sexta-feira, 25 de fevereiro de 2011

Love is in the air...



BLOGUEIRO CONVIDADO: Duh Secco relembra “O amor está no ar”

Mais um jovem e promissor talento dando o ar da graça no melão! E esse, além de tantos predicados, é um amigo mais que querido e uma das pessoas mais doces e gentis que conheço. Roteirista de mão cheia, Duh Secco, do alto dos seus 23 anos, já estreou profissionalmente com a minissérie “A estreia”, escrita para o Canal Casablanca, disponível em http://www.canalcasablanca.com.br/  . Nesse momento, Duh prepara um novo trabalho para o mesmo canal. Desejamos a ele ainda mais sucesso.
E junto com o inegável talento pra escrita, Duh possui uma outra qualidade, infelizmente rara entre os roteiristas: paixão por telenovela. Além de escrever, Duh é um telespectador apaixonado, com uma memória prodigiosa. Em seu currículo também consta a vitória no “Video Game”, apresentado por Angélica para o “Video Show”. Claro que um talento desse não ia passar incólume pelo melão, que o convocou a escrever um texto relembrando a simpática novela “O amor está no ar”, de 1997, do Mestre Alcides Nogueira, muso absoluto deste blog. Duh divide conosco suas lembranças e sua análise perspicaz dessa novela que é lembrada com carinho por muita gente. Com a palavra, o queridão Duh Secco!

O amor está no ar – por Duh Secco



Março de 1997. A TV Globo anunciava em suas chamadas, “a próxima estreia das seis”. Curioso. Nunca havia visto uma novela ser anunciada desta forma. A chamada da novela ainda incluía cenas de jet-sky, helicópteros, ultra-leves, acidentes de automóvel. Nada familiar ao horário. No domingo, 30, li o resumo da nova novela no jornal. Adorei e, por isso, resolvi assistir. Na segunda, 31, lá estava eu, de frente a televisão, com relógio marcando 18h, assistindo, completamente envolvido, a tal “estreia das seis”: O Amor Está no Ar.



Novela de Alcides Nogueira, dirigida por Ignácio Coqueiro sob o núcleo de Wolf Maya, O Amor Está no Ar contava a história de Sofia Schnaider (Betty Lago), mulher que vive em conflito com a filha Luiza (em ótima estreia como protagonista de Natália Lage). Tal conflito já era vendido no primeiro capítulo. Incomodada com o excesso de trabalho da mãe e com uma possível traição da mesma ao seu pai, Victor (Wolf Maya), Luiza posiciona sua moto no heliporto destinado ao pouso do helicóptero pilotado por Sofia, fazendo com que esta colida contra o prédio da empresa de turismo da família, a Estrela Dourada. O acidente sem maiores conseqüências já vendia a ideia central da novela logo no primeiro momento. Eu comprei tal ideia! E acompanhei o desenrolar do conflito entre mãe e filha, acentuado após um desastre automobilístico que vitima Victor. Viúva, a empresária se vê envolvida por Léo (Rodrigo Santoro), piloto de sua empresa e namorado de sua filha, a quem conheceu logo após acudi-la, quando Luiza sofre um desmaio ao ver uma estranha luz, que ela acredita ser emanada por seres de outros planetas.



Pronto! Estava justificado o título. O amor estava no ar porque extraterrestres rondavam o céu da fictícia Ouro Velho. Nada mais atual, numa época em que só se falava no ET de Varginha e outras criaturas estranhas. Eu estava na quarta série. 10 anos de idade. E no colégio, o comentário não era outro senão o ET da novela das seis. Já nas ruas, ouvia muita gente falando mal da trama. Quem era capaz de acreditar naquela história, sobre seres de outros planetas? A imprensa ajudava: “Novela das seis traz ET para levantar a audiência”. E eu pensando: “O que é audiência? O que isto vai mudar na novela?”.

Não mudou nada. Absolutamente nada. Eu continuei apaixonado por O Amor Está no Ar. Comprei a trilha nacional em fita K7. Confesso que a contragosto, porque eu queria mesmo era a trilha de Zazá (por conta da música do Skank). Mas minha mãe insistiu: “Leva a da novela do ET”. Depois adquiri a internacional, com as ótimas Due Ennamorati Come Noi (Laura Pausini) e The Same Moon (Phil Collins). Mas a nacional é melhor, sem dúvida. Destaque pra Não Identificado (Fênix), Amor Meu Grande Amor (Barão Vermelho), Abre Coração (Cheiro de Amor), Todo Amor Que Houver Nessa Vida (Cássia Eller), Sempre Junto de Você (Wander Taffo), Vai e Vem (Par ou Ímpar, que embalava as vinhetas de intervalo) e Exagerado, em versão remixada, com o brilhante Cazuza, tema da hilária Cuca Chicotada (Georgiana Góes).

