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sábado, 15 de outubro de 2011

Série Memória Afetiva: as melhores amigas da ficção




Dedico “prazamiga”

Estava eu um dia em casa com meus grandes amigos Ivan Gomes, Walter de Azevedo e Wesley Vieira, quando surgiu a ideia. Nem lembro quem comentou primeiro, mas começamos a fazer um brainstorm procurando lembrar daquelas personagens que estão sempre ali pro que der e vier: as melhores amigas das telenovelas. Elas são geralmente chamadas de "personagens-orelha" no jargão técnico. Mas algumas delas são muito mais que isso. A lista é infindável, pois elas estão praticamente em todas as novelas e séries. Por isso, mais uma vez, meu critério vai ser subjetivo. Elas não representam as melhores ou mais inesquecíveis, mas sim aquelas que falam mais alto em minha memória afetiva.



Claro que, quando pensei nesse post, não consegui tirar de minha cabeça duas autênticas representantes desse tipo de personagem, ambas de “O astro”: a funkeira Tânia (vivida brilhantemente por Carolina Chalita), a batalhadora e esfuziante melhor amiga de Lili (Alinne Moraes); e a sensual executiva Beatriz (a linda Guilhermina Guinle), a melhor amiga de Amanda (Carolina Ferraz). Claro que ambas possuem trama própria na novela: Tânia acabou se enrabichando pelo tímido Olavo (Rafael Losso) formando um dos casais mais fofos da novela, enquanto Beatriz, depois de se envolver com Samir (Marco Ricca) e arrastar a asinha pra cima de Herculano (Rodrigo Lombardi), acabou engatando um romance pra lá de caliente com seu “namorado bandido”, Neco. A partir das duas, pra quem também dedico meu post, comecei a me lembrar de outras melhores amigas favoritas. São elas:


10) Jandira (Cristina Galvão em “Insensato Coração - 2011)


Cristina Galvão já tinha vivido uma grande amiga em “Tieta” (1989), quando ajudava Imaculada (Luciana Braga) a se livrar das garras do Coronel Artur da Tapitanga (Ary Fontoura). Anos depois em “Paraíso Tropical”, viveu uma enfermeira camarada que ajudou Paula (Alessandra Negrini) a se livrar das armações de Taís. Mas foi com a companheira de cela de Norma (Gloria Pires) que ela conquistou definitivamente o Brasil e entrou para o rol das amigas mais queridas da ficção, afinal ela esteve com Norma até o fim em suas armações, se mostrando não só uma amiga fiel, mas como a mais confiável das cúmplices. Ótima dobradinha das atrizes e mérito da atriz, sempre doce e carismática. Quando cometer um crime, quero uma Jandira só pra mim.

9) Lenir (Guida Vianna em “Duas Caras” – 2008)


Guida Vianna é outra atriz que está cada vez mais se especializando em ser a melhor amiga, como Isolina, sua atual personagem em “Fina Estampa”, em que é uma das melhores amigas de Griselda (Lilia Cabral) e Wilma (Arlette Salles). Junto com Celeste (Dira Paes), parecem uma versão, digamos, diferenciada de “Sex and the City”. Minha primeira lembrança de Guida Vianna vem do cinema e já nesse papel de melhor amiga: era uma das empregadas amigas de Fausta (Betty Faria) em “Romance da Empregada”, de Bruno Barreto. Tanto que Aguinaldo batizou sua personagem com o mesmo nome da personagem de Betty no filme em “Senhora do Destino”, em que fazia a empregada de Nazaré (Renata Sorrah). Mas a “melhor amiga” mais divertida de sua carreira é a Lenir de “Duas Caras”, que não saía da casa da perua Gioconda (Marília Pêra). De nada adiantava colocar vassoura atrás da porta. Lenir tomava café da manhã, almoçava e jantava na casa da amiga, para o desespero do dono da casa Barreto (Stenio Garcia). Apesar de usar e abusar da hospitalidade da amiga e de não ter o menor semancol, Lenir era uma companhia divertidíssima, sempre com ótimas tiradas e dona dos comentários mais inconvenientes nas piores horas, o que garantiu uns dos melhores momentos da novela. 


