Mostrando postagens com marcador Caminho das Índias. Mostrar todas as postagens
Mostrando postagens com marcador Caminho das Índias. Mostrar todas as postagens

domingo, 27 de maio de 2012

Top 10 - LIMA DUARTE




São tantos e tão maravilhosos os personagens de Ariclenes Venâncio Martins, nosso querido Lima Duarte, que mais merecia um TOP 100, afinal sua história se confunde com a própria história da televisão e seu talento gigante e seus múltiplos recursos foram capazes de dezenas de criações geniais e inesquecíveis.. Por isso o desafio de escolher apenas 10 se tornou tão difícil. Lembrando que os critérios são sempre baseados em minha MEMÓRIA AFETIVA, portanto SUBJETIVOS. Claro que muitos grandes personagens ficarão de fora, mas a brincadeira é essa mesmo. Uma lista pessoal e intransferível. Com vocês, os meus Limas Duartes favoritos:


10) Nikos Karabastos, de “Uga Uga” (2000)


Um personagem tanto engraçado quanto surpreendente e diferente dos personagens habituais do ator. Aqui, ele se mostrou super à vontade com o texto anárquico e irônico de Carlos Lombardi, na pele do milionário grego cercado de parentes serpentes por todos os lados e que vivia infeliz à procura do neto desaparecido até encontra-lo em uma tribo indígena. A improvável dupla com Claudio Henrich, no papel do neto, rendeu momentos hilariantes, bem como as cenas com a cunhada ambiciosa vivida por Vera Holtz.

9) Major Bentes, de “Fera Ferida” (1993)

Mais um de seus impagáveis “coronéis”. Este com uma particularidade: “suava na calva” toda vez que ficava nervoso. Criação genial de Aguinaldo Silva, esse major mandava e desmandava em Tubiacanga e tinha um fiel capataz a quem chamava “carinhosamente” de Animal (Augusto Júnior), que não conseguia dizer uma palavra. Abaixo segue uma cena em que ele contracena com José Wilker, que vivia o prefeito Demóstenes, e surpreende o austero major em uma situação, digamos, vulnerável. Fica a dica para o Canal Viva: uma reprise de “Fera Ferida” seria bem vinda, não acham?



8) Afonso Lambertini, de “Da Cor do Pecado” (2003)


Quem diria que o sisudo, austero e preconceituoso Afonso, que se opôs fortemente ao romance do filho Paco (Reynaldo Gianecchini) com Preta (Taís Araújo) fosse conquistar o Brasil? Só mesmo um ator do quilate de Lima Duarte para dar dimensão humana ao velho amargo e solitário que, após perder o filho, cai de amores pelo neto vivido por Sergio Malheiros. Um personagem cheio de nuances e contradições criado por João Emanuel Carneiro, que teve de enfrentar protestos do público quando foi decretada a morte de Afonso. Além de brilhar intensamente nas cenas com o neto e com a nora, o romance tardio de Afonso com a fiel governanta Germana, vivida por Aracy Balabanian, encantou e emocionou o público, que torceu para que Afonso não morresse e tivesse um final feliz. O autor foi irredutível e Afonso acabou morrendo na trama, mas entrou para o rol de personagens inesquecíveis de Lima Duarte.


7) Shankar, de “Caminho das Índias” (2009)


Diferente dos personagens de temperamento forte que costuma interpretar, aqui Lima era um sábio, um grande mentor espiritual. Mestre em emocionar, Lima protagonizou uma das cenas mais emocionantes das novelas nos últimos tempos quando seu antigo amor Laksmi (Laura Cardoso) revelou que seu arqui-inimigo Opash (Tony Ramos) eram na verdade, seu verdadeiro filho. O melodrama criado por Gloria Perez atingiu o seu ápice no último capítulo de “Caminho das Índias” quando pai e filho, finalmente, se abraçavam e se perdoavam sob o olhar emocionado da mãe. Os três atores deram um verdadeiro show e especialmente Lima Duarte mostrou, mais uma vez, que é capaz de interpretar qualquer personagem.