Vibrava com cada barraco da ótima Cuca, minha personagem preferida, a princípio apaixonada por Léo e depois envolvida por Vicente (Tuca Andrada). Se minha memória não falha, Cuca e Vicente acreditavam ser irmãos, já que a mãe dele, Úrsula (Nicette Bruno), grande vilã da história, havia se envolvido com Guima (Nuno Leal Maia), pai dela, no passado. Era estranho ver Nuno Leal Maia ser disputado por duas atrizes mais velhas, como Nicette e Lady Francisco, como a ótima Candê, sua esposa oficial. Um deslize de escalação que não chegou a comprometer.



Se no triângulo amoroso, Nicette destoava, o mesmo não se pode dizer de seus momentos de vilania, quando mancomunava ao lado do genro Alberto (Luís Melo) os mais diversos planos para retirar Sofia do comando dos negócios de seu filho, Victor. Úrsula e Alberto contavam com uma poderosa aliada, Júlia (Natália do Vale), irmã de Sofia e grande paixão de Alberto, também obstinada em retirar a viúva do posto de presidente da empresa. Júlia e Alberto confabulavam ao mesmo tempo em que se deixavam levar por uma paixão avassaladora, que o levava a trair sua esposa, a abnegada Milica (Suzana Gonçalves), que, mesmo com o apoio dos filhos, Rodrigo (Thierry Figueira) e Camila (Ana Paula Tabalipa, recém saída de Malhação), não encontrava forças para pedir a separação.

Rodrigo e Camila eram dois integrantes do núcleo jovem da trama, que incluía ainda a invejosa Beatriz (Micaela Góes), irmã de Luiza, e Ivan (Marcelo Faria), trapezista do circo mantido com inúmeras dificuldades por Guima, em uma das paralelas mais interessantes da trama. Outra trama alheia a central totalmente envolvente era a do rabino David (Caco Ciocler), apaixonado por Flora (Isabela Garcia), mas fugindo da menina por já estar prometido a outra mulher. O que David sequer imaginava era que sua prometida era Flora. Bacana também era a relação do casal Filipe (Tato Gabus), irmão de Sofia e Júlia, e Matilde (Cláudia Lyra), que inauguram um restaurante em Ouro Velho.

A festa de inauguração do tal restaurante foi palco de uma das muitas rebeldias de Luiza, que a certa altura da trama, acaba abduzida por um extraterrestre. As cenas em que ela era mantida em outra dimensão me causavam arrepios. Enquanto Luiza era mantida em sono profundo, o ET em questão, vivido por Eriberto Leão, a admirava. Nesse meio tempo, aqui na Terra, Sofia e Léo se entregam a paixão, e seguem com uma busca desesperada pelo paradeiro de Luiza, que retorna a Ouro Velho e passa a ser tratada como louca, ao revelar ter mantido contato com seres de outro planeta. O dilema da mocinha aumenta quando ela se vê diante do tal ET, na fazenda de sua avó, agora atendendo pelo nome de João e sendo responsável pelo cuidado dos animais de Úrsula. Luiza realmente esteve em outro planeta? Tudo não passou de ilusão? João é um ET ou ela está confundindo o rapaz? Tantas dúvidas que assolam a cabeça da menina e a aproximam mais uma vez de Léo, enquanto Sofia se envolve com o novo morador da cidade, Pedro Olímpio (Oscar Magrini).

Ao final, a grande revelação: João era mesmo um ser de outro planeta, responsável por estranhos acontecimentos ocorridos em Ouro Velho. O ET se despede de Luiza e parte. A moça, por sua vez, fica com Léo. Não sei bem se foi no último capítulo, mas os dois se beijam num cruzeiro lindo onde Luiza mantinha contato com seres de outros planetas, enquanto uma intensa luz brilha no céu. E tudo se acerta na vida de Sofia e Pedro Olímpio. O amor estava mais no ar do que nunca! E eu, mais certo de que, não importa a audiência, os fatores externos, os comentários na imprensa... Novela boa a gente sempre guarda no coração.
                                                                                                                                    

terça-feira, 22 de fevereiro de 2011

Muito além de Sassá Mutema


Relações familiares e amorosas também foram abordadas com bastante competência e sensibilidade em “O salvador Da Pátria” (1989).


Marina e João: paixão avassaladora
Quando se fala de “O salvador da pátria”, novela de Lauro Cesar Muniz, escrita com Alcides Nogueira e Ana Maria Moretsohn (que emendou este trabalho  com "Tieta"), com direção geral de Paulo Ubiratan, a lembrança que vem à tona é a trajetória do simplório boia-fria e sua impressionante escalada, de analfabeto à prefeito de Tangará (e, por um triz, presidente do Brasil). Usado como massa de manobra pelos políticos locais, Sassá Mutema (Lima Duarte, magistral) ganhou popularidade e o amor da doce professorinha Clotilde (Maitê Proença), por quem nutria um amor platônico desde o início da trama. No entanto, há outros aspectos da novela pouquíssimo lembrados, mas que também merecem destaque.

