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quinta-feira, 10 de março de 2011

ARMANDO EU VOU, ARMANDO COM VOCÊ...


25 ANOS DE CAMBALACHO



O termo “parece que foi ontem” já está mais lugar comum do que o próprio termo “lugar comum”. Mas o que dizer quando não há nada melhor do que “parece que foi ontem” para traduzir o que sentimos a respeito de uma novela que foi tão emblemática na sua vida e permaneceu em seu imaginário por tanto tempo que realmente 25 anos parecem ter passado como um flash? Esse jubileu de prata de “Cambalacho” só vem provar que, quando uma telenovela é realmente boa, ela entra para o panteão e também se torna memorável como qualquer outra manifestação artística.
Eu tinha apenas 9 anos quando foi exibido o primeiro capítulo da novela no dia 10 de março de 1986. E o mais incrível é que tenho lembranças nítidas de grande parte desse folhetim de Sílvio de Abreu. “Cambalacho” já foi até cotada para ser novela das oito, mas foi no horário das sete que ela ajudou a consolidar o estilo do autor, responsável pelas mais hilariantes comédias de nossa teledramaturgia.


VOCÊ SABE O QUE É CAMBALACHO?

 Essa era a pergunta já lançada no teaser da novela, que ajudou a popularizar o termo, usado até hoje para designar trambique, mutreta, armação, maracutaia. Com um pé na chanchada, outro nos clássicos de Hollywood, influências constantes de Sílvio de Abreu, “Cambalacho” era uma novela movimentada, divertida e visualmente diferenciada, sobretudo pelos letreiros luminosos que apareciam para mostrar passagens de tempo, onomatopeias e até mesmo comentários sobre a trama. O alto astral permanente da novela é marca registrada da feliz parceria de Sílvio com a direção de Jorge Fernando.

A trama girava em torno de Naná, em mais uma interpretação antológica de Fernanda Montenegro, uma trambiqueira de bom coração que sobrevivia de pequenos golpes, ao lado do fiel escudeiro Jejê (Gianfrancesco Guarnieri em tão boa parceria com Fernandona quanto Paulo Autran). Para aliviar sua culpa, Naná adotava crianças que recolhia na rua, enquanto sua única filha verdadeira Daniela estudava no exterior.

Mal sabia Naná que ela seria apontada como suposta herdeira do milionário Antero (Mario Lago), que descobrira recentemente que ela era sua filha desaparecida. No entanto, para tomar posse do que tem direito, Naná precisa enfrentar Andréa (Natália do Vale), viúva de Antero que planejou  morte do marido durante um passeio de lancha para ficar com toda a sua fortuna.



Antero tinha outro filho, o bailarino Tiago (Edson Celulari), que acaba se envolvendo com a mecânica Ana Machadão (Debora Bloch em excelente momento), que vinha a ser filha de Jejê! Ah, as coincidências do folhetim... O inusitado romance do bailarino com a mecânica rendeu ótimos momentos, principalmente a partir da chegada de Daniela (Louise Cardoso), suposta filha de Naná, que veio completar o triângulo amoroso e também tentar se apropriar da fortuna de Antero. Mais tarde, descobrimos que se tratava de uma impostora. A verdadeira Daniela, vivida por Cristina Pereira, acabou aparecendo no último capítulo da novela.


VOCÊ ME INCENDEIA...


“Cambalacho” também é lembrada pela galeria de personagens inesquecíveis. Além dos já citados, a novela também contava a história de Albertina Pimenta, ou Tina Pepper, inesquecível personagem de Regina Casé.  Sempre com o bordão “odeio pobreza” na ponta da língua, Tina vivia inconformada com sua condição social e fazia de tudo para subir na vida. Fã inveterada de Tina Turner, viu a oportunidade de se lançar como cantora. O problema é que a moça era pra lá de desafinada. Com isso, entra em ação sua mãe, Lili Bolero, verdadeiro show da excelente e saudosa Consuelo Leandro. Cantora fracassada, Lili vivia frustrada e culpava Angela Maria, que a vencera em um concurso de calouros, por sua carreira não ter decolado. Com isso, Tina só dublava enquanto Lili era quem cantava de verdade (anos mais tarde, Sílvio utilizou desse mesmo expediente em “Torre de Babel”, em que Johnny Percebe, interpretado por Oscar Magrini, fingia que cantava e era dublado por seu irmão, Boneca, vivido por Ernani Moraes).


