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domingo, 4 de setembro de 2011

Blogueiro convidado: Carlos Fernando Barros e a busca da inspiração



De onde vem a inspiração?
Carlos Fernando Barros


Banqueiro dá trambique que causa prejuízo aos cofres públicos e clientes, suborna pessoas influentes e manda dinheiro roubado para paraíso fiscal.  Descobertas suas falcatruas ele é preso, fica atrás das grades, sem direito a responder por seus roubos em liberdade. Foge da prisão e vai para um país em que fica abrigado por ter dupla nacionalidade. Tempos depois é preso pela Interpol quando saí a passeio desse país. Foi extraditado para o Brasil para pagar pelos seus crimes.



Vocês acham que isso é uma das tramas da novela ‘Insensato coração’, recém-terminada? 


Não! É caso real vivido pelo banqueiro Salvatore Alberto Cacciola que foi notícia essa semana por ter obtido a liberdade condicional dada pela Justiça do RJ. Esse é mais um exemplo clássico em que a realidade virou ficção. Lembram-se da frase: “Isso só pode ser coisa de novela”?  Nesse caso ocorreu o contrário.

Quem vive nesse mundo da escrita e precisa criar sempre novas histórias para suas novelas, livros, filmes, seriados, casos especiais, etc... Tem que estar atento a tudo que acontece em volta. Uma pequena nota no jornal ou na internet pode se tornar uma boa trama paralela na próxima novela. Às vezes a história está ao lado no banco do metrô ou na vizinha faladeira. É preciso ser um observador atento. Claro que isso não se aplica a todos os escritores. Muitos se valem de suas inspirações, visão de um mundo diferente ou mesmo de suas vivências, seus amores e desamores.   Não importa que a inspiração seja um ‘mix’ de tudo isso. O que importa é que consigam tornar essas histórias interessantes.

Aí é que mora o perigo. Não é suficiente ter uma boa inspiração, qualquer que seja sua origem.  Além da técnica da escrita o importante é que o escritor saiba contar essa história e fazê-la interessante para um número grande de pessoas durante todo o tempo em que ela for contada.  Isso sim não é fácil. A relação dos aspirantes é grande, mas temos poucos roteiristas e escritores em relação ao número de pessoas existentes. Sei da dificuldade que é encontrar a oportunidade para mostrar os trabalhos e assim mostrar a capacidade, mas não são poucos os que são escritores de um trabalho só.

Não posso deixar de dizer que roteiristas como Alcides Nogueira, Aguinaldo Silva e Gilberto Braga, dizendo apenas os meus favoritos, vão continuar a inspirar e a servir de guia aos novos roteiristas que estão chegando aí.  Segundo reportagem da revista Época dessa semana, alguns desses novos roteiristas já estão com a mão na massa e inspirados nesses grandes mestres  prontos para ingressar nesse universo.

No final o que interessa mesmo é que, qualquer que seja a fonte de inspiração,  continuemos a nos divertir e a saborear esses trabalhos feitos por esses novos e velhos escritores.    



 Carlos Carvalho é analista de sistemas por profissão.
Noveleiro, blogueiro, cantor e escritor por diversão. 
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MELÃO AGRADECE:

Aproveitando o ensejo e com um enorme atraso, gostaria de agradecer a todos que mandaram mensagens carinhosas pela matéria na Revista Época. Pra quem ainda não conferiu, o roteirista Marcos Silvério disponibilizou a matéria na íntegra em seu blog: http://marcossilverio.blogspot.com/2011/08/nova-safra-de-autores-de-telenovelas.html

(clique sobre a imagem para ampliá-la)

sexta-feira, 23 de abril de 2010

VALE A PENA LER E OUVIR SEMPRE!


Foi uma noite de quinta-feira muito agradável na FNAC do Barra Shopping. Oportunidade ideal para rever amigos e colegas, ouvir ótimas histórias de Aguinaldo Silva e conhecer os autores do excelente “A seguir cenas do próximo capítulo”, André Bernardo e Cíntia Lopes. Para promover o lançamento do livro, Aguinaldo Silva deu o ar de sua graça e respondeu perguntas feitas pela dupla de autores e também do público presente.

AGUINALDO SILVA: “Escrever novela demanda 10% de talento e 90% de disciplina”.

Aguinaldo Silva posa com minha amiga, a simpática Ivy.