Apesar da forte temática política, Lauro César Muniz também abordou com extrema competência as complexas relações amorosas e familiares dos personagens, sobretudo das famílias dos dois poderosos da cidade e inimigos políticos: Severo Blanco (Francisco Cuoco) e Marina Cintra (Betty Faria). O entrecho criado por Lauro tinha tudo pra cair no clichê: o filho de Severo, Sérgio (Maurício Mattar) apaixona-se por Camila (Mayara Magri), filha de Marina. Mas o que poderia ser mais um insosso “Romeu e Julieta” tornou-se algo interessantíssimo, já que os personagens estavam longe de serem rasos. Eram complexos, falhos, logo, humanos.


 Camila não era uma tradicional mocinha inocente. Pelo contrário, liberadíssima sexualmente, a moça teve vários romances no decorrer da trama, inclusive chegando a confessar à mãe que gostava dessa vida, quando esta lhe pediu satisfações por ter passado três noites fora de casa na companhia de três homens diferentes. Marina conversava sobre sexo abertamente com as filhas Camila e Alice (Suzy Rego), que também tinha uma atribulada vida amorosa. As duas chegaram, inclusive a dar em cima de João/Miro (José Wilker), pretendente da mãe.

Sérgio também não era nenhum santo. Casado com Sílvia (Alexandra Marzo), ele hesitou bastante em abandoná-la para assumir seu amor por Camila. Severo tinha um caso extraconjugal com Marlene (Tássia Camargo) e a relação dos dois era sabida e tolerada por Gilda (Susana Vieira), esposa de Severo. Mas a filha do casal Rafaela (Narjara Turetta, em ótimo momento), com fixação pelo pai e inconformada com a hipocrisia da família, fez de tudo para desmascará-lo. Reprimida sexualmente, Rafaela se casa com Régis (Eduardo Galvão) e tem muitas dificuldades de se entregar a ele. Sequelas do casamento dos pais em uma trama muitíssimo bem construída pelo autor. 

Marina (Betty Faria)  e Lauro (Cecil Thiré) : relação franca

Marina, por sua vez, tinha um relacionamento com Lauro (Cecil Thiré). E em uma das cenas mais ousadas que já assisti, impossível para os caretíssimos dias de hoje, Marina confessa ao amante que fingiu prazer em todas as relações sexuais e que jamais chegara ao orgasmo com ele. Sem sensacionalismo ou apelação, a cena foi delicada e verossímil. Mais tarde, ao se envolver com o misterioso João, Marina, enfim, encontrava o prazer. Interessante que Betty Faria emendou essa novela com “Tieta”, que foi um verdadeiro furacão, mas as personagens eram muitíssimo diferentes. Marina era uma viúva de maia idade, ainda bela, mas com uma sensualidade contida que em nada lembra a esfuziante cabrita do Agreste. Betty soube construir uma Marina com nuances e sutilezas. Uma mulher dura que aos poucos ia redescobrindo o prazer e o amor nos braços de João.



Conhecido por suas tramas essencialmente masculinas, Lauro César Muniz mostrou ser ótimo conhecedor do universo feminino através dos anseios de Marina, Camila, Gilda, Rafaela e Alice e construiu diálogos primorosos, junto com Alcides e Ana Maria, colaboradores da novela na época, distantes de qualquer esquematismo ou maniqueísmo, onde tudo era dito às claras, sem didatismo nenhum, de maneira bastante natural. Os personagens da novela eram riquíssimos de qualidades e defeitos, longe de estereótipos e da tão manjada polaridade “bem contra o mal” que assola as novelas mais recentes.

Enfim, que Lima Duarte deu um show à parte com Sassá Mutema ninguém contesta. Mas é importante que “O salvador da Pátria” também seja lembrada como uma novela ousada, que abordava as relações amorosas e familiares de maneira crítica e consistente, moderna para a época e praticamente impossível para os dias de hoje com a constante patrulha moralista que ronda nossa teledramaturgia. Que o Canal Viva se lembre de reprisar essa novela, que merece ser vista pelo telespectador atual. 

Francisco Cuoco e Susana Vieira: o mulherengo Severo e a submissa Gilda.

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quinta-feira, 17 de fevereiro de 2011

Série Memória Afetiva – 10 vilãs memoráveis - PARTE II – ANOS 90



Sim, já estou preparado para as pedradas. Por isso, nunca é demais esclarecer que este blog nunca teve a pretensão de, com suas listas, enumerar as maiores e melhores de acordo com o senso comum e sim, MINHAS MEMÓRIAS AFETIVAS. Portanto, sem essa de “falta essa” ou “falta aquela”, já que se trata de uma lista estritamente subjetiva e pessoal.

Dito isso, outra dificuldade: os anos 90 estão REPLETOS de grandes vilãs, portanto, ao enumerar apenas 10, inevitavelmente vou ser injusto com tantas outras, mas fazer o quê? Escolhas requerem sacrifício.

