Queridos, neste
último dia de julho de 2013, mês em que o blog completou 4 anos de uma trajetória tanto surpreendente quanto vitoriosa, e com
total sensação de missão cumprida, que anuncio que este é o último post do melão. Mas nada de
tristeza ou melancolia! É tempo de comemorar, celebrar, valorizar as conquistas
e olhar para frente! Nós sempre teremos
melão!
Sim, o melão só me
deu alegrias, desde seu nascimento, completamente descompromissado e com a
pretensão apenas de dividir minhas memórias televisivas com outros noveleiros
que, assim como eu, amam teledramaturgia até o vulto gigante que ele tomou,
sempre com grande repercussão e elogios. Mas é preciso fechar ciclos para que
outros possam vir. Nós sempre teremos
melão!
Nesses quatro anos,
vividos tão intensamente que mais parecem dez, tive a honra e o grande privilégio
de contar com a participação de blogueiros
convidados, queridíssimos amigos que tanto abrilhantaram e abasteceram o
melão com suas análises e lembranças de valor inestimável; também preciso
agradecer muitíssimo a todos os profissionais que concederam brilhantes entrevistas e dividiram suas
histórias e sua trajetória artística com nossos leitores. O melão, acima de
tudo, foi um espaço de generosidade, de compartilhar ideias, lembranças e
memórias. Também não posso deixar de agradecer a Felipe Ribeiro, por todos os lindos banners e pelo belo layout que deu identidade ao melão! A TODOS VOCÊS, o meu muito
obrigado. Nós sempre teremos melão!
Gostaria de deixar
bem claro que o blog não será apagado,
portanto todo o seu conteúdo, todos os artigos, todas as sessões, tudo será
preservado e estará disponível para consulta a qualquer tempo. Não posso deixar
de agradecer a todos os leitores. Não importa se vocês
acompanharam o melão todo esse tempo em silêncio ou se sempre me prestigiavam
com comentários. Vocês fizeram o sucesso
do melão! E exatamente por respeito a vocês é que tomei essa decisão. O
melão conquistou muita coisa e não seria justo mantê-lo apenas por uma questão
de vaidade ou capricho. O fato é que a vida nos leva para novos caminhos e
novas conquistas e nem sempre tenho tido tempo ou disponibilidade para me
dedicar ao blog da maneira ele merece. Por isso, prefiro que as pessoas se lembrem
do blog como o espaço dinâmico, pulsante e movimentado como sempre foi e que
serviu de inspiração para tantos outros blogs que vieram depois. Nós sempre teremos melão!
Por fim, quero informar
que apenas as atividades do melão
nesse formato atual é que estão sendo encerradas hoje. Mas como ser inquieto
que sou, já penso em um novo projeto a caminho e, é CLARO que, onde quer que esteja, o melão
sempre estará presente. Aguardem!!!
Além disso, o melão de papel continua à venda e a todo
vapor. Vocês podem adquirir um exemplar e obter informações sobre outros sites
de venda através do site da Navilouca Livros, onde o melão também está disponível na versão e-book. Não falei? Sim, nós sempre teremos melão!
Um beijo carinhoso a
todos vocês, meu muito obrigado e minha eterna gratidão a cada um que acessou
esse blog.
Segue abaixo um
presente carinhoso que recebi de meu amigo Gilberto
Zangrande: um caprichado vídeo-montagem das fotos do lançamento do melão.
Obrigado, querido, por juntar as lembranças desse dia inesquecível!
E como presente final,
segue abaixo o luxuosíssimo prefácio do livro do melão, escrito pelo Alcides Nogueira,
muso absoluto do melão! Tide,
querido, não posso deixar de te agradecer por tudo, pela sua parceria
constante, pela generosidade ímpar e pela imensa capacidade de dizer SIM! Claro que a palavra final do melão
não poderia pertencer a ninguém melhor que você!
Com a palavra, Tide!
Beijos e até breve!!!
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UM SUCULENTO MELÃO
Entre as muitas conquistas que a internet nos proporcionou, desde que
passou a fazer parte do nosso quotidiano, está o de ter se tornado um campo de
debate e exposição de ideias com uma (quase)total liberdade de expressão.
Com isso, jornais e revistas, até então os principais detentores (e
manipuladores) das opiniões, hoje são obrigados a conviver com sítios e blogs que repercutem os fatos de maneira
muito mais avassaladora, e em velocidade infinitamente maior que suas
manchetes, reportagens, editoriais etc.
“A voz do dono e o dono da voz” é um bordão que já não tem o peso de
antes. Os publishers sabem que,
nestes dias, os debates acontecem no cyber
space. Como um ser totêmico, a internet possui muitas faces e vozes e
nenhum dono.
Discussões fundamentais para o avanço e/ou solidificação das conquistas
da sociedade civil são dissecadas e discutidas por pessoas de todo o mundo e em
tempo real, com maior liberdade e sem a tesoura dos editores.
Claro que, mesmo assim ou por causa disso, a internet não é nenhum mar
de rosas! Se, por um lado, não há (quase) mordaças, por outro ela é um canteiro
fértil para qualquer veiculação de pensamentos. Ao lado de blogs que tratam com seriedade a política, a economia, a cultura,
os direitos humanos... a rede serve também como esgoto para os péssimos
humores, frustrações, idiotices, e pregações perigosas de muitos internautas.
Eu nem imagino como é que isso será administrado no futuro. Só espero que,
jamais, o caráter libertário e informativo da internet seja prejudicado ou abalado.
Há um outro dado importante: exatamente por ser tão veloz e aberta, a
internet acaba se tornando fugaz. Quantas vezes eu procurei um artigo ou um
comentário postado em um blog e não
encontrei mais. Sei que há os arquivos... mas eles se tornam um labirinto tão
grande, que o cansaço da pesquisa acaba vencendo. Ou, então, muita coisa some
mesmo!
Conjugar o suporte físico de um livro, por exemplo, com o conteúdo dos blogs é uma excelente maneira para que o
registro se torne mais duradouro.
Até há pouquíssimo tempo, o interesse pela teledramaturgia estava
restrito a publicações mais interessadas na vida das celebridades e fofocas de
corredores ou aos sérios trabalhos acadêmicos, raramente acessíveis. Hoje, a
produção televisiva desperta o interesse de muita gente. Principalmente da
geração mais nova, crítica e menos benevolente do que a que viu a televisão
surgir no Brasil. A teledramaturgia não é mais “uma produção intelectual
menor”, como foi considerada durante muito tempo. Ainda mais no Brasil, onde a
produção para a telinha é, quase sempre, de alta qualidade. Fora ser o
principal entretenimento do brasileiro.
Em consonância com a própria rede, há todo tipo de blogs teledramatúrgicos: os que não passam de uma repaginação das
revistas de fuxicos; os que postam gratuitos e infundados comentários ferinos e
irônicos; os que não expressam nada de novo, servindo apenas para lustrar o ego
de seus blogueiros e amigos... e os realmente interessantes. Um deles é o “Eu
Prefiro Melão”, de Vitor de Oliveira.
Vitor, jovem e talentoso autor começando uma promissora carreira, tem
um profundo conhecimento da história da teledramaturgia brasileira, uma memória
incrível, faz questão de pesquisar e “desenterrar” pérolas... e posta
comentários certeiros, críticos, argutos, além de entrevistas com autores,
atores e atrizes, diretores. A seriedade do seu blog não tira, em momento algum, a sensação agradabilíssima de se
comer um melão suculento (o título, muito sugestivo, vem do bordão usado por
uma personagem criada pelo mestre Cassiano Gabus Mendes). É um puro deleite
acessar o “Eu Prefiro Melão” e conhecer muito da história da nossa sessentona
(e cada vez mais jovem) teledramaturgia.
Juntando os alhos com os bugalhos, temos agora um registro em livro dos
comentários de Vitor de Oliveira, para que o conteúdo de seu blog não se perca no virtual. Bela
iniciativa! Se Chacrinha ainda estivesse comandando o seu cassino, ou a sua
discoteca, com certeza deixaria o bacalhau de lado e berraria, acompanhado de
cornetadas: “Quem quer melão?” “Quem quer melão?”
Eu quero. E aposto que vocês também!
ALCIDES NOGUEIRA
São Paulo, 2011
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