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quarta-feira, 26 de setembro de 2012

10 motivos que fizeram de “Cheias de Charme” uma novela inesquecível:




Que notícia triste, amadinhos! “Cheias de Charme” chega ao fim essa semana deixando uma legião de curicos órfãos dessa deliciosa novela que agradou do inicio ao fim, trazendo frescor e diversão para o horário das sete. Já entrou seguramente para a galeria das grandes novelas. Que venha Sílvio de Abreu e sua nova “Guerra dos Sexos”, mas antes vamos fazer um balanço da novela e enumerar alguns dos motivos pelos quais ela se tornou antológica. 


10) NOVELÃO MUSICAL:



A novela apostou em um gênero pouquíssimo explorado em nossa teledramaturgia: o musical. E o resultado não podia ter sido melhor. Os hits das Empreguetes, de Chayene e de Fabian, em pouco tempo, já foram parar na boca do povão. Quem nunca cantarolou “Voa voa brabuleta” ou “Vida de empreguete” que atire o primeiro CD. Além disso, os números musicais foram muitíssimo bem produzidos e toda a trama ambientada no universo do showbizz bastante verossímil.

9) NARRATIVA TRANSMÍDIA:
Pela primeira vez em nossa teledramaturgia, a internet foi utilizada de forma efetiva, complementando a trama televisiva. O hit “Vida de empreguete”, que na novela acabou vazando na rede, foi exibido primeiro na internet e teve milhões de acessos em pouquíssimos dias, alavancando ainda mais a audiência da novela. Além disso, a internet teve papel fundamental em vários desdobramentos da trama. Os autores mostram que não pararam no tempo e estão ligados na tecnologia dos dias atuais.




8) DIREÇÃO AFIADA:
De nada adiantaria uma boa trama e um elenco de peso se a direção não acompanhasse a qualidade da novela. Sob o núcleo de Denise Saraceni e direção geral de Carlos Araújo, os diretores deram agilidade à trama e embarcaram pra valer no estilo kitsch e divertido da saga das empreguetes. E os números musicais sempre foram valorizados ao máximo.

7) IDENTIDADE VISUAL:
Poucas novelas tiveram uma identidade visual tão forte quanto “Cheias de Charme”, o que a tornou inconfundível. Tudo isso graças ao incrível trabalho de figurino, cenografia, produção, direção de arte, tudo na mais absoluta sintonia com a trama, um conto de fadas moderno cheio de charme e com muito glitter.

6) DRAMA NA MEDIDA CERTA:



Se “Cheias de Charme” foi uma novela que mergulhou no humor com tudo sem o menor pudor, também não deixou a desejar no drama, dando a dimensão humana necessária para que os personagens cômicos não se tornassem meros tipos de programas humorísticos.
Além disso, os elementos indispensáveis do velho e bom melodrama não faltaram, como a trama que envolvia Cida (Isabelle Drummond) com a família Sarmento, passando de empregada à dona da casa, o que rendeu ótimas atuações, não só de Isabelle, mas também de toda a família com destaque para Tato Gabus e Alexandra Richter, que provou que pode ir muito além de uma atriz cômica, protagonizando cenas dramáticas com a mesma competência com que faz comédia. 

A questão do duplo, sempre muitíssimo bem explorada nas tramas de Janete Clair, aqui também ganhou uma divertida versão com os sósias Fabian e Inácio, ótimo trabalho de Ricardo Tozzi, sobretudo nessa reta final em que teve que interpretar um personagem fingindo ser outro.



Outro grande destaque dramático ficou por conta de Malu Galli, a “patroete” do bem, Lígia, que teve peso de uma protagonista durante a novela inteira e também emocionou o público com seus dramas amorosos e familiares. Como não amar Lígia e torcer por sua felicidade? Além do drama na medida certa, o talento e o carisma da atriz contribuiu bastante para o sucesso da personagem.

5) ELENCO DE PRIMEIRA:

Além dos destaques já citados no elenco, a novela contou com um time de peso: ótimos veteranos e um elenco jovem dos melhores. Muitos foram os destaques e raríssimas foram as exceções. Nomes consagrados como Aracy Balabanian, Edney Giovenazzi, Ilva Niño (adorável), Maria Pompeu, Marcos Palmeira (surpreendente), Leopoldo Pacheco, Dhu Moraes e Daniel Dantas dividiram a cena com um ótimo time jovem, com destaque para Chandelly Braz (como não amar Brunessa?), Humberto Carrão, Simone Gutierrez, Gisele Batista, Tainá Muller, Fabio Nepo e muitos outros, todos ótimos em seus personagens. O trabalho de Kika Kalache também merece destaque como Ivone, a empreguete evangélica amiga de Penha, longe de estereótipos e também adorável. Enfim, o elenco foi um dos maiores acertos da novela e estou até sendo injusto não citando os demais atores. Mais uma vez, ponto para os autores que, generosos, souberam dar a cada um o momento e a oportunidade certa para brilharem.


