Especial "O astro" - última semana
Vitor de Oliveira
Nem preciso dizer o quão maravilhosa foi minha experiência como colaborador de “O astro”. A começar pelo “dream team” de roteiristas: Tide e Geraldo, dois grandes mestres, não só na arte das palavras, como também em generosidade, gentileza e profissionalismo; além de meu querido Tatá, que foi meu colega de oficina, com quem tenho grande afinidade. Quando todos falam a mesma língua e estão imbuídos em fazer um trabalho sério, não tem como não dar certo. Soma-se a isso o fato de estarmos recontando um verdadeiro clássico de Janete Clair, mestra de todos nós e elenco e equipe irrepreensíveis, o resultado só poderia ser positivo.
No início, claro que bateu aquele nervoso, tamanha a responsabilidade do trabalho, mas à medida que o trabalho foi fluindo, pude me soltar e me encontrar totalmente. Os autores, muito generosos, estão sempre abertos a sugestões e nos davam liberdade para criarmos dentro da cena. Trabalhar assim é um prazer constante. Mas devo admitir que senti minha primeira cena como um grande teste, um rito de passagem, que poderia significar, tanto minha morte quanto minha eternidade.
A cena: Herculano e Amanda trocavam juras de amor na praia. A única indicação que me veio foi a seguinte: “Amanda e Herculano falam de eternidade”. Procurei escrever a cena pensando nos personagens, me colocando em seus sapatos. Herculano, sempre solene, romântico, querendo impressionar e Amanda, por sua vez, mais descontraída, tentando disfarçar seu encantamento com uma pitada de ironia. Aquela situação não deixava de ser uma batalha de amor. Imaginei Herculano repetindo aquele famoso verso de Vinícius de Moraes “que seja infinito enquanto dure”, mas de forma um pouco diferente, para dar a entender que a citação era sua e Amanda, esperta e culta, logo retruca em tom de brincadeira, mas sempre carinhosa: “isso é lindo, mas eu já ouvi isso antes. O poetinha chegou na sua frente”. Depois de rirem muito, Herculano retoma a expressão séria e responde: “É muito mais que isso. Se eu fosse poeta, sabe o que eu diria? Que o nosso encontro já estava marcado. Além desse mundo. E não importa o que aconteça daqui pra frente. Ninguém vai tirar isso de nós. Nunca mais”. Nocaute. Herculano desarma Amanda, que se entrega totalmente à paixão.
Ao assistir à cena, fiquei extremamente emocionado, não só pela forma belíssima como foi realizada, direção excelente e atuações perfeitas, mas por ser a primeira vez que palavras escritas por mim eram repetidas em uma produção televisiva. Minha primeira cena poderia ter sido absolutamente trivial, mas foi bela, intensa e romântica. Esse foi o primeiro de muitos presentes que ganhei de Tide e Geraldo no decorrer da novela. Agora é tempo de comemorar! Foi uma jornada intensa, mas sempre feliz. Com gostinho de eternidade.
Segue a cena:
http://oastro.globo.com/capitulo/neco-e-ubiraci-colocam-fogo-na-casa-de-herculano.html#cenas/1579812
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O MELÃO CIRCULANDO POR AÍ... EDIÇÃO ESPECIAL "O ASTRO - ÚLTIMA SEMANA"
Nessa reta final, o melão andou dando o ar de sua graça em blogues parceiros, por isso convido a todos a ler também:
- Entrevista minha e de Alcides Nogueira para Isaac Abda, do blog "Posso Contar Contigo?":
- "Tá curtindo, Dona Clô?" - artigo meu relatando um pouco de minha experiência como colaborador de "O astro" publicado no blog "O cabide Fala", de Fábio Dias:
http://www.ocabidefala.com/2011/10/ta-curtindo-dona-clo.html
- "PERSONALIDADE MUNDO NOVELAS" - Entrevista comigo concedida ao excelente blog:
http://mundonovelass.blogspot.com/2011/10/vitor-de-oliveira-autor-colaborador-da.html
- "PERSONALIDADE MUNDO NOVELAS" - Entrevista comigo concedida ao excelente blog:
http://mundonovelass.blogspot.com/2011/10/vitor-de-oliveira-autor-colaborador-da.html
Quem matou Salomão Hayalla?
Ainda dá tempo de dar o seu palpite!
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