Portanto, não levem tão a sério. Vamos começar o desfile das malévolas que infernizaram meio mundo nos anos 90 (melhor grifar, porque teve gente que não leu direito o post das vilãs dos anos 80 e me cobraram a ausência de vilãs de outras épocas):

10) MARY MATOSO (Patricia Travassos), de “Vamp” (1991)

Vilãs cômicas, quando bem construídas, são o máximo. Aqui temos um dos exemplos mais bem-sucedidos da categoria. O texto inspiradíssimo de Calmon casou perfeitamente com uma Patrícia Travassos simplesmente infernal, deliciosa, na pele da terrível e engraçadíssima perua vampira. Aliás, todo o grupo de vilões dessa novela foi um show à parte e Mary, sensualíssima, torturando nossos ouvidos ao cantar “O amor e o poder” é simplesmente impagável. Diva total! Risadas inesquecíveis com essa personagem.


9) ISABELA FERRETO (Claudia Ohana), de “A próxima vítima” (1995)

 Sonsa, lasciva, ordinária e extremamente cruel, a terrível vilã fez escola com as tias megeras, Francesca (Teresa Rachel) e Filomena (Aracy Balabanian), (aqui mencionadas honrosamente, porque arrasaram também) e passou a perna nas duas. Uma das mais dissimuladas vilãs de todos os tempos, ela usava sua falsa candura para enganar as mulheres e sua sensualidade à flor da pele para seduzir os homens. Tá certo que ela sofreu: levou uma surra do noivo às portas do casamento, teve o rosto retalhado pelo amante e terminou vendo o sol nascer quadrado. Mas essa devoradora de homens aprontou bastante, inclusive cometendo assassinatos e, por isso, conquista essa honrosa oitava posição.



8) MARIA ALTIVA (Eva Wilma), de “A Indomada” (1997)


“Oxente, my god!”. Quem não se lembra desses e de outros bordões anglo-nordestinos proferidos pela diabólica beata que infernizava a vida dos moradores de Greenville? Uma personagem extremamente caricata que só podia dar certo se fosse vivida por uma grande atriz. E Eva Wilma deitou e rolou com o inspiradíssimo texto de Aguinaldo Silva, Ricardo Linhares e equipe. Se atirou de cabeça na maravilhosa brincadeira e foi over, over, over, sem medo de ser feliz. E ao melhor estilo do realismo fantástico, mesmo depois de morrer queimada, ainda aparece no céu gargalhando e ameaçando a população com um antológico “I’ll be back!!!”. Pois aqui no melão, Altiva pode voltar o quanto quiser.


7) IDALINA (Nathalia Thimberg), de “Força de um desejo” (1999)

 Que atriz fantástica é Nathalia Thimberg. Consegue tanto despertar nosso afeto e simpatia com a doce e frágil Celina de “Vale Tudo”, quando nosso ódio eterno como a terrível Idalina ou Constância Eugênia, que figura na lista de menções honrosas. No folhetim de Gilberto Braga e Alcides Nogueira, Idalina não dava descanso à cortesã Ester (Malu Mader) e armava as piores vilanias para se dar bem. Interesseira, mesquinha, moralista, Idalina era capaz de tudo por um punhado de vinténs, mesmo que isso significasse a infelicidade dos próprios netos. E o olhar de La Thimberg assustava pra valer. Um dos grandes destaques dessa deliciosa novela.


6) ISADORA VENTURINI (Silvia Pfeiffer), de “Meu bem meu mal” (1990)


Isadora é daquelas vilãs clássicas: bonita, charmosa, rica, elegante e implacável com seus oponentes. Talvez a inexperiência de Silvia Pfeiffer tenha sido um fator positivo, já que grande parte da graça de Isadora era a deliciosa canastrice de sua intérprete, que talvez não casaria tão bem com uma atriz que oferecesse uma construção mais realista da personagem da trama de Cassiano Gabus Mendes. O figurino de Isadora era um espetáculo à parte. Isadora era fria e calculista, mas sempre na maior elegância. Usou e abusou de Dom Lázaro (Lima Duarte) antes dele se recuperar do derrame e preferir melão, chegando ao ponto de tentar mata-lo asfixiado com um travesseiro. Só sucumbiu por causa do amor que sentia por Ricardo (José Mayer), que foi absolvido pelo autor no final da trama. À Isadora restou a presidência da Ventutini Designers e uma solidão de rasgar o coração em um dos melhores finais de novela de todos os tempos.

5) TEODORA (Debora Bloch), de “Salsa e Merengue” (1996)

 Um verdadeiro show! O que dizer? As maldades dessa vilã mais arrancavam gargalhadas do que ira por parte do público. Teodora era deliciosa, uma festa, com tiradas fantásticas que partiam das geniais mentes de Maria Carmem Barbosa e Miguel Falabella e incorporadas com perfeição por Debora Bloch. Politicamente incorretíssima, Teodora tinha uma empregada a quem chamava de Sexta-feira, humilhava os pobres e chamava sua rival Madalena, vivida por Patricia França, de aborígene, por esta ser de origem humilde. O fato é que o sucesso de Teodora junto ao público foi tanto que no final, acabou vencendo a mocinha e arrematando o mocinho Eugênio (Marcelo Antony), com quem viveu feliz para sempre, junto de seus gêmeos afrodescendentes, já que a inseminação artificial com a intenção de conceber crianças loiras que se parecessem com Eugênio não saiu como o planejado. O fato é que, cada capítulo de “Salsa e Merengue” era aguardado, em grande parte, por causa do ótimo texto e das ótimas tiradas de Teodora. Debora Bloch faturou o Troféu Imprensa de melhor atriz daquele ano e a novela, infelizmente, nunca teve uma reprise. Torçamos para que o Viva repare essa falha, pois o público merece rever Teodora.


4) RAQUEL (Glória Pires), de “Mulheres de Areia” (1993)


Gloria Pires já tinha feito misérias como Maria de Fátima em “Vale Tudo” e já não precisava provar pra ninguém sua enorme potencialidade. Mas na trama de Ivani Ribeiro, ela se superou, pois conseguiu a proeza de criar quatro tipos diferentes: Ruth, Raquel, Ruth fingindo ser Raquel e Raquel fingindo ser Ruth. E sem o menor sinal de caricatura, o público percebia perfeitamente quem era quem, graças a um magnífico trabalho cheio de sutilezas e nuances. Que atire a primeira pedra quem nunca se divertiu quando a malvada Raquel destruía as esculturas de areia de Tonho da Lua (Marcos Frota). Mais um golaço de Gloria e um trabalho digno de figurar na galeria dos maiores de todos os tempos.


3) BRANCA LETÍCIA DE BARROS MOTTA (Susana Vieira), de “Por amor” (1997) 

 Branca podia ser falsa, maldosa, cruel, traiçoeira, preconceituosa, mas uma coisa ninguém nega: era uma delícia estar na companhia dela. Talvez a mais sarcástica de todas as vilãs, Branca tinha uma tirada inteligente para cada situação e, muitas vezes, era dolorosamente sincera ao confessar a falta de sentimento pelo marido Arnaldo (Carlos Eduardo Dolabella) e pelo filho Leonardo (Murilo Benício). O fato é que Branca protagonizou grandes e memoráveis barracos, seja com a filha Milena (Carolina Ferraz), seja com a rival Isabel (Cassia Kiss), este com direito a tapas, empurrões, tesouradas e quedas em escadaria. Um grande trabalho de Susana Vieira para se rever e aplaudir sempre.

2) VIOLANTE (Drica Moraes), de “Xica da Silva” (1996)


Que Drica Moraes era uma fera do humor, ninguém duvidava. Mas na pele de Violante em “Xica da Silva” provou que é uma das maiores e mais versáteis atrizes de sua geração. Em uma novela de tom quase operístico, de personagens grandiloquentes e caricatos, a começar pela protagonista, Drica, sem alterar o tom da voz, mostrou toda sua intensidade dramática com a ressentida e cruel Violante, um trabalho magnífico, muitas vezes tendo o olhar como ponto alto. O olhar fulminante de Violante e sua voz sussurrante causavam arrepios por todo o Arraial do Tijuco. Sua aparente fleuma ocultava uma crueldade sem limites e uma vontade ferrenha de destruir Xica (Taís Araújo) para ficar com o contratador João Fernandes (Victor Wagner), sua grande paixão. Os embates entre Xica e Violante eram memoráveis e Violante não poupava Xica de apelidos jocosos como Sinhá Macaca. A novela da extinta Manchete foi antológica, em grande parte, por conter uma grande vilã e uma atriz talentosíssima dando vida a ela.

1) LAURINHA FIGUEROA (Glória Menezes), de “Rainha da Sucata” (1990)

 No início era apenas uma quatrocentona falida, que não perdia a pose e explorava a empregada. Mas a partir da convivência com a perua emergente Maria do Carmo (Regina Duarte), por quem tinha verdadeira repulsa, Laurinha foi se tornando cada vez mais cruel. Tomada de ciúmes do enteado Edu (Tony Ramos), com quem Maria do Carmo se casou e por quem nutria uma paixonite, Laurinha chegou ao cúmulo de matar lenta e dolorosamente o diabético marido Betinho (Paulo Gracindo), dono do antológico bordão “Coisas de Laurinha”, com doses diárias de glicose no lugar de insulina. Num ato de desespero, para incriminar a sucateira ordinária Maria do Carmo, como ela mesma chamava, se atirou do alto de um prédio em plena Avenida Paulista, numa das sequências de morte mais famosas de toda a teledramaturgia. Os duelos de Laurinha com a sucateira são inesquecíveis e a personagem é, de longe, minha preferida de Glória Menezes, que a compôs com classe, elegância e também com uma intensidade incrível. Glória se jogou na personagem e quem ganhou foi o público.