6) Murilo Pontes, de “Pedra sobre Pedra” (1992)


Murilo Pontes era um típico machão: tratava a mulher Hilda (Eva Wilma) como uma santa e despejava toda sua virilidade na amante, a prostituta Lola (Tania Alves). E tinha essas duas mulheres em suas mãos. O poderoso político de Resplendor só se rendia mesmo à sua grande inimiga política Pillar Batista (Renata Sorrah), que fora seu grande amor do passado. Eis mais um personagem de sentimentos e atitudes contraditórias que só um grande ator poderia interpretar. E Lima brilhou mais uma vez com um grande personagem de Aguinaldo Silva.


5) Salviano Lisboa, de “Pecado Capital” (1975)


Poderoso industrial temido pelos funcionários. Viúvo triste e solitário que sofre com a ausência dos filhos. Homem de meia idade que se encanta por uma jovem, tornando-a uma grande modelo. Não se trata de três personagens diferentes, mas do riquíssimo Salviano Lisboa, criado pela poderosa imaginagrande mestra Janete Clair. Lima, mais uma vez, ganhou a simpatia do público e foi recompensado pelo amor de Lucinha (Betty Faria) com quem se casou no final da novela. E nós vivemos felizes para sempre.


4) Zeca Diabo, de “O bem amado” (1973)


Outro personagem célebre da riquíssima galeria de personagens de Lima Duarte. Aqui em um embate inesquecível com o grande Paulo Gracindo e seu antológico Odorico Paraguaçu. Um verdadeiro duelo de gigantes. Coube ao matador Zeca Diabo selar o destino do verborrágico prefeito de Sucupira. Fiel devoto de Padre Cícero, Zeca Diabo representa esse quase paradoxo do matador profissional cheio de ética e religiosidade. Mais um personagem complexo e humano da riquíssima galeria do grande Dias Gomes que só um ator do porte de Lima seria capaz de interpretar e deixar sua marca sempre indelével.

3) Sassá Mutema, de “O salvador da pátria” (1989)


Não só um dos personagens mais populares de Lima Duarte, mas um dos mais populares da história da teledramaturgia brasileira. Não há quem não se comova com a história do simplório boia-fria, que é usado como massa de manobra pelos políticos de Tangará, trilhando uma trajetória de suposto assassino a prefeito da cidade. E não faltou sensibilidade, tanto por parte do texto de Lauro Cesar Muniz, quanto pela brilhante interpretação de Lima na abordagem do amor quase platônico de Sassá por sua bela professora Clotilde, vivida por Maitê Proença. De matuto analfabeto a astuto prefeito, o ator foi genial em todas as fases do personagem. Impossível ouvir “Lua e Flor” de Oswaldo Montenegro e não se lembrar imediatamente do amor puro de Sassá por sua querida professorinha.


2) Dom Lázaro Venturini, de “Meu bem meu mal” (1990)


Se tem alguém que tem o direito de amar esse personagem e considerá-lo uma das criações mais geniais de Lima Duarte, esse alguém sou eu, por motivos óbvios (risos). Dom Lázaro é um trabalho digno de um verdadeiro gênio. De poderoso patriarca que comandava a família com pulso firme a um frágil e vulnerável senhor que não podia mais falar, tampouco se locomover. Lima fez um trabalho primoroso, sobretudo após Dom Lázaro sofrer o derrame, pois até ele proferir seu célebre “eu prefiro melão”, precisou passar todos os sentimentos possíveis apenas com o olhar, sobretudo o olhar de ódio pela nora Isadora (Silvia Pfeiffer), que garantiram momentos de puro deleite para o espectador.


1) Sinhozinho Malta, de “Roque Santeiro” (1985)


Sinhozinho Malta era um autoritário coronel (aliás, quem o chamasse de coronel assinava sua sentença de morte) que mandava e desmandava em Asa Branca, mandou assassinar três pessoas e tentou matar outras tantas, inclusive supeitíssimo da morte da própria esposa. Além disso, era racista, machista, corrupto, ou seja, características dignas dos vilões mais odiados. Mas definitivamente, não foi isso o que aconteceu, pois Sinhozinho era um adorável cafajeste, com tiradas ótimas, bordões inesquecíveis, uma gargalhada indefectível e capaz de atitudes, muitas vezes, magnânimas. Dias Gomes construiu um dos personagens mais ricos e fascinantes de nossa teledramaturgia que só poderia ser feito por um ator de talento tão fascinante quanto. Mesmo quem não acompanhou à primeira exibição de "Roque Santeiro” conhece Sinhozinho Malta que, ao lado de Regina Duarte, também em estado de graça na pele da viúva Porcina, protagonizou algumas das cenas mais marcantes de nossa teledramaturgia. Como não amar Sinhozinho escolhendo uma peruca de sua vasta coleção? Como não amar sua risada deliciosa? Como não amar sua devoção à Porcina, lambendo sua mão e imitando cachorrinho? Sem dúvida, de toda a galeria de tipos inesquecíveis de Lima Duarte, Sinhozinho Malta é o mais marcante. Tô certo ou tô errado?


Agora o melão quer saber: quais são seus personagens favoritos de Lima Duarte? A palavra é de vocês!
____________

LEIA TAMBÉM:

TOP 10 – BETTY FARIA





terça-feira, 26 de abril de 2011

Temas e Trilhas: NANA CAYMMI




Antes de mais nada, para os fãs de boa música, de bom cinema e de boas histórias, recomendo o ótimo documentário em cartaz “Nana Caymmi em Rio Sonata”, de Georges Gachot (mesmo diretor de “Maria Bethânia – música é perfume”). O filme mostra Nana de maneira intimista, mesclando com belas paisagens e cenas do cotidiano carioca  e ainda conta com participações pra lá de especiais. Imperdível! Confesso que o filme foi inspirador para que eu criasse mais essa edição do “Temas e Trilhas”, já que Nana Caymmi é presença constante nas trilhas sonoras de nossas novelas há muito tempo. Atualmente, Nana nos encanta com a bela “Sem poupar coração”, tema de Pedro e Marina (Eriberto Leão e Paola Oliveira) de “Insensato Coração”. Ainda que o casal não ande lá agradando tanto assim, é sempre uma delícia ouvir o canto arrebatado e cheio de emoção dessa grande diva de nossa música. Foi dificílimo enumerar apenas dez canções dentre tantas e tantas que já embalaram tantos romances folhetinescos. Foi um verdadeiro parto ter que deixar de fora canções lindíssimas como “Doce Presença”, da novela “Champagne”, “Cais”, da novela “Sinal de Alerta” e “Canção da manhã feliz”, da novela “Brilhante”, mas o melão não se furtou a essa tarefa e apresenta seus dez temas favoritos interpretados por Nana Caymmi:


10) SUAVE VENENO (Cristóvão Bastos / Aldir Blanc) – “Suave Veneno” (1999)

Embalados pelo sucesso de “Resposta ao tempo”, a dupla de compositores deu a Nana outro grande sucesso em sua carreira. Apesar da novela não ter ido lá muito bem das pernas, o tema de abertura foi um de seus pontos altos e até hoje é lembrado e cantarolado por muita gente. Além disso, a faixa rendeu a Nana seu primeiro disco de ouro, sendo o carro-chefe do álbum “Os maiores sucessos de novela”. Segue a abertura pra matar as saudades:



9) DOIS CORAÇÕES (Ronaldo Bastos / André Sperling) – “Renascer” (1993)



Apesar de ser o tema de João Pedro (Marcos Palmeira) na novela, minhas lembranças dessa canção são das vezes em que ela tocava no encerramento da novela e das belas paisagens da Bahia que ela emoldurava. Aqui Nana está doce, suave, romântica. Impossível não enternecer o coração ao ouvir a música, que investiga de que é feito o amor.



8) MUDANÇA DOS VENTOS (Ivan Lins / Vitor Martins) – “Por amor” (1997)

Era o tema de Sirléia (Vera Holtz) de “Por amor” e fechava o CD. Apesar de ser uma gravação bem antiga, integrou-se perfeitamente às demais canções da novela e uma de minhas preferidas da trilha sonora. Em mais um show de interpretação de Vera Holtz, a música traduzia perfeitamente o casamento de Sirléia com um homem bem mais jovem e todas as angústias e inseguranças que viam junto com o relacionamento.

7) VEM MORENA (Danilo Caymmi / Paulo César Pinheiro) “Tieta” (1989)


Integrante do segundo volume da trilha da novela “Tieta”, era o segundo tema de Carol (Luiza Tomé). A lembrança que tenho mais forte da canção é a cena em que Carol observa, enciumada, um animado passeio à praia, seguido de um banho de mar de Tieta (Betty Faria) e Osnar (José Mayer). As rivais se observam e esbanjam sensualidade, enquanto a bela paisagem da praia de Mangue Seco deleitava o espectador. A voz quente de Nana reforçava ainda mais esse clima de calor e sensualidade.




6) SAUDADE DE AMAR (Dori Caymmi) “Porto dos Milagres” (2001)



Essa bela e triste canção me cativou logo de cara quando ouvi na novela. Era o tema da terrível Adma (Cássia Kiss), ao perceber que estava prestes a perder seu grande amor, Félix (Antonio Fagundes) para a rival Rosa Palmeirão (Luiza Tomé). Essa melancolia era o que humanizava a personagem, implacável com os inimigos. A canção serviu como uma luva. Dava até pra sentir pena de Adma...rs!


5) BEIJO PARTIDO (Toninho Horta) “Pecado Capital” (1975)

Se eu disser que essa música me traz lembranças da novela, estarei mentindo, já que sequer era nascido na época. Era o tema de Eunice (Rosamaria Murtinho). Mas de tanto ouvir a música, impossível não incluir na seleção. Daquelas de rasgar coração, em que é sempre ótima de cantar em voz alta, apesar de tristíssima. Mas quem nunca se identificou e se fez de vítima em uma relação mal-sucedida? É incrível como Nana consegue tocar nosso coração.


4) FRUTA MULHER (Vevê Calazans) “Roque Santeiro” (1985)


Era o tema de Matilde (Yoná Magalhães) e uma das minhas favoritas do segundo volume da trilha sonora da novela. Não me lembro necessariamente da música na trama, mas lembro que era uma das que eu mais ouvia e que tenho mais carinho, afinal os dois LP’s da novela foram os primeiros que, de fato, eram meus, já que os anteriores eram das minhas primas. Lembro de ouvir bastante essa música aos 8, 9 anos em minha vitrola portátil. Imediatamente me vem à mente doces lembranças daquela época. Essa é memória afetiva mesmo!

3) FASCINAÇÃO (F.D. Marchetti / M. de Feraudy – vs. Armando Lousada) “Fascinação” (1998)

Depois da deslumbrante interpretação de Elis Regina, julgava impossível gostar de alguma outra gravação dessa música. Mas não é que Nana conseguiu dar uma leitura completamente diferente desse verdadeiro clássico e nos emocionar de novo? Sem contar que a própria aparece, chiquérrima, cantando na abertura da novela “Fascinação”, do SBT. Um verdadeiro luxo.



2) NÃO SE ESQUEÇA DE MIM (Roberto Carlos / Erasmo Carlos) – “Pecado Capital” (1998) e “Caminho das Índias” (2009)



Confesso que não dei muita bola para essa música quando fez parte de uma trilha sonora pela primeira vez. Mas ao entrar novamente em uma novela, no caso “Caminho das Índias”, a canção foi mais executada e emocionou em cheio o público. E o dueto com Erasmo, fazendo um doce contraponto com o canto derramado de Nana foi uma combinação perfeita. Mesmo que o romance de Maya e Bahuan (Juliana Paes e Marcio Garcia) não tenha ido adiante, a canção é linda demais. Impossível não ouvir várias vezes.

1) RESPOSTA AO TEMPO (Cristóvão Bastos / Aldir Blanc) – “Hilda Furacão” (1998)


Poucas vezes na história da teledramaturgia, uma canção combinou tanto com um personagem. Nesse caso, a música combinou com a minissérie inteira. Hoje em dia não há como dissociar a canção da inesquecível personagem-título, vivida por Ana Paula Arósio. Sem contar que a letra é poesia pura e a melodia consegue tocar profundamente nossa alma. Considero “Resposta ao tempo”, uma obra-prima, talvez a canção mais bonita da década e, com certeza, o grande sucesso da carreira de Nana, que aqui mostra todo o seu potencial interpretativo, indo da serenidade à paixão. Arrisco dizer que a saga da moça da tradicional sociedade mineira que virou prostituta não teria o mesmo êxito sem esse belíssimo tema. É o meu favorito disparado.


_____________________

E vocês? Quais seus temas e lembranças favoritos de Nana Caymmi?

_____________

Leia Também:

Temas e Trilhas: Gal Costa






terça-feira, 29 de setembro de 2009

Melão express: rapidinhas, mas saborosas!




- Que horror! Mataram Aracy Cardoso ao “homenagearem” Dirce Migliaccio. Algum gênio do portal da Globo postou um vídeo da novela “A gata comeu” com cenas de Zazá, personagem de Aracy Cardoso, como sendo de Dirce Migliaccio, que fazia a personagem Ceição. O pior é que as atrizes nem são parecidas. Como disse meu amigo Fernando Russowsky, acho que qualquer um de meus amigos participantas das listas de discussão de Tv das quais faço parte faria bem melhor do que esses jornalistas desinformados que pouco sabem ou se interessam por televisão. Pra onde mandamos nosso currículo? Por essas e outras que o Brasil não é levado a sério, já que trata seu principal produto de exportação com desprezo e menosprezo. Imagina se nos EUA alguém iria publicar uma foto de Patrick Swayze dizendo que ele participou de "Top Gun", por exemplo...rs! Sei que o exemplo é tosco, mas é bem por aí... Desculpem o desabafo. Segue o link para a atrocidade:
http://video.globo.com/Videos/Player/Entretenimento/0,,GIM1128542-7822-DIRCE+E+DESTAQUE+EM+A+GATA+COMEU,00.html


- Em tempo: sugiro a esses "especialistas em TV" que dêem uma olhada no trabalho desenvolvido por Guilherme Stauch (Memória da TV), José Marques Neto (Mofo TV) ou Nilson Xavier (site e almanaque da Teledramaturgia), que dão um banho em todos esses sites institucionais e colunistas de TV. Tal resgate deveria ser feito pelo Ministério da Cultura, que pouco se importa em preservar nossa memória televisiva. Parabéns a esses bravos e abnegados rapazes e muitíssimo obrigado! Sempre!

- Gente, que edição de “No limite” mais xôxa foi essa? E o pior ainda foi o tal “juízo final” com aqueles participantes eliminados bombardeando as finalistas com seu despeito e inveja. E a emoção da ganhadora? Nossa, acho que até aquelas mocinhas que vendem tapete pela Tv são mais empolgadas...rs! Foi um “No limite” muito BBB. E como anti-BBB que sou, rejeitei...rs! Ao menos o programa nos deixa uma valiosa lição: que, para sobrevivência na selva, de pedra ou não, é mais necessário ser sonso do que ser forte.

- Como não estou assistindo a “Viver a vida” diariamente, pode ser que tenha perdido alguma coisa, mas meu amigo Fellipe me chamou a atenção para algo curioso: se Helena (Taís Araújo) é uma top famosíssima, de renome internacional, por que precisa dividir um modesto apartamento com suas amigas médicas?

- É isso mesmo o que acabei de ver na chamada de “Cama de Gato”? Heloísa Perissê filha de Rosi Campos? Como assim? Estão chamando Rosi de velha ou Perissê vai fazer a Taty?

- E com muuuuuuito atraso gostaria de deixar registrada minha opinião sobre a cena de “Caminho das Índias” em que Sílvia (Debora Bloch) descobre que Raul (Alexandre Borges) está vivo. Um tremendo show de interpretação dos atores, sobretudo de Debora, cuja personagem ficou apática a novela inteira, mas que só essa cena já valeu por tudo. E o mais importante: texto! Glória Perez realmente arrasou nos diálogos. O acerto de contas não deixou nada por ser dito e realmente tudo o que estava engasgado na garganta do público veio à tona. Parabéns pela (minha opinião) melhor cena do ano até agora!

- Por fim, gostaria de recomendar um divertido post do blog do Carlos, “Registros do Cotidiano”, que relembra aquelas antigas manchetes das revistas. Muito legal!
http://registrosdocotidiano.blogspot.com/2009/09/betty-faria-transa-com-tarcisio-meira.html

domingo, 13 de setembro de 2009

Blogueiro convidado: Fellipe Carauta

"Queridos, desta vez este blog tem a honra de publicar um texto do talentosíssimo e grande amigo Fellipe Carauta, que registrou suas impressões sobre Tony Ramos ao conferir seu desempenho como Opash em "Caminho das Índias". Obrigado, Fellipe, por enriquecer esse espaço".

Quando Tony me tirou o Sono



Não é novidade para ninguém que Tony Ramos figura entre os maiores da dramaturgia brasileira. Mas, para mim, depois de começar a assistir Caminho das Índias, ele passou a figurar entre os maiores de todos os tempos. E tudo ia “muito bem, obrigado” até eu resolver, num arroubo aquariano, entender racionalmente essa aceitação tácita do meu coração. A partir desse momento, Tony passou a me tirar o sono! Com o intuito de me “livrar” dele e recuperar a paz, eu aventava possibilidades:

Seria o profissionalismo religioso e responsável? Também, mas não só.
Seria o estudo meticuloso de cada papel? Também, mas não só.
Seria a perfeita composição do personagem? Também, mas não só.
Nada era conclusivo para aplacar minha inquietação até assistir à cena em que Opash descobre que é filho de Shankar. Tudo ficou claro como num legítimo “Fiat lux” e eu me senti um imbecil! Como não fui capaz de perceber que Tony carrega em seus olhos todas as emoções da sua alma e por isso consegue tocar tão fundo nossos corações e nos fazer rir e chorar como um Deus? Lamentável! Mas ao menos desvendei o mistério: Tony pertence à rara “casta” daqueles que conseguem ter os olhos de Deus.


Obrigado, Tony, por toda a beleza do seu trabalho!

Fellipe Carauta

quarta-feira, 26 de agosto de 2009

Blogueiro convidado: Carlos Fernando Barros analisa "Caminho das Índias"

Esta semana, o "Eu prefiro melão" abre espaço para o texto do blogueiro Carlos Fernando Barros, dono do ótimo "Registros do Cotidiano". Além deste texto sobre "Caminho das Índias", há outros textos sobre os mais variados assuntos. Carlos me deu a honra de permitir a publicação de seu texto neste humilde espaço. Espero que gostem. Segue abaixo:

Eles são sem nunca terem sido: protagonistas

Carlos Fernando Barros de Carvalho
Ago/2009





A novela “Caminho das Índias” é um sucesso . Sei disso quando vejo as pessoas comentando sobre a novela, indo para casa rápido para não perder um capítulo e repetindo no dia-a-dia os bordões: Are baba, arrastar o sári no mercado, acender as lamparinas do seu juízo, etc. Não é um sucesso grandioso, desses que marcam uma época e se destaca, mas agrada e diverte. Eu gosto. No entanto nela acontece um fato que acho não foi previsto. Não existem protagonistas ou eles são tão apagadinhos que dá pena.

A história de Maya e Bahuan, os protagonistas Juliana Paes e Marcio Garcia, é muito sem graça e praticamente não existe. São personagens fracos, covardes, que não enfrentaram as adversidades que a vida lhes impõe e vivem a sombra do que acontece com os outros personagens. Existem tramas ótimas como a saga do Raul Cadore (Alexandre Borges) e família, que por si só já daria uma boa novela e a divertida Norminha (Dira Paes). O núcleo indiano é interessante, mas está se tornando repetitivo. No mais, o núcleo da lapa, o núcleo da clinica de doentes mentais, núcleo da massagista indiana e não existe muito mais. E os protagonistas? Bahuan só aparece de vez e quando e não tem uma história própria. Realmente o casal de atores, Juliana Paes e Márcio Garcia, não se acertou. Com Maya não acontece absolutamente nada. Capítulo a capítulo é sempre a mesma coisa e a história se arrasta. Surya (Cléo Pires), sempre invejosa sabendo do filho bastardo, criando confusão dá um certo alento, mas não segura o tranco como antagonista. Viva Ravi (Caio Blat), o filho mais novo de Opash (Tony Ramos), que pelo menos teve mais coragem que o irmão do meio, marido da Maya e assumiu o amor por Camila (Ísis Valverde) e enfrentou a família. No mais é a boa mão da Gloria Perez que como todos os autores, faz sempre a mesma novela (lembram do “O Clone”), trocando nomes e situações, mas a mesma novela. A diferença é que alguns, com mais competência conseguem fazer uma história mais interessante e que agrada mais ao público. Gloria Perez dessa vez não está sendo muito feliz.