4) BRABULETA-REVELAÇÃO:



Ela já foi mencionada no texto anterior sobre a novela escrito por Marcio Adson, mas nunca é demais rendermos todos os elogios à “quarta empreguete” Socorro, em genial interpretação de Titina Medeiros, de longe a maior revelação do ano. Contracenando com nomes de peso, a atriz não deixou a peteca cair e foi a responsável por muitos dos mais hilariantes momentos da trama. A cena em que ela emerge do rio a la Isadora Ribeiro na abertura do “Fantástico” já entrou para a galeria das mais engraçadas da televisão. E nessa reta final, também esteve impagável como Lady Praga. Vida longa para sua carreira televisiva.

3) CLAUDIA ABREU:



O que a guerrilheira Heloísa, a cachorra Laura e a esfuziante Chayene têm em comum? Quase nada, salvo o fato de serem interpretadas pela mesma atriz, a camaleônica e multitalentosa, Claudia Abreu, que fez de sua Chayene um verdadeiro furacão. Mesmo cometendo as piores vilanias, não tem como não amar a irresistível “brabuleta”, que sempre tinha uma ótima tirada na ponta da língua e sempre se dava mal em suas armações, lembrando os clássicos vilões de desenho animado. Mais um trabalho impecável de Claudia Abreu, que deu um novo giro de 180 graus em sua carreira, provando ser capaz de fazer absolutamente TUDO em cena. Chayzinha, sem dúvidas, vai deixar muitas saudades. Os versos “ela se acha toda toda toda toda, faz o que der na veneta e o resto que se exploda” não vão sair tão cedo de nossa memória e são a melhor tradução da personagem. A “brabuleta-rainha” vai voar, mas certamente não vai sair nunca mais do coração do público.

2) AS EMPREGUETES, É CLARO!

Em tempos em que somente as vilãs dominam a cena e as mocinhas, quase sempre, ficam em segundo plano, elas conseguiram uma proeza: foram as que mais brilharam do início ao fim e, de cara, já atraíram a paixão por parte do público. Diferentes entre si, mas genialmente complementares, essas Marias foram o centro das atenções, dividiram opiniões quando separadas e ganharam a torcida para ficarem juntas até o fim. Mérito absoluto das atrizes, que fizeram bonito com os ótimos personagens que ganharam. Cida, a mais romântica, espécie de Cinderela pós-moderna, mas que também soube ir à luta, ganhou doçura e força na medida certa na interpretação de Isabelle Drummond;  Penha, a que mais representa o imaginário da mulher brasileira, guerreira, amiga, emocionante e emocionada, com seu jeito todo peculiar de falar, explodiu em popularidade na brilhante atuação de Taís Araújo; e Rosário, a grande heroína da trama, símbolo da determinação e da garra na busca de seus ideais, teve em Leandra Leal a intérprete perfeita. Mesmo ganhando a antipatia por parte do público por colocar a carreira em primeiro lugar, é inegável: Rosário é a alma da novela. E Leandra Leal, mostrou mais uma vez, que é uma das melhores atrizes de sua geração. O trio foi absolutamente perfeito e a química das três atrizes funcionou desde o início. Por isso, mais do que entrechos amorosos e a busca pelo sucesso, “Cheias de Charme” é, acima de tudo, uma ode à amizade.



1) TEXTO IMPECÁVEL:

Claro que sou suspeitíssimo por colocar o texto em primeiro lugar, mas seria impossível não valorizar o trabalho impecável dos estreantes Filipe Miguez, Izabel de Oliveira e seu time de colaboradores: Daisy Chaves, Izabel Muniz, João Brandão, Laís Mendes Pimentel, Paula Amaral e o grande Sérgio Marques, além, é claro, da supervisão de Ricardo Linhares, que soube respeitar completamente o estilo da trama. Um fator fundamental para que a novela fosse um grande acerto é o fato de sua história compacta e seu enredo ter sido muitíssimo bem construído. Nenhum fio da trama era solto e uma situação parecia sempre levar à outra, consequência de uma estória que parece ter sido pensada e planejada há muito tempo, além, é claro, dos diálogos inspiradíssimos. Mesmo depois que a trama caiu um pouco por conta da separação das Empreguetes, era notório o esforço da equipe em criar novos entrechos e situações até a retomada da trama central. Enfim, uma combinação perfeita dos elementos tradicionais do folhetim com o ritmo, agilidade e criatividade dos tempos de hoje.

“Cheias de Charme” vai deixar saudades e uma difícil missão para sua sucessora: segurar o enorme sucesso que conquistou.

Até eu congelei no glitter...

E vocês, sentirão saudades da novela? Quais foram os maiores destaques?

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sexta-feira, 20 de abril de 2012

“Cheias de Charme” traz o frescor da novidade


Isabelle Drummond, Leandra Leal e Taís Araújo fazem jus ao título da novela

A mais acalorada discussão que domina o universo teledramatúrgico no momento é a que a tese de que a televisão deve atender à demanda e aos anseios da novíssima classe média, chamada de classe “C”. A verdade é que ninguém sabe ao certo quem é essa nova classe. O que querem de fato? Classe C ou não, todo mundo gosta de se identificar com algum personagem, mas ninguém gosta de se sentir menosprezado com uma história rasa e narrativa esquemática. Isso, definitivamente, não é o caso de “Cheias de Charme”, novela que marca a estreia de Filipe Miguez e Izabel de Oliveira como autores titulares. A dupla acertou em cheio, a começar pelo trio de protagonistas.

Diferentes entre si, mas igualmente encantadoras, pensou-se, a princípio, que elas seriam ofuscadas pelo brilho de Claudia Abreu e sua esfuziante Chayenne. Não que Claudia Abreu não esteja maravilhosa. Com um papel diferente de tudo o que já fez, a atriz chegou com tudo e vem dando um show em todas as cenas e parece estar se divertindo tanto quanto o público, mostrando vigor e irreverência em cada aparição. O Brasil já ama odiar Chayenne: fato! Mas o fato de Claudia Abreu ser um furacão em cena não tira o brilho do trio das três domésticas cheias de charme da trama. Taís Araújo já disse a que veio com sua Penha: o tipo mais popular das três parece já ter ganhado a torcida instantânea do público: bonita, autêntica, lutadora, despachada, que quando desce do salto bota pra quebrar, ou seja, mais brasileira, impossível. Sua trama lembra muito a trama de Fausta, personagem de Betty Faria em “Romance da empregada”, aclamado filme de Bruno Barreto, inclusive pelo fato de Penha também ter um marido malandro; já a Rosário de Leandra Leal é tão sonhadora quanto Mia Farrow em “A rosa púrpura do Cairo”, mas está longe da ingenuidade da personagem do filme de Woody Allen. Rosário é esperta, determinada e vai à luta pelos seus ideais; e à Isabelle Drummond coube o papel da Cinderela da trama, o que seria uma cilada pra uma atriz limitada, mas não é o caso. Isabelle sabe emprestar romantismo e doçura à sua Cida na dose certa, sem ser chata ou monótona. Já estamos torcendo fervorosamente pelas três, mas não por serem mocinhas sofredoras como nos folhetins tradicionais. O fato de serem domésticas poderia ser uma grande armadilha para se tornarem vítimas e as patroas seus algozes. Ao contrário, são determinadas, batalhadoras, espertas e sabem o que querem: mocinhas modernas, atuais e refletem exatamente a mulher contemporânea. Bingo!

Claudia Abreu: impagável como Chayenne
O time masculino também está dando ótima conta do recado, com destaque para Ricardo Tozzi, muito bem em seus dois personagens: o astro canastrão Fabian e o herói misterioso Inácio. Marcos Palmeira ainda não teve oportunidade de mostrar a que veio, mas a julgar pelas primeiras cenas, parece ter feito uma composição interessante e diferente de tudo o que já fez. Direção, figurino, trilha sonora e produção de arte parecem em total sintonia com a proposta da trama, conferindo identidade à novela.

E o que dizer do texto? Ágil, inteligente, popular sem ser apelativo, engraçado sem os clichês do gênero. A equipe de roteiristas está de parabéns. Sempre que começa uma novela buscamos identificar o estilo do autor. Quando são estreantes, tentamos buscar referências em autores consagrados. “Cheias de Charme”, mesmo tendo todo o jeitão de uma novela das sete, parece original, única, moderna e traz o frescor da novidade.


É inegável que a novela tem uma pegada popularíssima, com todos os ingredientes de uma trama das sete: alegre, divertida, colorida e altíssimo astral. Quem disse, afinal, que, pra ser popular, uma novela precisa ser inferior, feita nas coxas? O espectador não se sente em momento algum subestimado com uma trama previsível e burocrática. A classe C está sim representada, mas a novela diverte todas as classes, cumprindo assim, a função primordial de um produto de TV aberta: agradar  a todo tipo de público, desde a socialite da Pauliceia à dona de casa do interior de Roraima. Há tempos não ria alto com alguma cena de novela como estou rindo agora. “Cheias de Charme” é uma delícia para todos os públicos e plateias, é irreverente sem abrir mão do bom folhetim, que traz em si aquela magia que faz com que esperemos ansiosamente para conferir as cenas dos próximos capítulos. Eu não vou perder de jeito nenhum! 
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