Lili era apaixonada por Jejê e grande rival de Naná, mas também flertava com Tio Biju (Emiliano Queiroz), pacato costureiro que criou, com dificuldade, três sobrinhos: Atos (Flávio Galvão), Portos (Mauricio Mattar) e Aramis (Paulo Cesar Grande), por quem Tina era apaixonada. Uma das sequências mais engraçadas que me recordo da novela foi quando Tina roubou o livro “Os segredos da salamandra”, e fez um feitiço para que Aramis se apaixonasse por ela. Para isso, ela tinha que ferver uma cueca dele e beber o líquido depois. Tudo certo, se ela não tivesse pegado a cueca errada. Portos acabou encantado pela moça. No final, Tina alcança o estrelado usando sua própria voz. Quem não se lembra dos versos de seu megahit “você me incendeia / seu corpo serpenteia / e me deixa louca / com água na boca”, cantado por ela incessantemente durante a novela? Lili acabou desfazendo o mal entendido com Angela Maria, que fez uma participação da novela, e terminou como cantora de uma churrascaria chamada “Traseiro de Boi”.


PERIGOSA...



Voltando à trama principal, Naná precisava enfrentar a terrível Andréa. Linda e diabólica, a vilã foi um dos melhores papeis de Natalia do Vale. Apaixononada pelo cunhado Rogério (Claudio Marzo), Andréa fazia de tudo para tirá-lo de sua irmã, Amanda (Susana Vieira). É impossível ouvir a canção “Perigosa”, da banda Syndicatto, sem se lembrar de Andréa e suas armações. Falando em trilha sonora, a internacional era aquela coletânea de sucessos do momento, mas a nacional era personalíssima. As músicas foram criadas especialmente para os personagens. Por isso, apesar do tema de abertura ter sido muito marcante, talvez a que tenha ficado mais presente em meu imaginário é “Armando eu vou”, na voz de Cida Moreira, que era tocada sempre quando Naná aprontava mais um de seus cambalachos.

Além dos atores já citados, Rosamaria Murtinho, Roberto Bonfim, Joana Fomm, Marcos Frota, Andréa Avancini, Duse Nacaratti, Maria Helena Pader, Fabio Sabag, Cristine Nazareth, Leina Krespi, Osvaldo Loureiro e Luiz Fernando Guimarães (impagável como um nobre farsante) completavam o ótimo elenco.



Ao escrever esse texto e relembrar toda essa estória deliciosa, começo a perceber o porquê da novela fazer 25 anos e eu ter a impressão de que não faz tanto tempo assim. É que “Cambalacho” foi tão marcante, me divertiu tanto como espectador e me inspirou tanto como roteirista que, na verdade, ela nunca saiu do meu imaginário. Naná, Jejê, Ana Machadão, Tio Biju, Andréa, Lili e Tina Pepper permanecem no meu rol de personagens inesquecíveis. Essa é emblemática de verdade!
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sábado, 25 de setembro de 2010

Blogueiro convidado: Eddy Fernandes fala de “Separação?!”

                                                                                                                                                                 
 Muitíssimo jovem, mas com talento para a escrita digno de veterano, o queridíssimo Eddy Fernandes, diretamente de Manaus, nos deu a honra de ser o novo blogueiro convidado do melão. A julgar pelos textos televisivos que já li do moço, posso assegurar que ele vai longe! Quando seu nome figurar nos créditos de alguma abertura de novela, tomara que todos se lembrem de que ele escreveu por aqui um dia...
Além disso, ele também possui um blog engraçadíssimo, Tá Fun, que fala das dores e delícias de seu cotidiano, bem como relata as agruras da vida moderna com um humor inteligentíssimo, repleto de ironia e sarcasmo na dose exata. Não deixem de visitar!
Mas, como por aqui o assunto é teledramaturgia, Eddy nos brindou com um texto sobre a excelente Separação?!” escrito momentos após ir ao ar o último episódio da primeira temporada da série. Olha só que chique! Uma informação importante: para postar um texto por aqui, o blogueiro convidado não precisa absolutamente ter a mesma opinião do dono deste melão, mas nesse caso posso dizer que concordo em gênero, número e grau com tudo o que o texto diz e assino embaixo. Fala aê, Eddy!

E NO FIM, NEM HOUVE SEPARAÇÃO
Por Eddy Fernandes

Acaba de ir ao ar o último episódio da série “Separação?!”, escrita pelo casal Fernanda Young e Alexandre Machado. E devo confessar que estou me sentindo um pouco órfão. Nos últimos cinco meses, eu me deliciei com as peripécias do casal Karin (Débora Bloch) e Agnaldo (Vladimir Brichta), que (sobre) viviam num verdadeiro cabo de guerra. Como sugere o título, a série trata da separação iminente do casal. Evidentemente, toda a trama é conduzida com humor, mas um olhar mais apurado, podia perceber um pezinho no drama. À primeira vista, “Separação” poderia soar como uma mera reedição de “Os Normais”, sucesso da dupla que partiu em 2003 deixando muitos fãs, saudades enormes e alguns filhotes (dois longas-metragens), mas desde o primeiro episódio, a série mostrou buscar um caminho diferente daquele percorrido por Rui e Vani. Enquanto em “Os Normais”, os protagonistas funcionavam como uma espécie de metáfora de vários casais, “Separação?!” se concentrava em apenas um tipo de casal – os casais em crise – que após um longo período juntos, começam a se sentir infelizes, e a se questionar se vale à pena insistir no relacionamento ou não. A premissa interessantíssima foi muito bem desenvolvida pela dupla de autores, que usou de muita comédia nonsense e altas doses de escatologia para escrever o roteiro.
Logo a princípio, fomos apresentados aos ótimos coadjuvantes da série, que conferiram ao texto toda uma graça extra, e definitivamente, sem eles, “Separação?!” não seria a mesma! Do núcleo de Agnaldo, ficamos conhecendo o peruano De La Vega (criação inspiradíssima de Kiko Mascarenhas), sempre disposto a arrasar com o dia do protagonista; e a sua chefe quase-esquizofrênica Anete (da talentosíssima Rita Elmor), que acabou se revelando um poço de patologias, indo da loucura à ninfomania de um episódio para o outro. No núcleo de Karin, fomos apresentados à hilariante Cinira (da genial Cristina Mutarelli), chefe da “mocinha”, que com seus conselhos absurdos a respeito de relacionamentos, foi levando, aos poucos, o ódio de Karin por Agnaldo à níveis quase estratosféricos! E, por fim, o núcleo neutro, o casal de amigos felizes, Gilda (Cláudia Ventura) e Delgado (Marcelo Várzea), que sempre eram involuntariamente metidos nas discussões de Karin e Agnaldo, e serviam como uma espécie de contraponto às implicâncias dos protagonistas.
Diante deste panorama, os autores construíram uma divertida história, que foi se desenrolando ao longo da temporada, e envolvendo este que vos fala. Aos poucos, criou-se a expectativa “Afinal, Karin e Agnaldo vão mesmo se separar?”. Se a princípio, a separação era quase dada como certa – visto que a convivência entre os dois havia se tornado algo, por assim dizer, insuportável – com o tempo, criou-se uma incógnita, pois Karin e Agnaldo começaram a demonstrar que lá no fundo (e bota fundo nisso...) ainda sentiam algo um pelo outro. Agora, daí a chamar esse “algo” de amor, já seria um exagero... E no meio disso tudo, o espaço para excelentes piadas, recheadas de anarquia, sempre mantendo o espírito da série. Como, por exemplo, o divertidíssimo episódio que sacaneou com as cafoníssimas letras traduzidas, quando Karin e Agnaldo protagonizaram um hilariante clipe (quase) romântico ao som da chicletíssima “Wants To Be The First To Say Goodbye”, de Gladys Knight; à medida que o tempo foi passando, as referências à cultura pop foram aumentando; Como esquecer de Karin, literalmente enlouquecendo, no engarrafamento ao som de “Bete Balanço”? E a sequência em que Anete relata a sua transa com Agnaldo em seu microblog na Internet? Ou ainda: Karin perguntando à Cinira, no primeiro episódio, se ela a seguia no Twitter? Ainda houve espaço para tiradas inesquecíveis, como os trocadilhos dos últimos episódios, a respeito dos advogados contratados, respectivamente, por Karin e Agnaldo para uma possível entrada no processo de divórcio: “Costa Aquino Pinto” e “Paula Vadinho”.
Assim foi “Separação?!”, que procurou brincar com todos os clichês das histórias românticas, subvertendo-os. E mostrando que ainda é possível cativar e repercutir, com um texto de humor inteligente, sem precisar se render a esse público preguiçoso da TV aberta atual, que espera a piada vir mastigadinha. Evidentemente, nem tudo foram flores. Houve um excesso de escatologia como, por exemplo, os constantes acidentes com Agnaldo, explorados quase que à exaustão e também as incorreções com as crianças, sempre no limite entre o ideal e o exagero. Mas aí é que está a grande graça da série. “Separação” acabou adquirindo, com o tempo, um ar de cartoon, mandando a verossimilhança às favas, construindo uma narrativa por onde transitavam malucos neurastênicos, todos muito bem azeitados dentro da proposta nonsense do seriado. E era disso que a TV aberta estava precisando. Um show onde brilhasse o politicamente incorreto, e que “Separação?!” volte no ano que vem, para continuar alegrando as nossas noites de sexta-feira.
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terça-feira, 29 de setembro de 2009

Melão express: rapidinhas, mas saborosas!




- Que horror! Mataram Aracy Cardoso ao “homenagearem” Dirce Migliaccio. Algum gênio do portal da Globo postou um vídeo da novela “A gata comeu” com cenas de Zazá, personagem de Aracy Cardoso, como sendo de Dirce Migliaccio, que fazia a personagem Ceição. O pior é que as atrizes nem são parecidas. Como disse meu amigo Fernando Russowsky, acho que qualquer um de meus amigos participantas das listas de discussão de Tv das quais faço parte faria bem melhor do que esses jornalistas desinformados que pouco sabem ou se interessam por televisão. Pra onde mandamos nosso currículo? Por essas e outras que o Brasil não é levado a sério, já que trata seu principal produto de exportação com desprezo e menosprezo. Imagina se nos EUA alguém iria publicar uma foto de Patrick Swayze dizendo que ele participou de "Top Gun", por exemplo...rs! Sei que o exemplo é tosco, mas é bem por aí... Desculpem o desabafo. Segue o link para a atrocidade:
http://video.globo.com/Videos/Player/Entretenimento/0,,GIM1128542-7822-DIRCE+E+DESTAQUE+EM+A+GATA+COMEU,00.html


- Em tempo: sugiro a esses "especialistas em TV" que dêem uma olhada no trabalho desenvolvido por Guilherme Stauch (Memória da TV), José Marques Neto (Mofo TV) ou Nilson Xavier (site e almanaque da Teledramaturgia), que dão um banho em todos esses sites institucionais e colunistas de TV. Tal resgate deveria ser feito pelo Ministério da Cultura, que pouco se importa em preservar nossa memória televisiva. Parabéns a esses bravos e abnegados rapazes e muitíssimo obrigado! Sempre!

- Gente, que edição de “No limite” mais xôxa foi essa? E o pior ainda foi o tal “juízo final” com aqueles participantes eliminados bombardeando as finalistas com seu despeito e inveja. E a emoção da ganhadora? Nossa, acho que até aquelas mocinhas que vendem tapete pela Tv são mais empolgadas...rs! Foi um “No limite” muito BBB. E como anti-BBB que sou, rejeitei...rs! Ao menos o programa nos deixa uma valiosa lição: que, para sobrevivência na selva, de pedra ou não, é mais necessário ser sonso do que ser forte.

- Como não estou assistindo a “Viver a vida” diariamente, pode ser que tenha perdido alguma coisa, mas meu amigo Fellipe me chamou a atenção para algo curioso: se Helena (Taís Araújo) é uma top famosíssima, de renome internacional, por que precisa dividir um modesto apartamento com suas amigas médicas?

- É isso mesmo o que acabei de ver na chamada de “Cama de Gato”? Heloísa Perissê filha de Rosi Campos? Como assim? Estão chamando Rosi de velha ou Perissê vai fazer a Taty?

- E com muuuuuuito atraso gostaria de deixar registrada minha opinião sobre a cena de “Caminho das Índias” em que Sílvia (Debora Bloch) descobre que Raul (Alexandre Borges) está vivo. Um tremendo show de interpretação dos atores, sobretudo de Debora, cuja personagem ficou apática a novela inteira, mas que só essa cena já valeu por tudo. E o mais importante: texto! Glória Perez realmente arrasou nos diálogos. O acerto de contas não deixou nada por ser dito e realmente tudo o que estava engasgado na garganta do público veio à tona. Parabéns pela (minha opinião) melhor cena do ano até agora!

- Por fim, gostaria de recomendar um divertido post do blog do Carlos, “Registros do Cotidiano”, que relembra aquelas antigas manchetes das revistas. Muito legal!
http://registrosdocotidiano.blogspot.com/2009/09/betty-faria-transa-com-tarcisio-meira.html

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