Ø UMA NOVELA ENCANTADA
Expectativas nem sempre são positivas, pois muitas vezes espera-se muito de uma atração e nos frustramos rapidamente. No entanto, a enorme expectativa que se criou em torno da estreia de “Cordel Encantado”, novela da dupla Duca Rachid e Thelma Guedes se confirmou completamente após a estreia. A inusitada mistura de cangaço com realeza também gerou algum frisson e também nos deixou com a sensação de que as autoras estariam arriscando alto. Porém, pelo que se comprovou nesses primeiros capítulos, o risco foi totalmente calculado. Os dois temas não são novidade em teledramaturgia, bem como a alusão a fábulas como “A bela adormecida”, “Rapunzel”, tramas como o mascate que tem três mulheres (impossível não se lembrar do genial Ney Latorraca e seu Quequé de “Rabo de Saia”) ou cidades com tipos pitorescos e incomuns. Sim, tudo isso já foi mostrado, contado e recontado. Mas juntar todos esses elementos em uma mesma novela, em perfeita harmonia, fazendo todo o sentido, isso sim, é altamente criativo e genial.
O humor da novela é extremamente popular, mas não menospreza a inteligência do espectador, com explicações em demasia ou o uso de expedientes surrados e forçados pra fazer rir. O que o público tem visto é uma novela leve, agradável, divertida e apaixonante. A audiência ascendente comprova isso. O elenco é um show à parte. Seria injusto destacar alguém, mas seria igualmente injusto não mencionar que, quando Debora Bloch e Zezé Polessa entram em cena, o espectador se deleita. Também é um prazer rever ótimos atores bissextos na telinha como Ana Cecília e Enrique Diaz. Domingos Montagner, que conheci em “Mothern”, é uma ótima revelação. Enfim, tudo lindo: direção, trilha sonora, figurinos, cenografia. Com um apuro técnico e visual incomum, me arrisco dizer que “Cordel Encantado” é a mais feliz empreitada televisiva do primeiro semestre do ano. De dar orgulho! Parabéns a todos!
Ø DIVÃ: JÁ VIREI FREGUÊS
Entre as séries lançadas, minha favorita é “Divã”, com roteiro de Marcelo Saback, com direção de José Alvarenga Júnior. A crítica que Ivan Gomes fez para a série é irrepreensível (para ler, clique aqui), por isso nem vou me estender muito, mas apenas destacar que, apesar de não ser novidade, não tem como não se deixar conquistar pelo deslumbre que é a atuação de Lília Cabral, pela direção dinâmica e pelo texto que nos faz rir de maneira espontânea e também nos emociona na mesma proporção. E cá pra nós: estava mais do que na hora de Lília Cabral protagonizar uma trama televisiva. E com a chegada de “Fina Estampa”, constatamos que finalmente descobriram que, além de atriz excepcional, Lília também é uma estrela de primeira grandeza. Imperdível.
Ø ENQUANTO ISSO, NO “VIVA”...
A reestreia de “Vamp” vem corroborar a sensação que tivemos com “Vale Tudo”. Ao contrário do que se pensava, as novelas mais antigas (pelo menos as que datam da década de 80) eram bem mais dinâmicas do que as de hoje em dia. As coisas não demoravam a acontecer e as cenas proporcionavam uma maior progressão na trama. Claro que capítulos e duração mais curta contribuem para isso. E a julgar pela repercussão no Twitter (sim, a exemplo de “Vale Tudo”, “Vamp” também tem mobilizado uma legião de internautas comentando a novela simultaneamente à sua exibição), não sei se procede essa tese defendida pelo “Vale a pena ver de novo” de que novelas mais antigas espantariam a audiência por conta do ritmo e da qualidade técnica. Digo isso porque os twitteiros que comentam as novelas, que estão sempre entre os tópicos mais comentados, não são apenas de noveleiros saudosos, mas de jovens que nunca tinham assistido antes. Enfim, para refletir...
Ø E VEM AÍ...O ASTRO!
Claro que, dessa estreia prevista para julho, sou suspeitíssimo pra falar. Mas deixo aqui o link com reportagem e vídeo de apresentação da minissérie. Confesso que, quando assisti, fiquei arrepiado! Espero que curtam:
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Bom feriadão e inté a próxima, queridos!