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terça-feira, 12 de junho de 2012

RESULTADO DA PROMOÇÃO “SOPRO DE VIDA”:





Os vencedores são:

Edison Eduardo Costa
Das duas atrizes, entre várias personagens magistrais escolho a divertida e engraçada Céci de "Cambalacho" de 1986 e a forte vilã Idalina de "Força de Um Desejo", 1999. 

A Céci e seus caprichos era quem dava o tom cômico, ao lado do marido Wanderley, ao núcleo sério da irmã Amanda. Situações divertidíssimas! Peça de teatro com a Rosa é sinônimo de bom entretenimento.

Dona Idalina, vilã que nunca deve ser esquecida, chegou ao ápice de cortar a própria mão com uma faca!
Brilhante e inesquecível trabalho desta atriz que é uma das maiores do teatro.
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Thávolo Romulo Pereira Henrique
Da Nathalia Timberg, a inesquecível "Tia Emília", da exitosa "Éramos Seis", de Silvio de Abreu e Rubens Edwald Filho, regravada em 1994 pelo SBT. Uma tia rica rancorosa, que se negava a ajudar financeiramente a família de sua sobrinha pobre, por conta de uma grande mágoa do passado. Uma mãe capaz de tudo para defender seus filhos. Mais uma belíssima interpretação da grande dama do teatro.

De Rosamaria Murtinho, a "Romana Ferreto", de "A Próxima Vítima". Dopada, foi jogada por Bruno na piscina da mansão onde morava. Essa morte tornou-se um clássico, e a interpretação de Rosamaria foi genial! Ela estava exuberante. Ímpar.
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Parabéns aos ganhadores!!!

Peço que enviem o número de suas identidades para o e-mail: vitor77@gmail.com e o dia em que querem assistir:
Dia 13/06 – Quarta-Feira, às 20 horas
Ou
Dia 14/06 – Quinta-Feira, às 17 horas.

Melão agradece os comentários e participações e conta com vocês nas próximas promoções!


sexta-feira, 23 de março de 2012

E o melão de papel chegou!!!



Foi uma noite memorável! Sucesso absoluto define o lançamento de “Eu prefiro melão – melhores momentos de um blog televisivo” na noite do dia 21 em Ipanema.
Não tenho palavras para agradecer tanto carinho que recebi dos amigos que foram me prestigiar. Por isso, de coração, agradeço a TODOS. As palavras não são suficientes para expressar minha alegria e minha gratidão, mas as imagens falam por si. Por isso, segue um momento “Fatos e Fotos” do melão. Uma noite que jamais esquecerei!

À medida em que as fotos forem chegando, vou atualizando o post.


A matéria do Video Show ficou linda! Obrigado, Rosamaria Murtinho, Fernanda Rodrigues, Bel Kutner, Katia Moraes e Nica Bomfim pelos lindos depoimentos:
http://globotv.globo.com/rede-globo/video-show/v/video-show-news-partida-beneficente-premio-zilka-salaberry-e-eu-prefiro-melao/1878300/


E o livro já está à venda em algumas livrarias virtuais. Mais informações no site da Navilouca Livros: www.navilouca.com

Recebendo o carinho de mamãe
Amigos queridos de todas as horas: Raphael, Luizinho, Fellipe e Lê
Visão panorâmica

Lindos e loiros!
Com Tarcísio Lara Puiati, meu querido companheiro de trabalho em "O astro"

Rodrigo Mendonça, querido amigo que brilhou em "O astro" como o malandro Ubiraci
Queridíssima Bel Kutner, esbanjando charme e simpatia.
Fernandinha "linda" Rodrigues. Como não amar?

Entre duas divas: minha mammy Angela e a Super Rosamaria Murtinho!
Grande Max Mallmann, de "A Grande Família" para o melão!
Queridas Ana Quintana e Leandra Lopez, produtora e atriz de "Aquele Beijo"

Querida Katia Moraes, que está arrasando em "Fina Estampa"
Reunião de talentos: acima Nica Bomfim e Eduardo Nassife; abaixo Maria Clara Mattos, Marina Tourinho e Bel Kutner

Sorriso lindo da roteirista Luciana Pessanha, que vai arrasar em "Avenida Brasil"
Nilson Xavier, que cedeu sua "orelha" para o melão 
Thalita Carauta também prefere melão!

