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quinta-feira, 1 de dezembro de 2011

Melão Express: Rapidinhas, mas saborosas – ed. 17


Ø  A VIDA DA GENTE: “UMA AUTÊNTICA NOVELA DAS OITO”


Já com um certo atraso, venho render todos os elogios à Licia Manzo, Marcos Bernstein e toda a equipe de roteiristas pelo maravilhoso texto de “A vida da gente”. É um alívio constatar que o horário das seis, cujas tramas costumam ser bastante infantilizadas em virtude do público flutuante e variado do horário, também pode contar com uma trama séria e adulta. Um autêntico novelão, digno de horário nobre, com direção sensível de Jayme Monjardim e brilhantes atuações do jovem trio de protagonistas, sobretudo Rafael Cardoso, uma grata surpresa. Não posso deixar de mencionar a arrasadora atuação de Ana Beatriz Nogueira, visceral e entregue à loucura de sua personagem Eva. Nicete Bruno, Maria Eduarda, Stenio Garcia e Gisele Fróes também brilham intensamente. Os entrechos dramáticos não são nada óbvios e a autora sempre foge dos clichês, construindo personagens críveis e consistentes. Quem disse que não se pode fazer melodrama e ser surpreendente ao mesmo tempo? Nasce uma novelista de mão cheia. Parabéns, Lícia!

Ø  “AQUELE BEIJO” E “FINA ESTAMPA” CONFIRMAM O ATUAL BOM MOMENTO DA TELEDRAMATURGIA.


Além de “A vida da gente”, garantia de qualidade na atual safra de novelas globais, as outras duas representantes também garantem bons momentos. Em “Aquele beijo”, Miguel Falabella consegue se manter absolutamente fiel ao seu estilo kitsch, com humor altamente irônico e inteligente, mas não deixando de lado o tradicional romantismo, indispensável a qualquer folhetim. Sua narração, além de extremamente simpática, é inteligente e nunca nos descreve o óbvio.  A trama é redondinha e o elenco está super à vontade, já que seus personagens feitos sob medida permitem que sejam exploradas ao máximo suas potencialidades. E como é bom um texto de humor que não menospreza a inteligência do espectador. Garantia de diversão.


E apesar das críticas, “Fina Estampa” vem alcançando índices de audiência há muito tempo não vistos no horário. Qual o segredo? Tenho, pelo menos, três palpites: a trama da mãe coragem, que continua conquistando o espectador; a capacidade do autor Aguinaldo Silva de se comunicar com o público de maneira fácil e direta; e o enorme talento e carisma da camaleônica Lília Cabral, que em pouco tempo, já fez todo o país admirar e torcer por sua Griselda. Mais um gol de placa de Aguinaldo. “Fina Estampa” é, sem dúvida, um grande sucesso popular.

Ø  ENQUANTO ISSO, NAS REPRISES...


... também vamos muito bem com “Mulheres de Areia”, no “Vale a pena ver de novo”. A saga das gêmeas Ruth e Raquel, vividas magistralmente por Gloria Pires, mostra que não envelheceu e, apesar do entrecho rocambolesco, ainda tem fôlego para conquistar mais gerações de espectadores, graças à habilidade de Ivani Ribeiro em lidar com os ingredientes clássicos do folhetim como a questão da identidade e do duplo. A produção, de 1993 e o texto setentista apresentam alguns aspectos datados como o fato de Joel (Evandro Mesquita) ter vergonha de assumir o romance com Tonia (Andrea Beltrão) pelo fato dela falar palavrão (!) ou os comentários acerca do comportamento de Malu (Viviane Pasmanter), como por exemplo: “isso é que dá desobedecer”. No entanto, nada disso tira o brilho da novela, que ainda consegue prender o espectador para o capítulo seguinte. “Mulheres de Areia” é daquelas histórias atemporais que sempre agradam, não importa a época em que é exibida.


