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sábado, 19 de março de 2011

Blogueiro convidado: Raphael Scire e o "gran finale" de "Ti Ti Ti"


Como vocês sabem, esta semana fui convidado pelo blog "Zappiando" para escrever sobre "Ti Ti Ti". Mas o melão não poderia ficar desguarnecido. Por isso, Raphael Scire foi novamente convocado para fazer um balanço final da novela. Abaixo, links para outros textos sobre "Ti Ti Ti". 



A novela das Marias

Por Raphael Scire



Cá estou eu de novo a falar de “Ti ti ti”, versão 2010/2011, que certamente já entrou para o meu rol das melhores novelas. Parece que foi ontem quando, em junho de 2009, entrevistei a autora e ela me disse que faria o remake de duas tramas de Cassiano Gabus Mendes.

A novela acabou e deixou um sentimento de orfandade em quem gosta de uma boa trama. A história de Maria Adelaide Amaral permitiu-se. Permitiu-se a ousadia e a vanguarda, ao mostrar tão abertamente não uma, mas duas relações homossexuais em pleno horário das sete. Permitiu-se a diversão, sem tornar exagerado o tom da comédia. Permitiu-se a nostalgia e o saudosismo, ao fazer inúmeras referências a outras tramas, fossem elas de Cassiano Gabus Mendes ou não.

Um elenco cuja maior característica foi a afinidade, uma direção que primou pela alegria e um texto, bem, o texto é de um primor único. Tudo casou bem, do figurino à cenografia. Marília Carneiro, que trabalho! Fazer moda numa novela que fala sobre moda não é coisa pouca e só mesmo quem entende do riscado poderia fazer um trabalho como este. Marília tirou de letra, como já era esperado. Eu me lembro da empolgação da figurinista quando a entrevistei, na festa de lançamento de “Dalva e Herivelto, uma canção de amor”, produção para a qual também assinou o figurino.

Não posso deixar de destacar o trabalho de Regina Braga. As cenas que tinham o texto mais sofisticado da trama eram com ela, justamente nos momentos em que a lucidez faltava à sua personagem. Impossível não se emocionar. Quando Cecília encontra sua irmã, Julia, o público ganhou de presente um show de atuação. Junto a Nicette Bruno, comoveu e deu credibilidade ao drama de Cecília.

Falar que Murilo Benício teve o melhor papel de sua carreira seria chover no molhado, a crítica e o público já se encarregaram de o fazer. Mas ele merece todo o reconhecimento por seu Ari/Victor Valentim. Alexandre Borges não fez feio, mas Benício levou a melhor. Ah, seu Tatá, conhecido também por Luiz Gustavo, que outrora dera vida a Ari/Victor voltou com tudo. E pediu para ficar.
  
Por último, permito-me aqui dizer que essa foi a novela das Marias. Primeiro a autora, Maria Adelaide Amaral, para cujo talento a gente tem mais é que fazer referência e agradecer ajoelhado e de pés juntos por esse brinde à teledramaturgia. Se antes eu já era fã dela, agora fiquei mais ainda. Depois por outras três Marias que arrasaram na interpretação. Malu Mader, que é Maria de Lourdes, fez uma Suzana que não conseguia esconder o riso nas cenas cômicas e por isso me conquistou – na verdade, Malu poderia fazer qualquer papel que me conquistaria da mesma maneira.  Claudia Raia, que vem a ser Maria Claudia, fez a diversão de todos e de tudo com sua tresloucada, politicamente incorreta e por isso apaixonante Jaqueline Maldonado. Minha vontade era colocar a Jaqueline num potinho e guardar para sempre. Embora Mayana Neiva tenha se destacado, para mim, a grande revelação da novela foi Maria Helena Chira, que fez de sua Camila uma patricinha no tom exato. E tem também a Maria de Médicis, diretora da equipe de Jorge Fernando, que não é Maria, mas é cheio de graça e foi essencial para esse sucesso.

Esse “Ti ti ti”, certamente, merece um remake do remake (ok, isso é hipérbole minha). Já deixa saudades. O último bloco foi a cereja do bolo no último capítulo. Claudia Raia, definitivamente, viveu um de seus melhores momentos na televisão. O discurso final de Jaqueline foi emocionante. Uma novela como essa só poderia acabar desse jeito: em clima 
de festa. Parabéns, Maria Adelaide, e obrigado por oito meses de alegria.
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Leia também:

Meu texto para o Zappiando: "Ti Ti Ti ontem e hoje" -> http://zappiando.wordpress.com/2011/03/18/ti-ti-ti-ontem-e-hoje/


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sexta-feira, 31 de dezembro de 2010

Em 2010, o melão preferiu...