Equipe Navilouca! 
Algumas palavrinhas para o Video Show

Tia Magda também prefere melão! Dá-lhe Rosamaria!
Três mocinhos elegantes: Nilson "teledramaturgia" Xavier e Rapha  "Video Show" Machado

Felipe Ribeiro, criador de toda a identidade visual do melão! 
Cacá não podia faltar, afinal é sempre o primeiro a degustar os textos do melão.
Enfim, mais tantos amigos... se postasse as fotos de todo mundo que foi, o post não acabava mais. Mas sintam-se TODOS representados. Amo vocês!





E o melão também deu o que falar nos principais sites de entretenimento:



Enfim, missão cumprida! 
Mil obrigados à querida amiga Graziella Batista, da MPIX Produções, pela cessão de algumas fotografias que ilustram esse post.
A todos, beijos com gostinho de melão!

sexta-feira, 30 de dezembro de 2011

Em 2011, o melão preferiu...


Ø  HORÁRIO ENCANTADO




ü  O horário das seis trouxe duas excelentes novelas. A primeira delas, “Cordel Encantado”, foi um sopro de criatividade ao unir, de forma genial, dois universos aparentemente distintos: o cangaço do sertão e a corte europeia. As autoras Duca Rachid e Thelma Guedes construíram um conto de fadas romântico, mas ao mesmo tempo irreverente e sedutor, com a cara do Brasil. Com elenco afiadíssimo e direção primorosa, o resultado não podia ser outro: a novela caiu nas graças do público e deixou saudades.



ü  Depois do desbunde visual e criativo de “Cordel Encantado”, veio “A vida da gente”, da estreante Lícia Manzo com a difícil missão de manter o sucesso de sua antecessora e conseguiu. Ao contrário da despretensão de “Cordel Encantado”, o que temos visto é um novelão dos bons, sério, denso, incomum para o horário, digno de novela do horário nobre. A trama adulta e a ausência de núcleos cômicos e vilões caricatos, tão típicos do horário, não foram empecilhos para que a novela caísse no gosto popular. Com um texto primoroso, uma trama apaixonante e um trio de excelentes jovens protagonistas que vem dando um show a cada capítulo, a novela vem ganhando elogios desde sua estreia. Destaque também para as irrepreensíveis atuações de Ana Beatriz Nogueira, Gisele Froes e Nicete Bruno. Enfim, uma novela que não menospreza a inteligência do espectador e surpreende a casa capítulo, fugindo do maniqueísmo e de soluções fáceis ao contar a trama do jovem dividido entre duas irmãs. Dá gosto de ver.


Ø  AGORA É QUE SÃO ELES, OS VILÕES

Gabriel Braga Nunes, que deu vida ao maquiavélico Léo de "Insensato Coração"

Pedindo licença pra usar o título do blog amigo, mas em matéria de vilania, esse ano foi dos homens. Em “O astro”, tivemos atuações magistrais de Marco Ricca e Humberto Martins, que como Samir e Neco, fizeram de tudo para infernizar a vida de Herculano Quintanilha, mas que divertiu o público com altas doses de ironia e sarcasmo; em “Fina Estampa”, Alexandre Nero chega a dar raiva de tão asqueroso é seu Baltazar; e em “Insensato Coração”, Gabriel Braga Nunes simplesmente arrasou como o charmoso, cínico e dissimulado Léo, um personagem cheio de nuances que o ator soube defender de forma genial.