O mesmo não se pode dizer de “Vamp” (1991). Na minha adolescência fui um “vampmaníaco”. Acompanhei religiosamente, comprei todos os LP’s e também o álbum de figurinhas. “Vamp” foi uma verdadeira febre na época em que foi exibida pela primeira vez, afinal era a primeira vez que o humor besteirol e nonsense presente em “Armação Ilimitada” e “Tv Pirata” rompia os limites da tradicional telenovela. Personagens como Vlad (Ney Latorraca em estado de graça), Natasha (Claudia Ohana), Mary e Matoso (Patricia Travassos e Otavio Augusto) atingiram, na época, altos índices de popularidade e os efeitos especiais eram uma super novidade. Hoje em dia os efeitos são risíveis, a trama apresenta sérias fragilidades e o texto nem sempre bate um bolão. Tirando a curiosidade de rever atores novinhos em início de carreira como Fabio Assunção, Bel Kutner, Fernanda Rodrigues e o trio de atuais diretores Fred Mayrink, Amora Mautner e Pedro Vasconcellos, a trama não oferece grandes atrativos para o público atual e nem mesmo para o espectador daquela época. Confesso que recebi com grande entusiasmo quando o Viva anunciou a reprise, mas infelizmente “Vamp” envelheceu e, ao contrário de “Mulheres de Areia”, é uma novela datada.


Já “Labirinto”, deliciosa minissérie de 1998 de Gilberto Braga, mesmo em menor escala, herdou alguns espectadores que acompanhavam as tramas de “Vale Tudo” e “O astro” pelo twitter e garante a diversão do final de noite. O texto afiado e as ótimas atuações do elenco feminino (Malu Mader, Betty Faria, Alice Borges e Isabela Garcia, principalmente) são motivos de elogios constantes dos twitteiros. Mas o que chama mais atenção é que, nos tempos caretas de hoje, a minissérie soa absolutamente ousada com cenas quentíssima de sexo e palavrões o tempo todo. E pensar que muitos adolescentes consideravam o remake de “O astro” pesado demais. Esses moços, pobres moços...

Ø  THALITA CARAUTA: REVELAÇÃO DO ANO


Por fim, não posso deixar de dar meus efusivos parabéns à minha querida amiga Thalita Carauta pelo merecidíssimo prêmio de “Revelação Feminina do ano” pelo Jornal Extra. Pra mim, soa até meio absurdo considerar Thalita uma revelação, uma vez que seu talento já pode ser comprovado há anos nos palcos e nas telas. Mas sua Janete, juntamente com a hilariante Valéria de Rodrigo Sant’anna conseguiu o feito de se tornar uma unanimidade no ultrapopular “Zorra Total” que, pela primeira vez, consegue alcançar todas as classes sociais. O grande público está reconhecendo o enorme talento de Thalita, mas encho feliz a boca para dizer aos quatro ventos: EU JÁ SABIA! Parabéns, Thalita, você merece. Isso é só o começo!
  

segunda-feira, 12 de setembro de 2011

Blogueiro convidado: Ivan Gomes reverencia Ivani Ribeiro


Hoje está de volta às telinhas um avassalador sucesso: “Mulheres de Areia”, remake da lendária Ivani Ribeiro, que a Rede Globo exibiu originalmente em 1993. Para relembrar os principais momentos da carreira da autora, o melão convocou um de seus maiores fãs. Ivan Gomes abre seu baú de lembranças e divide conosco os momentos favoritos da obra da autora. Além de nos proporcionar um texto ricamente informativo sobre a trajetória televisiva de Ivani, ele também nos brinda com sua emoção em falar de novelas que lhe são tão preciosas. O melão orgulhosamente estende o tapete vermelho para uma de nossas mais criativas e cativantes novelistas: Ivani Ribeiro.


Ivani Ribeiro: Artesã de emoções
por Ivan Gomes


É com muita alegria e emoção que escrevo sobre minha autora favorita de todos os tempos: Ivani Ribeiro. Sempre me identifiquei com suas histórias leves , simples mas envolventes.

Meu primeiro contato com o trabalho de Ivani foi em sua estreia na TV Globo com FINAL FELIZ (1982). Nesta novela, eu conheci os tipos e perfis de personagens que a autora sabia tão bem criar e manipular como, por exemplo, o casal que se antipatiza no início da história, mas se descobre perdidamente apaixonado, recorrente em várias tramas suas.