Ø  TI TI TI
Disparada a melhor novela do ano. Maria Adelaide Amaral e equipe estão de parabéns por trazer ao horário das sete um novo fôlego que há tempos não se via. A autora optou por não escrever uma versão literal do megassucesso de 1985. Foi esperta ao mesclar algumas tramas de “Plumas e Paetês” e, com isso, acrescentar elementos de folhetim que faltava à versão oitentista de “Ti Ti Ti”. O resultado é uma trama altamente original, movimentada, divertida e cheia de personalidade, mas que mantém o clima das melhores novelas do Mestre Cassiano Gabus Mendes. “Ti Ti Ti” faz uma grande e comovente homenagem à teledramaturgia brasileira, ao citar e revisitar personagens, não só das tramas de Cassiano, como de outras novelas de sucesso como “Fera Radical” e “O clone”. A direção sempre solar e colorida de Jorge Fernando casa perfeitamente com o texto sempre esperto. Elenco, direção de arte, figurino, enfim, tudo em sintonia. O que mais surpreende em “Ti-Ti-Ti” é a novela está longe de ser escrita no piloto automático. Mostra fôlego para surpreender e divertir a cada capítulo, nos brindando com um humor popular e refinado ao mesmo tempo, já que as citações não se limitam apenas às novelas, mas também ao cinema e à cultura pop em geral, e quem não as absorve, se diverte do mesmo jeito. Ousadia na medida certa. Sem dúvida, o maior acerto do ano!

Ø  CLAUDIA RAIA


Como disse meu amigo Eduardo Vieira, Jackeline é o “Mario Fofoca” da novela. Um verdadeiro show a cada capítulo. Claudia Raia está perfeita, caricata no bom sentido, mas também extremamente humana. Jackeline pode parecer uma doida de pedra, mas também sofre, chora, se emociona como qualquer um de nós. Impossível não torcer por ela. La Raia, assim como no drama de “A favorita”, arrasa nessa novela também, com uma interpretação visceral, sem medo de cair no ridículo e no exagero. E o texto de Jackeline? Foram tantas tiradas geniais e a atriz consegue aproveitar cada uma delas. Sua fase como Irmã Desgosto, no melhor estilo “Maus hábitos” de Almodóvar, está simplesmente genial e hilariante. Dentre os tantos motivos para se assistir à novela, Claudia Raia, sem dúvida, é o maior deles. Disparada a melhor atriz do ano!


Ø  ANDRÉ ARTECHE

Quando assisti ao ótimo filme “Houve uma vez dois verões”, de Jorge Furtado, conheci a interpretação de André Arteche e percebi que se tratava de um ator diferente, de uma sensibilidade especial. Seus papéis na TV, por menores que fossem, foram confirmando minha impressão. Agora em “Ti Ti Ti”, na pele de Julinho, André está excelente, arrebatador e arrebatado pela ótima abordagem de Maria Adelaide Amaral sobre um relacionamento gay. O romance de Julinho e Osmar (Gustavo Leão) durou pouquíssimos capítulos, mas fez tanto sucesso que o casal é forte candidato a melhor do ano. Tudo ali funcionou: a química dos atores, o texto delicado, a canção-tema “True Colors”... E a trama continua viva até hoje. André continua fazendo uma ótima dobradinha com a sempre competente Giulia Gam. A relação maternal de Bruna com Julinho é comovente e muito bem urdida. André Arteche ganhou um excelente papel e está aproveitando da melhor maneira possível e já está a léguas do estereótipo gay bonzinho melhor amigo da mocinha. O melão aplaude de pé!


Ø  IRENE RAVACHE

A personagem “perua emergente” está longe de ser novidade nas novelas. Menos novidade ainda é o talento de Irene Ravache, que ainda consegue emprestar muito humor e trazer novos elementos ao tipo já manjado em nossa TV. Ravache sempre é garantia de excelente interpretação e oferece a mesma naturalidade, seja em tipos sofridos como a Dona Lola de “Éramos Seis”, ou como a tresloucada Clô de “Passione”. A atriz protagonizou as cenas mais hilárias da novela, como a do jantar oferecido a ela por Bete Gouveia (Fernanda Montenegro), no qual quase leva Dona Brígida (Cleyde Yáconis) à loucura com sua falta de etiqueta. Outro momento hilário foi quando, ao pedir churrasquinho de gato, solicitou ao entregador que não esquecesse a farofa. Sílvio de Abreu é um mestre do humor e Irene, habituadíssima ao texto do autor, faz misérias em cena. O melão elege La Ravache como o grande destaque de “Passione”.


Ø  A VIDA ALHEIA

Miguel Falabella se afastou um pouco do humor escrachado e da estética kitch de suas divertidíssimas novelas, mas manteve a ironia, o deboche e o sarcasmo nessa ótima série que critica o mundo das revistas de celebridades, dispostas a tudo para conseguir um furo, ignorando qualquer senso de ética e respeito. A comédia dramática de humor rascante proporcionou a atrizes como Claudia Jimenez e Marilia Pêra brilharem intensamente e deu a Daniele Winits a oportunidade de defender um papel diferente dos que costuma interpretar. Entre o elenco masculino, destaque total para Carlos Gregório. Uma pena que não tenha uma nova temporada, pois história e conteúdo pra isso não faltam. 

Ø  AS CARIOCAS


Já na abertura, dava pra notar que o seriado seria uma delícia. Um desfile de belas atrizes e uma história pra contar a cada semana referente a um bairro do Rio de Janeiro. Com jeito leve, gaiato, despretensioso e safadinho... mais Rio de Janeiro impossível. Mais uma ótima parceria de Euclides Marinho e Daniel Filho, que voltou à TV em grande estilo. E que delícia também assistirmos a um programa repleto de locações externas. Gostinho de nostalgia. Uma festa!

Ø  CLANDESTINOS – O SONHO COMEÇOU


Outro gol de placa este ano. Impossível não se envolver e não se comover com a luta de jovens aspirantes ao palcos e à fama em busca de um lugar ao sol. A feliz empreitada teatral de João Falcão ganhou uma ótima adaptação e revelou talentos promissores como Adelaide de Castro, Fabio Enriquez e Elisa Pinheiro. Texto sempre afiado, muito lirismo e muita emoção. Claro que o DVD é super aguardado, né?

Ø  RIBEIRÃO DO TEMPO


Marcílio Moraes não é um autor que se acomoda em uma determinada temática. Sua primeira novela na Record, “Essas Mulheres”, que bebia da literatura de José de Alencar, era um primor de tão boa. Depois, Marcílio deu um giro de 180 graus e levou a realidade dos morros cariocas de maneira nunca antes vista na Tv com “Vidas Opostas” e a série “A lei e o crime”. Agora, com “Ribeirão do Tempo”, Marcilio inaugura na Record aquele estilo político-regionalista, que lembra as antigas tramas de Dias Gomes e Aguinaldo Silva, e o faz com bastante acerto. Crítica social, irreverência, deboche e um texto sempre inspirado.


Ø  UMA ROSA COM AMOR



A novela, sem dúvida, representou um “upgrade” nas produções do SBT, que buscou um bom elenco que contou com nomes de peso como Betty Faria, Carla Marins e Jussara Freire. A singeleza do texto de Vicente Sesso, atualizado por Tiago Santiago, nos trouxe uma novela romântica, divertida, com um quê de nostálgica e muito gostosa de se assistir. Não emplacou os índices de audiência esperados pela emissora, mas provou que é possível fazer dramaturgia sem precisar recorrer o tempo todo aos melodramas mexicanos. Um bom começo.

Ø  CANAL VIVA


Viva! Mil vezes Viva! O sonho de todo telemaníaco começou a se concretizar com a criação do canal, que dedica grande parte de sua grade à reprises de antigos sucessos da teledramaturgia global. Quando veio “Por amor” e “Quatro por Quatro”, imaginamos grandes possibilidades, mas quando foi anunciado o retorno de “Vale Tudo” a festa foi total. E 2011 já promete com a volta da “Tv Pirata”. E ainda há as minisséries, os seriados... tudo o que podemos desejar é vida longuíssima ao Viva e força nos gravadores!


Ø  BOX ROQUE SANTEIRO

Outro presentão para os telemaníacos que abre inúmeras possibilidades. Para quem ainda não adquiriu, é imperdível. A saga do santo que não morreu, da viúva que foi sem nunca ter sido e do poderoso coronel que adora bancar o cachorrinho na intimidade são garantia de diversão e de excelentes atuações. O universo suigeneris criado por Dias Gomes, escrito por ele e por Aguinaldo Silva, ainda é atual ao denunciar a corrupção e as injustiças de uma metonímica Asa Branca e sua galeria de personagens inesquecíveis. Para muitos não houve novela como “Roque Santeiro”. Esperamos que seja apenas o primeiro lançamento de muitos outros.


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Claro que listas são sempre muito pessoais e muita coisa boa ficou de fora. Mas o melão quer saber: o que vocês preferiram em 2010?


O que eu preferi em 2009? Vamos relembrar? http://euprefiromelao.blogspot.com/2009/12/em-2009-eu-preferi.html

Enfim, queria dizer que 2010 foi, particularmente, um ano de muita batalha e, principalmente de muitas conquistas para o melão e para este blogueiro que vos fala. Só tenho a agradecer a todos por sempre prestigiarem o espaço e conto com vocês para 2011. Que seja diamante verdadeiro para todos nós. Até lá!

quarta-feira, 17 de novembro de 2010

Blogueiro convidado: Raphael Scire e a metalinguagem em “Ti Ti Ti”.

                                                                                                                                                                                                           
                                                                                                                                                                                
Inaugurando o novo banner, o melão recebe mais um blogueiro convidado.