MENÇÕES HONROSAS:

ü  CONSTÂNCIA EUGÊNIA (Nathália Thimberg) e Karen (Maria Padilha), de “O dono do mundo” (1991)
ü  ADRIANA (Cristiana Oliveira), TIA RUTH (Laura Cardoso) e GILDA (Ariclê Perez) em “Salsa e Merengue” (1996)
ü  ÂNGELA VIDAL (Claudia Raia) e SANDRINHA (Adriana Esteves), de “Torre de Babel” (1998)
ü  PAULA (Alessandra Negrini), de “Anjo Mau” (1997)
ü  MARIA REGINA (Letícia Spiller), de “Suave Veneno” (1999)
ü  LEONOR (Betty Faria), de “Labirinto” (1998)
ü  SALUSTIANA (Joana Fomm), de “Fera Ferida” (1993)
ü  ÚRSULA (Nicette Bruno), de “O amor está no ar” (1997)
ü  BRUNA (Andrea Beltrão), de “Era uma vez” (1998)
ü  ELVIRA (Marieta Severo), de “Deus nos acuda” (1992)
ü  CUSTÓDIA (Marilia Pera), de “Meu bem querer” (1998)
ü  DEBORA (Viviane Pasmanter), de “Felicidade” (1991)


Esqueci de alguém? E as favoritas de vocês? O melão quer saber!!!

Quer lembrar da lista das vilãs do anos 80? Acesse o link http://euprefiromelao.blogspot.com/2011/01/serie-memoria-afetiva-10-vilas.html

quarta-feira, 9 de fevereiro de 2011

Blogueiro convidado: Leonardo Távora defende “Eterna Magia”


 Mais um blogueiro convidado no melão. E este entende de blog. Trata-se do mineirinho Leonardo Távora, dono do ótimo Literatura Exposta, caprichado blog recheado de contos, crônicas e poemas do próprio autor. Pra quem não visitou, recomendo. Minha seção favorita é a “Livro em cena”, na qual trechos de grandes clássicos são roteirizados por Leonardo.

Aqui, o rapaz contribui com sua memória afetiva e sua apurada análise de uma de suas novelas favoritas, Eterna Magia”, de Elizabeth Jhin que, segundo Léo, foi injustiçada por não ter tido o reconhecimento e a repercussão que merece. O melão adere totalmente a essa defesa. Obrigado, querido, e volte sempre! Seus textos sempre serão muito bem-vindos no melão.


Eterna Magia: Uma defesa
Por Leonardo Távora Dias


Escrever uma novela não é algo tão simples quanto possa parecer aos olhos leigos do espectador. Existe todo um trabalho muito árduo de produção, que lembra, é verdade, uma linha de montagem em série, tal qual numa fábrica. Por isso as pessoas se arvoram a dizer que a televisão é uma “fábrica de sonhos”. Esse é o produto dela. Levar até você, espectador, imagens bonitas, fortes, tocantes, que mexam de algum modo com seus sentimentos. Isso te tira do seu mundo e o leva, naquele momento da atração, a sonhar. Com função social ou apenas encantadores universos, as produções dramatúrgicas são capazes de dar descanso à mente das pessoas, depois de um dia inteiro de trabalho. Distrai, é verdade, mas mantém também o cérebro funcionando, seja para torcer pelos mocinhos, seja para descobrir quem é o assassino misterioso da trama.
Uma novela tem essa função. Toda criatividade dos autores estão a serviço dos teus sonhos, leitor. Não é a toa que o gênero “novela” faz parte do cotidiano do brasileiro, e já de grande parte do mundo. Seja criando universos fantásticos, seja te aproximando de uma realidade que muitas vezes seria melhor esconder, a novela tem a função de dar contornos à sua imaginação. Guiados por uma câmera e pelas mãos dos diretores de cena, os espectadores da dramaturgia vão passeando por lugares, inserindo-se no mundo daquela história que está sendo contada. E, tal qual em uma linha de montagem, problemas que aparecem no decorrer do produto precisam ser resolvidos rapidamente, muitas vezes com a própria inteligência e sagacidade do autor, outras, com base em pesquisas de opinião, outras ainda, com auxílios de supervisores. Seja como for, é preciso sanar as querelas, e levar ao público tudo o que ele espera da história.

 Eterna Magia foi uma novela muito criticada. Considerada a primeira novela “solo” de Elizabeth Jhin, teve 148 capítulos que buscaram criar um universo fantástico para o deleite de quem assistia. A ideia era trabalhar o tema da religião Wicca de um modo lúdico mesmo, ambientando a história em uma época que permitisse explorar esse lado fantástico da trama. A década de 40, com todo seu charme permitia isso, além de criar um link com o mundo real, falando do desenvolvimento da aviação (Lembro a cena em que todos chamavam a personagem de Malu Mader de louca por atravessar o atlântico em um avião, vindo de Dublin). Uma trama extremamente sóbria, com locações que enchiam os olhos. A primeira crítica é justamente pela época da história, já que a religião Wicca começou a ser divulgada na década de 50. Em minha opinião, um excesso de preciosismo, já que a obra não procurava trazer para o público uma visão da realidade, mas estava propondo levá-lo para uma viagem lúdica.

Elizabeth Jhin fez o trivial bem contra mal, onde as Valentinas eram as bruxas boas, e as Rasputinas eram as más, trazendo elementos celtas e da história russa, lembrando o lendário mago Rasputin, influente na corte russa de fins do século XIX. Mas talvez pela abordagem da trama, com poucos elementos da realidade à qual estamos acostumados (outra critica bastante repetida), e muito também pela faixa de horário da novela, que estreou em horário de verão, a história das bruxas foi rejeitada pelo publico, forçando a autora e a direção a promover sensíveis mudanças na trama, na mudança de fase da novela, que já estava desenhada na sinopse. E como a primeira impressão é a que fica, os espectadores acabaram rejeitando toda a história muito pelas notas desfavoráveis que saiam na imprensa. Afinal, reverter um quadro de descrédito não é fácil, ainda mais quando se tem pouco tempo para fazer as coisas acontecerem.
É preciso que louvemos três pontos dessa novela:

Primeiro: A história em si. Muito bem construída pela autora Elizabeth Jhin - com supervisão do já experiente Silvio de Abreu, autor de grandes sucessos de público e crítica - que fez o que propôs. Levou o público a um mundo diferente do habitual. Com alguns elementos de realidade, como a ambientação e os conflitos da cidade, como a instalação de uma brigada contra incêndios, por exemplo, ou a paixão do personagem de Thiago Lacerda pela aviação. Talvez o maior erro tenha sido mesmo a condução da história, com uma maior integração dos núcleos que compunham a novela, e talvez uma melhor exploração da personalidade de cada um no triângulo Nina-Conrado-Eva. Embora fossem centrais e importantes, estes personagens tiveram uma abordagem um tanto quanto superficial em seus perfis psicológicos.

Segundo: A equipe de produção. Toda a equipe de “Eterna Magia” merece palmas. Uma fotografia impecável, figurinos bem compostos, e a mão segura de Ulisses Cruz, do núcleo de Carlos Manga, que é essencial para dar vida à história. Uma boa direção não garante o sucesso de um produto como uma novela, mas é um dos fatores importantes na construção. E como não se consegue fazer um produto desse tamanho sozinho, deve-se levar em consideração o trabalho da equipe inteira, que se dedicou, mesmo nos períodos mais críticos da produção. Trabalhar em equipe é fator primordial para se conduzir um trabalho da magnitude de uma novela, que tem abrangência nacional, e em maior ou menor escala, acaba intervindo nos hábitos e costumes da população, que várias vezes repete os bordões criados e difundidos nas novelas.

Terceiro: O elenco. É preciso louvar os trabalhos impecáveis de Irene Ravache, Osmar Prado, Malu Mader, Aracy Balabanian, Cássia Kiss, dentre outros medalhões, que souberam defender bem personagens bastante densos. Maria Flor, que já tinha feito uma bela participação em “Cabocla”, saiu-se bem na pele da Valentina Nina Sullivan, irmã da Eva Sullivan de Malu Mader, que também não decepcionou, apesar do que eu já disse acima, que, assim como Thiago Lacerda, podia ter aprofundado mais a personagem. Mas, metade da culpa dos atores, outra metade do perfil que eles receberam. Afinal, o trabalho de um ator na hora de compor personagem vem muito do que ele apreende do perfil que lhe é passado quando oferecem o papel.

Cassia Kiss na pele da perversa Zilda
Ainda falando de elenco, duas participações devem ser louvadas. A estreante Marcela Valente trabalhou muito bem, dividindo cenas magníficas com a incrível Irene Ravache, que consegue transformar suas personagens em pilares de uma novela, mesmo sendo de núcleos acessórios da história. E o já “veterano” (começou criança em “Esplendor”) Thiago de los Reyes, que é um ator bastante sóbrio, próprio para tipos mais centrados, os tais “amigos-psicólogos”, ou os “heróis sensatos”, e deu o tom mais adequado possível ao seu Bruno, que era um aspirante a escritor, cheio de sonhos e conflitos internos. Personagem difícil, introspectivo, com uma carga dramática demasiada densa, que é um desafio para qualquer ator já experimentado, quanto mais para um jovem, ainda que este jovem já esteja no meio há algum tempo.
É preciso julgar as obras de dramaturgia observando sempre o que elas propõem. “Eterna Magia” procurou levar fantasia para o público. Mesmo com um foco diferente, se assemelha às comédias do Walcyr Carrasco, que tem esse flerte com o lúdico, e cria personagens às vezes muito caricatos, que algumas vezes podem destoar um pouco da realidade à qual estamos acostumados. É bem diferente do que busca Glória Perez, que tem suas tramas já bem mais sedimentadas na realidade, ainda que buscando levar o espectador a uma viagem fantástica por culturas diferentes da nossa, cria os chamados tipos psicológicos, personagens que exploram a mente humana ao máximo que se puder. Ao olhar por esse lado do fantástico e do lúdico, mesmo com todos os problemas que infelizmente atrapalharam a aproximação do público com a novela, “Eterna Magia” foi uma das melhores histórias que pude assistir, capaz de me colocar dentro do universo dela, e de me encantar, seja na aventura das valentinas, seja em outros núcleos da trama, que dosaram perfeitamente a densidade dramática da história de Eva e Nina Sullivan contra a malvada Zilda.

sábado, 5 de fevereiro de 2011

Melão circulando por aí

O que este intrépido melão anda conferindo pela cidade maravilhosa?

LAURO E LAURA: EXPOENTES DA NOSSA TV



Mesmo com um certo atraso, preciso registrar o encontro com o público realizado na semana passada no CCBB-RJ de dois grandes nomes de nossa teledramaturgia: a atriz Laura Cardoso e o autor Lauro César Muniz.
Doce e amável, Laura Cardoso foi a primeira a compartilhar suas lembranças e experiências televisivas, desde os tempos da Tupi em que, segundo ela, tudo era mais artesanal, mais trabalhoso, chegando ao ponto dos atores levarem de casa sua própria roupa para fazerem as novelas e até mesmo os pratos que os personagens comeriam em cena. O ponto alto foi quando Laura se emocionou ao lembrar da cena em que sua personagem Isaura em “Mulheres de Areia” (Globo, 1993) ficava sabendo da morte de sua filha Raquel (Glória Pires). Segundo a atriz, para que a cena ganhasse em emoção, a atriz desejou que aquela filha retornasse ao seu ventre. O público reviu a cena e constatou que a atuação de Laura foi mesmo arrebatadora. Pra terminar, Laura confessou que, embora respeite profundamente o talento de suas colegas atrizes, ela não entra em cena pra perder. Quer sempre roubar a cena e ganhar. Nós, o público, nunca duvidamos disso. Viva Laura!

Depois foi a vez do novelista Lauro César Muniz falar de suas obras e opinar sobre o atual panorama da teledramaturgia. O autor lamenta que seus colegas tão talentosos tenham que escrever aquém de sua capacidade para atender os interesses do mercado. Lauro destacou os anos 70 como os mais importantes para a história das novelas, em que o mérito artístico era mais importantes e que muitos novelistas arriscavam em obras geniais como “Saramandaia”, de Dias Gomes ou “O rebu”, de Bráulio Pedroso, inclusive o próprio com "Escalada" (foi mostrado um video delicioso com todo o elenco), "O casarão" e "Espelho Mágico" . Até Janete Clair se superou com “Pecado Capital”, segundo o autor. Muitas histórias e curiosidades foram lembradas como, por exemplo, o último capítulo de “Carinhoso” ter somente a presença do casal protagonista e os nebulosos incidentes que envolveram “O salvador da pátria”, em que sassá Mutema deveria se tornar Presidente da República, mas que não passou de prefeito de Tangará. Lauro adiantou que sua próxima novela na Record em 2012 terá muitas cenas de ação e mostrou-se animado com o novo projeto.

Enfim, uma noite memorável e preciosa para os amantes do gênero.

DÁ-LHE, VEDETES!



O melão também foi conferir o lançamento do maravilhoso livro “As grandes vedetes do Brasil”, de Neide Veneziano, em que o amigo Daniel Marano faz parte da equipe de pesquisadores. Aficcionado por vedetes e tendo na saudosa Anilza Leoni sua grande musa, Marano está de parabéns, não só pelo trabalho realizado no livro, como também pelo carinho com que trata nossas queridas vedetes, verdadeiros patrimônios nacionais. Muitas estavam lá, para a nossa alegria: Carmem Verônica e Iriz Bruzzi, também musas de nossa teledramaturgia, Esther Tarcitano, Brigitte Blair, Lia Mara, e claro, a lendária Virginia Lane, sempre irreverente a alto astral.

O livro é uma preciosidade. Ricamente ilustrado (as fotos são lindíssimas) e com histórias das vedetes mais famosas, desde as pioneiras do século XIX como Aimée, passando pelas lendárias Luz del Fuego e Elvira Pagã até as mais irreverentes como Sonia Mamed e Consuelo Leandro. Pra quem não teve o prazer de desfrutar da agradável noite de autógrafos, pode adquirir o livro e viajar no tempo até um capítulo riquíssimo de nossa memória cultural. Parabéns, Neide e equipe e sobretudo, a todas as vedetes do Brasil.

Acima, Virgínia Lane e eu. Abaixo, com o amigo Daniel Marano.
  

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