Ø  RAINHAS DO DRAMA



ü  Se por outro lado, os homens arrasaram na vilania, as mulheres arrasaram no quesito “drama”. Intensas, apaixonadas, loucas... elas ultrapassaram o limite do bem e do mal e se mostraram assustadoramente humanas e ricas dramaturgicamente. E nesse carrossel de emoções, ninguém superou Clô Hayalla. Passional ao extremo, Clô Hayalla mudava de temperamento de acordo com seu penteado e só mesmo uma atriz com o talento “monstro” de Regina Duarte seria capaz de interpretá-la. Inteligentíssima, La Duarte imprimiu uma marca tão forte que não conseguimos imaginar outra Clô se não a dela. Na contramão dessas emoções, Rosamaria Murtinho fez um contraponto perfeito com Regina e, dentro da contenção de gestos e sentimentos da sofrida Tia Magda, a atriz foi absolutamente soberba, emocionando o público com uma precisão milimétrica. As sequências finais de sua personagem conseguiram arrancar lágrimas de todos, não só pela bela maneira com a qual interpretou o texto, mas também pela coragem de se mostrar de cara limpa. Foi, sem dúvida, o melhor papel de Rosamaria em anos.



ü  Também não posso deixar de mencionar as incríveis atuações de Cássia Kis Magro, que fez de sua mãe coragem a razão de ser de “Morde &Assopra”, comédia das sete em que, ironicamente, o drama roubou todas as cenas.



ü  E o que dizer do “Insensato Coração” de Norma (Gloria Pires)? Para muitos, o grande motivo para se assistir à novela. Uma personagem que foi sendo construída no decorrer da novela com maestria pelos autores e que propiciou mais um show de interpretação de Gloria Pires. Mesmo com atitudes pra lá de questionáveis, o público se apaixonou por Norma e torceu por ela até o fim. Nem santa, nem megera, mas sim uma vítima das circunstâncias. Uma das cenas que mais definiu a enorme dimensão humana da personagem foi a da morte de Teodoro (Tarcisio Meira), quando Norma se arrepende do que fez e chora desesperada no leito de morte do marido. O desfecho trágico de Norma era inevitável, mas mesmo assim Norma conseguiu se vingar de Léo (Gabriel Braga Nunes), seu grande objetivo na trama. Mais um grande momento de Gloria Pires, colecionadora de inesquecíveis personagens em nossa tevê.

ü  E por fim, um duelo de peso em “A vida da gente”, entre duas mulheres fortes, dominadoras, determinadas e, por vezes, muito cruéis: Eva e Vitória, vividas respectivamente por Ana Beatriz Nogueira e Gisele Fróes. E aqui também há um contraponto interessante, pois enquanto a loucura e a obsessão de uma é totalmente motivada pelo amor, a outra age com uma frieza e aparente total ausência de sentimentos. Personagens complexos defendidos com garra por duas grandes atrizes.

Ø  LILIA, A CAMALEÔNICA


Já virou praxe por aqui destacar o talento de Lilia Cabral. Quem diria que a romântica e feminina Mercedes da série “Divã” e a masculinizada e lutadora Griselda de “Fina Estampa” podem ser vividas por uma mesma atriz? Pois Lília é dessas atrizes raras, que transitam em qualquer universo e desempenham lindamente papéis diametralmente opostos. E depois de quase três décadas de carreira televisiva e ótimos serviços prestados, Lilia finalmente chegou ao patamar que merece: o posto de protagonista absoluta do horário nobre. E isso é motivo o suficiente para comemorar. Que venham muitas outras heroínas. E viva o talento reconhecido!



Ø  HUMOR EM DOSE DUPLA



ü  No quesito humor, parece que esse foi o ano das duplas. Destaco, pelo menos, três, que me divertiram bastante no decorrer do ano. Janete e Valéria, vividas pelos impagáveis e talentosíssimos amigos Thalita Carauta e Rodrigo Sant’anna, donos absolutos da cena do “Zorra Total”, que conseguiram a proeza de despertar gargalhadas gerais, das classes A a E, não tem quem não tenha rido e admirado essa dupla em 2011. Sei que é só o começo, pois talento os dois têm de sobra.



ü  Outra dupla que me divertiu demais até antes de entrarem em cena (porque quando lia os capítulos, já os imaginava encenando e ria sozinho aqui em casa) foram os divertidíssimos Cleiton e Pablo, vividos pelos queridos Frank Menezes e Pablo Sanábio, que fizeram misérias no salão “Penha Fashion” e sempre quebravam o constante clima de tensão de “O astro”. A cada aparição da dupla, uma enxurrada de elogios no Twitter. Juntos ou separados, espero ainda rir e me emocionar com os dois por muitos e muitos anos.



ü  Por fim, Sueli (Andrea Beltrão) e Fátima (Fernanda Torres) abusaram do humor popular de “Tapas e Beijos” e conquistaram o público. O talento dessas duas não é novidade pra ninguém, mas vamos combinar que juntas foram sensacionais, sobretudo La Beltrão, que foi além da graça e soube humanizar Sueli na dose certa, fazendo com que todos torcessem por ela. Grande atriz de múltiplos recursos. E que venha a segunda temporada.

Ø  E O PRÊMIO “COMO NÃO AMAR?” VAI PARA...



A impagável Tia Neném, vivida por Ana Lúcia Torre? Escalada apenas para a primeira parte de “Insensato Coração”, a personagem caiu nas graças do público e seguiu até o fim. Fofoqueira, interesseira, maldosa, hipocondríaca e dissimulada, Tia Neném praticava pequenas maldades em proveito próprio. Uma intriguinha aqui, outra ali e pronto: o circo já pegava fogo e ela assistia a tudo de camarote. A mais completa tradução do ditado “parente é serpente”. Quem não tem ou não conhece uma tia Neném?

Ø  HOT, HOT, HOT...



Nesse quesito, sorry, não tem pra ninguém: só deu “O astro”, que trouxe de volta as cenas quentes que estavámos acostumados a ver nas novelas nos ótimos tempos pré-politicamente corretos. É fato que chocou alguns adolescentes caretas que não foram acostumados a isso (esses moços, pobres moços...), mas que agradou a maioria e matou a saudade dos tempos em que as novelas tinham mais liberdade. Vários casais protagonizaram ótimas cenas como as fantasias sexuais de Neco e Beatriz (Humberto Martins e Guilhermina Guinle); o tigrão Samir e sua coelhinha Valéria (Marco Ricca e o furacão Ellen Rocche) e o amor por muitas vezes voraz e desesperado de Márcio e Lili (Thiago Fragoso e Alinne Moraes). Mas nenhum casal mexeu tanto com nossos hormônios como Herculano e Amanda (Rodrigo Lombardi e Carolina Ferraz). Há tempos não tínhamos um casal protagonista com uma química tão forte, que já se manifestava no olhar. E foram tantas cenas fantásticas ao som de “Easy”, que vai ser impossível ouvir a canção sem se lembrar dos dois.

Ø  VALE A PENA VER E REVER DE NOVO

E no campo das reprises, o Canal Viva continua reinando absoluto. Um prazer ímpar rever minisséries de minha memória afetiva como “Anos Dourados” e “Anos Rebeldes” e também que ainda faziam parte de minha memória recente como “Labirinto”. O fenômeno “Vale Tudo” deu lugar a “Roque Santeiro” sem a mesma força, mas com grande entusiasmo. Foi bom também rever “Vamp” e, mesmo constatando que a novela ficou datada e que a trama não era tão boa assim, é sempre divertido revisitar o passado e relembrar uma novela que conquistou pelo inusitado. E pra melhorar, ainda reprisam “Top Model”, essa sim com uma trama maravilhosa e envolvente até hoje (o bom e velho melodrama é mesmo a base de tudo). E que maravilha ver Malu Mader no auge da beleza, Maria Zilda com seu habitual tipo femme fatale e Zezé Polessa como uma espécie de Zelda Scott balzaquiana. E o melhor elenco adolescente que uma novela já teve com destaque para Gabriela Duarte, Carol machado, Rodrigo Penna, Marcelo Faria e Adriana Esteves no auge da puberdade. Estou voltando no tempo, meus pelos pubianos até estão crescendo novamente... (risos).

Ø  ENQUANTO ISSO, NA TV FECHADA...



Não perco um episódio de “Oscar Freire 279”, o endereço mais bafônico de Sampa. A série do Multishow, escrita por Antonia Pellegrino e Julia Spadaccini, dirigida por Márcia Faria, consegue driblar o baixo orçamento e garantir ótimos momentos, fugindo de clichês ao contar a história de Dora (a ótima Livia de Bueno), jovem arquiteta que vai pra São Paulo se tornar florista e acaba virando garota de programa. Sem julgar e nem fazer apologia, a série se passa quase que inteiramente em um único cenário, onde se desenrolam os dramas dos personagens e cenas pra lá de calientes. Destaque para Maria Ribeiro, ótima como a garota de programa experiente, espécie de mentora de Dora e, nos episódios mais recentes, quem brilhou foi a excelente Carla Ribas, no papel de Cíntia, mãe de Dora, uma espécie de “desperate housewife” que se redescobre no endereço em questão. A série continua em 2012 e a julgar pelos ótimos ganchos que fecham cada episódio, ainda promete muitos acontecimentos surpreendentes.

Ø  MINHA PEDRA É AMETISTA!


    Por motivos óbvios, sei que sou totalmente parcial sempre que falo de “O astro”, mas como esse blog é subjetivo mesmo e também não estou sozinho nos elogios, me sinto mais que à vontade para destacar esse projeto, que é mais do que especial em minha vida. Além de colaborador, também fui, de certa forma, espectador, pois sempre que recebia a escaleta ou o capítulo pronto dos autores, vibrava com cada cena, com cada gancho e, como qualquer telespectador, ficava ansioso pelos próximos acontecimentos. A novela das onze trouxe de volta o bom e velho gancho, imprimiu um novo ritmo (que causou certa estranheza), mas manteve o texto no melhor estilo folhetinesco e melodramático. Os autores, Alcides Nogueira e Geraldo Carneiro, foram absolutamente fiéis ao estilo apaixonado e apaixonante da mestra Janete Clair e tenho certeza de que, mesmo se não estivesse envolvido no projeto, seria um espectador fervoroso. Seria deselegante destacar alguma atuação do elenco e também injusto, pois todos estiveram ótimos. Por isso, destaco três cenas que me levaram às lágrimas: imagens da maravilhosa Dina Sfat, a Amanda da versão original, quando Ferragus (Francisco Cuoco) se lembra de um grande amor do passado, o velório de Natal (Antonio Calloni) e a morte de Jôse (Fernanda Rodrigues). Pra mim, três momentos, dentre tantos inesquecíveis, que merecem entrar para a antologia das grandes cenas das telenovelas de todos os tempos. Já estou morrendo de saudades e, para sempre, minha pedra será ametista!

Jôse (Fernanda Rodrigues) no leito de morte: emoção à flor da pele.


O velório de Natal emocionou o público e o elenco

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Agora, o melão quer saber? O que vocês preferiram em 2011?

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Leia também:

Em 2009, eu preferi....






sexta-feira, 4 de novembro de 2011

Série Memória Afetiva: grandes damas da televisão


Nunca escondi minha predileção por atrizes. Claro que aprecio o trabalho de um grande ator e muitos deles já habitam no panteão de minha memória afetiva. Mas o fascínio que elas exercem em meu imaginário é inexplicável. Nada é mais poderoso e impactante do que uma atuação feminina. Para dar continuidade a essa homenagem a elas, já que eu já criei um post especial sobre as grandes estrelas da tevê (leia aqui), agora resolvi reverenciar as grandes damas, as essenciais, que carregam toda a bagagem teatral e, embora nem sempre ganhem o posto de protagonistas, são imprescindíveis em qualquer novela. Claro que toda lista é subjetiva, sobretudo as deste blog, assumidamente afetivo. Sei que devo estar cometendo alguma terrível injustiça ao ser traído por minha própria memória, mas mesmo as grandes atrizes que não constam nessa lista, toda minha reverência, respeito e admiração.
Mas as favoritas do melão são elas:

ROSAMARIA MURTINHO



Na verdade, é a grande inspiração desse texto. Tudo o que disser será pouco diante do encantamento que tive com sua arrebatadora atuação como Tia Magda em “O astro” (2011). Em contraponto perfeito com o furacão Clô Hayalla (magistralmente vivida por Regina Duarte), a Tia Magda de Rosamaria Murtinho teve sua personalidade introvertida construída nos detalhes, nas sutilezas, de maneira artesanal, que só mesmo uma atriz com grandes recursos seria capaz. Rosamaria conseguia transmitir toda a amargura e a melancolia de Magda apenas pelo olhar. Ela brilhou intensamente durante toda a novela, mas foi no último capítulo que conseguiu arrancar lágrimas do público ao explodir e deixar transparecer todo o seu rancor, seu ressentimento e sua inveja pela sobrinha Clô. E a cena em que Magda se suicida entrou simplesmente para a antologia das grandes cenas. De cara limpa, com uma coragem absurda, Rosamaria mostrou porque é realmente uma das maiores atrizes desse país. Até então, sua esfuziante Romana Ferreto de “A próxima vítima” era minha personagem favorita da atriz. Mas Magda me arrebatou completamente e recolocou Rosamaria no centro das atenções. Minhas primeiras lembranças da atriz datam das comédias oitentistas de Sílvio de Abreu como “Cambalacho” (1986) e “Jogo da Vida” (1981), mas essa moça veio de longe. Desde os tempos da Excelsior, já brilhava na constelação televisiva de nosso país e forma com Mauro Mendonça um dos casais mais simpáticos e admirados de nossa tevê. Foi uma honra trabalhar com você e já estou ansioso pelo próximo encontro.

FERNANDA MONTENEGRO



Talvez seja a grande unanimidade de nosso país. Sua indicação ao Oscar foi um grande reconhecimento mundial, mas o que Hollywood só descobriu há alguns anos atrás, nós, brasileiros já conhecíamos e desfrutávamos de longa data: seu avassalador talento. São muitas Fernandas em uma só: a adorável cambalacheira Naná, de Cambalacho (1986); a terrível Bia Falcão de “Belíssima”(2005); a tresloucada Charlô, de “Guerra dos Sexos” (1993); a mística Vó Manuela de “Riacho Doce” (1990); a aventureira Zazá (1997); a cosmopolita Lulu de Luxemburgo de “As Filhas da Mãe” (2001); a dominadora Chica Newman, de “Brilhante” (1981); a deliciosa Olga Portela de “O dono do mundo” (1991), só pra citar algumas de suas grandes personagens. A cafetina Jacutinga de “Renascer” (1993) é absolutamente inesquecível. Fica até difícil destacar um personagem dentre tantas interpretações perfeitas. Mais difícil ainda é dizer algo de Fernanda que ainda não tenha sido dito. Dona de todos os recursos, referência total de qualidade e competência. Vida longa para La Montenegro.


NICETE BRUNO

 A primeira imagem que temos de Nicete é de seus personagens doces e simpáticos, mas quem a assistiu como a perversa Úrsula de “O amor está no ar” (1997) ou como a amargurada Isolda de “Louco Amor”, conhece o imenso potencial da atriz que atualmente vem dando show como a amorosa Iná, avó das personagens de Fernanda Vasconcelos e Marjorie Estiano em “A vida da gente” (2011). Também podemos comprovar atualmente outra faceta de Nicete como a divertida perua Juju, que não suporta ser chamada de Julieta pelo marido em “Mulheres de Areia” (1993). Provocou risadas na plateia muitas outras vezes, como em “Alma Gêmea”, em que infernizava a vida do genro vivido por Fúlvio Stefanini. Não tem quem admire essa atriz de sorriso cativante. Casada com Paulo Goulart, também forma um dos casais mais queridos do meio artístico.



EVA TODOR

Estamos acostumados a vê-la sempre no papel de senhorinha irreverente e atrapalhada, mas sua Santinha Rivoredo de “Sétimo Sentido” (1982) revelava uma faceta extremamente dramática da atriz e grande capacidade de criar megeras. Verdadeiro ícone do teatro, teve estreia tardia da Rede Globo em Locomotivas (1977) como a matriarca Kiki Blanche, dona do salão onde se passava a maioria dos conflitos da novela. Outro momento de destaque foi na minissérie “Hilda Furacão” (1998) em que deu vida a Loló, uma conservadora senhora da tradicional família mineira dos anos 50, que fazia de tudo para destruir Hilda e toda a zona do baixo meretrício de Belo Horizonte. Mas os papéis irreverentes são realmente sua especialidade, que sempre dão um sabor especial às produções das quais faz parte.



CLEYDE YÁCONIS


Irmã da lendária Cacilda Becker, Cleyde também é daquelas atrizes superlativas, que defendem com dignidade qualquer papel. Ela convence tanto quanto a perua falida Isabelle em “Rainha da Sucata”, quanto as avós amorosas que viveu em “Vamp” (1991) e “Eterna Magia” (2007). A matriarca Guilhermina Taques Penteado, de “Ninho da Serpente” (1982) é um de seus grandes papéis na tevê. Mas a doce Melica, de “Os ossos do Barão”, remake do SBT, também tem um grande número de admiradores. Recentemente, pudemos rever Cleyde como um dos grandes destaques de “Passione” (2010), como Dona Brígida, a assanhada velhinha que mantinha um caso com o motorista Diógenes, vivido por Elias Gleiser. Ela é a razão de ser de produções pouco memoráveis como “Sex Appeal” (1993), mas também pode ter apenas um delicioso momento como em grandes produções como a minissérie “Um só coração” (2005), em que viveu ela mesma. O fato é que Cleyde Yáconis é indispensável e marcante em qualquer produção.


RUTH DE SOUZA



Essa foi uma grande desbravadora. Não chegou a ser a primeira negra a protagonizar uma novela (Yolanda Braga protagonizou “A cor da sua pele”, na Excelsior em 1964), mas certamente foi a mais marcante ao protagonizar “A cabana do Pai Tomás”, em 1969. Ganhou notoriedade no cinema com o filme “Sinhá Moça”, de 1953, inspirado no romance que mais tarde também viraria novela em 1986, na qual fez sucesso como Balbina, ao lado de Grande Otelo, formando um dos mais adoráveis casais da novela. É sempre uma presença agradável em cena, como em “O clone” (2001) em que vivia Dona Mocinha, a avó do clone Léo (Murilo Benício). Também teve um papel marcante em “O bem amado” (1973) ao lado de Milton Gonçalves. Atualmente, tem uma presença bissexta nas telas, mas sempre com muito brilho e interpretando todo tipo de papel, desde juízas a mães de santo. Se hoje temos Taís Araújo, Camila Pitanga e Sheron Menezes em papéis de destaque nas novelas, é porque no passado tivemos Ruth de Souza abrindo caminho para o artista negro no Brasil.


BEATRIZ SEGALL


Talvez as grandes vilãs, sobretudo Odete Roitman, a tenham marcado de maneira indelével em nossa teledramaturgia, mas Beatriz Segall já provou que é capaz de dar vida a diferentes tipos de personagens. Recentemente, a vi no teatro ao lado de Herson Capri no espetáculo “Conversando com mamãe”, em uma atuação comovente e convincente como uma simplória dona de casa. Na tevê, foi desde a alpinista social Lourdes Mesquita em “Água Viva” (1980) à idealista cientista Miss Brown em “Barriga de Aluguel” (1990), passando pela fogosa Stela, frequentadora do Clube das Mulheres em “De Corpo e Alma” (1992). Apesar das grã-finas serem sua especialidade, já foi uma mulher pobre moradora de vila em “Champagne” (1984). Uma personagem que gostava bastante era a quatrocentona falida Clô, da segunda versão de “Anjo Mau” (1997), em ótima dobradinha com a saudosa Ariclê Perez e fazendo um par comovente com José Lewgoy. Embora as madames sejam sua especialidade, La Segall é bem mais do que isso.