 Jornalista de São Paulo, de 22 anos, Raphael Scire é mais um noveleiro a colaborar com o melão. Fã de Sílvio de Abreu, Gilberto Braga e Maria Adelaide Amaral, Raphael elegeu a atual novela da autora citada como assunto de seu texto: a metalinguagem em “Ti Ti Ti”, que vem divertindo o público, sobretudo, os apaixonados por telenovelas como nós. Além de escrever muito bem, Raphael também é um ótimo papo pelo Twitter (@Raphael_Scire ). Quem seguir o rapaz não vai se arrepender. O melão agradece mais uma excelente colaboração. Como é bom ter amigos inteligentes...



A metalinguagem de Ti ti ti

Por Raphael Scire


A aposta da Rede Globo para recuperar a audiência na faixa das 19h não poderia ter sido mais certeira. O remake de Tititi e Plumas e Paetês, dois clássicos de Cassiano Gabus Mendes dos anos 1980, trouxe uma trama leve, romântica e bem humorada, tudo muito bem dosado por Maria Adelaide Amaral e equipe, que sabem a hora certa de carregar a tinta tanto na comédia como no drama.

É uma delícia ver Malu Mader (Suzana) segurar o riso nas cenas em que Jacques Leclair (Alexandre Borges) e Ari – o melhor papel de Murilo Benício na televisão até agora – disputam sua atenção. A Jacqueline de Claudia Raia é outro ponto de destaque. Surtada e adorável, é dona de frases cortantes, divertidas e alucinadas. Rodrigo Lopez (Chico) começou a novela algo que caricato, com forte sotaque paulistano, a acentuar sua profissão de motoboy. Aos poucos, foi ganhando a simpatia do público e suas cenas com Nicole (Elizângela) são hilárias.

Mas o que torna o remake de “Tititi” ainda mais emblemático do que o próprio original é a liberdade que a autora vem tendo para divertir o público, em especial os aficionados por telenovelas. Há, pelo menos, uma citação a outras novelas de sucesso por dia. Metalinguagem televisiva nunca vista antes.

Logo nos primeiros capítulos, quando Jorge Fernando fez uma participação como ele mesmo, Ari explicou a Chico quem era o diretor: “Jorge Fernando, Chico, aquele que dirigiu A próxima vítima”. A novela em questão, escrita por Silvio de Abreu, contou com a colaboração da própria Maria Adelaide.

Malu Mader em "Fera Radical": uma das mais frequentes citações da novela.

Jacqueline, por exemplo, é uma das que mais solta tais pérolas. Ela alfineta a “rival” Suzana chamando-a de Fera Radical, referência explícita à trama protagonizada por Malu Mader nos anos 1980. Em uma cena, ao comemorar o sucesso de Jacques Leclair, Jacqueline propõe um brinde entre ela e o amado. A empregada Rosário (Rosanna Viegas), animada, pede para participar e ouve da patroa: “Ih, olha a empregada querendo ter fala. Isso aqui não é novela do Manoel Carlos, não!”


Ari, ao explicar a Mabi (Clara Tiezzi) sua relação com Victor Valentim, comparou-a com a de Murilo Benício na novela “O Clone” (foto), em que o ator tinha dois papéis. Isso tudo, é claro, com enorme esforço de Benício para segurar o riso.


E não é só a novelas que são feitas referências. Thaysa (Fernanda Souza), na tentativa de conquistar Adriano (Rafael Zulu), disse ao rapaz que dançaria para ele, a fim de fazer com que ele deixasse de ser gay. Prontamente, ele respondeu que ela só dançaria na “Dança dos Famosos” do programa do Faustão. Explica-se: a atriz Fernanda Souza foi a campeã da última etapa do quadro. A dupla rendeu ainda mais risada aos nostálgicos telemaníacos. Adriano, ao ver que Thaysa chegava ao mesmo local onde ele estava soltou essa: “lá vem essa Chiquitita taradita”. Uma amostra de que a metalinguagem  de Ti ti ti não fica apenas nas produções da emissora.

Fernanda Souza nos tempos de "Chiquitita", novela do SBT.

Ti ti ti é um claro exemplo de que um verdadeiro clássico se faz com base em verdadeiros clássicos. A continuar assim, a trama de Maria Adelaide Amaral reserva inúmeras boas surpresas para nós, loucos por telenovelas.
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Leia também: "Ti Ti Ti: uma novela sem vergonha de ser novela
http://euprefiromelao.blogspot.com/2010/08/ti-ti-ti-uma-novela-sem-vergonha-de-ser.html
                                                                                                                                                                                                                                      

quinta-feira, 5 de agosto de 2010

Ti Ti Ti: uma novela sem vergonha de ser novela.


                                                                                                                                                                  
AUTORA UNE O MELHOR DO PASSADO E DO PRESENTE EM TRAMA DIVERTIDÍSSIMA


A apreensão em torno da estreia do remake do megasucesso de Cassiano Gabus Mendes era quase tão grande quanto a expectativa, afinal, por mais talentosa que seja a autora Maria Adelaide Amaral e, mesmo sendo discípula do autor da novela original, sempre é perigoso mexer com grandes sucessos, ainda mais se tratando de personagens como Jacques L’eclair e Victor Valentim, que se tornaram quase míticos no imaginário popular. Quando foi anunciado então que a autora iria mesclar tramas de outro sucesso do autor, “Plumas e Paetês”, o receio aumentou. As comparações seriam inevitáveis e Maria Adelaide tinha um grande desafio pela frente. Como escrever uma novela que reverenciasse o passado sem cheirar a naftalina? Como agradar a nova geração sem desagradar os noveleiros mais antigos? Como criar uma história nova, com frescor que, ao mesmo tempo, preservasse a aura e o estilo das tramas do velho Cassiano? E não é que Maria Adelaide conseguiu?



A novela é uma delícia de se assistir. A autora está sabendo, com maestria, criar uma história nova, envolvente, cheia de referências ao melhor do passado e do presente, que diverte, emociona, faz rir, e entretém no melhor sentido da palavra. A opção por incluir o mote central de “Plumas e Paetês” foi um grande acerto e, por que não dizer, um gol de placa. A saga de Marcela (Ísis Valverde) trouxe os elementos do folhetim e do melodrama que justamente faltavam a “Ti-Ti-Ti”. E a trama foi apresentada primeiro,o que causou um estranhamento no início, mas que agora entendemos que foi pra mostrar que, além da comédia rasgada dos costureiros rivais, um novelão dos bons também estava por vir. E Marcela está longe de ser ume heroína chata ou previsível. Sua trama convence e emociona e seu núcleo, através do romance de Osmar e Julinho (Gustavo Leão e André Arteche), trouxe ousadia para o horário das sete e o casal gay, apresentado com muita sensibilidade e bom gosto, caiu nas graças do público. Mesmo com a morte de Osmar, a homossexualidade ainda está sendo abordada, através das conversas de Julinho com a religiosa mãe de Osmar, Bruna, vivida por Giulia Gam. Ela e André Arteche estão ótimos em cena. Diálogos inspiradíssimos, realistas e no tom certo.

 
Julinho e Osmar: empatia com o público



 A parte de “Ti Ti Ti” também começa a pegar fogo com Victor Valentim entrando em cena. Benicio e Borges estão muito bem. Ali a comédia rasgada é totalmente permitida e, diferente da primeira versão, os rivais agora estão com um tom mais infantil, mais cartoon, marca registrada da direção de Jorge Fernando. Caricatural, mas excelente, está Claudia Raia. Diferentemente da classuda Jacqueline de Sandra Bréa da primeira versão, La Raia está usando e abusando da comédia física com seu jeitão pateta e atrapalhado. A sequência dela dançando Ilariê foi uma das mais engraçada dos últimos tempos. E como se não bastasse, o texto de Jacqueline é ótimo, cheio de referências pop e tiradas inspiradíssimas e Claudia Raia está sabendo deitar e rolar. Malu Mader, mesmo parecendo fazer papel de Malu Mader, é sempre um motivo para ficarmos diante da TV. E através dela a gente percebe o ótimo clima dos bastidores. Por várias vezes, ela não consegue conter o riso quando contracena com Borges e Benício. E todos os grandes nomes do elenco estão muito bem, como Christiane Torloni, Elisângela, Dira Paes, Marco Ricca. Entre os jovens, Humberto Carrão faz um Luti diferente da primeira versão, mais calmo, mas igualmente simpático. E novela de Cassiano e Adelaide sem Mila Moreira certamente faltaria algo. Há muito tempo a atriz não tinha um papel tão bom. Esbanja o charme de sempre e merecia vir melhor creditada na abertura. A trilha sonora também é um caso à parte. Regravações deliciosas de sucessos dos anos 80, de grandes clássicos como “Let’s face the music and dance” juntamente com músicas atuais como a bela “O que eu não conheço” na voz de Maria Bethânia. As canções casam perfeitamente com a trama, que casa com a cenografia e os figurinos, que casam com a direção de arte, enfim... tudo muito inspirado. O universo da moda mudou muito desde 1980 e 1985, anos em que Plumas e Ti Ti Ti foram ao ar. E a novela acompanhou muito bem essa mudança e tudo exala e remete ao mundo fashion atual.



Enfim, com tanta coisa boa, “Ti Ti Ti” é uma grande festa e uma feliz junção do texto inspirado de Adelaide com o humor divertido e clown de Jorge Fernando. Diverte o espectador afeito a humor pastelão e não subestima os mais exigentes que prezam, sobretudo, um bom texto. A autora está sabendo como ninguém captar a essência de Cassiano e mesclar com elementos atuais, criando algo novo e absolutamente original. As referências a outras novelas do autor como a cena em que reproduziu a abertura de “Locomotivas” são emocionantes para os saudosistas. Era disso que o gênero precisava: de uma novela que não tem vergonha de ser novela e de homenagear a própria telenovela, que quase sempre pega carona em referências cinematográficas. “Ti Ti Ti”, ao contrário, é uma homenagem não só á obra de Cassiano, mas à teledramaturgia como um todo. Aplausos efusivos para Maria Adelaide Amaral e equipe, que driblaram todas as armadilhas que poderiam fazer a empreitada naufragar e já fazem de “Ti Ti Ti” já disparada melhor novela dos últimos tempos.


Pra terminar, uma das cenas mais hilárias da novela!



sexta-feira, 18 de junho de 2010

Série Memória Afetiva: 10 divas televisivas.

                                                                                                               

MEUS AMORES DA TELEVISÃO – Cresci com elas...

Chegou a hora do melão revirar seu baú e revelar mais lembranças televisivas que se confundem com a própria vida. Claro que a lista a seguir não pretende representar o senso comum, embora muito se tenha dele, afinal, todo mundo da minha geração cresceu assistindo e convivendo com essas e outras maravilhosas mulheres. Impossível alguém que não admire pelo menos uma delas. Por isso, o melão estende seu tapete vermelho e apresenta as atrizes que povoaram o imaginário deste que vos fala desde à mais tenra infância. São mais do que atrizes (afinal atriz boa é o que não falta em nosso país e a lista seria enorme): são divas, deusas, mitos que povoam nosso imaginário.

Ver um bom ator em cena é sempre gratificante, mas atrizes pra mim serão sempre imbatíveis.

Eis as minhas:

1) Betty Faria



Não é segredo pra ninguém que é minha favorita desde sempre. É muito difícil transpor em palavras o amor e a admiração que sentimos por alguém, por isso não sei dizer com exatidão por que gosto tanto dela. Talvez porque lembre minha mãe? Talvez por ser mais que atriz, na verdade, uma estrela de primeira grandeza? Talvez por ser superlativa, linda, rebelde, talentosa, sensual? Talvez por interpretar seus papéis com tanta força e entrega? Talvez por ter o biótipo que represente a síntese da mulher brasileira? Talvez por representar um certo protótipo de feminilidade? Sim, gosto de Betty faria por todos esses motivos e por mais alguns que não consigo expressar. O fato é que, a partir dos anos 70, marcou a teledramaturgia interpretando mulheres fortes, marcantes, como Lucinha, a cinderela de subúrbio de “Pecado capital” (1975) ou a estonteante e intensa protagonista de “Tieta” (1989). Na contramão dos tipos sensuais, também é capaz de encarnar tipos submissos como Antônia de “De corpo e alma” (1992) ou rainhas do lar com Amélia de “Uma rosa com amor”(2010). Enfim, Betty é minha favorita e não é a primeira vez que digo isso aqui. Mas não custa repetir sempre...


2) Glória Menezes



Um verdadeiro patrimônio de nosso país. Junto com Tarcísio Meira, forma o casal mais famoso da história da teledramaturgia. Seu rosto é tão conhecido e sua presença nas novelas tão constante que é quase impossível que algum brasileiro não a conheça. Glória é uma atriz talentosa, claro, como tantas em nosso país. Mas tem um tipo de carisma único, que faz com que se torne especial, única. Minha primeira lembrança dela é da novela “Guerra dos sexos” (1983), onde não deixava dúvidas por quem deveríamos torcer. Sempre nos dá a impressão de que interpretar é tão simples como respirar. Sua galeria de heroínas é extensa e marcante, mas quem achava que Glória se limitava a elas, teve suas duvidas totalmente dizimadas com a célebre vilã Laurinha Figueiroa, de “Rainha da Sucata” (1990) considerada por muitos como o seu melhor trabalho. Ainda hoje em uma idade em que muitas atrizes ganham papéis secundários, Glória ainda rouba a atenção do público e muitas vezes centraliza as ações como no caso de Dona Irene, de “A favorita”. Uma estrela de verdade como ela sempre estará no olho do furacão.


3) Yoná Magalhães



Dividiu com Glória Menezes nos anos 60 o posto de atriz mais popular do país e revezava com ela no papel das heroínas televisivas, fazendo par com o saudoso Carlos Alberto. De lá pra cá, manteve sua beleza. Sempre foi sinônimo de mulherão e, de certa forma, ficou aprisionada nesse estereótipo. Lembro bem dela em “Amor com amor se paga” (1984), mas foi com “Roque Santeiro” (1985), vivendo Matilde, a dona da pousada e da boate “Sexus” que tive a real noção de que se tratava de uma grande estrela. Hoje em dia vive muitos papéis de mãe, avó, vários deles aquém de sua capacidade. Mas sempre que tem chance mostra que pode centralizar as atenções como a Carmela de “A próxima vítima” (1995), a Valentina de “Meu bem, meu mal” (1990) ou como a submissa Tonha de “Tieta” (1989), papel que foi um divisor de águas em sua carreira, já que teve a chance de fugir do estereótipo de mulherão (pelo menos no início da novela), como uma mulher maltratada e sofrida, que dá volta por cima e retorna linda e poderosa ao Agreste. Ali, Yoná provou que além de estrela, é também uma grande atriz, capaz de tipos únicos e antológicos.


4) Regina Duarte

 


 O que dizer? Ela é o rosto mais conhecido da TV. A mais representativa e emblemática das atrizes. Seu título de namoradinha do Brasil passa de mão em mão por jovens atrizes de tempos em tempos, mas nenhuma com tanto brilho e expressão. O Brasil namorou carinhosa e apaixonadamente Regina durante todos esses anos e namora até hoje. Das românticas mocinhas dos anos 70, La Duarte deu uma guinada no início dos 80 com a divorciada e independente personagem título de “Malu Mulher”. Outra guinada veio com “Roque Santeiro” (1985), quando mostrou que podia fugir dos tipos sofridos e interpretar a fogosa, engraçadíssima e incorretíssima Viúva Porcina, que marcou época e até hoje povoa o imaginário de muita gente. Regina tem o poder de polarizar atenções e mobilizar o país em torno dos dilema das mulheres que interpreta. O Brasil sempre chorou, sofreu e torceu por ela. Quando Raquel rasgou o vestido de noiva da filha ingrata em “Vale Tudo” (1988), o Brasil rasgou e vibrou junto. Há quem não goste de seu estilo de representar, mas com uma coisa todos concordam: nenhuma atriz alcançou tamanha popularidade na TV como ela. Regina rainha da sucata, Regina Simone, Regina Luana, Regina Helena. São muitas em uma só.



5) Dina Sfat



Fazia um interessante contraponto com Regina Duarte em diversas novelas. Enquanto Regina representava a delicadeza e a fragilidade, ela era a força, a intensidade. Uma das batalhas mais memoráveis da TV foi em “Selva de Pedra” (1972) em que sua personagem Fernanda infernizava a vida da Simone de Regina Duarte. Pena eu não ser nascido pra presenciar tal momento. Falecida precocemente em 1989,  dois meses depois do fim de "Bebê a Bordo", em que vivia a personagem Laura. Minha primeira referência sobre a atriz veio com a Paloma de “Os gigantes” (1979). Não cheguei a assistir à novela, era pequeno demais, mas sempre ouvi minha família comentando o quão ela esteve bem na novela. Conheci Dina pra valer na minissérie “Rabo de saia” (1984) como uma das mulheres de Quequé (Ney Latorraca). De uma beleza madura, intensa, ao mesmo tempo comum e única. Seus olhos são, sem dúvida, os mais expressivos da TV. A impressão que ela passava era a que seria capaz de fazer qualquer papel. E de fato em sua carreira ela interpretou de tudo. Os mais de vinte anos em que não aparece mais na Tv não lhe tirou o título der estrela marcante e inesquecível. Todos queríamos que ela tivesse ficado um pouco mais com a gente. Mas diva é diva e permanece.


6) Lucélia Santos



Uma das mais versáteis atrizes que conheço. Suas carreiras em cinema e teatro são um caso à parte. Arrebatou o país com “A escrava Isaura” em 1976, novela responsável por apresentar ao mundo nossa teledramaturgia. Até hoje o verso “lerê lerê” da canção de Dorival Caymmi nos remete à escrava branca que sofria nas mãos de seu senhor. Mas a interpretação de Lucélia não se resume a apenas isso. Uma das qualidades que mais admiro nela é sua imensa e supreendente versatilidade: ela vai das mocinhas mais puras e ingênuas às mais lascivas e despudoradas mulheres, com muitas camadas de gradação entre estes extremos. Minha lembrança mais antiga dela em TV foi em “Guerra dos Sexos” (1983), em que interpretava a dissimulada Carolina. Ali já tive a prova de seu talento, pois não é nada fácil fazer uma diabinha que se faz de santa de maneira crível. Lucélia protagonizou durante muito tempo diversos personagens na Tv diferentes entre si. Logo após a ingênua “Sinhá Moça” (1986) deu vida á exuberante e sensual Carmem em 87. Inexplicável sua ausência da TV nesses anos todos. Em uma entrevista recente, fiquei impressionado, não só com sua seriedade e seu profissionalismo, mas também com sua capacidade de realização e a assertividade de suas opiniões. Sem dúvida, uma mulher forte e admirável e uma das mais camaleônicas de nossas atrizes. Que seu retorno à Tv (em grande estilo) seja breve.