Ivani foi a autora que mais escreveu novelas para televisão. Estudando sua obra e lendo suas sinopses, me deparei com várias histórias que gostaria de ter visto e que minha idade não permitiu, como por exemplo OS FANTOCHES (TV Excelsior, 1967) e AS BRUXAS (TV Tupi, 1970). Ivani também foi pioneira, ao abrasileirar as primeiras telenovelas diárias da televisão brasileira, alterando finais de originais importados. Nota-se também, analisando seu trabalho, a imensa variedade de temas. Ivani sabia como ninguém manipular seus típicos personagens e arquétipos em tramas diferentes entre si, o que não deixava no telespectador a sensação de estar sempre vendo a mesma novela.


Na TV Globo, apenas FINAL FELIZ, foi uma novela inédita. Graças ao resgate, com nova roupagem de tramas antigas suas, pude conhecer histórias como CAMOMILA E BEM ME QUER (Tv Tupi, 1972) que virou AMOR COM AMOR SE PAGA (1984) e deixou pro memorial de grandes personagens da dramaturgia brasileira o avarento NONÔ CORREIA vivido por Ary Fontoura e até hoje sinônimo de pão-durismo.

Em 1985, estreia A GATA COMEU (remake de A BARBA AZUL da TV Tupi de 1974), a minha novela do coração! Me apaixonei e sofri junto com a Jô Penteado (magnificamente interpretada por Christiane Torloni) na sua luta, desesperada e maluca para conquistar o Professor Fábio (Nuno Leal Maia); odiei  a vilã Glaucia (muito bem interpretada por Bia Seidl), ria com Tetê e Gugu (Marilu Bueno e Cláudio Correa e Castro) torcia pelos casais Baby e Zé Mário (Mayara Magri e Elcio Romar) e Lenita e Edson (Deborah Evelyn e José Mayer) e ansiava por ver descobertas as mentiras do Seu Oscar (Luiz Carlos Arutim). Foram muitos os personagens marcantes dessa novela, que se tornou cultuada por toda uma geração.



Mais simples e ingênuas foram as novelas seguintes: HIPERTENSÃO, de 1986 e O SEXO DOS ANJOS (1989), também baseadas em antigos sucessos seus: NOSSA FILHA GABRIELA (TV Tupi, 1971) e O TERCEIRO PECADO (TV Excelsior, 1968), respectivamente.

A decada de 90 mostra que a ingenuidade das tramas de Ivani era só aparente: MULHERES DE AREIA em 1993 , remake da novela homônima  da Tupi de 1973 mixada com a trama de O ESPANTALHO de 1977, da TV Record, trouxe personagens fortes e cenas mais ousadas também, e que hoje nem podem não ao ar devido à Classificação Indicativa, como a cena em que o mau caráter, Vírgilio (Raul Cortez), assombrado pelos ataques do Espantalho, pede a Clarita (Susana Vieira) o mate para que ele possa se livrar desse tormento. Vamos conferir nessa reprise.



A VIAGEM (1994, remake da trama da Tupi de 1975) também tocou fundo no coração dos espectadores, é sem dúvida a melhor e mas bem feita novela com temática espírita.
Com mais uma grande e inesquecível atuação de Christiane Torloni, ao lado de Antonio Fagundes, Guilherme Fontes, Laura Cardoso, Claudio Cavalcanti e Lucinha Lins, está ultima responsável por uma das mais tocantes cenas de nossa dramaturgia, quando Estela ‘’sente’’ a morte de Dinah e Dr. Alberto recebe um telefonema confirmando o fato. Impossível não se emocionar.



Falecida no ano de 1995, Ivani ainda deixou o argumento de uma novela, que foi ao ar em 1996 com o nome de QUEM É VOCÊ, porém mal desenvolvida em seu início, conseguindo algum interesse, apenas quando o autor Lauro Cesar Muniz, assumiu o texto até então escrita por Solange Castro Neves.

Fica até hoje a saudade de tramas que emocionavam, divertiam,  nos faziam torcer,  sabiamente criadas pelo coração, pela criatividade e pelas mãos da artesã das emoções, histórias que até hoje povoam a minha imaginação e com certeza a de muita gente que como eu, teve o privilegio de poder acompanhar algumas, de seu vasto arsenal de histórias. À Ivani Ribeiro, todo meu respeito e meus aplausos!
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 Ivan Gomes é DJ, pesquisador musical, blogueiro e um dos noveleiros mais apaixonados e com o maior nível de conhecimento que conheço.

Leia também outro texto de Ivan publicado aqui no melão: 

Blogueiro convidado: Ivan Gomes fala de "Guerra dos Sexos"


E mais Ivan no melão:

A Urca de “A gata comeu”.