8) Eliete (Isabela Garcia em “Celebridade” – 2003)


Era o tipo da amiga que dizia sempre o que pensava, doa a quem doer. Inspirada na camareira ranzinza de Margo Channing (Bette Davis em “A malvada”), Eliete era o anjo da guarda de Maria Clara Diniz (Malu Mader). Mesmo de classes sociais diferentes, as duas tinham muita cumplicidade. Eliete era sacoleira e fazia questão de não aproveitar as vantagens financeiras que poderia ter em ser amiga de Maria Clara. A exemplo do filme, foi a única a perceber que o jeito doce de Laura (Claudia Abreu) escondia uma terrível vilã capaz de tudo para prejudicar Maria Clara. Mas Laura era tão sonsa e dissimulada que conseguiu fazer com que todos pensassem que Eliete estava com ciúmes da amiga. A grande (e impagável) vingança da sacoleira foi quando foi visitar Laura no hospital após esta levar uma surra de Maria Clara. Eliete debochou do fato de Laura ter perdido um dente após a surra e tripudiou o quanto pôde na vilá. Claro que a plateia vibrou e se sentiu vingada também. Curiosidade: Malu Mader e Isabela Garcia também são grandes amigas na vida real.


7) Leopoldina (Beth Goulart em “O primo Basílio” – 1988)

Essa é uma melhor amiga clássica, não só na teledramaturgia, como também na literatura. A “pão e queijo”, como era conhecida por toda a Lisboa, Leopoldina era uma mulher de péssima reputação por trair o marido constantemente com todo tipo de homem. Por isso, a amizade dela com Luisa (Giulia Gam) não era vista com bons olhos pelo marido desta Jorge (Tony Ramos). Mesmo assim, Leopoldina era a mais fiel das amigas e foi cúmplice da traição de Luisa com Basilio (Marcos Paulo) e fez de tudo para tentar livrar a amiga da chantagem de Juliana (Marilia Pera). Mesmo quando Luísa jogou em sua cara a má fama que ela tinha e mesmo rejeitada pela amiga no final de sua vida, Leopoldina foi companheira até o fim. Uma grande personagem de Eça, transposta brilhantemente para a telinha por Gilberto Braga e muitíssimo bem interpretada por Beth Goulart. Uma de minhas personagens favoritas do livro / minissérie.


6) Rosinha (Betty Faria em “Incidente em Antares” – 1994)


Foi uma pequena participação de minha diva, mas um dos melhores momentos da minissérie. Betty brilhou na pele da singela e sofrida prostituta Rosinha, melhor amiga da também prostituta e recém-falecida Erotildes (Marília Pêra) e única a não sentir medo da amiga após sua morte. Betty fez pouquíssimas cenas na minissérie, mas uma bastante tocante foi quando ela maquiou a amiga depois de morta para que ela se juntasse aos outros defuntos que não foram enterrados devido a greve dos coveiros. Em uma cena quase felliniana, Rosinha, após lamentar por todo o seu sofrimento de uma noite em que foi violentada por vários rapazes, faz um pedido final à amiga ao se despedir: “Pede a Deus que me dê uma boa morte, já que ele não me deu uma boa vida”. Um momento breve, mas extremamente sensível e emocionante que contou com uma interpretação visceral de Betty Faria, que soube empregar singeleza, melancolia e intensidade na dose certa. Confesso: uma de minhas cenas favoritas de toda a carreira da atriz.

5) Guiomar (Louise Cardoso em “Força de um desejo” – 1999)


Cortesãs costumam ter amigas fiéis. E no caso da esplendorosa Ester Delamare (Malu Mader), ela tinha mais que uma amiga: um verdadeiro cão de guarda. Com seu jeito irreverente e despachado, Guiomar comprava todas as brigas da amiga, não só na capital, mas também quando se mudaram para o interior. Esperta, gaiata e descolada, Guiomar sempre tinha uma carta na manga para salvar Ester dos apuros e sem papas na língua, sempre dizia os desaforos que o espectador queria ouvir. Vivia às turras com Bartolomeu, mas no fundo era amor recolhido. Protagonizou momentos hilariantes da luxuosa trama de Gilberto Braga e Alcides Nogueira ao dar aulas de boas maneiras para a aspirante a baronesa Bárbara Ventura, brilhantemente interpretada por Denise del Vecchio. Além do grande alívio cômico da trama, Guiomar cumpriu com louvor sua missão de melhor amiga até o fim.

