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sexta-feira, 17 de maio de 2013

Temas e Trilhas: ZIZI POSSI



MELÃO TE LEVA PARA ASSISTIR A CANTORA AO VIVO! SAIBA MAIS NO FINAL DESTE POST!




Ela é uma de nossas mais completas cantoras: une o canto perfeito, limpo, cristalino e afinado e também nos oferece uma interpretação emocionante como poucas. Sem contar que é uma de nossas mais refinadas, elegantes, delicadas intérpretes: uma verdadeira diva. Zizi Possi é tudo isso e muito mais e a história e a evolução de sua carreira também podem ser acompanhadas através das trilhas de inúmeras novelas que contaram com a delicadeza de seu canto. Sim, Zizi esteve presente em bem mais do que 10 trilhas sonoras, mas como sempre faço questão de ressaltar, uma lista exige escolhas e elas são sempre subjetivas. E aqui eu privilegiei a pluralidade e as várias facetas da cantora em diferentes estilos. Segue a minha lista de canções favoritas de Zizi Possi em novelas:


10) “EU ANDO OK” em “PÉ NA JACA” (2006)

Aqui temos uma Zizi sensual, irreverente, bem diferente do que estamos acostumados cantando essa versão de “Ridin’ high”, que foi tema de abertura da divertida novela de Carlos Lombardi, que combinou perfeitamente com a deliciosa animação. A música é uma delícia e Zizi deita e rola, dando agudos altíssimos sem perder a afinação. Ela parece se divertir tanto quanto nós.



9) “LACREME NAPOLITANE / VURRIA” EM “TERRA NOSTRA” (1999)


Belíssima faixa que abre o celebradíssimo álbum “Per amore”, era o tema romântico do casal Matteo e Giuliana (Thiago Lacerda e Ana Paula Arósio) no épico folhetim de Benedito Ruy Barbosa. Impossível pra quem assistiu à novela, ouvir a música e não se lembrar do sofrimento dos imigrantes italianos à bordo de um navio a caminho do Brasil e, sobretudo, das cenas líricas e românticas do casal protagonista. Uma interpretação sublime de Zizi.  

8) “RENASCER” em “QUE REI SOU EU?” (1989)

Essa bela canção que Altay Velloso compôs para "O Cisne" de Saint Saens, também foi tema da mimada Bruna (Elizabeth Savalla) em “Pão pão beijo beijo”, mas minha lembrança mais viva é como tema da romântica Princesa Juliette (Claudia Abreu) na clássica novela de Cassiano Gabus Mendes. A letra, linda, fala da coragem de largar o cais e ter coragem para “seguir os ventos que clamam por mim”. Já gostava da canção antes mesmo de associá-la à novela. Ela combinou com a personagem de Claudia Abreu, rebelde e inconformada, que desejava seguir seus ideais. E Zizi, como sempre, brilhante e comovente.


7) “CANZONE PER TE” EM “SUAVE VENENO (1999)

Um dos grandes sucessos de Roberto Carlos dos tempos da Jovem Guarda, a canção, pra lá de romântica, ganhou uma versão doce e apaixonada na voz de Zizi, que gravou para seu álbum “Passione”. Era o tema de Eleonor (Irene Ravache), que vivia um romance com um rapaz bem mais novo (Rodrigo Santoro) que, para piorar, era namorado de sua filha (Luana Piovani), na trama de Aguinaldo Silva. A letra da canção é muito linda e ganhou na voz de Zizi uma interpretação definitiva.


6) “EU TE AMO” EM “CARA E COROA” (1995)

Uma das mais belas canções de Chico Buarque, composta especialmente pera o filme homônimo de Arnaldo Jabor. Zizi regravou a canção para seu álbum “Sobre Todas as Coisas”, em 1991, considerado por muitos como um marco na carreira da cantora. Na novela de Antonio Calmon, foi o tema da Dra. Nadine (Lucia Veríssimo), que sofria por perder seu amor Miguel (Victor Fasano) para a protagonista Vivi (Christiane Torloni). Acompanhada apenas pelo piano, é uma das interpretações mais belas e intensas da cantora, que valoriza cada verso, sempre com emoção à flor da pele.



5) “A PAZ” EM “MANDALA” (1987)
Mais um tema de uma personagem vivida por Lucia Veríssimo. Aqui a atriz vivia Letícia, namorada de Édipo (Felipe Camargo), apaixonado pela própria mãe Jocasta (Vera Fischer) na polêmica novela de Dias Gomes, escrita com Marcilio Moraes. A canção de Gilberto Gil é uma das minhas favoritas do repertório da cantora. Lembro que meu LP da novela (sim, sou do tempo do LP) ficou completamente arranhado nessa faixa, de tanto que eu ouvia. Bate forte em minha memória afetiva.

4) “MAIS SIMPLES” EM “SALSA E MERENGUE” (1996)


Apesar da letra pungente de José Miguel Wisnik, a interpretação de Zizi para essa canção, que dá nome ao álbum que lançou em 96, é sensível e introspectiva. E por incrível que pareça era o tema de amor de Eugênio (Marcello Antony) e da superlativa Teodora (Debora Bloch em estado de graça), a hilária vilã da divertidíssima trama de Maria Carmem Barbosa e Miguel Falabella. E era justamente isso que era interessante, pois fazia o perfeito contraponto com o clima solar e irreverente da novela.

3) “PERIGO” EM “SELVA DE PEDRA” (1986)


Um dos maiores sucessos comerciais da carreira da cantora, foi o tema da elegante vilã Fernanda (Christiane Torloni), no remake da cultuada novela de Janete Clair. Mesmo com um arranjo bem característico dos anos 80, a canção casava perfeitamente com a classe e a elegância da personagem, muito em parte graças ao charme e a elegância da própria Zizi. Uma das cenas mais lembradas é o ousado banho de piscina de Fernanda e Cíntia (Beth Goulart), que sugeria um envolvimento amoroso entre as duas.

2) “PER AMORE” EM “POR AMOR” (1997)


Sucesso avassalador da carreira da cantora e uma de suas interpretações mais marcantes. Raramente uma canção casou tão bem com uma trama. Foi o tema de Helena (Regina Duarte) e embalou perfeitamente o encontro romântico da personagem com o amado Atílio (Antônio Fagundes) no início da cultuada trama de Manoel Carlos. Tudo na canção é belo: a letra romântica e intensa, o arranjo delicado e operístico ao mesmo tempo, mas é a interpretação magistral de Zizi que dá todo o brilho da música, que figura com tranquilidade entre os principais e inesquecíveis temas de novela de todos os tempos.


1)   “DEDICADO A VOCÊ” EM “O SEXO DOS ANJOS” (1989)



Mesmo não sendo tão lembrada como “Perigo” e nem tão célebre como “Per amore”, é, de longe a canção na voz de Zizi que mais me emociona. Belíssima composição de Dominguinhos e Nando Cordel, embalou com perfeição o ingênuo romance de Isabela (Isabela Garcia) e Adriano (Felipe Camargo) na novela de Ivani Ribeiro. Com uma interpretação muito doce e delicada da cantora, sempre tocava na novela quando o espírito de Isabela saía de seu corpo e ia ao encontro de seu anjo Adriano e também embalava o sofrimento dos personagens pelo amor impossível. Mais romântico impossível! De uma delicadeza que só mesmo uma intérprete como Zizi Possi seria capaz.



PROMOÇÃO “ZIZI POSSI” NO THEATRO NET RIO – CONCORRA A UM PAR DE CONVITES PARA O SHOW.


Quer assistir a um show especialíssimo de Zizi Possi nessa segunda, dia 20/05 com direito a acompanhante e como convidado especial do melão? É simples: responda à seguinte pergunta:

QUAL SEU TEMA DE NOVELA FAVORITO NA VOZ DE ZIZI POSSI E POR QUÊ?

O autor da melhor resposta ganha o par de ingressos, que podem ser retirados na bilheteria do teatro uma hora antes do show.

VENCEDOR DA PROMOÇÃO: GUILHERME FERNANDES



Clique aqui para obter maiores informações sobre o show:
http://www.theatronetrio.com.br/programacao/88/ZIZI_POSSI.html


Theatro Net Rio
Rua Siqueira campos, 143 2º piso
Copacabana - Rio de Janeiro - RJ
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Temas e Trilhas: Gal Costa


domingo, 23 de dezembro de 2012

TOP 10 – REGINA DUARTE




Impossível pensar em teledramaturgia brasileira sem que seu nome não venha imediatamente à cabeça. Regina, rainha absoluta da televisão. São tantas Reginas em uma só que, assim como outros dois homenageados recentemente, Betty Faria e Lima Duarte, foi uma tarefa hercúlea eleger apenas 10 personagens de sua riquíssima galeria de mulheres inesquecíveis. Românticas, loucas, passionais, idealistas, exuberantes, guerreiras... Em 50 anos de carreira, Regina Duarte deu vida a todos os tipos e todas as emoções, com sua interpretação corajosa, visceral e sempre genial. Pra fechar o ano com chave de ouro, confira esse TOP 10 Especial de Fim de ano! Vamos relembrar algumas dessas grandes mulheres vivida por essa grande mulher:


10) HELENA DE “HISTÓRIA DE AMOR” (1995)


A Helena mais “gente como a gente” de todas. Ela ia à feira, reclamava do preço do chuchu (e do melão), saía com os amigos, se divertia, não levava desaforo pra casa... enfim, uma mulher como outra qualquer do planeta, mas não seria Helena se não tivesse um grande segredo, uma falha trágica. Na verdade, ela não era a verdadeira mãe da mimadíssima Joyce (Carla Marins) e sim, sua tia, segredo que foi revelado no último capítulo. A lembrança mais forte que tenho da personagem é de seu romance com o médico Carlos (José Mayer) embalado pela voz de Gal em “Futuros Amantes” sob um Rio ensolarado e feliz.


9) CHIQUINHA GONZAGA DE “CHIQUINHA GONZAGA” (1998)


De que a vida da célebre compositora foi inspiradora e apaixonante ninguém duvida. Mas a interpretação sensível de Regina fez com que se tornasse mais fascinante ainda aos olhos do espectador. A atriz sempre interpreta muito bem esse tipo de papel: mulher guerreira, sofrida, lutadora, que dá a cara a tapa, rompe barreiras e preconceitos. Apaixonante também foi o romance da compositora com seu “mancebo imberbe” Joãozinho, vivido brilhantemente por Caio Blat. Chiquinha Gonzaga ficou conhecida pela nova geração graças à minissérie de Lauro Cesar Muniz e Marcilio Moraes e La Duarte soube defender a personagem com a maior dignidade.


8) LUANA CAMARÁ / PRISCILA CAPRICE DE “SÉTIMO SENTIDO” (1982)

Uma de minhas primeiras lembranças televisivas. Na verdade, não me lembro de quase nada da novela, a não ser de Luana Camará incorporando Priscila Caprice. Até então com 5 anos de idade, os gritos de Regina Duarte me causavam medo e fascínio. Ao meu ver, a personagem fez uma espécie de transição para o que viria depois na carreira da atriz, a inesquecível Porcina.



7) HELENA DE “POR AMOR” (1997)

Regina e a filha Gabriela em cena de "Por amor"
Praticamente uma personagem de tragédia grega, a mais polêmica das Helenas talvez tenha carregado a mentira mais grave de todas. Helena, no início, parecia uma mulher comum, alegre, que via no romance com Atílio (Antonio Fagundes) uma nova oportunidade para o amor. Amor que não foi mais forte do que o amor cego e irracional que ela sentia pela filha Eduarda (Gabriela Duarte) chegando ao ponto de trocar o bebê morto da filha pelo seu filho saudável que acabara de nascer para que a filha não sofresse. Uma verdadeira leoa, capaz de tudo para preservar a cria. Quando Atílio descobriu toda a verdade, disse a Helena uma das frases mais emblemáticas da história da teledramaturgia: “você não sabe amar, mas pode aprender”. Obra prima de Manoel Carlos e mais um show de interpretação de Regina Duarte.


6) MALU DE “MALU MULHER” (1979)



Temas que, às vezes, nos parecem tão distantes, mas ainda tão presentes na sociedade como a violência contra a mulher, a questão do divórcio, independência feminina, mulher no mercado de trabalho... assuntos que parecem banais hoje em dia na época eram tabus que foram quebrados por Malu, emblemática personagem que Regina Duarte, mais uma vez, defendeu com garra e vigor e que representa um divisor de águas em sua carreira, dando um adeus definitivo ao eterno título de namoradinha do Brasil e adquirindo um respeito cada vez maior como uma de nossas mais importantes atrizes. Viva Malu!


5) CLÔ HAYALLA DE “O ASTRO” (2011)

Não resisti e beijei Clô na exposição da carreira da atriz
Como não incluir essa linda na lista? Claro, que, por motivos óbvios, Clô Hayalla sempre vai fazer parte da minha lista de personagens favoritas da atriz, mas independente disso, a matriarca dos Hayalla é o melhor personagem de Regina em anos. Louca, passional, impulsiva, vingativa, Clô já seria um prato cheio para qualquer atriz. Em se tratando de uma atriz superlativa como Regina Duarte, o prato cheio se transforma em um verdadeiro banquete, que ela oferecia diariamente a um público fiel e apaixonado na forma de uma atuação que dava o tom arrebatado e melodramático da novela de Janete Clair adaptada por Alcides Nogueira e Geraldo Carneiro. Verdadeiro show em cena e um talento monstro, que pude comprovar de perto. Uma atriz genial que consegue dar cores e texturas ao texto que surpreende até mesmo os autores.


4) MARIA DO CARMO DE “RAINHA DA SUCATA” (1990)


Prima da Viúva Porcina, Maria do Carmo também era uma força da natureza. A filha de sucateiro que transformou o negócio do pai em um verdadeiro império arrebatou o Brasil e chamava a atenção para o início da ascensão da classe média tão valorizada nos dias de hoje. Os novos ricos estavam tomando conta do Brasil e Maria do Carmo era a representante dessa classe emergente versus a decadência da aristocracia, representada por Laurinha Figueiroa, brilhantemente interpretada por Gloria Menezes. O choque entre esses dois mundos e o duelo dessas duas grandes atrizes renderam momentos antológicos de nossa teledramaturgia. Maria do Carmo era deliciosamente cafona, adorava ostentar sua riqueza e Regina estava muito à vontade em cena. A atriz parecia estar se divertindo tanto quanto o público. Já estou contando os dias para rever a sucateira em 2013 no Canal Viva.


3) RAQUEL DE “VALE TUDO” (1988)


Tudo bem que Odete Roitman e Maria de Fátima se eternizaram como duas das maiores vilãs de todos os tempos, mas se a novela tem uma alma, essa alma é a de Raquel Accioly, que ganhou através de Regina Duarte uma das interpretações mais viscerais da história da teledramaturgia. O Brasil chorou, sofreu, se emocionou com Raquel e também foi à forra na catártica cena em que a personagem, aos gritos, rasga o vestido de noiva da filha na véspera do casamento. Raquel simboliza a mulher brasileira e o espírito guerreiro do nosso povo, mostrando que vale a pena, sim, ser honesto no Brasil. Um papel perigoso, que tinha tudo pra cair no estereótipo, mas a personagem, cheia de nuances, foi muito bem construída pelos autores e muitíssimo bem defendida por La Duarte. Impossível ver alguém vendendo sanduíche na praia e não se lembrar da batalhadora Raquel.


2) SIMONE DE “SELVA DE PEDRA” (1972)

Regina Duarte e Francisco Cuoco em cena da novela
Mesmo não fazendo parte de minha memória afetiva, essa importante personagem não poderia ficar de fora, pois até hoje Simone Marques representa o protótipo de heroína em nossas novelas. E já há 40 anos atrás, Janete Clair construía uma mocinha nada boba, que tinha uma profissão, ia à luta por seus objetivos e dava a volta por cima, jurando vingança a seus inimigos. E Regina, ainda muito jovem, soube dosar doçura e força na medida certa e conquistou definitivamente o coração dos brasileiros. Impossível não se comover nas cenas românticas de Simone e Cristiano (Francisco Cuoco) ao som de “Rock and roll lullaby”, tema romântico mais emblemático da história de nossa teledramaturgia.


1) VIÚVA PORCINA DE “ROQUE SANTEIRO” (1985)


Pense em todos os adjetivos superlativos. Talvez ainda seja pouco para definir Porcina. Escandalosa, exuberante, fogosa, irreverente, sensual, lasciva e politicamente incorretíssima, a personagem significou um giro de 180 graus na carreira da atriz, acostumadas a tipos mais delicados e sofredores. Na pele da operística viúva que foi sem nunca ter sido, Regina já não precisava provar nada pra ninguém há muito tempo, mas mesmo assim provou que é capaz de absolutamente TUDO em se tratando da arte de representar. Na célebre trama criada por Dias Gomes, Porcina era um verdadeiro carrossel de emoções, indo das cenas mais dramáticas às mais irreverentes: um verdadeiro manancial para as impagáveis caras e bocas da atriz. Graças à Regina Duarte, Porcina virou dona, não só do coração de Roque (José Wilker) e Sinhozinho Malta (Lima Duarte), mas de todos os brasileiros.