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quinta-feira, 17 de fevereiro de 2011

Série Memória Afetiva – 10 vilãs memoráveis - PARTE II – ANOS 90



Sim, já estou preparado para as pedradas. Por isso, nunca é demais esclarecer que este blog nunca teve a pretensão de, com suas listas, enumerar as maiores e melhores de acordo com o senso comum e sim, MINHAS MEMÓRIAS AFETIVAS. Portanto, sem essa de “falta essa” ou “falta aquela”, já que se trata de uma lista estritamente subjetiva e pessoal.

Dito isso, outra dificuldade: os anos 90 estão REPLETOS de grandes vilãs, portanto, ao enumerar apenas 10, inevitavelmente vou ser injusto com tantas outras, mas fazer o quê? Escolhas requerem sacrifício.

Portanto, não levem tão a sério. Vamos começar o desfile das malévolas que infernizaram meio mundo nos anos 90 (melhor grifar, porque teve gente que não leu direito o post das vilãs dos anos 80 e me cobraram a ausência de vilãs de outras épocas):

10) MARY MATOSO (Patricia Travassos), de “Vamp” (1991)

Vilãs cômicas, quando bem construídas, são o máximo. Aqui temos um dos exemplos mais bem-sucedidos da categoria. O texto inspiradíssimo de Calmon casou perfeitamente com uma Patrícia Travassos simplesmente infernal, deliciosa, na pele da terrível e engraçadíssima perua vampira. Aliás, todo o grupo de vilões dessa novela foi um show à parte e Mary, sensualíssima, torturando nossos ouvidos ao cantar “O amor e o poder” é simplesmente impagável. Diva total! Risadas inesquecíveis com essa personagem.


9) ISABELA FERRETO (Claudia Ohana), de “A próxima vítima” (1995)

 Sonsa, lasciva, ordinária e extremamente cruel, a terrível vilã fez escola com as tias megeras, Francesca (Teresa Rachel) e Filomena (Aracy Balabanian), (aqui mencionadas honrosamente, porque arrasaram também) e passou a perna nas duas. Uma das mais dissimuladas vilãs de todos os tempos, ela usava sua falsa candura para enganar as mulheres e sua sensualidade à flor da pele para seduzir os homens. Tá certo que ela sofreu: levou uma surra do noivo às portas do casamento, teve o rosto retalhado pelo amante e terminou vendo o sol nascer quadrado. Mas essa devoradora de homens aprontou bastante, inclusive cometendo assassinatos e, por isso, conquista essa honrosa oitava posição.



8) MARIA ALTIVA (Eva Wilma), de “A Indomada” (1997)


“Oxente, my god!”. Quem não se lembra desses e de outros bordões anglo-nordestinos proferidos pela diabólica beata que infernizava a vida dos moradores de Greenville? Uma personagem extremamente caricata que só podia dar certo se fosse vivida por uma grande atriz. E Eva Wilma deitou e rolou com o inspiradíssimo texto de Aguinaldo Silva, Ricardo Linhares e equipe. Se atirou de cabeça na maravilhosa brincadeira e foi over, over, over, sem medo de ser feliz. E ao melhor estilo do realismo fantástico, mesmo depois de morrer queimada, ainda aparece no céu gargalhando e ameaçando a população com um antológico “I’ll be back!!!”. Pois aqui no melão, Altiva pode voltar o quanto quiser.


7) IDALINA (Nathalia Thimberg), de “Força de um desejo” (1999)

 Que atriz fantástica é Nathalia Thimberg. Consegue tanto despertar nosso afeto e simpatia com a doce e frágil Celina de “Vale Tudo”, quando nosso ódio eterno como a terrível Idalina ou Constância Eugênia, que figura na lista de menções honrosas. No folhetim de Gilberto Braga e Alcides Nogueira, Idalina não dava descanso à cortesã Ester (Malu Mader) e armava as piores vilanias para se dar bem. Interesseira, mesquinha, moralista, Idalina era capaz de tudo por um punhado de vinténs, mesmo que isso significasse a infelicidade dos próprios netos. E o olhar de La Thimberg assustava pra valer. Um dos grandes destaques dessa deliciosa novela.