7) Glória Pires


Seu nome é sinônimo de qualidade desde sempre. A mais sucedida de todas as atrizes mirins. Cresceu diante dos olhos do público e se agigantou a cada trabalho até se tornar a melhor atriz de sua geração. Disputada por todos os autores, Glória Pires nunca teve a delicadeza de uma Regina Duarte, a sensualidade de uma Sonia Braga, nem a expressividade de uma Dina Sfat. Ao contrário, fisicamente é um tipo bem comum. Por isso mesmo consegue transitar por todos os tipos e personalidades com uma facilidade única. Meu “apaixonamento” por ela foi com a sofrida Ana Terra em “O tempo e o vento” (1984). Mesmo aos sete anos, ficava vidrado diante da tela porque sabia que ali estava uma atriz especial. Ana Terra quase não tinha texto. Falava pouco. A atriz se garantia muitas vezes no olhar, no gestual, na expressão. E o que dizer de Maria de Fátima de “Vale Tudo” (1988)? Hoje em dia em que vilãs estereotipadas e maniqueístas caem nas graças do público, Gloria soube, na época, interpretar com maestria essa vilã controversa e humana e, por isso, mesmo, muito mais difícil. Aliás, não há desafio que Glória não vença. Em “Mulheres de areia” conseguia interpretar quatro tipos diferentes: Ruth, Raquel, Ruth fingindo ser Raquel e Raquel fingindo ser Ruth. Sabe ser vulgar como Sarita em “Mico Preto” (1990), retraída como Julia em “Belíssima” (2006), guerreira e rude como Maria Moura (1994)... Dona de imensas potencialidades, nunca apresenta um trabalho menos do que magistral.


8) Maitê Proença


Essa não poderia faltar em minha lista porque foi minha primeira referência de beleza. Quando a vi em “Guerra dos sexos” imaginava que não existia mulher mais linda no mundo inteiro. Até hoje, essa dúvida paira sobre mim. Sua presença na tela é sempre luminosa. Atualmente é destaque em “Passione” como Stela, espécie de belle de jour devoradora de ninfetos que, ao mesmo tempo é devotada à família e aos filhos. Muitos torcem o nariz para suas qualidades interpretativas. Nunca foi o meu caso. Sempre acho que atrizes muito bonitas sofrem um pouco de preconceito, até mesmo porque seu tipo físico já limita muito a variedade de personagens. Por isso destaco dois momentos: a sofrida e apagada Clara de “Torre de Babel” (1998), em que a beleza da atriz esteve em segundo plano e ela teve a oportunidade de protagonizar cenas fortes e intensas com Tony Ramos com extrema competência; outro momento foi os episódios de “A vida como ela é” (1996), em que Maitê pôde interpretar todo tipo de papel, incluindo feias e putas. Atualmente, tem arrancado elogios sua produção literária e autoral em teatro. Seja da maneira que for, Maitê sempre será, pra mim, um ótimo motivo pra ficar diante da telinha.



9) Claudia Raia



Estrelíssima! Principal herdeira das vedetes do teatro rebolado, é a mais hollywoodiana de nossas estrelas. Dona de pernas que fizeram (e fazem) o Brasil parar, La Raia é o que chamamos de “mulher-gay”: esfuziante, expansiva, um furacão por onde passa. A primeira novela da qual participou, “Roque Santeiro” (1985), explorou ao máximo sua sensualidade. Mais tarde, em “Sassaricando” (1987), mostrou inegável talento cômico como a analfabeta Tancinha e seu bordões “eu me tô tão divididinha” e (que orgulho!) “me olha os melão” (adoooro...rs!). Esse dom pra fazer rir decolou de vez com a TV Pirata (1988), em que interpretou a presidiária Tonhão, que nem de longe lembrava as mulheres sensuais que viveu. Fera na comédia, no musical, no drama, no romance, é talento pra mais de metro.


10) Malu Mader


Malu Mader talvez seja o rosto mais popular entre os jovens nos anos 80. Seus traços não-convencionais constroem uma mulher linda, que sabe ser sexy e sabe ser doce. Malu tem aquela qualidade de grandes estrelas, o chamado carisma, que faz com que todo mundo torça por ela e compre suas brigas, por isso, é quase impossível vê-la como vilã. Conheci a atriz melhor como a patricinha Wal de “Ti-Ti-Ti” (1985) e mais tarde como a ingênua Lurdinha, de “Anos dourados” (1986), minha minissérie favorita até hoje. Quase uma pivete em “O outro” (1987) como Glorinha da Abolição, sensual e vingativa como Claudia em “Fera Radical” (1988), linda mocinha clássica como a modelo Duda em “Top Model”, só tem graça em ver Malu se ela for a estrela. Gilberto Braga que o diga: nenhuma atriz ganhou tantas protagonistas em suas obras quanto ela, sempre bela e luminosa. Charmosíssima, talvez o que a faça ter empatia com o público é uma certa naturalidade com a qual interpreta, que nos faz pensar que ela poderia ser nossa vizinha, nossa amiga. Como diz meu amigo Ivan, Malooosho. E ponto final!
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E vocês? Quais os seus amores da televisão?
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