Sempre simpático, agradável e rápido no gatilho, Aguinaldo relembrou histórias de suas antigas novelas, comentou sobre o processo de criação e produção das telenovelas e falou sobre o futuro do gênero pelos próximos anos. Entre outros comentários, Aguinaldo confessou que ter escrito “Tieta” foi sua grande alegria como autor, já que foi graças à novela que consolidou seu talento e vocação para tramas regionalistas. O autor também destacou seu pioneirismo ao ambientar uma novela na Baixada Fluminense (“Senhora do Destino”) e ao criar uma das primeiras mocinhas não-virgens das novelas, a Linda Inês (Giulia Gam) de “Fera Ferida”, assunto que, segundo ele, gerou uma discussão de três horas com os co-autores. Sobre o trabalho de autoria, Aguinaldo opinou que um autor de novelas precisa ter 10% de talento e 90% de disciplina, já que são meses de sacrifício e de dedicação integral ao trabalho. Para ele, os personagens são as únicas pessoas reais que fazem parte de sua vida durante a novela. Como método de trabalho, o autor confessou que utiliza um caderno de chamadas como se fosse uma classe escolar com todos os personagens em ordem alfabética. Isso garante que nenhum deles fique ausente por mais de três capítulos.

Também declarou ser imprescindível a interferência do público no trabalho do novelista, pois enquanto a novela vai sendo escrita, o autor pode conferir a reação do espectador, que praticamente escreve a novela com ele e assim, mudar o que não está dando certo e investir no que está fazendo sucesso: uma obra em progresso, nas próprias palavras de Aguinaldo.

E com relação ao futuro da telenovela? Mesmo sem saber de que forma isso se dará, Aguinaldo deixou um recado e uma ótima notícia àqueles que desejam ingressar no mercado: que não desanimem, pois as novelas ainda continuarão a existir por muito tempo: e que sua nova Master Class, que tem como objetivo formar novos roteiristas, começa na próxima segunda, mas no ano que vem haverá novo processo seletivo. Leia mais sobre a primeira Master Class em: http://euprefiromelao.blogspot.com/2010/02/marido-de-aluguel-vitoria-de-aguinaldo.html

O LIVRO

 Para quem ainda não conferiu, é leitura obrigatória. Dez dos principais autores de novelas do país revelam segredos, métodos de trabalho e relembram histórias. André e Cíntia souberam, de forma natural e descontraída, extrair narrativas que revelam o estilo e a personalidade de cada autor: a busca pela ousadia de Lauro César Muniz; a capacidade de Gilberto Braga de parar o Brasil em torno de suas tramas; o talento para comédia e tramas policiais de Sílvio de Abreu; o regionalismo e as heroínas valentes de Aguinaldo Silva; as tramas de Glória Perez que unem folhetim e modernidade; o talento de cronista do cotidiano de Manoel Carlos; as epopéias rurais de Benedito Ruy Barbosa; o humor inteligente e ágil de Carlos Lombardi; o humor popular de Walcyr carrasco; e a capacidade de criar tramas simples e envolventes de Walther Negrão.


E talvez pelo fato do livro não ter nenhum vínculo institucional, os autores se sentiram à vontade em revelar histórias de bastidores, incluindo inimizades e parcerias artísticas que não deram certo, relações conturbadas entre os autores com direção ou elenco, entre outros bas-fonds... Aguinaldo, por exemplo, revela detalhes de sua briga com Dias Gomes na época de “Roque Santeiro” e a reconciliação anos depois. Isso só pra dar um gostinho. Quem quiser saber mais, que adquira o livro. E como se não bastasse, contém o roteiro de cenas antológicas que marcaram a história das telenovelas, como o famoso café da manhã de Otávio e Charlô (Paulo Autran e Fernanda Montenegro) que terminou em pastelão em “Guerra dos Sexos”, um dos muitos embates entre Raquel (Regina Duarte) e Maria de Fátima (Glória Pires) na emblemática “Vale Tudo”, o reencontro emocionante de quarenta anos depois de João Maciel (Paulo Gracindo) e Carolina (Yara Cortes) em “O casarão”, entre outras.

Para os aficcionados do gênero, leitura obrigatória. Para o público em geral, instigante e revelador. A teledramaturgia agradece e saúda publicações do gênero que, felizmente, começam a aparecer com mais frequência nas prateleiras.

Este que vos fala e os autores André Bernardo e Cíntia Lopes.


Momento "Onde está Wally": tem melão nas paradas!

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