6) ISADORA VENTURINI (Silvia Pfeiffer), de “Meu bem meu mal” (1990)


Isadora é daquelas vilãs clássicas: bonita, charmosa, rica, elegante e implacável com seus oponentes. Talvez a inexperiência de Silvia Pfeiffer tenha sido um fator positivo, já que grande parte da graça de Isadora era a deliciosa canastrice de sua intérprete, que talvez não casaria tão bem com uma atriz que oferecesse uma construção mais realista da personagem da trama de Cassiano Gabus Mendes. O figurino de Isadora era um espetáculo à parte. Isadora era fria e calculista, mas sempre na maior elegância. Usou e abusou de Dom Lázaro (Lima Duarte) antes dele se recuperar do derrame e preferir melão, chegando ao ponto de tentar mata-lo asfixiado com um travesseiro. Só sucumbiu por causa do amor que sentia por Ricardo (José Mayer), que foi absolvido pelo autor no final da trama. À Isadora restou a presidência da Ventutini Designers e uma solidão de rasgar o coração em um dos melhores finais de novela de todos os tempos.

5) TEODORA (Debora Bloch), de “Salsa e Merengue” (1996)

 Um verdadeiro show! O que dizer? As maldades dessa vilã mais arrancavam gargalhadas do que ira por parte do público. Teodora era deliciosa, uma festa, com tiradas fantásticas que partiam das geniais mentes de Maria Carmem Barbosa e Miguel Falabella e incorporadas com perfeição por Debora Bloch. Politicamente incorretíssima, Teodora tinha uma empregada a quem chamava de Sexta-feira, humilhava os pobres e chamava sua rival Madalena, vivida por Patricia França, de aborígene, por esta ser de origem humilde. O fato é que o sucesso de Teodora junto ao público foi tanto que no final, acabou vencendo a mocinha e arrematando o mocinho Eugênio (Marcelo Antony), com quem viveu feliz para sempre, junto de seus gêmeos afrodescendentes, já que a inseminação artificial com a intenção de conceber crianças loiras que se parecessem com Eugênio não saiu como o planejado. O fato é que, cada capítulo de “Salsa e Merengue” era aguardado, em grande parte, por causa do ótimo texto e das ótimas tiradas de Teodora. Debora Bloch faturou o Troféu Imprensa de melhor atriz daquele ano e a novela, infelizmente, nunca teve uma reprise. Torçamos para que o Viva repare essa falha, pois o público merece rever Teodora.


4) RAQUEL (Glória Pires), de “Mulheres de Areia” (1993)


Gloria Pires já tinha feito misérias como Maria de Fátima em “Vale Tudo” e já não precisava provar pra ninguém sua enorme potencialidade. Mas na trama de Ivani Ribeiro, ela se superou, pois conseguiu a proeza de criar quatro tipos diferentes: Ruth, Raquel, Ruth fingindo ser Raquel e Raquel fingindo ser Ruth. E sem o menor sinal de caricatura, o público percebia perfeitamente quem era quem, graças a um magnífico trabalho cheio de sutilezas e nuances. Que atire a primeira pedra quem nunca se divertiu quando a malvada Raquel destruía as esculturas de areia de Tonho da Lua (Marcos Frota). Mais um golaço de Gloria e um trabalho digno de figurar na galeria dos maiores de todos os tempos.


3) BRANCA LETÍCIA DE BARROS MOTTA (Susana Vieira), de “Por amor” (1997) 

 Branca podia ser falsa, maldosa, cruel, traiçoeira, preconceituosa, mas uma coisa ninguém nega: era uma delícia estar na companhia dela. Talvez a mais sarcástica de todas as vilãs, Branca tinha uma tirada inteligente para cada situação e, muitas vezes, era dolorosamente sincera ao confessar a falta de sentimento pelo marido Arnaldo (Carlos Eduardo Dolabella) e pelo filho Leonardo (Murilo Benício). O fato é que Branca protagonizou grandes e memoráveis barracos, seja com a filha Milena (Carolina Ferraz), seja com a rival Isabel (Cassia Kiss), este com direito a tapas, empurrões, tesouradas e quedas em escadaria. Um grande trabalho de Susana Vieira para se rever e aplaudir sempre.

2) VIOLANTE (Drica Moraes), de “Xica da Silva” (1996)


Que Drica Moraes era uma fera do humor, ninguém duvidava. Mas na pele de Violante em “Xica da Silva” provou que é uma das maiores e mais versáteis atrizes de sua geração. Em uma novela de tom quase operístico, de personagens grandiloquentes e caricatos, a começar pela protagonista, Drica, sem alterar o tom da voz, mostrou toda sua intensidade dramática com a ressentida e cruel Violante, um trabalho magnífico, muitas vezes tendo o olhar como ponto alto. O olhar fulminante de Violante e sua voz sussurrante causavam arrepios por todo o Arraial do Tijuco. Sua aparente fleuma ocultava uma crueldade sem limites e uma vontade ferrenha de destruir Xica (Taís Araújo) para ficar com o contratador João Fernandes (Victor Wagner), sua grande paixão. Os embates entre Xica e Violante eram memoráveis e Violante não poupava Xica de apelidos jocosos como Sinhá Macaca. A novela da extinta Manchete foi antológica, em grande parte, por conter uma grande vilã e uma atriz talentosíssima dando vida a ela.

1) LAURINHA FIGUEROA (Glória Menezes), de “Rainha da Sucata” (1990)

 No início era apenas uma quatrocentona falida, que não perdia a pose e explorava a empregada. Mas a partir da convivência com a perua emergente Maria do Carmo (Regina Duarte), por quem tinha verdadeira repulsa, Laurinha foi se tornando cada vez mais cruel. Tomada de ciúmes do enteado Edu (Tony Ramos), com quem Maria do Carmo se casou e por quem nutria uma paixonite, Laurinha chegou ao cúmulo de matar lenta e dolorosamente o diabético marido Betinho (Paulo Gracindo), dono do antológico bordão “Coisas de Laurinha”, com doses diárias de glicose no lugar de insulina. Num ato de desespero, para incriminar a sucateira ordinária Maria do Carmo, como ela mesma chamava, se atirou do alto de um prédio em plena Avenida Paulista, numa das sequências de morte mais famosas de toda a teledramaturgia. Os duelos de Laurinha com a sucateira são inesquecíveis e a personagem é, de longe, minha preferida de Glória Menezes, que a compôs com classe, elegância e também com uma intensidade incrível. Glória se jogou na personagem e quem ganhou foi o público.



MENÇÕES HONROSAS:

ü  CONSTÂNCIA EUGÊNIA (Nathália Thimberg) e Karen (Maria Padilha), de “O dono do mundo” (1991)
ü  ADRIANA (Cristiana Oliveira), TIA RUTH (Laura Cardoso) e GILDA (Ariclê Perez) em “Salsa e Merengue” (1996)
ü  ÂNGELA VIDAL (Claudia Raia) e SANDRINHA (Adriana Esteves), de “Torre de Babel” (1998)
ü  PAULA (Alessandra Negrini), de “Anjo Mau” (1997)
ü  MARIA REGINA (Letícia Spiller), de “Suave Veneno” (1999)
ü  LEONOR (Betty Faria), de “Labirinto” (1998)
ü  SALUSTIANA (Joana Fomm), de “Fera Ferida” (1993)
ü  ÚRSULA (Nicette Bruno), de “O amor está no ar” (1997)
ü  BRUNA (Andrea Beltrão), de “Era uma vez” (1998)
ü  ELVIRA (Marieta Severo), de “Deus nos acuda” (1992)
ü  CUSTÓDIA (Marilia Pera), de “Meu bem querer” (1998)
ü  DEBORA (Viviane Pasmanter), de “Felicidade” (1991)


Esqueci de alguém? E as favoritas de vocês? O melão quer saber!!!

Quer lembrar da lista das vilãs do anos 80? Acesse o link http://euprefiromelao.blogspot.com/2011/01/serie-memoria-afetiva-10-vilas.html

sábado, 1 de maio de 2010

Leitores elegem novo banner do melão


A disputa foi acirrada, mas por 8 votos de diferença, o novo banner do melão criado por Felipe Ribeiro é o que homenageia duas grandes novelas: Mulheres de areia, de Ivani Ribeiro e A próxima vítima, de Silvio de Abreu. Eis o resultado final:

Vamp / Ciranda de Pedra                     - 50 votos (46%)
Mulheres de areia / A próxima vítima - 58 votos (54%)

Agradeço a todos que votaram e até a próxima enquete!


Prefira também: