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terça-feira, 18 de setembro de 2012

“Top Model”: valeu a pena ver de novo



Os filhos de Gaspar: Olívia (Gabriela Duarte), Elvis (Marcelo Faria), Ringo (Henrique Farias), Jane (Carol Machado) e Lennon (Igor Lage)

Hoje vai ao ar, pelo Canal Viva, o último capítulo da reprise de “Top Model”, novela de Walther Negrão e Antonio Calmon que marcou toda uma geração. E, concidentemente, há exatos 23 anos atrás, dia 18 de setembro de 1989, a Globo exibia o primeiro capítulo da novela, que na época de seu encerramento, deixou muitas saudades e uma legião de fãs, principalmente crianças e adolescentes, todos desejando ser um dos filhos de Gaspar (Nuno Leal Maia), ter nome de astros do rock e do cinema e viver naquela casa super animada à beira da praia.

Pra quem, como eu, era adolescente na época, foi um verdadeiro deleite e um retorno no tempo acompanhar a novela. Mas as gerações seguintes também gostaram de conhecer a trama que sempre ouviram falar bem. Claro que, muitos anos e dezenas de novelas depois, nosso olhar é outro e hoje, bem mais crítico, consigo reconhecer que não se trata de uma novela perfeita. Pelo contrário, a trama muitas vezes, foi conduzida em banho-maria, sustentando-se apenas pelo carisma dos personagens, interpretados por um ótimo time de veteranos e por um surpreendente elenco jovem, talvez o melhor elenco adolescente já reunido em uma novela. Todos os garotos e garotas foram muito bem construídos e pareciam de carne e osso, não ficavam o tempo todo proferindo um amontoado de gírias e tendo atitudes “modernas” que sempre soam forçadas em tramas adolescentes. O mais bacana é que eles não eram apenas filhos de alguém. Todos tinham o mesmo peso dos personagens adultos. A trama das irmãs Olívia e Jane (Gabriela Duarte e Carol Machado), por exemplo, apaixonadas pelo mesmo garoto, Artur (Jonas Torres), foi conduzida com extrema sensibilidade, sem vilanizar nenhuma das duas, mostrando, sobretudo, que o amor que uma sentia pela outra sempre foi maior do que qualquer rivalidade.



Maria Zilda: destaque positivo
 Outro aspecto positivo da trama foi a ausência de maniqueísmo e estereótipos. A mocinha não era tão mocinha, o vilão, muitas vezes, foi humanizado, o herói tinha um pé na marginalidade e o grande paizão da trama, em vários momentos, não passou de um garotão irresponsável. Um bom exemplo disso foi a personagem Marisa (ótima atuação de Maria Zilda Bethlem), que começou a trama parecendo ser mais uma vilã corriqueira, mulher interesseira que abandona o irmão pobre, a quem ama, pra ficar com o irmão rico. Mas Marisa foi muito além e teve uma trajetória bastante interessante, chegando, em um determinado momento, a assumir o controle dos negócios da família, para depois se tornar riponga, desmemoriada, chegando ao cúmulo de aconselhar a rival Naná (Zezé Polessa) a conquistar seu próprio marido. E em todos esses momentos, Maria Zilda se saiu muito bem, sempre imprimindo leveza e bom humor. Zezé Polessa e Drica Moraes foram as grandes revelações adultas da novela. Zezé, como uma adorável faz-tudo eternamente apaixonada por Gaspar. Quem não gostaria de ter uma Naná em casa? Já Drica, na pele da “empreguete” Cida, provocou muitas gargalhadas como a doméstica apaixonada por bandido que virou cantora (quem disse que a Cida de “Cheias de Charme” foi a pioneira?).

Eva Todor e Zezé Polessa: diversão garantida na trama

Outro grande destaque do time dos veteranos foi Eva Todor, que brilhou na pele da atrapalha avó Morgana e fez uma dupla adorável com o saudoso Luiz Carlos Arutin. Nos momentos em que a trama não andava, era Morgana quem garantia a diversão, sempre com um texto inspirado. E para fazer justiça, é impossível não citar Cecil Thiré, que simplesmente arrasou como o doentio vilão Alex Kundera, outro personagem muitíssimo bem construído. Alex não era um monstro 100% do tempo. Claro, era um psicopata que não conseguia conviver com a inveja que sentia pelo irmão, mas também tinha dimensão humana: sofria por amor e demonstrava afeto pelo filho Alex Júnior (Rodrigo Penna). Um papel que só podia mesmo ter sido vivido por um grande ator como Cecil Thiré.