MENÇÕES HONROSAS:

Ø  ANDRÉA, DE “VÉU DE NOIVA” (1969)
Ø  RITINHA, DE “IRMÃOS CORAGEM” (1970)
Ø  PATRICIA, DE “MINHA DOCE NAMORADA” (1971)
Ø  CECÍLIA, DE “CARINHOSO” (1972)
Ø  NINA, DE “NINA” (1977)
Ø  SHIRLEY, DE “INCIDENTE EM ANTARES” (1994)
Ø  HELENA, DE “PÁGINAS DA VIDA” (2006)


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MELÃO APROVEITA PARA DESEJAR BOAS FESTAS A TODOS OS SEUS LEITORES E PERGUNTA: QUAIS SÃO SEUS PERSONAGENS FAVORITOS DE REGINA DUARTE?
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LEIA TAMBÉM: 

Top 10 - LIMA DUARTE





sábado, 25 de agosto de 2012

Reginas essenciais invadem o Centro do Rio



Matando as saudades de minha querida Clô Hayalla


Pra quem mora no Rio ou está de passagem pela cidade, dois programas simplesmente imperdíveis! E o melhor: um bem ladinho do outro.  No Centro Cultural dos Correios, a exposição “Espelho da Arte – A Atriz e seu Tempo”, que reúne todos os trabalhos em cinema, teatro e televisão da maravilhosa REGINA DUARTE. A exposição vai até 28 de outubro e nos proporciona uma incrível viagem, não só pela carreira da atriz, como também pela própria história da televisão, e por que não dizer, da história recente de nosso país.

Organizada de uma forma bastante criativa, a exposição divide os trabalhos de Regina em décadas, com objetos de decoração de cada época misturados com seus trabalhos e personagens, que invadem nossos lares há 50 anos, o que cria uma atmosfera toda intimista e especial, afinal, quem de nós não é íntimo das lendárias personagens de Regina? Estão todas ali: Porcina, Simone, Maria do Carmo, Malu, Raquel, Clô e todas as Helenas do Maneco. São tantas imagens, objetos, lembranças que tocam fundo em nossa memória afetiva que nem dá vontade de ir embora. Seguem algumas imagens da exposição pra dar um gostinho:

O camarim da estrela, repleto de objetos e lembranças


"Selva de Pedra": inesquecível sucesso que consagrou o par romântico mais famoso do país

Invadindo o quarto de Porcina
Cacá no cantinho de "Chiquinha Gonzaga"
Ensaiando pra abertura de "Rainha da Sucata"
Um pouquinho mais do inesquecível furacão Clô Hayalla
Fascinado com o universo de Regina Duarte

A pouquíssimos metros dali no Centro Cultural Banco do Brasil, podemos conferir até o dia 30 de setembro a exposição “Viva Elis”, que conta a trajetória de uma de nossas maiores e mais emocionantes cantoras, ELIS REGINA. A exposição é vasta em informações, vídeos, imagens e histórias da cantora, desde seus primeiros discos dos anos 60, passando pelos Festivais de Música, pelo Fino da Bossa até se tornar a cantora mais emblemática e importante de nosso país. Elis e seus discos, Elis e seus filhos, Elis e seus amigos e, sobretudo, Elis cantando. Uma viagem emocionante no tempo para quem teve o prazer de acompanhar sua carreira e uma descoberta para os mais jovens da verdadeira força da natureza que era Elis. Haja emoção!

Vídeo de Elis: imbatível na emoção

 Registrando presença ao lado da diva

Crooners

Não deixem de conferir e prestigiar duas das Reginas mais importantes de nosso país!

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LEIA TAMBÉM:

Temas e Trilhas: Elis Regina





terça-feira, 11 de janeiro de 2011

Série Memória Afetiva – 10 (ou mais) vilãs memoráveis - anos 80


O primeiro post afetivo do ano do melão só poderia mesmo ser dedicado a elas. Caricatas ou realistas, cômicas ou dramáticas, elas fazem a graça de qualquer novela e muitas vezes são a razão de ser das mesmas. Sempre interpretadas por atrizes superlativas, elas exercem fascínio incomum no público e quase sempre ficam em nossa memória afetiva. São tantas e tão marcantes que o post teve que ser dividido por décadas. Como a memória afetiva deste melão que vos fala se inicia na década de 80, vamos começar nosso desfile com as malévolas oitentistas. Vamos a elas:

PARTE 1 – ANOS 80

10) FEDORA ABDALLA (Cristina Pereira), de “Sassaricando” (1987)


Impossível ouvir “Fata Morgana” sem se lembrar da pérfida e sensual Fedora Abdalla, genial composição da ótima Cristina Pereira, que bem que merece voltar aos grandes papéis dos anos 80. Fedora era engraçadíssima: uma perua apaixonada pelo bandido trapalhão Leozinho (Diogo Vilela) e que infernizou o quanto pode a vida do pai, interpretado por Paulo Autran. Fedora fazia e desfazia e não hesitava em expulsar as pessoas de sua casa com o famoso bordão carregado nos “erres”: rá, ré, ri, ró, rua. Mesmo com tanta vilania, Fefê mereceu um final feliz nas areias do deserto ao lado de seu amado Leozinho. Sem dúvida, uma personagem deliciosa.

9) FERNANDA (Christiane Torloni), de “Selva de Pedra” (1986)


La Torloni não tinha uma missão fácil pela frente: dar vida a uma vilã que fora eternizada pela excelente Dina Sfat nos anos 70. Mas a atriz não só deu conta do recado como é considerada por muitos como o principal destaque do remake da célebre novela de Janete Clair. Dois momentos marcantes foram quando ela se casou vestida de preto, chocando a todos e nas sequências em que sequestrou a mocinha Simone (Fernanda Torres) e fez misérias com ela no cativeiro. Fernanda é daquelas vilãs bem malvadas, com aquele quê de loucura, mas extremamente charmosas, bem ao estilo de Torloni. Um momento off-villania, mas também bastante lembrado é o seu sensual banho de piscina com a personagem de Beth Goulart ao som de “Perigo”, de Zizi Possi: uma leve insinuação gay que não foi pra frente na novela, mas que ficou na memória geral.

8) RENATA DUMONT (Tereza Rachel), de “Louco Amor” (1983)


Em minhas remotas lembranças dessa novela, confesso que morria de medo de Renata. Sempre ouvia comentários na sala de casa sobre o quanto ela era má e naquela época ainda não distinguia atriz de personagem. Resultado: cresci com medinho da Tereza Rachel. Recentemente, pude conferir alguns capítulos e comprovar que a impressão que tinha era inteiramente verdadeira. Já no primeiro capítulo, a chique embaixatriz fez de tudo para separar a enteada Patricia (Bruna Lombardi) do filho da empregada Luis Carlos (Fabio Jr). A sequência em que ela é desmascarada por Isolda (Nicete Bruno) em plena festa é memorável: Renata, na verdade, chamava-se Agetilde e fora a responsável pela morte do patriarca da família Dumont. E ironicamente era a verdadeira mãe de Luis Carlos, a quem tanto humilhou durante a novela. Um trabalho magistral de Tereza Rachel, uma das atrizes que mais brilhantemente interpreta vilãs.


 7) ANDRÉA (Natália do Vale), de “Cambalacho” (1986)


Perigosa! Até hoje o refrão da música do grupo “Syndicatto” remete a essa bela assassina. Muitos consideram o melhor papel de Natalia do Vale. De fato, a atriz esbanjou beleza, charme, talento e maldade pura, na pele da alpinista social que dá o golpe no milionário Antero (Mario Lago), tramando sua morte e se tornando rica. Apaixonada pelo cunhado Rogério (Claudio Marzo), marido de sua irmã Amanda (Susana Vieira), Andréa fez de tudo para separar o casal, além de infernizar a vida da protagonista Naná (Fernanda Montenegro), adorável cambalacheira, filha do empresário assassinado. Andréa não escapou de pagar pelo seus crimes na prisão, mas garantiu lugar no rol das preferidas do melão.

6) JULIANA (Marília Pêra), de “O primo Basílio” (1988)

 A personagem criada por Eça de Queiros já era meio caminho andado. A adaptação brilhante de Gilberto Braga completava o percurso de sucesso. Mas de nada adiantaria se não fosse interpretada por uma atriz menos do que genial. Marilia Pera agarrou a oportunidade e fez misérias na pele de ressentida e ambiciosa empregada de Luisa (Giulia Gam), que descobria a traição da patroa e fazia de sua vida um inferno. As cenas em que Juliana obriga Luisa a realizar os serviços domésticos em seu lugar foram o ponto alto da minissérie, assim como o momento da revelação de que ela era detentora das cartas que provavam a romance de Luisa, com o primo Basilio (Marcos Paulo). Juliana era detestável, mas também patética, digna de pena. Impossível não ler o romance e imaginar outro rosto, que não o de Marília, para a desafortunada personagem. Um deleite para ler, ver e rever sempre.

5) JOANA FLORES (Yara Amaral) de “Fera Radical” (1988)

Dois anos antes, Yara Amaral já tinha brilhado intensamente como a hipócrita Dona Celeste, da minissérie “Anos Dourados”, cabendo aqui uma menção honrosa à personagem. Apesar de ter feito da vida da filha Lurdinha (Malu Mader) um inferno, ao final, Dona Celeste se revelou mais uma vítima dos acontecimentos e dos códigos de conduta da sociedade da época do que uma vilã propriamente dita.
Em “Fera Radical”, ela também fez da vida de Malu Mader um inferno, sendo a grande responsável pelo assassinato dos pais da heroína Claudia, que voltava anos depois jurando vingança. Pouco tempo depois, Yara morreria em pleno réveillon na tragédia do Bateau Mouche, portanto, Joana Flores ficou como a lembrança mais forte que tive dela: uma atriz fantástica, cuja interpretação era cheia de nuances, perfeita nos pequenos gestos e nas pequenas expressões, mas também fantástica e explosiva nos momentos de fúria. O acerto de contas da “fera radical” com a megera é memorável e Yara nunca esteve menos que perfeita nessa novela. Saudades imensas!

4) CAROLINA (Lucélia Santos), de “Guerra dos Sexos” (1983)


Carolina era a candura em pessoa: uma flor de criatura. Doce, gentil, humilde, bonitinha, mas muito, muito ordinária. Uma verdadeira loba em pele de cordeiro, a vilã enganou os personagens da novela durante muito tempo e seduziu grande parte do elenco masculino, inclusive o adorável cafajeste Filipe, em ótima interpretação cômica de Tarcísio Meira. O mote da novela era a batalha entre os sexos, mas Carolina só era a favor dela mesma e aprontou poucas e boas com Charlô (Fernanda Montenegro), Roberta (Gloria Menezes) e grande parte do elenco feminino. Um desafio à altura de uma atriz cheia de recursos como Lucélia Santos.

3) RAINHA VALENTINE (Tereza Rachel), de “Que rei sou eu?” (1989)

 Antes de mais nada, uma das gargalhadas mais gostosas de toda a história da teledramaturgia. Mais um tipo terrível interpretado por Tereza Rachel. Valentine era superlativa, operística, insanamente cruel e engraçada. Com ares de Maria Antonieta, mas muito esperta, sempre levava vantagem em tudo. Seu ponto fraco era a paixonite pelo bobo da corte Corcoran (Stenio Garcia) e as cenas de romance entre os dois eram hilárias. Tereza Rachel, nessa memorável novela de Cassiano Gabus Mendes, foi da comédia ao drama, da leveza à intensidade com a mesma maestria. Seu melencólico e solitário final ao som de “How can I go on”, nas vozes de Freddie Mercury e Montserrah Caballé, é de arrepiar. A melancolia e a derrota da rainha destronada era latente apenas no olhar da atriz que aqui não foi menos que genial.


2) PERPÉTUA (Joana Fomm), de “Tieta” (1989)

Adorável urubu. Bem no íntimo, a eterna viúva do Major Cupertino é minha favorita. O que dizer dessa divertidíssima criação de Aguinaldo Silva em que sua intérprete Joana Fomm fez o que quis? Outra especialista em vilãs (aqui vai uma menção honrosa para Yolanda Pratini, de “Dancing Days”, que mesmo sendo dos 70’s vale a lembrança), Joana Fomm começou carregando mais para o lado do drama, do rancor, do ressentimento que sentia pela sua irmã Tieta (Betty Faria). Mas aos poucos, Perpétua foi ganhando ares mais divertidos, até virar uma vilã das mais caricatas e adoráveis de todos os tempos. A avarenta e maldosa Perpétua dava um show a cada aparição, seja se fingindo de boazinha para a irmã, seja humilhando as fiéis escudeiras Cinira e Amorzinho (Rosane Goffman e Lilia Cabral). Poucas vilãs foram tão longe quanto Perpétua, chegando ao ponto de empurrar o filho para os braços da própria irmã por dinheiro. Além disso, ela se fingia de santa e virtuosa, mas na verdade, a tribufú era libidinosa e bizarra ao guardar o órgão sexual do próprio marido em uma misteriosa caixa branca. Perto disso, o segredo do Gerson (Marcelo Antony) de “Passione” é brincadeira de criança, né? Por essas e outras, Perpétua até hoje é lembrada como uma das maiores vilãs de todos os tempos e com muita justiça. Inesquecível!

1) MARIA DE FÁTIMA (Glória Pires) e ODETE ROITMAN (Beatriz Segall), de “Vale Tudo” (1988)

 Empate técnico. Não deu pra decidir entre as duas que, afinal se revelaram durante a trama mais parecidas do que nunca. Odete (Beatriz Segall) até hoje é o símbolo de uma burguesia corrupta e inescrupulosa, que demonstra desprezo pelo Brasil, mas que construiu sua riqueza às custas da exploração do país. As verdades ditas por Odete são inquietantes e é impossível não se identificar com elas, pelo menos um pouquinho. Odete foi uma criação genial de Gilberto Braga, Aguinaldo Silva e Leonor Basséres, sobretudo, porque foi uma personagem extremamente humana. Todas as suas vilanias estavam longe de serem gratuitas e eram justificadas pela preocupação que tinha com os filhos. O calcanhar de Aquiles era o fraco que ela tinha por garotões. O resultado é uma personagem poderosa, implacável, mas extremamente deliciosa de se assistir. Seu assassinato, até hoje, foi o que mais mobilizou o país e, mais de 20 anos depois, volta a fazer sucesso na reprise do Viva. Mesmo que Beatriz Segall tenha feito outros ótimos personagens, Odete sempre será seu carro-chefe. Definitiva!

Enquanto isso, Maria de Fátima é o símbolo da determinação. Disposta a vencer na vida e se tornar rica, a moça não media consequências para realizar seus objetivos, como por exemplo, colocar a própria mãe na rua, destruir o romance dela, trair a amiga Solange e até vender o próprio filho. Tudo isso parece terrível, mas mesmo assim Fátima era extremamente humana. Suas vilanias nunca foram motivadas por vingança ou questões pessoais, mas puramente para alcançar seus objetivos. Em sua moral (ou falta dela), Fátima se preocupava com a mãe, sofria cada vez que cometia uma maldade contra ela e achava que poderia consertar depois. E o trabalho de Glória Pires foi magistral. Sem qualquer ranço de caricatura ou exagero, ela sabia compôr duas Fátimas diferentes: a boazinha diante de todos e a pragmática e ambiciosa em suas cenas com o amante César (Carlos Alberto Ricceli). Vai ser difícil surgir uma alpinista social mais interessante e tão perfeitamente construída como esta. Antológica.


MENÇÕES HONROSAS:

ü  Santinha Rivoredo (Eva Todor), de “Sétimo Sentido” (1982)
ü  Tia Fausta (Joana Fomm), de Bambolê (1987)
ü  Donana (Geórgia Gomide), de Hipertensão (1986)
ü  Gláucia (Bia Seidl), de “A gata comeu” (1985)
ü  Lúcia Gouveia (Joana Fomm), de “Corpo a Corpo” (1985)
ü  Chica Newman (Fernanda Montenegro), de “Brilhante” (1981)
ü  Paula (Cissa Guimarães) de “Direito de amar” (1987)
ü  Frau Herta (Norma Blum), de “Ciranda de Pedra” (1981)
ü  Catarina (Marieta Severo), de “Vereda Tropical” (1984)

Esqueci de alguma? Quem foi terrivelmente injustiçada pelo melão? E das citadas, quais suas favoritas? Agora é com vocês!


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