NATHALIA TIMBERG



Mais uma representante do que temos de mais nobre em nossa teledramaturgia. Recentemente, voltou a cativar o público na reprise de “ValeTudo” com a doce e submissa Tia Celina, em excelente contraponto com a diabólica Odete Roitman de Beatriz Segall. Mas diabólica é algo que Nathalia também sabe ser, como provou em “Força de um desejo” (1999) como a maquiavélica Idalina. Outra vilã gilbertiana vivida muito marcante foi a mesquinha Constância Eugênia, de “O dono do mundo”. Na primeira versão de “Ti Ti Ti” (1985), pôde flertar com o nonsense ao interpretar a desmemoriada Cecília. A atriz já emociona o país há muito tempo, como no megassucesso “O direito de Nascer” (1965). Em “A Rainha Louca” interpretou tanto a mocinha, quanto a vilã. Como queria ter assistido... O fato é que, mesmo com papéis sem grandes possibilidades como a recente Vitória Drummond em “Insensato Coração” (2011), é sempre uma presença digna e brilhante em cena.


LAURA CARDOSO



Uma das atrizes mais constantes em nossa tevê, que também transita por diferentes tipos desde os tempos da Tupi. Minha primeira lembrança dela foi na novela “Pão pão beijo beijo”, na pele da nordestina Donana. A partir daí, uma infinidade de tipos me vem à mente, como a autoritária matriarca indiana Laksmi de “Caminho das Índias” (2009) ou a simpática Glória, da atual temporada de “A grande Família”. Meus personagens favoritos são a Isaura, mãe das gêmeas Ruth e Raquel, que tinha uma clara preferência pela última em “Mulheres de Areia” (1993) e Dona Guiomar, a amável sogra de Raul (Miguel Falabella), que passa a repudiá-lo após ser possuída pelo espírito de Alexandre em “A viagem” (1994). Uma verdadeira operária da tevê que já viveu praticamente todo tipo de personagem.


ARACY BALABANIAN



Dá pra acreditar que a tresloucada Dona Armênia de “Rainha da Sucata” (1990) e a austera matriarca Filomena Ferreto de “A próxima vítima” (1995) foram vividas pela mesma pessoa? Versatilidade é pouco pra definir essa atriz, que brilha desde os tempos da Tupi. Suas atuações são tão marcantes que até hoje minha tia Marilza comenta sobre uma ou outra cena das mocinhas que interpretadas por Aracy em “Antonio Maria” e “Nino, o italianinho” nos longínquos anos sessenta. Minhas primeiras lembranças são oitentistas, claro, como a amarga Marta de “Ti Ti Ti” (1985) ou a dominadora Helena de “Elas por elas” (1982). Capaz de ir ao mais intenso dos dramas às comédias mais histriônicas como a Cassandra do humorístico “Sai de Baixo”, é uma das atrizes mais completas que temos.


EVA WILMA


Talvez a primeira grande estrela da tevê. Já fazia sucesso nos anos 50 ao lado de John Herbert em “Alô Doçura”, uma das primeiras sitcons brasileiras. Foi estrelíssima na Tupi, principalmente nas novelas de Ivani Ribeiro como “A barba Azul”, “A viagem” e “Mulheres de Areia”. A partir dos anos 80, viveu papéis de destaque na Rede Globo em novelas como “Ciranda de Pedra” (1981), “Elas por elas” (1982) e “Roda de Fogo” (1986). A endiabrada Altiva de “A indomada” (1996) é um de seus papéis mais marcantes, diametralmente oposto à equilibrada médica Marta no seriado “Mulher” (1998). Um de meus personagens favoritos é a submissa Hilda de “Pedra sobre Pedra” (1992). A cena em que ela toca piano para “acalmar” a lua para tentar impedir que Sérgio Cabeleira (Osmar Prado) seja levado por ela é das mais bonitas, emocionantes e delicadas que já vi. Mais uma atriz de múltiplos recursos, que vai dos tipos mais introvertidos às mulheres mais loucas e exageradas. Uma grande estrela que se transformou em grande dama.

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Quais são suas favoritas?

Leia também: 

Série Memória Afetiva: 10 divas televisivas.


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