Cecil Thiré na pele de Alex Kundera com Rodrigo Penna: ator brilhou na pele de vilão
Já o par romântico central da trama não funcionou como deveria. A heroína Duda (Malu Mader) começou forte e decidida, mas foi enfraquecendo no decorrer da novela e desistiu com muita facilidade de seu amor por Lucas (Taumaturgo Ferreira), mostrando-se, muitas vezes, mimada e egoísta. Além disso, os autores mantiveram o casal separado na novela por muito tempo. Nesse meio tempo surge Giulia (Alexandra Marzo em seu melhor momento na tevê), para arrebatar o coração de Lucas e promover o antagonismo com Duda. Nesse caso, a ausência de maniqueísmo contou a favor de Giulia, já que ela estava bem distante das características de uma vilã. Ao contrário, Giulia era amiga, simpática, companheira, generosa, determinada, enfim, adorável, tudo o que Duda não foi. Resultado: houve uma imensa torcida para que Lucas ficasse com Giulia e não com Duda, que chegou a ficar ausente da trama justamente nos capítulos finais. Até mesmo a reconciliação de Lucas e Duda foi promovida por Giulia que, se não foi a heroína da trama, teve mais atitude de heroína do que a mocinha original, que nada fez para lutar por seu amor.

Luiz Carlos Arutin e Alexandra Marzo: fotografados de minha tevê

A trilha sonora também foi um caso à parte. Poucas vezes, canções e trama combinaram tão bem em uma novela e muitas delas se tornaram memoráveis. Impossível não ouvir “Stairway to Heaven” e “Hey Jude” e não se lembrar de Gaspar e sua família. Ou “Oceano” e “Right here waiting”, que nos remetem imediatamente ao romance de Duda e Lucas, da mesma forma que “Wish you were here”, com os Bee Gees, vai sempre nos lembrar de Giulia. “Stay”, com Oingo Boingo e “À francesa”, com Marina Lima, também são exemplos de canções que sempre irão nos remeter à novela. A lista é grande...

Lucas e Duda: casal ficou distante demais durante a trama
Enfim, mesmo não tendo o ritmo de uma novela que se espera que tenha nos dias de hoje, em que os espectadores querem uma novidade por minuto, “Top Model” manteve seu charme, seu frescor da época com sua trama ensolarada e alto astral. Valeu a pena ver de novo e pra sempre valerá. 

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10 motivos para assistir a “Top Model “no “Canal Viva”




sexta-feira, 18 de maio de 2012

Melão Express: rapidinhas, mas saborosas – Ed. 18



Ø  “QUE REI SOU EU?” E A TRILOGIA DA CRÍTICA SOCIAL



Mesmo que tenha sido mera coincidência, o Canal Viva acabou promovendo uma trilogia com o mesmo tema em seu horário noturno  de novelas. Seja pelo viés realista como “Vale Tudo” ou pelo viés satírico como “Roque Santeiro”, o debate em torno de corrupção e ética em nosso país tem sido um tema recorrente que, agora com a estreia de “Que Rei Sou Eu?” permanece com força total.
Em “Vale Tudo”, o trio de autores Gilberto Braga, Aguinaldo Silva e Leonor Basséres promoveu uma verdadeira comoção com o retorno da novela e, de maneira séria, trouxeram de volta a pergunta feita nos anos 80 e que continua mais atual do que nunca: vale a pena ser honesto no Brasil?
Já em “Roque Santeiro”, Dias Gomes e Aguinaldo Silva fizeram da célebre Asa Branca um microcosmo de nosso país com todos os seus tipos, crenças e costumes ali representados e discutiram temas como coronelismo e religiosidade através do mito de um falso santo.
Agora em “Que Rei Sou Eu?”, obra-prima de Cassiano Gabus Mendes, podemos revisitar o maravilhoso reino de Avilan, verdadeiro retrato político e social de nosso país e também assustadoramente atual.
Além da inspiradíssima trama e do texto impecável, também estamos podendo matar saudades de grandes atores em excelentes atuações, com destaque para a operística Rainha Valentine (Teresa Rachel em seu melhor momento na tv) e para o diabólico bruxo Ravengar (Antonio Abujamra em estado de graça). Os conselheiros do reino, interpretados por Jorge Doria, Daniel Filho, Oswaldo Loureiro e os saudosos Laerte Morrone, Carlos Augusto Strazzer e John Herbert também são um show á parte. E os destaques do elenco não param por aí: temos Natalia do Vale, Mila Moreira e Isis de Oliveira no auge da beleza; Claudia Abreu e Giulia Gam, em início de carreira, mas com atuações de veteranas e outros tantos atores maravilhosos como Zilka Salaberry, Ítala Nandi, Marieta Severo, Edney Giovenazzi, Vera Holtz estreando em novelas e Aracy Balabanian, entre outros. Edson Celulari vivendo o herói e Tato Gabus seu antagonista também brilharam.
Algumas referências à política da época podem soar um pouco datadas, mas no geral, poderemos comprovar que, infelizmente sob muitos aspectos, continuamos a viver no Reino de Avilan.

  
Ø  GLOBO DE OURO”: OS 80’S VOLTARAM!

A cantora Rosana: uma das presenças mais constantes
Hoje em dia, se você não for um frequentador inveterado de micaretas ou adepto do “gênero” sertanejo universitário, vai ter grandes dificuldades em encontrar algum programa musical que não privilegie apenas esses estilos. Mas nem sempre foi assim. Em meados dos anos 70 até o início da década de 90, havia o “Globo de Ouro”, um programa que abarcava todos os gêneros e estilos. Em uma mesma edição, podíamos assistir de tudo: de Gal Costa a Kátia, de Cazuza a Luiz Caldas, de Titãs a Trem da Alegria. E para a felicidade dos saudosistas de plantão, o Canal Viva (sempre ele!) está reprisando edições do programa, mais precisamente exibidas entre 1988 e 1990. E não deu outra. Em pouquíssimo tempo, o “Globo de Ouro” virou a nova febre do Twitter, colocando a hashtag “#CamaroteDollyGlobodeOuro” e os nomes dos artistas que participam do programa entre os mais comentados da rede social. Fora a diversão com os cabelos, figurinos e estilos da época, hoje praticamente carnavalescos, tem sido uma delícia recordar tantos sucessos nesse verdadeiro caldeirão de estilos. E também é uma ótima oportunidade para os noveleiros recordarem os temas de novelas mais executados na época: Patricia (pré-Marx e pós-Trem da Alegria) cantando “Festa do Amor” da novela “Bambolê”, por exemplo. Outros temas de novelas também podem ser relembrados. De “Fera Radical”, Jane Duboc (“Sonhos”) e Lulu Santos (“A cura”); de “Vale Tudo”, Gonzaguinha (“É”), Jane Duboc (“Besame”) e Barão Vermelho (“Pense e dance”); de “Bebê a Bordo”, Gal Costa (“Viver e reviver”), Joanna (“Amor Bandido”), Paralamas do Sucesso (“O beco”), Wanderleia (“Me ame ou me deixe”) e José Augusto (“De igual pra igual”). Mas a recordista de hits era a novela “Mandala”, com Wando (“Eu já tirei a tua roupa”), Djavan (“Dou não dou”), Egotrip (“Viagem ao fundo do Ego”), Zizi Possi (“A paz”), Guilherme Arantes (“Um dia, um adeus” e a recordista absoluta e grande hitmaker da época, Rosana e seu clássico “O amor e o poder”. Portanto, não marque nada para as noites de segunda a sexta, às 23:15. Assistir ao “Globo de Ouro” acompanhando os comentários pelo Twitter é diversão garantida.

Ø  TELEDRAMATURGIA INVADE A GAZETA

Ótima notícia para os noveleiros. Nosso querido Nilson Xavier, especialista em teledramaturgia,  autor do “Almanaque da Telenovela Brasileira” e criador do site “Teledramaturgia”, de longe o melhor e mais completo site de consultas sobre novelas brasileiras, é o mais novo contratado da TV Gazeta, onde terá um quadro sobre teledramaturgia: "estarei toda quinta-feira no programa Mulheres da TV Gazeta, entre as 14h30 e 15h, conversando com a Cátia Fonseca sobre novelas, as atuais e as antigas. A ideia é, toda semana, relembrarmos alguma novela de sucesso do passado”, complementa o especialista.
Ao Nilson, que gentilmente escreveu o texto da orelha do livro do melão, desejamos sucesso em mais essa empreitada. O moço vai longe! 



Ø  LINKS LEGAIS

Pra quem ainda não leu, recomendo uma entrevista super legal e completa que meu querido Alcides Nogueira concedeu ao blog “Super TV e Mais”, de Leandro Brasil. A entrevista foi tão completa que foi publicada em duas parte. Seguem os links:



Também concedi uma entrevista para o roteirista André Luis Cia, que foi publicada no blog de Tati di Mello. Ficou bem bacana. Espero que gostem!


Ø  OLHA O MELÃO! VAI LEVAR, FREGUESA? TÁ FRESQUINHO!


Vivem me perguntando como se faz pra obter o livro do blog. Por enquanto só está sendo vendido em livrarias virtuais, como a Singular e a Livraria da Travessa. Há um link permanente para comprar aqui mesmo no blog, no canto superior esquerdo da página. Mas para os distraídos que ainda não perceberam, disponibilizo o link abaixo. Vamos lá! Quero todos consumindo melão! É mais nutritivo!

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Reprises, remakes e relançamentos: o passado reinventado.




quinta-feira, 2 de fevereiro de 2012

10 motivos para assistir a “Top Model “no “Canal Viva”



E o Canal Viva, esse lindo, continua nos brindando com re-reprises até então impensáveis. A queridinha da vez é “Top Model”, célebre novela de Walther Negrão e Antonio Calmon e um dos maiores sucessos do horário das sete. A exemplo do que fiz com “Vale Tudo” listei abaixo 10 motivos que fazem dessa reprise um programa imperdível. Vamos a eles:


1)   MALU MADER



Malu Mader já era uma das estrelas mais promissoras da casa, afinal já tinha se destacado em “Ti Ti Ti” e protagonizado “Anos Dourados” e “Fera Radical”, mas foi aqui que entrou, definitivamente, para o primeiro time da televisão.  Na pele de Duda, a top model do título, Malu estava no auge da beleza e juventude e com um carisma gigante. Sem dúvida, uma das atrizes de maior empatia com o público até hoje.

2)   MEMÓRIA AFETIVA

Quem viveu aquela época confunde suas próprias lembranças com as lembranças da novela. Que adolescente nunca desejou ser um dos filhos de Gaspar (Nuno Leal Maia)? Impossível não rever a novela e não recordar o que estávamos fazendo na época.

3)   MELODRAMA ENSOLARADO

Há quem tenta decifrar até hoje o que tem de Negrão e o que tem de Calmon na novela. Posso estar enganado, mas a mim me parece muito claro que o estilo jovem e ensolarado que Calmon já tinha mostrado em “Armação Ilimitada” se uniu ao típico estilo novelão de Walter Negrão. “Top Model”, além de sol, praia e diversão, tinha elementos autênticos de melodrama (o que faltou em “Vamp”) como o fato do mocinho Lucas (Taumaturgo Ferreira) ser filho bastardo do vilão Alex (Cecil Thiré) e os inúmeros dramas familiares, como a disputa entre irmãos, triângulos amorosos, doenças incuráveis e outros elementos indispensáveis a um bom folhetim. Um casamento perfeito do estilo dos dois autores.

4)   TRILHA SONORA

Uma das trilhas sonoras mais lembradas de todos os tempos. Como não amar “Oceano”, megassucesso de Djavan e tema do casal principal Duda e Lucas, tocando 36363 vezes por capítulo? E ainda há outras canções que viraram superhits na época e tocaram incessantemente na novela como “À Francesa”, na voz de Marina; “Vida”, de Fábio Júnior; “Hey Jude”, versão de Kiko Zambianchi para o clássico dos Beatles; “Fica comigo”, hit chiclete da banda Placa Luminosa, espécie de Roupa Nova que sumiu tão rápido como surgiu; e “Essa Noite, não” (minha favorita), de Lobão. Também merecem destaque “Independência e vida”, canção pouco conhecida de Rita Lee; “Babilônia Maravilhosa”, com Evandro Mesquita; “Bobagem”, de Léo Jaime e “Nega Bom Bom”, que tinha o verso mais sacana “punhetinha de verão” que todo mundo repetia no LP. E a trilha internacional também trouxe um punhado de sucessos, de Bee Gees a Tina Turner. O chiclete “Oceano” foi substituído por “Right here waiting”, na voz de Richard Marx, tema principal de onze entre dez festinhas adolescentes da época. Do tempo em que os jovens ainda dançavam de rosto colado.

5)   JOVENS TALENTOS

Flávia Alessandra, Adriana Esteves e Gabriela Duarte: estreantes

“Top Model”, sem dúvida, tem o elenco jovem mais talentoso das novelas, de fazer inveja a qualquer temporada de “Malhação”. As beldades Gabriela Duarte, Adriana Esteves e Flávia Alessandra estreavam diretamente do concurso do Faustão vencido por Flávia que, estranhamente, ficou com o menor papel das três. Jonas Torres, o eterno “Bacana”, aqui já adolescente confirmando seu talento; Carol Machado, Henrique Farias, Rodrigo Penna, Igor Lage, todos ótimos! E Marcelo Faria também estreando em novelas. 



6)   ELENCO DE PESO

Além do ótimo time de atores jovens, “Top Model” também tinha ótimos atores no time de coadjuvantes, como Eva Todor, sempre engraçada na pele de Morgana, a mãe maluquinha de Gaspar e Alex; os saudosos Felipe Carone, Luiz Carlos Arutin e Chiquinho Brandão; Jonas Bloch, Denise del Vecchio, Cissa Guimarães, Suzana Faíni e Jacqueline Laurence, todos em ótimas atuações; e Maria Zilda, sempre muito bem em tipos bandidos sensuais, aqui como Marisa, o pomo da discórdia dos irmãos Kundera.

7)   PAINEL DE UMA ÉPOCA

Para aqueles que gostam de comparar as diferenças entre duas décadas, a novela também é um prato cheio, a começar pelos figurinos cafonas oitentistas considerados chiquérrimos para a época; a beleza natural pré-siliconada e marombada de belas modelos e garotas da praia; e o próprio termo “top model” até então desconhecido do grande público.

8)   PARTICIPAÇÕES ESPECIALÍSSIMAS

Regina Duarte, entre Evandro e Nuno, como uma surfista
Outros momentos deliciosos de “Top Model” foram as participações mais que especiais das mães dos filhos de Gaspar (Nuno Leal Maia): Susana Vieira como a mãe de Elvis (Marcelo Faria); Regina Duarte fazendo a mãe de sua filha na vida real, Gabriela Duarte, que fazia a Olívia; e Rita Lee, como a mãe de Jane e Ringo (Carol Machado e Henrique Farias), que era uma extraterrestre e partiu em um disco voador. Como não amar?

9)   TRIO VERSÁTIL

Não deixa de ser divertido também ver Nuno Leal Maia como Nuno Leal Maia, Taumaturgo Ferreira como Taumaturgo Ferreira e Evandro Mesquita como Evandro Mesquita (risos).

10)DRICA E ZEZÉ

“Top Model” também marcou a ascensão de duas atrizes pouco conhecidas na época e que hoje são grandes estrelas: Drica Moraes e Zezé Polessa. A primeira arrancou gargalhadas na pele da sonhadora empregada Cida, apaixonada por cantores bregas. Já Zezé marcou como a atrapalhada Naná, espécie de Zelda Scott balzaquiana, principal pretendente ao coração de Gaspar. O bordão de Naná, “meleca” fez o maior sucesso na época.

Zezé Polessa, impagável como Naná
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E vocês? Estão acompanhando a reprise? Quais são suas melhores lembranças de “Top Model”?

quarta-feira, 20 de abril de 2011

MELÃO EXPRESS – RAPIDINHAS, MAS SABOROSAS – ED. 15 – ESPECIAL ESTREIAS:


Ø  UMA NOVELA ENCANTADA


Expectativas nem sempre são positivas, pois muitas vezes espera-se muito de uma atração e nos frustramos rapidamente. No entanto, a enorme expectativa que se criou em torno da estreia de “Cordel Encantado”, novela da dupla Duca Rachid e Thelma Guedes se confirmou completamente após a estreia. A inusitada mistura de cangaço com realeza também gerou algum frisson e também nos deixou com a sensação de que as autoras estariam arriscando alto. Porém, pelo que se comprovou nesses primeiros capítulos, o risco foi totalmente calculado. Os dois temas não são novidade em teledramaturgia, bem como a alusão a fábulas como “A bela adormecida”, “Rapunzel”, tramas como o mascate que tem três mulheres (impossível não se lembrar do genial Ney Latorraca e seu Quequé de “Rabo de Saia”) ou cidades com tipos pitorescos e incomuns. Sim, tudo isso já foi mostrado, contado e recontado. Mas juntar todos esses elementos em uma mesma novela, em perfeita harmonia, fazendo todo o sentido, isso sim, é altamente criativo e genial. 


O humor da novela é extremamente popular, mas não menospreza a inteligência do espectador, com explicações em demasia ou o uso de expedientes surrados e forçados pra fazer rir. O que o público tem visto é uma novela leve, agradável, divertida e apaixonante. A audiência ascendente comprova isso. O elenco é um show à parte. Seria injusto destacar alguém, mas seria igualmente injusto não mencionar que, quando Debora Bloch e Zezé Polessa entram em cena, o espectador se deleita. Também é um prazer rever ótimos atores bissextos na telinha como Ana Cecília e Enrique Diaz. Domingos Montagner, que conheci em “Mothern”, é uma ótima revelação. Enfim, tudo lindo: direção, trilha sonora, figurinos, cenografia. Com um apuro técnico e visual incomum, me arrisco dizer que “Cordel Encantado” é a mais feliz empreitada televisiva do primeiro semestre do ano. De dar orgulho! Parabéns a todos!


Ø  DIVÃ: JÁ VIREI FREGUÊS



Entre as séries lançadas, minha favorita é “Divã”, com roteiro de Marcelo Saback, com direção de José Alvarenga Júnior. A crítica que Ivan Gomes fez para a série é irrepreensível (para ler, clique aqui), por isso nem vou me estender muito, mas apenas destacar que, apesar de não ser novidade, não tem como não se deixar conquistar pelo deslumbre que é a atuação de Lília Cabral, pela direção dinâmica e pelo texto que nos faz rir de maneira espontânea e também nos emociona na mesma proporção. E cá pra nós: estava mais do que na hora de Lília Cabral protagonizar uma trama televisiva. E com a chegada de “Fina Estampa”, constatamos que finalmente descobriram que, além de atriz excepcional, Lília também é uma estrela de primeira grandeza. Imperdível.


Ø  ENQUANTO ISSO, NO “VIVA”...

A reestreia de “Vamp” vem corroborar a sensação que tivemos com “Vale Tudo”. Ao contrário do que se pensava, as novelas mais antigas (pelo menos as que datam da década de 80) eram bem mais dinâmicas do que as de hoje em dia. As coisas não demoravam a acontecer e as cenas proporcionavam uma maior progressão na trama. Claro que capítulos e duração mais curta contribuem para isso.  E a julgar pela repercussão no Twitter (sim, a exemplo de “Vale Tudo”, “Vamp” também tem mobilizado uma legião de internautas comentando a novela simultaneamente à sua exibição), não sei se procede essa tese defendida pelo “Vale a pena ver de novo” de que novelas mais antigas espantariam a audiência por conta do ritmo e da qualidade técnica. Digo isso porque os twitteiros que comentam as novelas, que estão sempre entre os tópicos mais comentados, não são apenas de noveleiros saudosos, mas de jovens que nunca tinham assistido antes. Enfim, para refletir...


Ø  E VEM AÍ...O ASTRO!

Claro que, dessa estreia prevista para julho, sou suspeitíssimo pra falar. Mas deixo aqui o link com reportagem e vídeo de apresentação da minissérie. Confesso que, quando assisti, fiquei arrepiado! Espero que curtam:

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Bom feriadão e inté a próxima, queridos! 

sexta-feira, 31 de dezembro de 2010

Em 2010, o melão preferiu...



Ø  TI TI TI
Disparada a melhor novela do ano. Maria Adelaide Amaral e equipe estão de parabéns por trazer ao horário das sete um novo fôlego que há tempos não se via. A autora optou por não escrever uma versão literal do megassucesso de 1985. Foi esperta ao mesclar algumas tramas de “Plumas e Paetês” e, com isso, acrescentar elementos de folhetim que faltava à versão oitentista de “Ti Ti Ti”. O resultado é uma trama altamente original, movimentada, divertida e cheia de personalidade, mas que mantém o clima das melhores novelas do Mestre Cassiano Gabus Mendes. “Ti Ti Ti” faz uma grande e comovente homenagem à teledramaturgia brasileira, ao citar e revisitar personagens, não só das tramas de Cassiano, como de outras novelas de sucesso como “Fera Radical” e “O clone”. A direção sempre solar e colorida de Jorge Fernando casa perfeitamente com o texto sempre esperto. Elenco, direção de arte, figurino, enfim, tudo em sintonia. O que mais surpreende em “Ti-Ti-Ti” é a novela está longe de ser escrita no piloto automático. Mostra fôlego para surpreender e divertir a cada capítulo, nos brindando com um humor popular e refinado ao mesmo tempo, já que as citações não se limitam apenas às novelas, mas também ao cinema e à cultura pop em geral, e quem não as absorve, se diverte do mesmo jeito. Ousadia na medida certa. Sem dúvida, o maior acerto do ano!

