quinta-feira, 26 de julho de 2012

A revanche – “Avenida Brasil” arrebata o país com o calvário de Carminha





Finalmente aconteceu o momento que todos esperavam em “Avenida Brasil”: a desforra da “branca de neve” Nina (Debora Falabella) contra a “madrasta má” Carminha (Adriana Esteves), que no passado a abandonou em um lixão e agora é submetida a serviços domésticos, com direito a toda sorte de humilhações. João Emanuel Carneiro está sabendo desenvolver com maestria essa virada na trama, provocando uma verdadeira catarse coletiva no horário de exibição da novela, deixando o twitter em polvorosa. Frases de efeito, caras e bocas, texto primoroso, direção precisa e um verdadeiro show de interpretação das duas atrizes são os fatores que contribuem para esse sucesso.

Já foi o tempo em que o público ficava satisfeito com a punição do vilão somente no final da novela. O espectador já se cansou de ver mocinhas sofredoras, que não reagem a todos os golpes de maldade sofridos, tanto é que Jorginho (Cauã Reymond), o “mocinho” de Nina, causa alguma irritação por sua fraqueza e passividade. Mas voltando ao assunto principal, o autor está colhendo os frutos de sua competência em construir de forma tão bem engendrada um momento de catarse absolutamente perfeito. E não foi à toa que Nina sugeriu a Tufão (Murilo Benício) a leitura de “O primo Basílio”, clássico dos clássicos de Eça de Queirós, no qual a empregada Juliana, após descobrir cartas de amor comprometedoras da patroa Luisa para seu primo Basílio, começa a chantageá-la invertendo os papéis de patroa e empregada.

A obra literária já ganhou uma adaptação televisiva pelas mãos de Gilberto Braga em 1988, só que em “Avenida Brasil” tem uma diferença fundamental: se em “O primo Basílio”, ficamos compadecidos com o sofrimento de Luísa, em “Avenida Brasil” o público vibra com o calvário de Carminha, exatamente pela engenhosidade de João Emanuel Carneiro, que apresentou Nina como uma criança indefesa (em ótima interpretação de Mel Maia), vítima da maldade e da ambição de sua madrasta má. Com isso, o público comprou a vingança desde o início e agora se deleita com a vitória parcial de Nina.
Mas de uma forma ou de outra, Gilberto Braga, volta e meia, já nos brindou com esses momentos de virada em suas tramas. Seguem os meus favoritos:

Ø  O PRIMO BASÍLIO (1988)



Tá certo que Luisa (Giulia Gam) nem era vilã, coitada, e por isso, mesmo a gente ficou morrendo de pena dela, mas como não amar a brilhante interpretação de Marilia Pêra como a sádica empregada Juliana, que usou e abusou da ironia, do cinismo e da maldade para se vingar de toda uma vida de servidão e humilhação? Na verdade, nem era nada pessoal contra a pobre Luisa, mas Juliana viu ali a oportunidade de ter uma velhice tranquila. E, claro, aproveitou pra ter seus dias de “patroete”, obrigando Luisa a realizar todas as tarefas domésticas e ainda lhe presentear com pratos especiais, roupas e joias. Adaptações literárias são sempre complicadas, mas aqui, Gilberto Braga soube dar o tom exato do livro e fomos transportados diretamente para o universo de Eça de Queirós. Uma maravilha!


Ø  VALE TUDO (1988)


Após ser flagrada pelo marido Afonso (Cassio Gabus Mendes) nos braços do amante César (Carlos Alberto Ricelli), a ambiciosa Maria de Fátima (Gloria Pires) teve seus dias de inferno astral. Ela não virou propriamente uma “empreguete”, mas perdeu todas as regalias a que gozava na mansão dos Roitmann. Quem aproveitou pra ir à forra de todas as humilhações sofridas foi o mordomo Eugênio (Sérgio Mamberti) com a total conivência da patroa Celina (Nathalia Timberg). Eugênio sempre tinha um comentário ácido para Fátima e a obrigou a limpar o chão do quarto quando ela derrubou a bandeja. Mesmo Fátima sendo vilã, ficamos com um pouco de pena dela, graças à humanidade que a personagem ganhou sob a pena do genial Gilberto Braga.

Ø  CELEBRIDADE (2003)


Depois de levar uma surra daquelas da arqui-inimiga Maria Clara (Malu Mader) a malvada Laura (Claudia Abreu) ainda teve muito sofrimento pela frente. Querendo dar o golpe do casamento no também vilão Renato Mendes (Fabio Assunção), a vida não foi fácil para nossa adorável cachorra. Crente que iria desfrutar de uma vida conjugal repleta de amor e sexo, Laura foi surpreendida pela ira do marido, que a obrigava a dormir no chão e a proibia de sair. O público, claro, vibrou.


Ø  INSENSATO CORAÇÃO (2010)



Na primeira metade da trama, a ingênua Norma (Gloria Pires) levava uma vida pacata e sem sobressaltos. Até cair nas garras do perigoso Léo (Gabriel Braga Nunes), que a seduziu, roubou o dinheiro do patrão dela e ainda a fez levar a culpa. E não foi só isso. Quando Norma foi tirar satisfações, o vilão tripudiou ainda mais, dizendo que nunca se apaixonaria por uma pessoa tão sem graça como ela. Resultado: Norma foi presa e ficou acalentando durante anos esse desejo de vingança, que foi realmente maligna. Rica, além de transformar Léo em seu empregado, com direito a toda sorte de humilhações, ele ainda virou seu escravo sexual. Dona Norma, como ordenou que fosse chamada por ele, quase fraquejou e acabou pagando com a própria vida, já que foi assassinada por Wanda (Natália do Vale) a mãe do rapaz. Mas os dias em que Leo foi constantemente humilhado e abusado foram um verdadeiro deleite para o espectador.

O melão agora quer saber: quais são seus momentos de virada favoritos?


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quarta-feira, 11 de julho de 2012

Cheias de Charme transcende ao sucesso e vira fenômeno.



As "empreguetes" Cida (Isabelle Drummond), Rosário (Leandra Leal) e Penha (Taís Araújo) conquistaram  o público

Dia desses entrei em uma dessas lanchonetes fast food aqui perto de casa. Estava na hora da exibição de “Cheias de Charme” bem no momento de um show das Empreguetes. Fiquei surpreso com o que aconteceu ali: as máquinas simplesmente pararam! Hamburgeres deixaram de serem grelhados por um momento, atendentes paralisaram seus serviços no caixa e clientes simplesmente ignoraram o cardápio. Todos, inclusive eu, ficaram parados diante da tevê até o número musical chegar ao fim. E isso, claro, acompanhado de comentários de todos, que procuravam eleger sua empreguete favorita. Não tive dúvidas: estava diante de um fenômeno, não só de audiência, mas de popularidade e repercussão (embora pareça a mesma coisa, nem sempre esses três elementos caminham juntos). Mas a que se deve esse fenômeno?

A verdade é que ninguém sabe ao certo o que faz de uma novela um sucesso. Se tivesse uma fórmula pronta, tudo seria mais fácil (e também mais monótono). Embora não haja uma resposta exata para essa questão, podemos enumerar alguns fatores que contribuem pra isso. O primeiro deles é que “Cheias de Charme” não é uma novela acomodada, no sentido de utilizar clichês e soluções fáceis. É uma novela que parece ter sido pensada há muito tempo pelos autores, por isso todas as tramas caminham bem, dialogam entre si e progridem juntas. Podemos citar também o texto inspiradíssimo, cheio de referências pop e linguagem afiada e antenada com as gírias e jargões da atualidade. Os autores não economizam trama e já promoveram vários momentos catárticos para delírio do espectador, como o primeiro show das Empreguetes, a saída de Cida (Isabelle Drummond) da casa dos Sarmentos e, essa semana, o triunfo de Elano (Humberto Carrão) sobre Conrado (Jonatas Faro). Há também uma identidade visual que a torna única, uma direção ágil e um elenco afiadíssimo, que parece se divertir tanto quanto os espectadores.
Na primeira semana da novela, publiquei um texto que dizia que “Cheias de Charme” trazia o frescor da novidade e não estava errado. Claro que as três empreguetes e Chayene (Claudia Abreu) são os grandes destaques. Mas a novela tem dado a oportunidade de muita gente brilhar, como a estreante Titina Medeiros, que tem feito o Brasil gargalhar com a hilária e sem noção Socorro; e Lygia (Malu Galli), a “patroete” do bem, que enfrenta uma crise familiar, profissional e de saúde. Assim como uma orquestra afinada, a novela dá a oportunidade de todos os instrumentos musicais, no caso os personagens, se sobressaírem e terem seu momento durante o concerto. Isso faz com que a peteca não caia nunca e faça o espectador ficar sempre empolgado com alguma trama em evidência, enquanto outras tramas “descansam”.

Apesar desse “frescor”, é inegável que a novela também nos remete às grandes e memoráveis comédias dos anos oitenta, sobretudo as de Sílvio de Abreu e Cassiano Gabus Mendes. Há tempos venho refletindo sobre isso e é sempre temeroso fazer comparações, mas depois do capítulo de ontem, no qual Elano desmascarou o esquema dos Sarmentos, arrisco a dizer que “Cheias de Charme” é minha novela das sete favorita desde “Cambalacho” (1986), de Sílvio de Abreu. E mais ainda: as duas novelas são da mesma família.

 Tina Pepper (Regina Casé) e Chayene (Claudia Abreu): fenômenos de popularidade

“Cambalacho” também teve uma personagem popularíssima ligada ao meio musical, cujo hit transcendeu aos capítulos da novela. Quem viveu os anos 80 não esquece os versos de “Você me incendeia”, megahit da espalhafatosa Tina Pepper (Regina Casé) que, a exemplo de Chayene, não valia nada, mas caiu nas graças do público e chegou a participar do “Cassino do Chacrinha”, o programa de auditório mais popular daquela época. E a exemplo de “Cambalacho”, cuja temática central era, através do humor, discutir honestidade, ética e o tal “jeitinho brasileiro” para vencer na vida, “Cheias de Charme” também se aproximou dessa temática e marcou mais um golaço. Num tempo em que as vilãs são cheias de frases de efeito, se tornando mais populares que as mocinhas, a discussão do capítulo de hoje em torno do assunto foi sensacional, sem ser chata, didática ou careta. No melhor estilo a la "Vale Tudo",  fomos brindados com atuações irrepreensíveis de Humberto Carrão, Leopoldo Pacheco, Taís Araújo, Tato Gabus e Alexandra Richter. 

Cena do sensacional embate entre Elano (Humberto Carrão) e Conrado (Jonatas Faro): ética e honestidade em jogo
A novela já era o máximo na comédia. Hoje, os autores mostraram que também são feras em dar aos personagens a dimensão humana necessária para arrasarem nas cenas dramáticas. E a sequência final do tão esperado beijo de Cida e Elano fechou o capítulo com chave de ouro, dando aquele gostinho de “quero mais”. Por essas e outras, essa novela é um pacote completo. Mais do que um sucesso que apenas garante bons índices de audiência e faturamento para a emissora, "Cheias de Charme" tem tudo para entrar pra galeria das grandes novelas e se tornar memorável! Vida longa para Filipe Miguez, Izabel de Oliveira e toda a equipe de roteiristas, que injetaram um fôlego invejável no horário das sete, sabendo reunir o melhor do passado, com inspiradas referências do presente e vislumbrando um promissor futuro para nossa teledramaturgia.

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sexta-feira, 6 de julho de 2012

Blogueiro convidado: Vinícius Sylvestre relembra "História de amor"



Maneco, o gênio e a vida
Por Vinícius Roberto Sylvestre


 As novelas dos anos 90 e seus enredos são o meu esteio cultural. A dramaturgia brasileira se construiu sobre uma dramaturgia maior, de origem dos grandes clássicos. O maior de todos os gênios, Manoel Carlos, criava seus textos sobre a sua observação do ser-humano, a psicologia-humana, tendo a capacidade de penetrar no subjetivo dos seus personagens que acabam se coincidindo com alguém que conhecemos, ou até mesmo nós e nossas histórias de vida.  

Se você quer ser culto e bem informado, veja novelas - dizia o subtexto de uma campanha publicitária da TV Globo. É o sinal verde para voltarmos a 17 anos atrás para relembrar o romântico e polêmico folhetim assinado por Manoel Carlos – “História de amor” (1995), que viria a tornar-se a minha novela favorita – posto que ainda não foi substituído por nenhuma outra obra na TV.


 
Minha mãe iniciou-me no universo das novelas, já que eu era péssimo no futebol e nunca acertei rodar um pião de ponteira. Ela sempre acompanhava as novelas globais, principalmente quando atores como Yoná Magalhães, Tony Ramos, Glória Pires, Antônio Fagundes, Regina Duarte e Edson Celulari estavam no elenco. Em “História de amor” não foi diferente, pois essa novela foi uma das primeiras de muitas outras que tive a oportunidade de acompanhar no seio de minha família. Na época a atriz Regina Duarte, que deu vida à batalhadora e romântica Helena Soares, fazia sua estréia em uma novela das 6, após 30 anos de carreira.
Recordo que o horário no qual a trama era exibida, minha irmã e eu já estávamos pontos para assistir, de banho tomado, barriguinha cheia, após o termino dos deveres escolares, no qual nunca fui muito fã. Apesar de ter 8 anos, o que mais me fascinava na novela era a abertura, na qual mostrava um casal feliz expressando o amor desfilando por vários pontos da Zona Sul carioca, ao som de Ivan Lins. Era uma abertura simples, boa de se ver, nada complicado. E até hoje esta gravada no meu imaginário.
 
 As personagens de Regina Duarte (Helena) e Carla Marins (Joyce), respectivamente mãe e filha. Enfrentavam juntas a gravidez prematura da rebelde Joyce, que mantinha um namoro conturbado com o inconsequente Caio, brilhantemente defendido por Ângelo Paes Leme. O maior problema era o pai da moça, Assunção, uma verdadeira fera. Ex-marido de Helena, o personagem de Nuno Leal Maia era um camarada boa praça, querido por todos, mas quando o assunto era sua filha Joyce, o esportista matinha rédeas curtas e uma forte vigilância.

Regina Duarte e Carla Marins em cena da novela: História de amor

 Lembro-me das cenas em que Assunção sempre tentava uma reaproximação amorosa com Helena, mesmo possuindo uma nova família. Helena, que não se deixava iludir, sempre recusava aprontando um tremendo escândalo, no qual rendiam muitas risadas lá em casa, principalmente do meu pai que até hoje é fã do personagem Assunção. Já minha mãe e as vizinhas xingavam o personagem até o pó!
Helena, a protagonista da novela, era um mulher única, batalhadora e romântica. Estava à espera de um novo amor, até conhecer o médico Carlos Moretti, interpretado por José Mayer, um homem refinado e bem sucedido que, apesar de já estar comprometido com a bela e mimada Paula (Carolina Ferraz), tinha uma vida solitária e não resistiu a essa nova paixão. Na época o personagem de José Mayer teve uma grande empatia com as mulheres, que se tornaram grandes aliadas do romance do casal Carlos e Helena.


O ator José Mayer em dois momentos da novela: com Regina Duarte e com Carolina Ferraz, no primeiro capítulo.  


Não posso me esquecer da magistral atuação de Lilia Cabral, com a sua inesquecível Sheila Bueno. A personagem era uma fisioterapeuta, ex-mulher de Carlos com quem viveu uma relação de 10 anos. Sheila mantinha uma paixão platônica pelo ex, sem ter superado a separação. No decorrer da novela, ela tenta de várias maneiras uma reaproximação com Carlos, que sempre a rejeita deixando-a frustrada e deprimida. Durante muitos momentos da novela, Sheila e Paula se alfinetavam até o ponto de partirem para memoráveis barracos, no quais podíamos ver a brilhante interpretação de Lilia em momentos que sua personagem se desiquilibrava e mostrava o seu lado maléfico. Sheila não era uma vilã, mais sim uma anti-heróina.

Lilia Cabral brilhou como a neurótica Sheila
Apesar de Paula ser uma personagem temperamental, seus pais Rômulo e Zuleika eram uma atração à parte. Os grãn-finos de araque interpretados por Cláudio Corrêa e Castro e Eva Wilma eram o alívio cômico da novela. Ele era o típico membro da aristocracia decadente carioca. Passava a vida jogando pôquer e fumando os seus falsos charutos cubanos, que provocavam divertidas brigas com sua esposa. Zuleika era uma mulher inteligente e requintada e considerada por muitos uma boa pessoa. Às vezes aparenta ser “louquinha”, mas se comporta dessa maneira apenas para se defender das maldades do mundo e da passagem do tempo. Rô e Zu eram os personagens que eu mais gostava, pois a relação de amor e ódio do casal veterano lembra muito a relação dos meus pais. Que brigam, brigam e brigam. Mas no fundo se amam.

Bia Nunnes: grande destaque como a sofrida Marta
Já os personagens Marta (Bia Nunnes) e Assunção deram um grande exemplo de superação. Ela lutava contra um câncer de mama. Seu drama teve um efeito de alerta. Registrou-se o aumento no número de exames preventivos feitos por mulheres durante a exibição da trama. Já o personagem de Nuno Leal Maia sofreu um terrível acidente de automóvel, ficando preso a uma cadeira de rodas. Ele conseguiu se reerguer praticando esportes. Para falar sobre este tema o autor contou com a participação especial de Pelé, na época ministro dos esportes.
Nuno Leal Maia e Ingrid Fridmann: destaques da novela

 As interpretações que deixaram saudades foram as de Yara Cortes na pela da matriarca vovó Olga Moretti. Ela era uma senhora alegre, extrovertida e cheia de amor pela família, grande conselheira e amiga do neto Carlos; a outra era a pequena Ritinha vivida pela atriz Ingrid Fridmann que, mesmo sendo uma menina, vivia à procura de um grande amor. A pequena ainda fazia uma divertida dobradinha com o ator Ricardo Petraglia que deu vida a seu papai Xavier.

A saudosa Yara Cortes
 O que emergirá do meio dessa torrente de diálogos e personagens criados para a televisão? Não esperemos um Shakespeare, nem um Goldoni, nem um Molière. Discordo com alguns críticos que analisam as novelas de Maneco como inconsistentes. “História de amor” construiu na minha vida e na vida de todos que viram a reflexão de nossas próprias vidas e suas surpresas. Podemos considerar Manoel Carlos como um mestre da criação de seres-humanos e os seus laços de vida.

"A realidade nunca faz sentido"  (Manoel Carlos)

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VINÍCIUS ROBERTO SYLVESTRE é formado em Comunicação Social, Roteirista e noveleiro apaixonado.

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