉ TEDESCO (Renata Sorrah em “Senhora do Destino”)


O que dizer dessa linda raposa felpuda? Dona de uma invejável autoestima, Nazaré Tedesco foi a responsável pelo sofrimento de décadas da “anta nordestina”, como gostava de chamar Maria do Carmo (Susana Vieira), pelo sequestro de sua filha Lindalva (Carolina Dieckmann), a quem criou cercada de amor, como se fosse sua própria filha. E para proteger esse segredo, Nazaré foi capaz de tudo, inclusive matar o próprio marido José Carlos (Tarcisio Meira) e sua antiga colega dos tempos de prostituta, Djnenane (Elisângela), ambos rolando escada abaixo. Além disso, infernizava a vida de enteada Claudia (Leandra Leal). Nazaré era deliciosamente lasciva, debochada, insana, engraçada, divertida, enfim, um show à parte de Renata Sorrah, que soube aproveitar o genial texto de Aguinaldo Silva como ninguém. Pra o melão, é a campeã pelo seguinte motivo: apesar de extremamente caricata, Nazaré era, antes de tudo, humana, e movida pelo amor incondicional que tinha pela filha, a ponto de abrir mão de sua própria vida por causa dela. Portanto, se você cruzar em uma esquina com uma bela loira com uma tesoura na mão, fuja! Mesmo depois de morta, Nazaré pode ser capaz de tudo! Palmas para Nazaré, a incontestável campeã da década.




MENÇÕES HONROSAS:

Ø  FRAU HERTA (Ana Beatriz Nogueira) em “Ciranda de Pedra"
Ø  CRISTINA (Flávia Alessandra) e DEBORA (Ana Lucia Torre) em “Alma Gêmea”
Ø  JEZEBEL (Elizabeth Savalla) em “Chocolate com Pimenta”
Ø  LAILA (Christiane Torloni) em “Um anjo caiu do céu”
Ø  YVONNE (Leticia Sabatella) em “Caminho das Índias”
Ø  DJANIRA PIMENTA (Betty Faria) em “América”
Ø  LEONA (Carolina Dieckmann) e  MILU (Marília Pera) em “Cobras e Lagartos”
Ø  SOFIA (Zezé Polessa) e BEATRIZ (Debora Falabella) em “Escrito nas estrelas”
Ø  MARCELA (Drica Moraes) em “O cravo e a rosa”
Ø  BÁRBARA (Giovana Antonelli) em “Da cor do pecado”
Ø  ESTER (Zezé Polessa) em “A lua me disse”
Ø  AUGUSTA EUGÊNIA (Arlette  Salles) em “Porto dos Milagres”
Ø  ZILDA (Cassia Kiss) em “Eterna Magia”
Ø  TAÍS (Alessandra Negrini) em “Paraíso Tropical”
Ø  JUDITH (Debora Evelyn) em “Caras e Bocas”
Ø  CLARA (Mariana Ximenes) em “Passione”


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Série Memória Afetiva – 10 (ou mais) vilãs memoráveis - anos 80



quarta-feira, 23 de setembro de 2009

Dois extremos e uma só tristeza.



Foi uma terça-feira bastante triste e atípica para o meio artístico. Logo antes do meio-dia, tivemos duas lamentáveis notícias de dois falecimentos de pessoas muito queridas do público: a veterana atriz Dirce Migliaccio e a autora roteirista Andréa Maltarolli.

Dirce nos deixa após uma carreira vitoriosa e uma galeria de personagens antológicos, dentre os quais a primeira Emília do “Sítio do Picapau Amarelo” da Rede Globo e Juju, uma das inesquecíveis irmãs Cajazeira da novela e da série “O bem amado”, de Dias Gomes.

No entanto, a lembrança mais viva que tenho da atriz é da doce Ceição de “A gata comeu”, ingênua e encantadora senhora que acreditava piamente na doença do marido Oscar (o impagável e inesquecível Luiz Carlos Arutin) sem saber que ele azarava as gatinhas às vistas de todos os moradores daquela bucólica e agradável Urca da imaginação genial de Ivani Ribeiro. Naquele papel, mesmo coadjuvante, Dirce mostrou várias facetas de uma grande atriz: a doçura e encanto de uma senhorinha ingênua, a luta e o sacrifício de uma pobre dona de casa e depois a ira de uma mulher enganada. Mesmo sendo uma comédia rasgada, Dirce, além de gargalhadas, nos despertava os mais sinceros sentimentos de compaixão para com sua personagem, afinal aquela simpática senhora poderia ser nossa mãe. Uma perda irreparável para o meio artístico, mas sem dúvida Dirce deixa seu legado e uma galeria de trabalhos digna de quem veio nesse mundo e cumpriu sua missão.

Já a notícia da morte de Andréa caiu como uma bomba para quem trabalha ou simplesmente admira a teledramaturgia. Quase ninguém sabia de sua doença, por isso o choque a tristeza se misturaram e até agora está sendo difícil de acreditar. Não cheguei a conhecê-la pessoalmente, mas comemorei quando ela conquistou sua primeira e bem sucedida novela-solo, “Beleza Pura”, uma inspiração para jovens roteiristas. A novela, além de conter uma trama simpática e descontraída, nos despertou a curiosidade pelo que ainda estava por vir da imaginação da autora. Infelizmente o porvir jamais chegará e fica a sensação daquilo que poderia ter sido. Mesmo já possuindo uma consistente carreira como roteirista na TV, sempre ficará a sensação da ausência, de hiato, de interrupção de uma promessa de que o melhor ainda iria chegar.

Dirce e Andréa representam dois extremos: enquanto a primeira descansa em paz nos deixando a sensação de uma carreira plena, a segunda nos deixa essa sensação de incompletude e nos faz refletir sobre o que poderia ter sido e que nunca será. Sim, algumas pessoas se despedem desse mundo de forma tão súbita e sorrateira que sempre nos leva à reflexão de que a vida é agora e que jamais podemos deixar pra depois o que se pode fazer hoje.

O contexto do falecimento das duas é diferente, mas a tristeza é a mesma. Obrigado por tudo e que descansem em paz.

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