Ø  CLAUDIA RAIA


Como disse meu amigo Eduardo Vieira, Jackeline é o “Mario Fofoca” da novela. Um verdadeiro show a cada capítulo. Claudia Raia está perfeita, caricata no bom sentido, mas também extremamente humana. Jackeline pode parecer uma doida de pedra, mas também sofre, chora, se emociona como qualquer um de nós. Impossível não torcer por ela. La Raia, assim como no drama de “A favorita”, arrasa nessa novela também, com uma interpretação visceral, sem medo de cair no ridículo e no exagero. E o texto de Jackeline? Foram tantas tiradas geniais e a atriz consegue aproveitar cada uma delas. Sua fase como Irmã Desgosto, no melhor estilo “Maus hábitos” de Almodóvar, está simplesmente genial e hilariante. Dentre os tantos motivos para se assistir à novela, Claudia Raia, sem dúvida, é o maior deles. Disparada a melhor atriz do ano!


Ø  ANDRÉ ARTECHE

Quando assisti ao ótimo filme “Houve uma vez dois verões”, de Jorge Furtado, conheci a interpretação de André Arteche e percebi que se tratava de um ator diferente, de uma sensibilidade especial. Seus papéis na TV, por menores que fossem, foram confirmando minha impressão. Agora em “Ti Ti Ti”, na pele de Julinho, André está excelente, arrebatador e arrebatado pela ótima abordagem de Maria Adelaide Amaral sobre um relacionamento gay. O romance de Julinho e Osmar (Gustavo Leão) durou pouquíssimos capítulos, mas fez tanto sucesso que o casal é forte candidato a melhor do ano. Tudo ali funcionou: a química dos atores, o texto delicado, a canção-tema “True Colors”... E a trama continua viva até hoje. André continua fazendo uma ótima dobradinha com a sempre competente Giulia Gam. A relação maternal de Bruna com Julinho é comovente e muito bem urdida. André Arteche ganhou um excelente papel e está aproveitando da melhor maneira possível e já está a léguas do estereótipo gay bonzinho melhor amigo da mocinha. O melão aplaude de pé!


Ø  IRENE RAVACHE

A personagem “perua emergente” está longe de ser novidade nas novelas. Menos novidade ainda é o talento de Irene Ravache, que ainda consegue emprestar muito humor e trazer novos elementos ao tipo já manjado em nossa TV. Ravache sempre é garantia de excelente interpretação e oferece a mesma naturalidade, seja em tipos sofridos como a Dona Lola de “Éramos Seis”, ou como a tresloucada Clô de “Passione”. A atriz protagonizou as cenas mais hilárias da novela, como a do jantar oferecido a ela por Bete Gouveia (Fernanda Montenegro), no qual quase leva Dona Brígida (Cleyde Yáconis) à loucura com sua falta de etiqueta. Outro momento hilário foi quando, ao pedir churrasquinho de gato, solicitou ao entregador que não esquecesse a farofa. Sílvio de Abreu é um mestre do humor e Irene, habituadíssima ao texto do autor, faz misérias em cena. O melão elege La Ravache como o grande destaque de “Passione”.


Ø  A VIDA ALHEIA

Miguel Falabella se afastou um pouco do humor escrachado e da estética kitch de suas divertidíssimas novelas, mas manteve a ironia, o deboche e o sarcasmo nessa ótima série que critica o mundo das revistas de celebridades, dispostas a tudo para conseguir um furo, ignorando qualquer senso de ética e respeito. A comédia dramática de humor rascante proporcionou a atrizes como Claudia Jimenez e Marilia Pêra brilharem intensamente e deu a Daniele Winits a oportunidade de defender um papel diferente dos que costuma interpretar. Entre o elenco masculino, destaque total para Carlos Gregório. Uma pena que não tenha uma nova temporada, pois história e conteúdo pra isso não faltam. 

Ø  AS CARIOCAS


Já na abertura, dava pra notar que o seriado seria uma delícia. Um desfile de belas atrizes e uma história pra contar a cada semana referente a um bairro do Rio de Janeiro. Com jeito leve, gaiato, despretensioso e safadinho... mais Rio de Janeiro impossível. Mais uma ótima parceria de Euclides Marinho e Daniel Filho, que voltou à TV em grande estilo. E que delícia também assistirmos a um programa repleto de locações externas. Gostinho de nostalgia. Uma festa!

Ø  CLANDESTINOS – O SONHO COMEÇOU


Outro gol de placa este ano. Impossível não se envolver e não se comover com a luta de jovens aspirantes ao palcos e à fama em busca de um lugar ao sol. A feliz empreitada teatral de João Falcão ganhou uma ótima adaptação e revelou talentos promissores como Adelaide de Castro, Fabio Enriquez e Elisa Pinheiro. Texto sempre afiado, muito lirismo e muita emoção. Claro que o DVD é super aguardado, né?

Ø  RIBEIRÃO DO TEMPO


Marcílio Moraes não é um autor que se acomoda em uma determinada temática. Sua primeira novela na Record, “Essas Mulheres”, que bebia da literatura de José de Alencar, era um primor de tão boa. Depois, Marcílio deu um giro de 180 graus e levou a realidade dos morros cariocas de maneira nunca antes vista na Tv com “Vidas Opostas” e a série “A lei e o crime”. Agora, com “Ribeirão do Tempo”, Marcilio inaugura na Record aquele estilo político-regionalista, que lembra as antigas tramas de Dias Gomes e Aguinaldo Silva, e o faz com bastante acerto. Crítica social, irreverência, deboche e um texto sempre inspirado.


Ø  UMA ROSA COM AMOR



A novela, sem dúvida, representou um “upgrade” nas produções do SBT, que buscou um bom elenco que contou com nomes de peso como Betty Faria, Carla Marins e Jussara Freire. A singeleza do texto de Vicente Sesso, atualizado por Tiago Santiago, nos trouxe uma novela romântica, divertida, com um quê de nostálgica e muito gostosa de se assistir. Não emplacou os índices de audiência esperados pela emissora, mas provou que é possível fazer dramaturgia sem precisar recorrer o tempo todo aos melodramas mexicanos. Um bom começo.

Ø  CANAL VIVA


Viva! Mil vezes Viva! O sonho de todo telemaníaco começou a se concretizar com a criação do canal, que dedica grande parte de sua grade à reprises de antigos sucessos da teledramaturgia global. Quando veio “Por amor” e “Quatro por Quatro”, imaginamos grandes possibilidades, mas quando foi anunciado o retorno de “Vale Tudo” a festa foi total. E 2011 já promete com a volta da “Tv Pirata”. E ainda há as minisséries, os seriados... tudo o que podemos desejar é vida longuíssima ao Viva e força nos gravadores!


Ø  BOX ROQUE SANTEIRO

Outro presentão para os telemaníacos que abre inúmeras possibilidades. Para quem ainda não adquiriu, é imperdível. A saga do santo que não morreu, da viúva que foi sem nunca ter sido e do poderoso coronel que adora bancar o cachorrinho na intimidade são garantia de diversão e de excelentes atuações. O universo suigeneris criado por Dias Gomes, escrito por ele e por Aguinaldo Silva, ainda é atual ao denunciar a corrupção e as injustiças de uma metonímica Asa Branca e sua galeria de personagens inesquecíveis. Para muitos não houve novela como “Roque Santeiro”. Esperamos que seja apenas o primeiro lançamento de muitos outros.


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Claro que listas são sempre muito pessoais e muita coisa boa ficou de fora. Mas o melão quer saber: o que vocês preferiram em 2010?


O que eu preferi em 2009? Vamos relembrar? http://euprefiromelao.blogspot.com/2009/12/em-2009-eu-preferi.html

Enfim, queria dizer que 2010 foi, particularmente, um ano de muita batalha e, principalmente de muitas conquistas para o melão e para este blogueiro que vos fala. Só tenho a agradecer a todos por sempre prestigiarem o espaço e conto com vocês para 2011. Que seja diamante verdadeiro para todos nós. Até lá!

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