sexta-feira, 28 de setembro de 2012

Melão autografado no Jockey. Quem vai querer?

E o evento foi muito bacana. Confiram algumas imagens:

Me olha os melão!!! Vai levar, freguesa?

Melãozetes em ação! Obrigado, Bruna, Angella e Robertita!

 
Paola Vegas: guardem essa nome! Grande cantora.

Bebel Mesquita prestigiando o melão

Ovos com melão: Rafael Aouila, autor de "Cuidado com os ovos"

A talentosa colega Eliane Garcia.
Autografando o exemplar da "bonequinha" Joana Bruna
E claro, Cacá não poderia faltar. E Lina, vinda da Alemanha. Melão internacional! 
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Vamos falar de coisa boa? Iogurteira Top Therm? Não. MEU LIVRO no Jockey no domingo, às 16 hs. Vou montar uma banquinha de melão por lá! Quem vai querer um exemplar autografado??? Aparece lá! Vai ser um evento bem bacana chamado "LOUNGE CULTURAL", em que artistas irão expor suas obras, vão autografar seus CDs, livros, etc. Segue o link do evento no Facebook e detalhes abaixo. 

https://www.facebook.com/event s/229979770461002/

Dia 30/9 (domingo) – vamos ter um lounge cultural na Tribuna B do JOCKEY CLUB com os artistas e escritores autografando seus CDS/Livros e exposição de fotos e quadros!
+ A brasileiríssima FESTA MUG


+ reestréia da FESTA KITSCHNET que foi sucesso no BOOX durante 2 anos! Aí segue um vídeo quando a festa fez 1 ano! 
http://www.youtube.com/wa tch?v=vJDRPKVWKhc


Na KITSCHNET toca de tudo e tem sempre uma personalidade convidada que escolhe suas 10 músicas favoritas pra dançar e toca auxiliada pelo DJ profisson
 al + INTERVENÇÕES ARTÍSTICAS + ÁREA GASTRONÔMICA

VAI FUNCIONAR ASSIM:

16:00 até 20:00h – Lounge cultural

20:01 até 22:30H – FESTA MUG com o
DJ MATHEUS PUERTAS

22:31 até 01:00h – REESTRÉIA DA FESTA KITSCHNET com o DJ SYLVIO DIB + CONVIDADO SUPRESA!

CHEGUEM CEDO, PRA CURTIR UM SONZINHO MAIS TRANQUILO, TOMAR UM DRINK,CONHECER O TRABALHO DE VÁRIOS ESCRITORES E ARTISTAS COM AQUELE VISUAL MARAVILHOSO PRA DEPOIS SE JOGAREM NA PIXXTA DA MUG E DA KITSCHNET!

NOMES PARA LISTA AMIGA: producaodafesta@gmail.com
16h até 20h – R$ 20,00
Pós 20h – R$ 25,00
Com o canhoto da BOHO da noite anterior R$20 a noite toda!
Sem Lista: R$ 30

Nos vemos nesse domingão, na Gávea e na pixxta!

quarta-feira, 26 de setembro de 2012

10 motivos que fizeram de “Cheias de Charme” uma novela inesquecível:




Que notícia triste, amadinhos! “Cheias de Charme” chega ao fim essa semana deixando uma legião de curicos órfãos dessa deliciosa novela que agradou do inicio ao fim, trazendo frescor e diversão para o horário das sete. Já entrou seguramente para a galeria das grandes novelas. Que venha Sílvio de Abreu e sua nova “Guerra dos Sexos”, mas antes vamos fazer um balanço da novela e enumerar alguns dos motivos pelos quais ela se tornou antológica. 


10) NOVELÃO MUSICAL:



A novela apostou em um gênero pouquíssimo explorado em nossa teledramaturgia: o musical. E o resultado não podia ter sido melhor. Os hits das Empreguetes, de Chayene e de Fabian, em pouco tempo, já foram parar na boca do povão. Quem nunca cantarolou “Voa voa brabuleta” ou “Vida de empreguete” que atire o primeiro CD. Além disso, os números musicais foram muitíssimo bem produzidos e toda a trama ambientada no universo do showbizz bastante verossímil.

9) NARRATIVA TRANSMÍDIA:
Pela primeira vez em nossa teledramaturgia, a internet foi utilizada de forma efetiva, complementando a trama televisiva. O hit “Vida de empreguete”, que na novela acabou vazando na rede, foi exibido primeiro na internet e teve milhões de acessos em pouquíssimos dias, alavancando ainda mais a audiência da novela. Além disso, a internet teve papel fundamental em vários desdobramentos da trama. Os autores mostram que não pararam no tempo e estão ligados na tecnologia dos dias atuais.




8) DIREÇÃO AFIADA:
De nada adiantaria uma boa trama e um elenco de peso se a direção não acompanhasse a qualidade da novela. Sob o núcleo de Denise Saraceni e direção geral de Carlos Araújo, os diretores deram agilidade à trama e embarcaram pra valer no estilo kitsch e divertido da saga das empreguetes. E os números musicais sempre foram valorizados ao máximo.

7) IDENTIDADE VISUAL:
Poucas novelas tiveram uma identidade visual tão forte quanto “Cheias de Charme”, o que a tornou inconfundível. Tudo isso graças ao incrível trabalho de figurino, cenografia, produção, direção de arte, tudo na mais absoluta sintonia com a trama, um conto de fadas moderno cheio de charme e com muito glitter.

6) DRAMA NA MEDIDA CERTA:



Se “Cheias de Charme” foi uma novela que mergulhou no humor com tudo sem o menor pudor, também não deixou a desejar no drama, dando a dimensão humana necessária para que os personagens cômicos não se tornassem meros tipos de programas humorísticos.
Além disso, os elementos indispensáveis do velho e bom melodrama não faltaram, como a trama que envolvia Cida (Isabelle Drummond) com a família Sarmento, passando de empregada à dona da casa, o que rendeu ótimas atuações, não só de Isabelle, mas também de toda a família com destaque para Tato Gabus e Alexandra Richter, que provou que pode ir muito além de uma atriz cômica, protagonizando cenas dramáticas com a mesma competência com que faz comédia. 

A questão do duplo, sempre muitíssimo bem explorada nas tramas de Janete Clair, aqui também ganhou uma divertida versão com os sósias Fabian e Inácio, ótimo trabalho de Ricardo Tozzi, sobretudo nessa reta final em que teve que interpretar um personagem fingindo ser outro.



Outro grande destaque dramático ficou por conta de Malu Galli, a “patroete” do bem, Lígia, que teve peso de uma protagonista durante a novela inteira e também emocionou o público com seus dramas amorosos e familiares. Como não amar Lígia e torcer por sua felicidade? Além do drama na medida certa, o talento e o carisma da atriz contribuiu bastante para o sucesso da personagem.

5) ELENCO DE PRIMEIRA:

Além dos destaques já citados no elenco, a novela contou com um time de peso: ótimos veteranos e um elenco jovem dos melhores. Muitos foram os destaques e raríssimas foram as exceções. Nomes consagrados como Aracy Balabanian, Edney Giovenazzi, Ilva Niño (adorável), Maria Pompeu, Marcos Palmeira (surpreendente), Leopoldo Pacheco, Dhu Moraes e Daniel Dantas dividiram a cena com um ótimo time jovem, com destaque para Chandelly Braz (como não amar Brunessa?), Humberto Carrão, Simone Gutierrez, Gisele Batista, Tainá Muller, Fabio Nepo e muitos outros, todos ótimos em seus personagens. O trabalho de Kika Kalache também merece destaque como Ivone, a empreguete evangélica amiga de Penha, longe de estereótipos e também adorável. Enfim, o elenco foi um dos maiores acertos da novela e estou até sendo injusto não citando os demais atores. Mais uma vez, ponto para os autores que, generosos, souberam dar a cada um o momento e a oportunidade certa para brilharem.


4) BRABULETA-REVELAÇÃO:



Ela já foi mencionada no texto anterior sobre a novela escrito por Marcio Adson, mas nunca é demais rendermos todos os elogios à “quarta empreguete” Socorro, em genial interpretação de Titina Medeiros, de longe a maior revelação do ano. Contracenando com nomes de peso, a atriz não deixou a peteca cair e foi a responsável por muitos dos mais hilariantes momentos da trama. A cena em que ela emerge do rio a la Isadora Ribeiro na abertura do “Fantástico” já entrou para a galeria das mais engraçadas da televisão. E nessa reta final, também esteve impagável como Lady Praga. Vida longa para sua carreira televisiva.

3) CLAUDIA ABREU:



O que a guerrilheira Heloísa, a cachorra Laura e a esfuziante Chayene têm em comum? Quase nada, salvo o fato de serem interpretadas pela mesma atriz, a camaleônica e multitalentosa, Claudia Abreu, que fez de sua Chayene um verdadeiro furacão. Mesmo cometendo as piores vilanias, não tem como não amar a irresistível “brabuleta”, que sempre tinha uma ótima tirada na ponta da língua e sempre se dava mal em suas armações, lembrando os clássicos vilões de desenho animado. Mais um trabalho impecável de Claudia Abreu, que deu um novo giro de 180 graus em sua carreira, provando ser capaz de fazer absolutamente TUDO em cena. Chayzinha, sem dúvidas, vai deixar muitas saudades. Os versos “ela se acha toda toda toda toda, faz o que der na veneta e o resto que se exploda” não vão sair tão cedo de nossa memória e são a melhor tradução da personagem. A “brabuleta-rainha” vai voar, mas certamente não vai sair nunca mais do coração do público.

2) AS EMPREGUETES, É CLARO!

Em tempos em que somente as vilãs dominam a cena e as mocinhas, quase sempre, ficam em segundo plano, elas conseguiram uma proeza: foram as que mais brilharam do início ao fim e, de cara, já atraíram a paixão por parte do público. Diferentes entre si, mas genialmente complementares, essas Marias foram o centro das atenções, dividiram opiniões quando separadas e ganharam a torcida para ficarem juntas até o fim. Mérito absoluto das atrizes, que fizeram bonito com os ótimos personagens que ganharam. Cida, a mais romântica, espécie de Cinderela pós-moderna, mas que também soube ir à luta, ganhou doçura e força na medida certa na interpretação de Isabelle Drummond;  Penha, a que mais representa o imaginário da mulher brasileira, guerreira, amiga, emocionante e emocionada, com seu jeito todo peculiar de falar, explodiu em popularidade na brilhante atuação de Taís Araújo; e Rosário, a grande heroína da trama, símbolo da determinação e da garra na busca de seus ideais, teve em Leandra Leal a intérprete perfeita. Mesmo ganhando a antipatia por parte do público por colocar a carreira em primeiro lugar, é inegável: Rosário é a alma da novela. E Leandra Leal, mostrou mais uma vez, que é uma das melhores atrizes de sua geração. O trio foi absolutamente perfeito e a química das três atrizes funcionou desde o início. Por isso, mais do que entrechos amorosos e a busca pelo sucesso, “Cheias de Charme” é, acima de tudo, uma ode à amizade.



1) TEXTO IMPECÁVEL:

Claro que sou suspeitíssimo por colocar o texto em primeiro lugar, mas seria impossível não valorizar o trabalho impecável dos estreantes Filipe Miguez, Izabel de Oliveira e seu time de colaboradores: Daisy Chaves, Izabel Muniz, João Brandão, Laís Mendes Pimentel, Paula Amaral e o grande Sérgio Marques, além, é claro, da supervisão de Ricardo Linhares, que soube respeitar completamente o estilo da trama. Um fator fundamental para que a novela fosse um grande acerto é o fato de sua história compacta e seu enredo ter sido muitíssimo bem construído. Nenhum fio da trama era solto e uma situação parecia sempre levar à outra, consequência de uma estória que parece ter sido pensada e planejada há muito tempo, além, é claro, dos diálogos inspiradíssimos. Mesmo depois que a trama caiu um pouco por conta da separação das Empreguetes, era notório o esforço da equipe em criar novos entrechos e situações até a retomada da trama central. Enfim, uma combinação perfeita dos elementos tradicionais do folhetim com o ritmo, agilidade e criatividade dos tempos de hoje.

“Cheias de Charme” vai deixar saudades e uma difícil missão para sua sucessora: segurar o enorme sucesso que conquistou.

Até eu congelei no glitter...

E vocês, sentirão saudades da novela? Quais foram os maiores destaques?

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terça-feira, 25 de setembro de 2012

Blogueiro convidado: Aladim Miguel e a trilha sonora de “Cambalacho”



Desde semana passada, o “Novelão”, quadro do “Video Show” que vem fazendo muito sucesso entre os noveleiros de carteirinha, está exibindo a célebre “Cambalacho”, megassucesso de Sílvio de Abreu nos anos 80. A novela permanece como uma de minhas favoritas e o melão já publicou um texto sobre ela, que inclusive também faz parte da seleção  de textos para o livro, lançado em março desse ano.
Uma curiosidade é que a trilha sonora foi composta especialmente para a novela. Com isso, ajudou a contar a história a a revelar o perfil de alguns dos principais personagens da trama. Para comentar as canções, uma a uma, melão convocou novamente Aladim Miguel, o fã nº 0 de Lucélia Santos, noveleiro inveterado e especialista em tudo o que diz respeito aos anos 80. Portanto, preparem suas vitrolas e vamos relembrar todas as canções da trilha nacional de “Cambalacho”.


SEGUINDO A TRILHA: CAMBALACHO NACIONAL


 Palavra muito popular em 1986, quando a novela “Cambalacho” - um dos maiores sucessos audiência do grande Sílvio de Abreu para o horário das 7 – foi ao ar. Cambalacho significa: armação ou trambique, mas quase ninguém sabia da existência deste termo na época, porém depois de uma semana da novela no ar não saiu mais da boca do povão.
Vamos analisar a trilha sonora nacional – produção musical de Zé Rodrix - mais que original dessa novela que marcou demais a minha adolescência, quase furei o vinil, é isso ai mesmo, só existia em discos ou fita cassete Som Livre he he he... de tanto escutar, sabia todas as canções do inicio ao fim, essa semana com a volta de “Cambalacho” no novelão do “Vídeo Show”, editado pelo nosso amigo Raphael Machado, achei essa maravilhosa trilha sonora disponível para baixar na internet e pude me reencontrar com essas músicas inspiradíssimas. Agora siga a trilha de “Cambalacho” comigo e com o “Eu Prefiro Melão” – do querido amigo Vitor de Oliveira, que gentilmente cedeu esse espaço para esse post sobre uma de suas novelas preferidas.

PERIGOSA (Syndicatto) – O tema da perigosíssima Andréa Souza e Silva (um inesquecível desempenho de Natália do Valle), a música foi feita sob medida para as armações e vilanias dessa linda mulher, que como um trecho da música falava era a própria “elegância e ação, secreta ambição”. Matou o marido, seduziu cunhado, traiu a irmã e por ai foi...

Natália do Vale: diabólica como a vilã Andréa

Armando Eu Vou (Cida Moreira)  – Era o tema de ambientação para São Paulo, onde se desenvolvia toda a trama.  Os outdoors que mostravam as passagens do tempo eram o máximo, com um toque de placar de jogos de futebol diziam: “enquanto isso...” ou “amanheceu...” entre as cenas com essa música ao fundo. Foi também a trilha sonora do musical que encerrou a novela, com vários bailarinos vestidos com os figurinos de personagens da novela nas ruas de São Paulo. Ainda por cima música citava o nome da novela em sua letra: “Tô com ciúme de você. Cambalacho“. Um show!

Jerônimo (Germano Mathias) – A letra dessa malandra música é a própria narração da vida do armador Jerônimo Machado (o saudoso Gianfrancesco Guarnieri), o Gegê, o grande parceiro de Leonarda Furtado, a Naná - uma criação estupenda de Fernanda Montenegro - nos cambalachos.

Ótima dobradinha de Fernanda Montenegro e Giafrancesco Guarnieri
  
Parece Mais Não É (Carbono 14) – Essa música serviu de fundo para uma das maiores criações da telenovela brasileira, a inacreditável Albertina Pimenta ou Tina Pepper, como ela gostava de ser chamada (Regina Casé, que deitou e rolou com o grande personagem à altura de sua pegada de humor), uma espécie de clone paulista da cantora Tina Turner. A personagem odiava pobreza e detestava a vila em que morava, e os vizinhos, sabendo disso, viviam perturbando sua vida. Muito engraçada, a popular Tina roubou a cena geral e se tornou uma figura emblemática da trama, tanto que foi parar até no “Cassino do Chacrinha”!

Regina Casé e sua inesquecível Tina Pepper.
Estrela de Bastidor (Ângela Maria) – Responsável por momentos antológicos de humor na trama, a aspirante a cantora Lili Bolero (a saudosa Consuelo Leandro), matinha uma inveja eterna da “sapoti” Ângela Maria (responsável por seu tema na novela, aí está a grande sacada!), a quem acusava ser a culpada por sua carreira nunca ter “decolado”. Uma das cenas mais bacanas foi a reconciliação das duas cantando juntas essa música. Um show! Lili Bolero precisava brilhar, nem que seja para ela, como dizia a canção.

Consuelo Leandro: impagável como Lili Bolero

Vila Curiosa (Passoca) - Um dos núcleos mais populares foi o da Vila, onde os personagens pobres e mais divertidos da novela moravam. Toda semana tinha baixarias clássicas como vizinhos se pegando aos tapas na rua, discussões nas sacadas das janelas e outras situações inusitadas que o subúrbio produz.

Cambalacho (Walter Queiroz) – O que dizer dessa música? Simplesmente demais! Tinha uma sincronia perfeita com a abertura, que mostrava Fernanda Montenegro se passando por uma vidente com uma grande bola de cristal, afinal toda a concepção da abertura era produzida através de objetos redondos. O trecho da música “é tudo banana, olha eu acho que é tudo do mesmo cacho, é tudo farinha, olha eu acho que é tudo mesmo saco”, é sensacional e super atual!

Flavio Galvão era o ambicioso Athos
Filho da Cidade (Sergio Dias) – Athos (Flávio Galvão), o sobrinho mais canalha do Tio Biju (Emiliano Queiroz), foi o grande parceiro de Andréa Souza e Silva em suas trapaças. A canção falava que o personagem tinha esse comportamento por causa da sociedade injusta, o filho da cidade, era o que a cidade tinha feito dele, uma pessoa sem caráter e oportunista, um boneco nas mãos da vilã.

Só Eu Sei (Gillard) – Essa linda canção romântica serviu de pano de fundo para as incertezas da personagem Ana Machadão (Débora Bloch, uma gracinha de macacão sujo de graxa), uma menina que sofria preconceito pela sua profissão de mecânica, dai seu apelido. Era a grande inversão de profissões discutida pela novela, uma vez que ela se apaixona justamente por Tiago (Edson Celulari), que fazia balé e também sofria com esse tipo de preconceito.

A mecânica Ana Machadão e o baiularino Tiago (Edson Celulari): improvável romance
O Ganso Que Dança (Zona Sul) – Acompanhava as cenas de balé de Tiago (o excelente Edson Celulari). Nossa, como esse personagem aguentava barras duras, como ser rejeitado e deserdado pelo próprio pai, o milionário Antero Souza Filho (Mário Lago), por ser bailarino e não ser empresário como era o sonho do pai. A música também seguia o tom do preconceito “vai jogar bola amigo!” rs. rs. rs...

Jardins (A Voz do Brasil) – Outro cenário importantíssimo da novela era a academia e clinica de estética “Physical”, de propriedade da empresária e advogada Amanda (Susana Vieira, em um dos seus personagens mais simpáticos de sua carreira). Muito movimentado e frequentado por boa parte dos personagens da novela. Ganhou esse tema com um arranjo de solo de sax e um coral belíssimo. Super chique e estiloso como a academia, que tinha todas as cores vibrantes dos anos 80, só para se ter uma noção dos exageros, o uniforme dos funcionários era coral, uma cor super em alta nessa década.

Deus Nos Acuda (Fundo de Quintal) – Interpretado pelo Fundo de Quintal, um dos grupos mais tradicionais do samba carioca, o pagode de Naná e Gegê era uma delícia, e a sua letra mostrava a complicada relação entre um casal que brigava muito e mesmo assim não deixavam de ser parceiros, como em um grande jogo de futebol, assim também era a relação de companheirismo dos protagonistas da novela.

Rogério (Claudio Marzo) e Amanda (Susana Vieira): par romântico
Alguém Que Olhe Por Mim (Emílio Santiago) – Essa belíssima canção (uma versão de “Someone to watch over me”, clássico de George e Ira Gershwin) que teve a interpretação perfeita do grande Emílio, foi muito tocada na novela quando o advogado Rogério (Claudio Marzo), deu uma grande mancada em sua vida e se deixou envolver emocionalmente pela ardilosa cunhada Andréa e com isso jogou fora seu casamento estável de anos com Amanda. Arrependido e tentando a todo custo reconquistar a ex-mulher, depois de conhecer a verdadeira face de Andréa, ele sofreu muito ao som dessa canção, assim como Amanda. No final eles conseguiram se perdoar e reconstruir a relação de amor. Claudio, Susana e Natália formaram um triângulo amoroso familiar muito complicado, mas sensacional, graças ao talento do trio em cenas de tirar o fôlego.


“Cambalacho” esteve no ar de 10 de Março a 04 de Outubro de 1986, com 174 capítulos, na TV Globo. A direção ficou a cargo de Jorge Fernando.

Aladim Miguel
Setembro/ 2012.

Melão, eu e Aladim em dia de festa! 
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sexta-feira, 21 de setembro de 2012

Titina Medeiros: a “brabuleta-revelação” de Cheias de Charme




Texto do Blogueiro convidado Márcio Adson

Titina Medeiros nasceu na minha cidade, Currais Novos/RN. Mas isto aconteceu apenas pelo fato de, na época, a maternidade de Acari/RN, cidade vizinha, distante aproximadamente 200km da capital do Estado, Natal, não estar funcionando. Lá ela foi criada e despertou para o lado artístico, ingressando na banda filarmônica. E se antes Acari era tida como a cidade mais limpa do Brasil, hoje em dia todos lembram dela como a cidade da Titina!!! A simpática atriz já era bastante conhecida no Rio Grande do Norte, onde faz parte de um dos principais grupos de teatro do Estado, o Clowns de Shakespeare, e por estrelar constantemente campanhas de marketing de uma loja de materiais de construção. Apesar dela já ter participado de um quadro no “Fantástico”, foi com a novela "Cheias de Charme" que o Brasil pode conhecer de fato e passar a admirar o grande talento dessa artista.

Socorro, classificada pelos autores, Filipe Miguez e Izabel de Oliveira, como a quinta protagonista da novela, foi responsável pelas pitadas de vilania (um tanto quanto desastradas) da trama. A personagem, do cabelo ao figurino, é mais do que over, o que seria um risco para uma atriz inexperiente. Mas Titina domou os excessos e encontrou o tom certo, recebendo inúmeros elogios da crítica e o carinho do público.

Nascida em Sobradinho, a curica ostenta uma verdadeira obsessão pela grande estrela nascida na cidade, Chayene (Cláudia Abreu), que viria a se tornar a musa do eletro forró. Após passar como doméstica por quase todas as casas da novela, sem muito sucesso, Socorro atingiu seu objetivo: trabalhar na casa de Chayene, transformando-se em sua personal curica. Pronto, estava formada a melhor dupla da novela, responsável pelos momentos mais impagáveis da história. As duas se complementaram em suas loucuras, uma servindo de “escada” para outra, de modo que as duas brilhassem igualmente. A química entre elas foi tão forte que no período em que as duas ficaram separadas, para que Socorro pudesse plantar a semente da discórdia entre as Empreguetes, o público sentiu falta e pediu o retorno da empregada para a mansão rosa.

Ao longo da trajetória de Socorro, alguns momentos tornaram-se inesquecíveis. Toda a sequência em que a personagem realiza um falso show de Chayene na cidade de Sobradinho, é descoberta, sai correndo pelas ruas e dunas, até pular num rio repleto de piranhas, salvando-se triunfalmente ao som do antigo tema de abertura do "Fantástico", foi sensacional. Também não teve como segurar o riso quando a personagem deu por engano o famoso chá de ferra goela à Chayene, que, irritada, obrigou-a a tomar o chá também, ficando as duas com voz de pato! Não poderíamos deixar de falar do capítulo que rendeu o recorde de audiência à novela, no qual Socorro exagerou na dose e transformou uma briga que era pra ser de mentirinha com a famosa cantora, apenas para impressionar as Empreguetes, num hilário arranca rabo na loja de seu Messias (Edney Giovenazzi), com direito a banho de farinha, ovos e tudo mais.

Socorro, impagável como Lady Praga
Já nos aproximamos da reta final de "Cheias de Charme" e, sem dúvida, podemos reconhecer que Titina Medeiros foi a grande revelação da novela. Pelas declarações dela, já sabemos que ela retornará à Natal para dar continuidade ao trabalho com seu grupo de teatro. Mas o Brasil que a conheceu como Socorro já torce para vê-la em outros trabalhos na telinha o mais breve possível!

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Marcio Adson é potiguar, de Currais Novos (tá vendo, já temos uma sucursal no Rio Grande do Norte) e curico fã de carteirinha de Chay, Socorro e das Empreguetes da novela “Cheias de Charme”. Noveleiro apaixonado, sempre com comentários inteligentes em diversos grupos de discussão, Marcio foi um dos finalistas do “Video Game”, quadro do Video Show apresentado por Angélica  em 2009. Volte sempre, curico! Melão está sempre de braços abertos pra você. 


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terça-feira, 18 de setembro de 2012

“Top Model”: valeu a pena ver de novo



Os filhos de Gaspar: Olívia (Gabriela Duarte), Elvis (Marcelo Faria), Ringo (Henrique Farias), Jane (Carol Machado) e Lennon (Igor Lage)

Hoje vai ao ar, pelo Canal Viva, o último capítulo da reprise de “Top Model”, novela de Walther Negrão e Antonio Calmon que marcou toda uma geração. E, concidentemente, há exatos 23 anos atrás, dia 18 de setembro de 1989, a Globo exibia o primeiro capítulo da novela, que na época de seu encerramento, deixou muitas saudades e uma legião de fãs, principalmente crianças e adolescentes, todos desejando ser um dos filhos de Gaspar (Nuno Leal Maia), ter nome de astros do rock e do cinema e viver naquela casa super animada à beira da praia.

Pra quem, como eu, era adolescente na época, foi um verdadeiro deleite e um retorno no tempo acompanhar a novela. Mas as gerações seguintes também gostaram de conhecer a trama que sempre ouviram falar bem. Claro que, muitos anos e dezenas de novelas depois, nosso olhar é outro e hoje, bem mais crítico, consigo reconhecer que não se trata de uma novela perfeita. Pelo contrário, a trama muitas vezes, foi conduzida em banho-maria, sustentando-se apenas pelo carisma dos personagens, interpretados por um ótimo time de veteranos e por um surpreendente elenco jovem, talvez o melhor elenco adolescente já reunido em uma novela. Todos os garotos e garotas foram muito bem construídos e pareciam de carne e osso, não ficavam o tempo todo proferindo um amontoado de gírias e tendo atitudes “modernas” que sempre soam forçadas em tramas adolescentes. O mais bacana é que eles não eram apenas filhos de alguém. Todos tinham o mesmo peso dos personagens adultos. A trama das irmãs Olívia e Jane (Gabriela Duarte e Carol Machado), por exemplo, apaixonadas pelo mesmo garoto, Artur (Jonas Torres), foi conduzida com extrema sensibilidade, sem vilanizar nenhuma das duas, mostrando, sobretudo, que o amor que uma sentia pela outra sempre foi maior do que qualquer rivalidade.



Maria Zilda: destaque positivo
 Outro aspecto positivo da trama foi a ausência de maniqueísmo e estereótipos. A mocinha não era tão mocinha, o vilão, muitas vezes, foi humanizado, o herói tinha um pé na marginalidade e o grande paizão da trama, em vários momentos, não passou de um garotão irresponsável. Um bom exemplo disso foi a personagem Marisa (ótima atuação de Maria Zilda Bethlem), que começou a trama parecendo ser mais uma vilã corriqueira, mulher interesseira que abandona o irmão pobre, a quem ama, pra ficar com o irmão rico. Mas Marisa foi muito além e teve uma trajetória bastante interessante, chegando, em um determinado momento, a assumir o controle dos negócios da família, para depois se tornar riponga, desmemoriada, chegando ao cúmulo de aconselhar a rival Naná (Zezé Polessa) a conquistar seu próprio marido. E em todos esses momentos, Maria Zilda se saiu muito bem, sempre imprimindo leveza e bom humor. Zezé Polessa e Drica Moraes foram as grandes revelações adultas da novela. Zezé, como uma adorável faz-tudo eternamente apaixonada por Gaspar. Quem não gostaria de ter uma Naná em casa? Já Drica, na pele da “empreguete” Cida, provocou muitas gargalhadas como a doméstica apaixonada por bandido que virou cantora (quem disse que a Cida de “Cheias de Charme” foi a pioneira?).

Eva Todor e Zezé Polessa: diversão garantida na trama

Outro grande destaque do time dos veteranos foi Eva Todor, que brilhou na pele da atrapalha avó Morgana e fez uma dupla adorável com o saudoso Luiz Carlos Arutin. Nos momentos em que a trama não andava, era Morgana quem garantia a diversão, sempre com um texto inspirado. E para fazer justiça, é impossível não citar Cecil Thiré, que simplesmente arrasou como o doentio vilão Alex Kundera, outro personagem muitíssimo bem construído. Alex não era um monstro 100% do tempo. Claro, era um psicopata que não conseguia conviver com a inveja que sentia pelo irmão, mas também tinha dimensão humana: sofria por amor e demonstrava afeto pelo filho Alex Júnior (Rodrigo Penna). Um papel que só podia mesmo ter sido vivido por um grande ator como Cecil Thiré.

Cecil Thiré na pele de Alex Kundera com Rodrigo Penna: ator brilhou na pele de vilão
Já o par romântico central da trama não funcionou como deveria. A heroína Duda (Malu Mader) começou forte e decidida, mas foi enfraquecendo no decorrer da novela e desistiu com muita facilidade de seu amor por Lucas (Taumaturgo Ferreira), mostrando-se, muitas vezes, mimada e egoísta. Além disso, os autores mantiveram o casal separado na novela por muito tempo. Nesse meio tempo surge Giulia (Alexandra Marzo em seu melhor momento na tevê), para arrebatar o coração de Lucas e promover o antagonismo com Duda. Nesse caso, a ausência de maniqueísmo contou a favor de Giulia, já que ela estava bem distante das características de uma vilã. Ao contrário, Giulia era amiga, simpática, companheira, generosa, determinada, enfim, adorável, tudo o que Duda não foi. Resultado: houve uma imensa torcida para que Lucas ficasse com Giulia e não com Duda, que chegou a ficar ausente da trama justamente nos capítulos finais. Até mesmo a reconciliação de Lucas e Duda foi promovida por Giulia que, se não foi a heroína da trama, teve mais atitude de heroína do que a mocinha original, que nada fez para lutar por seu amor.

Luiz Carlos Arutin e Alexandra Marzo: fotografados de minha tevê

A trilha sonora também foi um caso à parte. Poucas vezes, canções e trama combinaram tão bem em uma novela e muitas delas se tornaram memoráveis. Impossível não ouvir “Stairway to Heaven” e “Hey Jude” e não se lembrar de Gaspar e sua família. Ou “Oceano” e “Right here waiting”, que nos remetem imediatamente ao romance de Duda e Lucas, da mesma forma que “Wish you were here”, com os Bee Gees, vai sempre nos lembrar de Giulia. “Stay”, com Oingo Boingo e “À francesa”, com Marina Lima, também são exemplos de canções que sempre irão nos remeter à novela. A lista é grande...

Lucas e Duda: casal ficou distante demais durante a trama
Enfim, mesmo não tendo o ritmo de uma novela que se espera que tenha nos dias de hoje, em que os espectadores querem uma novidade por minuto, “Top Model” manteve seu charme, seu frescor da época com sua trama ensolarada e alto astral. Valeu a pena ver de novo e pra sempre valerá. 

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sábado, 15 de setembro de 2012

O sexo, a cidade e nenhum glamour



As quatro protagonistas de "Girls", série sensação do momento.

Nem só de teledramaturgia nacional vive este melão que vos fala. Não posso dizer que sou tão seriemaníaco quanto noveleiro, mas também adoro uma boa série. As atuais estão utilizando cada vez mais os ingredientes das telenovelas como o bom melodrama (“Revenge” e “Brothers and Sisters”), bons ganchos (“Desperate Housewives”) e uma trama que não se encerra com o fim do episódio, indo até o final da temporada ou até mesmo ao final da série. Pelo fato de elas, geralmente, ficarem mais tempo no ar do que as novelas (“A Grande Família” e “Friends” que o digam), a gente acaba se apegando demais aos personagens e, de tempos em tempos, vamos substituindo nossas paixões e dando lugar a novos universos, novas tramas e novos “amigos”. Minha paixão maior continua sendo “Sex and the city”, mas desde o fim das aventuras de Carrie Bradshaw e suas amigas, tenho acompanhado um bocado de séries, dentre as quais cito minhas favoritas “Damages” e “Mad Men”, absolutamente sensacionais. Minha mais nova descoberta (não por acaso citei “Sex and the city”) é a já badaladíssima “Girls”, exibida atualmente na HBO que também narra a saga de quatro mulheres e suas aventuras em Nova Iorque, só que bem mais jovens, também com muito sexo, mas com muito menos glamour.

Hannah e Adam: é tudo somente sexo e amizade
A série é escrita, dirigida e interpretada por Lena Dunham, a mais nova queridinha do showbizz americano. Ela é a protagonista Hannah, jovem que vive o conflito da transição para a vida adulta. Recém-formada, ela agora precisa sobreviver na Big Apple sem a mesada dos pais e ainda lidar com os dilemas de um relacionamento complicado. Apesar de contornos bem mais dramáticos e realistas do que “Sex and the city”, a série explora os mesmos arquétipos femininos de sua antecessora, ainda que de modo menos óbvio. Mesmo assim, é possível fazer a correlação entre as personagens das duas séries. Assim como Carrie (Sarah Jessica Parker), Hannah também é escritora (pelo menos uma aspirante) e também tem o seu Mr. Big, o homem sentimentalmente inatingível do qual ela é dependente afetivamente. Nesse caso é o bizarro Adam (Adam Driver), que mantém com Hannah um relacionamento sem compromissos e com muito sexo. Isso é um diferencial na série: as cenas de sexo são pra lá de cruas, pouco românticas, muito mais realistas e (por que não dizer?) bem mais chocantes do que as da lendária série estrelada por Sarah Jessica Parker.

As lendárias e inesquecíveis protagonistas de "Sex and the city"

As outras garotas também guardam semelhanças com as novaiorquinas anteriores: a bela Marnie (Allison Williams), a exemplo de Miranda Hobbes (Cynthia Nixon) é prática, controladora e busca um relacionamento sem maiores sobressaltos; Jessa (Jemima Kirke) a sensual garota europeia, liberada sexualmente poderia perfeitamente ser uma sobrinha do furacão Samantha Jones (Kim Catrall); e completando o quarteto, a inocente e virgem Shooshanna (Zosia Mamet), tão romântica quanto a doce Charlotte York (Kristin Davis) e, na história, é justamente Shooshanna a fã inveretada de “Sex and the City”. Ainda que a referência soe como uma alfinetada, é inegável que o universo de “Sex and the city” serviu como inspiração para Lena, só que com bem menos açúcar, menos afeto e doses cavalares de realismo nu e cru.



Apesar de carregar altas doses de humor irônico e sarcástico, “Girls” é, essencialmente, uma série dramática que, em alguns momentos, chega a nos angustiar com situações, muitas vezes humilhantes, pelas quais passam as garotas, sobretudo a protagonista Hannah. Mesmo não sendo tão palatável e divertida como “Sex and the city”, vale muito a pena dar uma conferida no texto inteligente e nas interpretações corajosas de “Girls”, um retrato bastante realista e desglamourizado dos dilemas sofridos pela geração nascida na segunda metade dos anos 80. Garotas imperfeitas que já não sonham com o homem perfeito e que buscam afirmação afetiva e profissional em tempos de crise em ambos os aspectos.

Lena Dunham: autora, diretora e protagonista da série
“Girls” é exibida pelo canal HBO toda segunda às 22 horas com várias reprises durante a semana. Ainda dá tempo de conferir.
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