4) Marta (Bia Nunnes em “História de amor” – 1995)

Todas as Helenas de Maneco sempre puderam contar com grandes amigas, mas Marta é minha favorita de todas. Mais que amiga: comadre, cúmplice e grande ombro de Helena (Regina Duarte). Marta gostava tanto da amiga que acabou revelando à mimada Joyce (Carla Marins) que Helena não era sua mãe biológica, pois não suportava mais os maus tratos da filha ingrata. Marta perdeu a amizade de Helena, mas pelo mais nobre dos motivos. Fora isso, também foi um dos grandes destaques da novela ao superar um câncer de mama. A trama foi contada com muita delicadeza e Bia Nunnes conseguiu uma interpretação sensível e marcante. Confira a cena em que Marta, após revelar a Joyce que Helena é, na verdade sua tia, a esbofeteia e lhe diz muitas verdades para defender a amiga Helena. Catarse total!



3) Solineuza (Dira Paes em “A diarista”- 2003/2009)


A “poia”, como era “carinhosamente” chamada pela amiga diarista Marinete (Claudia Rodrigues) foi, aos poucos, crescendo até se tornar o destaque absoluto da série. Burra de dar dó, mas com um grande coração, Solineuza sempre tinha a melhor das intenções e, ao tentar ajudar a amiga, sempre a colocava em grandes enrascadas. Dira Paes deitou e rolou no papel e suas tiradas proporcionavam as maiores risadas da história. Com um jeito atrapalhado e ingênuo, Solineuza nos despertava compaixão, graças à interpretação genial de Dira Paes, que conseguiu um precioso equilíbrio entre o humano e o caricatural. Mesmo aprontando as mais inacreditáveis loucuras, Dira nos fazia acreditar que a personagem estava levando sempre tudo muito a sério. Sem sombra de dúvidas, a singela Soli era o grande motivo de se assistir “A diarista”.


2) Carmosina (Arlette Salles em “Tieta” – 1989)


A sonhadora funcionária dos correios foi um dos melhores papéis da Arlete Salles e entrou para a galeria dos personagens inesquecíveis da novela. Carmosina abria as cartas no bico da chaleira (costume herdado de sua mãe Dona Milu, vivida pela inesquecível Miriam Pires) e, desta forma, conhecia todos os segredos dos moradores da cidade, algo impensável de se colocar em uma novela nos dias de hoje por conta da onda politicamente correta que assola nossa tevê. Solteirona, ou “no caritó”, como se dizia na novela, Carmosina foi a única a oferecer ajuda para Tieta (Claudia Ohana / Betty Faria) quando esta foi expulsa de Santana do Agreste. Quando a cabrita volta à terra natal, as duas retomam a amizade e Carmô se torna sua grande confidente, inclusive sabia dos planos de vingança da amiga e do romance dela com seu sobrinho Ricardo (Cassio Gabus Mendes) e também seu grande segredo: Tieta não era viúva de um comendador, mas sim dona de um famoso bordel. A amizade das duas chegou a ficar abalada quando ela descobriu que Tieta pagou Gladstone para “inaugurá-la”. Mas o amor  e amizade prevaleceram e a ex-invicta terminou feliz ao lado de seu amor e fez as pazes com a grande amiga. Carmosina é uma das personagens que mais me comove. Me fez rir e me fez chorar com cenas magníficas. Essa bate fundo na memória afetiva.

1) Ronalda Cristina (Catarina Abdalla em “Armação Ilimitada” – 1985/88)

Essa é uma das mais autênticas representantes do gênero. Com um apetite voraz, tanto para sanduíches, quanto para homens, Ronalda Cristina era a grande amiga e confidente de Zelda Scott (Andréa Beltrão) e segurava todas as barras e dores de cotovelo da amiga, sempre as voltas com seus amores Juba e Lula (Kadu Moliterno e André di Biase). Ronalda era tão amiga que até batizou com o nome da amiga a filha que teve com um extraterrestre (!): Zeldinha Cristina, um bebê com poderes sobrenaturais. Dentro da proposta deliciosa e revolucionária que era a série, Ronalda funcionava como a cereja do bolo, sempre irreverente e sempre levantando o astral da amiga. Uma gostosura inesquecível. Confesso: formou meu caráter.


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Menção honrosa: ZÉ MARIA (Guilherme Piva em "Xica Da Silva" - 1996)
Tá, não foi propriamente uma "melhor amiga", mas teve essa função na deliciosa trama de Adamo Angel, pseudônimo de Walcyr Carrasco na extinta TV Manchete. Zé Maria aguentava todos os desaforos de sua amiga sinhá e foi responsável pelos momentos mais engraçados da novela. 
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Agora é a sua vez! O melão quer saber: quais suas amigas favoritas da ficção?


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