Bem, “Caminho das Índias” se aproxima do final que é bem previsível. Vai ficar registrada como mais uma novela, sem grandes arroubos. O que vai marcar mesmo é que é uma novela com boas tramas paralelas que seguram a trama principal até o final. Quanto a Maya e Bahuan, foram o que nunca conseguiram ser: protagonistas.



Carlos Fernando Barros é dono do blog http://registrosdocotidiano.blogspot.com/
Confira!

sábado, 8 de agosto de 2009

Dira: a dona da cena no horário nobre

Há quem torça o nariz para “Caminho das Índias”. Eu, particularmente, gosto. A novela não tem o ritmo frenético e de tirar o fôlego de sua antecessora, “A Favorita”. Pode-se ficar umas três semanas sem assistir e voltar a acompanhá-la sem maiores prejuízos. O exotismo da Índia é apenas um cenário para um novelão tradicional que, se não é memorável, ao menos diverte e entretém. Todos os tradicionais ingredientes das novelas de Glória Perez estão ali: cultura diferente, viagens para o outro lado do mundo com o tempo de uma ponte-aérea, amor impossível, modernidade versus tradição, bordões estrangeiros engraçados, dança de salão, merchandising social e temas polêmicos. Tudo num enorme caldeirão muiticultural.

Confesso que não vejo maiores atrativos na protagonista Maya, vivida por Juliana Paes. Seu romance com Bahuan (Márcio Garcia) não emplacou desde o início e Raj (Rodrigo Lombardi), que seria o antagonista, assumiu o posto de mocinho e o romance dos dois empolgou por algum tempo (sobretudo pelo carisma do ator), mas parece estacionado. Talvez por uma falta de heroísmo dos protagonistas. Ambos são covardes e não tiveram coragem de desafiar os valores tradicionais para viverem suas respectivas paixões. E parecem conformados, aprisionados pelo medo e pela mentira. Nos capítulos atuais, Maya quase não tem tido destaque e suas brigas com Surya (Cléo Pires) parecem pequenas para sustentar o que seria a ação central.

Com isso, tramas paralelas ganham força e atraem o interesse do público, mas nenhum personagem vem ganhando tanta notoriedade quanto a fogosa Norminha, vivida pela excepcional Dira Paes. Musa absoluta do cinema nacional, Dira, há muito tempo não precisa dar provas para ninguém de seu talento, mas nunca conseguiu um papel à sua altura na TV. Nem por isso, deixa de brilhar. Sua Solineuza, de “A diarista”, já conseguiu em pouco tempo roubar todas as cenas. E agora com Norminha, ela também não parece se esforçar para isso. E olha que lá se vão cenas e mais cenas iguais: Norminha desfilando sensual e faceira pela Lapa cheia de trejeitos ao som de “Você não vale nada, mas eu gosto de você” dando um tchauzinho maroto para Indra (André Arteche), que assiste extasiado de sua janela. Mas nem por isso, Dira fica apagada. Como quem consegue tirar leite de pedra, a atriz é a sensação da novela e, apesar de suas escapadelas sexuais, o público a adora e torce por ela. Mesmo estando na contramão de qualquer convenção social, Norminha demonstra amor e cuidado pelo marido Abel (Anderson Müller, também ótimo). Nesse sentido, Norminha acaba sendo uma libertária, reinvindicando para si a liberdade sexual conferida apenas aos homens. Além disso, até já demonstrou atos de heroísmo ao salvar Suelen (Juliana Alves) de uma turma de pitboys.
As cenas de Norminha, por mais previsíveis que sejam, ainda são o ponto alto da novela. Tudo isso graças a Dira Paes, que soube fazer de seu pequeno
papel (quase um tipo), um personagem de verdade. A expectativa agora é para o momento em que Norminha for desmascarada. Será uma ótima oportunidade para a atriz mostrar para milhões de brasileiros a faceta mais humana da adorável Norminha. Só nos resta a torcida para que a atriz tenha mais e melhores oportunidades na televisão que possam mostrar toda a dimensão de seu talento, já mostrado no cinema. Viva Dira Paes! Se eu fosse autor contratado da emissora, a disputaria a tapas com meus “colegas”...rs!

Prefira também: