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quarta-feira, 23 de maio de 2012

Blogueiro convidado: Pedro Silva reverencia Lauro Cesar Muniz


Louros pra Lauro    

  

Por Pedro Silva

Todo mundo tem seu novelista preferido, aquele que admira mais e que numa discussão ferrenha com amigos noveleiros é objeto de discussão apaixonada.
Sou assim com o Lauro. Chamo-o assim, só pelo primeiro nome. É uma proximidade que sua obra foi me trazendo. A leitura deliciosa de Lauro Cesar Muniz solta o verbo, publicado pela Imprensa Oficial aumentou mais minha admiração e essa sensação de proximidade.
Falar que Lauro Cesar Muniz está entre nossos maiores autores é falar o óbvio. Mas como dizia aquele outro, “o óbvio também é filho de Deus”. Lauro é dos nossos autores mais ousados. Se um dia houvesse uma história da ousadia na nossa telenovela, suas obras estariam entre as principais a serem analisadas.
Lauro sempre foi o contraponto de muitos outros autores. Na década de 1970 revezou no horário das oito com a “nossa senhora” Janete Clair. Tentou de todos os modos renovar elementos da telenovela, por vezes subvertendo alguns dos pilares do gênero. Alguns dos aspectos que me chamam mais a atenção: a reflexão sobre tecnologia (em Transas e Caretas e Zazá, por exemplo), a relação entre a política e a trajetória do herói (como no clássico O Salvador da Pátria), a ordenação do tempo, a noção de moral do protagonista...
Sobre esses últimos, na questão da ordenação do tempo, surgem não só as sagas como Escalada, mas também modernidades como o tempo da ficção dentro da ficção em Espelho Mágico e o tempo do sentimento em O Casarão. Muito antes da simultaneidade à la Woolf  de As Horas, por exemplo, Lauro experimentou em horário nobre contar uma história em três épocas, simultaneamente. A história do amor que se realiza na maturidade deu origem a uma das cenas mais bonitas da história da nossa televisão:



Quanto à moralidade dos heróis, me encanta a forma como nas obras de Lauro existe um questionamento da moral como algo que não é dado, mas construído. Seus heróis não seguem uma moral formatada. Antes, se deparam com as definições dadas, questionando-as. Nessa trajetória, quem ganha é o público. Em Os Gigantes, por exemplo, havia uma Paloma perdida entre conceitos como amor e morte, necessitando se reinventar.


Eu ia escrever que jamais tivemos outro protagonista tão enredado em coisas como o poder do destino, do curso da história, quando me lembrei do Renato Villar de Roda de Fogo, trabalho de Marcílio Moraes que Lauro também escreveu.
Fico cultivando no imaginário flashes e cenas clássicas dessas novelas. Muitas delas, só conheci pelo quadro “Túnel do Tempo” do Vídeo Show.  
Como noveleiro, sofro às vezes pensando que é uma pena que não possamos ter acesso ainda a produções tão importantes como Escalada, Espelho Mágico, Os Gigantes, Transas e Caretas. Como noveleiro, e dramático que sou, elaboro meu sofrimento, mas intercalo a esperança de que com o Viva e os lançamentos da Globo Marcas, alguma coisa seja ressuscitada. Vou sonhando com a possibilidade de um dia poder ver essas novelas que povoaram o imaginário de uma época.
Desde que foi pra Record, Lauro tem tentado ser fiel á linha que lançou, fugindo da obviedade e apostando nos bons diálogos, nas tramas que mexem com o espectador, levando-o a repensar a trajetória que se vai desenhando em sua frente. Na nova emissora, Lauro contornou problemas e propôs caminhos. Sua crença é que forçou a Record a investir mais e mais na dramaturgia.



Com Máscaras, atualmente em exibição, Lauro toca de novo em polêmica. Numa estrutura diferente, vai mostrando pedaços de seus personagens, fragmentos de emoções que só farão sentido mais adiante. Nela, os universos de outras novelas suas vão surgindo aos poucos – aqui e ali é possível lembrar da angústia de Os Gigantes, dos cenários de O Casarão, das trajetórias que se cruzam de Roda de Fogo. O telespectador acostumado com o didatismo que impera atualmente na TV se sente incomodado. E como incomoda um intertexto e referências políticas numa novela, especialmente numa época marcada pela falta de opinião nos produtos culturais.
Há críticas e mais críticas a respeito (afinal, de telenovela e futebol, todo brasileiro entende), mas a verdade é que, a despeito de toda essas referências ao passado, com Máscaras, Lauro dá prova mais uma vez de seu fôlego e faculdade de criar.


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Pedro Silva, com milhões de homônimos neste Brasil, é só mais um dos 786 mil a falar por aí sobre telenovela e tv. Estudou letras e história, já foi babá, operário por um mês, entregador de panfleto, professor de português e hoje trabalha como editor de livros. Gosta de melão(!), café, literatura, vinil, novelas da Manchete, cinema nacional da década de 70. Dizem que cozinha bem. É pai da Velma e da Frida, duas gatas loucas e amorosas. Costuma se levar a sério só algumas vezes ao mês, que é quando se põe a escrever no blog Óperas de Sabão. Mas nunca se leva a sério no tumblr Coisas de Pepa. No tuírer é so chamar pelo @pedrrrinho.
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Com a palavra, Mestre Lauro!



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sexta-feira, 20 de janeiro de 2012

Temas e Trilhas: Elis Regina




Este blog não é muito de efemérides. Mas como passar em branco os 30 dolorosos anos sem Elis Regina, a intérprete mais emocionante e emocionada do Brasil? Muitos dizem que depois dela não apareceu mais ninguém à altura. Sem querer entrar no mérito da questão, melão presta sua homenagem a essa grande estrela e promove um desfile de seus 10 temas de novelas e séries favoritos. Vamos a eles:

10) “ALÔ ALÔ, MARCIANO” em “COBRAS E LAGARTOS” (2006)



A irreverente canção de Rita Lee na voz da Elis foi tema de Zuleika (Eva Wilma)   em “História de Amor” (1995) e também do seriado “Tarcisio & Glória”, de 1988. Mas a lembrança mais marcante que temos é como tema de abertura da novela “Cobras e Lagartos”, que dizia muito sobre a trama de João Emanuel Carneiro, que abordava a desigualdade social de maneira sarcástica e bem humorada. E Elis deita e rola, deixando a canção personalíssima. Mais debochada, impossível.

9) “PARA LENNON E MC CARTNEY” EM “CORPO A CORPO” (1984)



“Eu sou da América do Sul / Eu sei, vocês nem vão saber”... Minha lembrança mais forte dessa canção é do final da novela “Corpo a Corpo” (1984), de Gilberto Braga, em que o elenco era apresentado ao som dessa música. A canção ficou no meu imaginário e nunca mais a desvinculei da novela. Graças à interpretação sempre marcante de Elis.

8) “O BÊBADO E O EQUILIBRISTA” em “QUERIDOS AMIGOS” (2008)

Hino indiscutível da anistia no Brasil, a mítica canção de João Bosco e Aldir Blanc, em interpretação definitiva de Elis também ilustrou o retorno dos personagens da minissérie ao Brasil. Além disso, a canção dizia muito sobre aquele grupo de pessoas retratadas na trama. De fato, é emblemática para toda aquela geração que viveu e sofreu os anos de chumbo. Uma ode à liberdade.

7) “REDESCOBRIR” EM “CIRANDA DE PEDRA” (2008)



Também foi tema de abertura da novela do SBT “Razão de Viver” (1996), mas foi na trama cinquentista de Alcides Nogueira que a canção entrou definitivamente para o imaginário popular ao fazer parte da bela abertura da novela. O fato do refrão tocar incessantemente faz com que a música grude como chiclete em nossa mente, mas se abstrairmos esse fato, podemos perceber uma letra lindíssima e uma interpretação arrebatadora de Elis.

6) “ME DEIXAS LOUCA” EM “A VIDA COMO ELA É” (1996)

Um dos últimos sucessos de Elis, aqui ela nos oferece uma interpretação mais que apaixonada, mas totalmente entregue, lânguida e seduzida pelo fascínio da paixão. Também foi tema da novela "Brilhante" (1981), mas minha memória afetiva me transporta diretamente para a atmosfera da série inspirada em contos de Nelson Rodrigues. Casou perfeitamente com a atmosfera erótica da série e suas cenas pra lá de quentes. As aventuras das mulheres rodrigueanas, cujo destino é sempre pecar, tinham sua mais perfeita tradução nessa música e em uma Elis em êxtase.

5) “TIRO AO ÁLVARO” EM “SASSARICANDO” (1987)

Presente na trilha sonora do remake de “Uma rosa com amor” (2010), era o tema dos personagens do cortiço. Coincidentemente, essa canção deliciosamente paulistana de Adoniran Barbosa também era o tema dos divertidos moradores do cortiço de “Sassaricando” (1987). Como não ouvir a canção e não se lembrar das aventuras de Tancinha (Claudia Raia), Dona Aldonza (Lolita Rodrigues) e de toda a família? Oficialmente, era o tema de Juana e Adonis (Denise Milfont e Rômulo Arantes), mas eu acabo lembrando de todo o núcleo. Adoro Elis solar e irreverente.

4) “COMO NOSSOS PAIS” EM “ANOS REBELDES” (1992)



Só me lembro da música ter tocado na última cena da minissérie em que Maria Lucia (Malu Mader), ao rever seu álbum de fotografias, aos prantos, constata que “minha dor é perceber que apesar de termos feito tudo o que fizemos, ainda somos os mesmos e vivemos como nossos pais”. Precisa dizer mais alguma coisa? A canção já era um dos maiores clássicos de Elis. E no contexto da minissérie, sua interpretação pungente e poderosa ganhou ainda mais força. Um momento antológico de nossa teledramaturgia.

3) “ATRÁS DA PORTA” EM “DE CORPO E ALMA” (1992)

Como não amar Antônia (Betty Faria), desesperada, descendo pela parede, aos prantos, pela perda do marido Diogo (Tarcisio Meira)? Quem nunca jurou vingança e cantarolou a canção após ser traído? E aqui temos uma das interpretações mais emocionantes de Elis, sobretudo na gravação ao vivo em que ela chora copiosamente e valoriza ainda mais a letra sofrida de Chico Buarque e Francis Hime. Confesso que a novela não está entre as minhas favoritas, mas já valia por ver Betty Faria pós-Tieta em um papel diferente de tudo o que ela já tinha feito, introspectiva, submissa e sofrida. Bela interpretação de Betty com uma canção que não poderia ser mais adequada.


2) “MODA DE SANGUE” EM “TORRE DE BABEL” (1998)

Apesar de pouco lembrada, esse é um dos temas que mais me emociona. Ele tem a angústia de “Atrás da Porta” e a lascívia de “Me deixas louca” e não podia ser mais adequado para o amor desesperado, doloroso e dilacerante de Clara (Maitê Proença) e Clementino (Tony Ramos) em “Torre de Babel”. Elis, mais uma vez, perfeita, conseguindo unir sua técnica irretocável com emoção à flor da pele. Para se ouvir muitas vezes sem cansar.


1)   “FASCINAÇÃO” EM “O CASARÃO” (1976)

O primeiro lugar não poderia pertencer a outra canção, senão a esse verdadeiro clássico. Elis simplesmente perfeita, esbanjando doçura e emoção a um dos momentos mais sublimes da televisão brasileira. Mesmo quem não acompanhou a novela de Lauro César Muniz, conhece e se emociona com a sequência final do reencontro de João Maciel (Paulo Gracindo) e Carolina (Yara Cortes) 40 anos depois. Sim, gostamos de sonhar, gostamos de acreditar que amores resistem ao tempo e gostamos de nos emocionar com grandes atores em cena ao som de uma trilha sonora que fala direto ao coração. Emocionante e inesquecível.





E quanto a vocês? Melão quer saber: quais são seus temas de novelas favoritos na voz de Elis? 

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terça-feira, 7 de dezembro de 2010

Temas e Trilhas: Rita Lee





Maior nome feminino do nosso rock e também uma de nossas melhores compositoras, Rita Lee participou algumas vezes de novelas. Lembro de duas aparições marcantes, pra lá de divertidas e com toda a irreverência que lhe é peculiar: uma como a extraterrestre Belatrix, ex-mulher de Gaspar (Nuno Leal Maia), mãe de Ringo Starr e Jane Fonda (Henrique Farias e Carol Machado) em “Top Model”; a outra em “Vamp”, como a roqueira vampira Lita Ree. Rita é noveleira inveterada. Quem a segue no Twitter, sabe que ela acompanha “Passione” com entusiasmo.

Mas vamos falar aqui da presença mais constante de Rita na telinha: cantando temas de novelas e séries. Gal foi a primeira homenageada. Agora vamos relembrar alguns temas de novela da maravilhosa Rita Lee. As canções da roqueira batem ponto, sobretudo, em temas de aberturas de novelas como “Zazá”, “Chega mais”, “Sassaricando”, “Lua cheia de amor” e muitas outras. Célebres canções ficaram de fora como “Esse tal de Rock Enrow” e “Só de você”, por exemplo. Convenhamos: é uma missão dificílima escolher apenas 10, já que são muitas e muitas. Por isso, já na número 10, contei com a luxuosa colaboração de meu amigo José Marques Neto, criador do MOFO TV. Segue a lista:

10) EU E MEU GATO (Rita Lee) – novela “O PULO DO GATO” (1978)

Escolhi essa música porque costuma não ser lembrada em listas. 
Lembro da abertura dessa novela das dez, que mostrava um gatinho pulando como num holograma.
Em 1978 comprei o LP 'Babilônia' da Rita em vez da trilha da novela, e assim mesmo economizando o dinheirinho que meu pai me dava pro lanche no colégio. (José Marques Neto)

9) O GOSTO DO AZEDO (Beto Lee) – novela “PECADO CAPITAL” (1998)

Composta pelo filhão Beto e incluída no show “Acústico MTV”. Um belíssimo arranjo que traduz toda a tensão da letra que fala de medo, pavor pelo HIV. Na novela era tema da rebelde Vilminha (Paloma Duarte) e sua turma barra pesada. Casou-se perfeitamente com a trama, embora a temática não combinasse tanto assim.

8) ERVA VENENOSA (Rossini Pinto) – novelas “UM ANJO CAIU DO CÉU” (2001), "COBRAS E LAGARTOS" (2006) e “ESCRITO NAS ESTRELAS (2010)

Famosa nos anos 80, esta divertida canção ganhou uma repaginada de Rita no início dos anos 2000 e parece combinar com vilãs cômicas, já que serviu a esse propósito duas vezes: a primeira vez foi tema da divertida Laila (Christiane Torloni) em “Um anjo caiu do céu”; depois foi tema da malévola Leona (Carolina Dieckmann) em "Cobras e Lagartos" e esse ano embalou as armações das divertidíssimas peruas Sofia (Zezé Polessa) e Beatriz (Debora Falabella) na novela “Escrito nas estrelas”. O que é bom merece bis. Então tá!

7) TI-Ti-TI (Roberto de Carvalho/Rita Lee) – novela “TI-TI-TI” (2010)

Antes mesmo de ser tema de abertura da primeira versão da novela cantada pela banda Metrô em 1985, Rita já tinha gravado uma versão bem rock, diferente da versão New Wave da efêmera banda liderada por Virginie. Nessa versão atual, Rita imprime uma levada mais pop, divertida, menos elétrica do que a de 85, mas que também combina perfeitamente com o duelo de tesouras, agulhas e objetos de costura dos estilistas rivais. É daquelas canções-chiclete, que grudam e não saem nunca mais de nosso cérebro.

6) COISAS DA VIDA (Rita Lee) – novela “O CASARÃO” (1976)

Confesso que não faço nenhuma relação da música com a novela, já que nem era nascido na época. Mas não poderia deixar essa canção de fora: é a minha favorita da cantora, com a qual mais me identifico. Essa relação com o tempo, com as incertezas, caminhos, sonhos, enfim, uma letra que foge da habitual irreverência de Rita e que me emociona sempre que ouço. Gostaria de poder assistir a alguma cena da novela em que tenha a música.


5) VÍTIMA (Rita Lee / Roberto de Carvalho) – novela “A PRÓXIMA VÍTIMA” (1995)

Impossível lembrar do excelente thriller folhetinesco-policial criado por Silvio de Abreu sem que essa canção não nos venha imediatamente à cabeça seguida de um tiro com uma vidraça quebrando. A abertura, uma das minhas favoritas, mostrava o elenco da novela misturado a pessoas comuns andando por diversos pontos da cidade de São Paulo na mira de um atirador misterioso, que vai matando um a um. O arranjo é ótimo, meio misterioso, meio debochado e Rita impagável como sempre.

4) PEGA RAPAZ (Rita Lee - Roberto de Carvalho) – novela “BREGA E CHIQUE” (1987)

A novela de Cassiano Gabus Mendes foi o grande sucesso daquele ano e causou furor e polêmica, desde a abertura até as impagáveis interpretações de Marília Pêra e Marco Nanini. Essa deliciosa canção, que rendeu à cantora muitas idas a vários programas de auditório, era tema da brega Rosemere (Glória Menezes) e do bronco mecânico Baltazar (Denis Carvalho). O irresistível verso “de frente, de trás / eu te amo cada vez mais” é maravilhoso e a música ótima para se cantar e dançar em voz alta na companhia dos amigos. Anos 80 total. Uma delícia.
  
3) AMOR E SEXO (Rita Lee / Roberto de Carvalho / Arnaldo Jabor) – novela “CELEBRIDADE” (2003)

O instigante texto de Arnaldo Jabor inspirou uma deliciosa canção interpretada por Rita. Na novela de Gilberto Braga, era tema da espevitada Darlene (Deborah Secco), alpinista social engraçadíssima obcecada pela fama, que vivia às turras com o bombeiro Vladimir (Marcelo Faria). As cenas dos dois eram pra lá de sensuais e a canção de Rita e Roberto embalava perfeitamente esse romance.  

2) MANIA DE VOCÊ - (Roberto de Carvalho / Rita Lee) – série “MALU MULHER” (1979)  e minissérie “QUERIDOS AMIGOS (2008)

Um verdadeiro clássico que dispensa comentários. Presente na trilha da mítica “Malu Mulher”, composta apenas por interpretações femininas, foi defendida por Rita no especial “Mulher 80”, que apresentou as canções da série. Recentemente, também esteve na trilha da saudosista minissérie “Queridos amigos” e embalava a lembrança dos personagens e era tema de Lorena (Fernanda Machado).  Sucesso avassalador que não precisou fazer parte das trilhas para ser o grande “blockbuster” que é, mas vale o registro. 

1)      1) FLAGRA (Roberto De Carvalho - Rita Lee) – novela “FINAL FELIZ” (1982/83)

De longe, a mais deliciosa junção da genialidade de Rita com o universo teledramatúrgico. Mesmo quem não assistiu à novela, se rende à maravilhosa abertura, uma das melhores de todos os tempos, em que as cenas de beijos mais famosas do cinema são projetadas em uma telão e quando acendem-se as luzes... supresa... todos aqueles ícones de Hollywood mostrados nas cenas estão mandando ver no escurinho do cinema. Ideia simples, execução perfeita e interpretação brilhante e antológica de Madame Lee, que arriscou trocadilhos como “Se a Débora quer que o Gregory peque”. Deleite total! Vale a pena rever a abertura:



No blog de Norma Lima, há a lista completa de canções de Rita em novelas:
http://ritalee.blog.terra.com.br/2010/04/23/rita-lee-e-a-cantora-que-mais-gravou-aberturas-de-novela-alem-de-ter-tido-inumeras-composicoes-como-trilhas-sonoras/ 


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E vocês, meus queridos? Quais são seus temas de novelas favoritos na voz de Rita Lee? Compartilhem suas lembranças! 

quinta-feira, 30 de setembro de 2010

Temas e Trilhas: Gal Costa

                                                                                                                                                                     


Foto: Thomas Baccaro

O melão inaugura uma nova seção: meus 10 temas favoritos em novelas e séries de algum cantor, cantora ou grupo. Na estreia, uma grande estrela e aniversariante da semana: Gal Costa, uma verdadeira recordista de sucessos em novelas. Confesso que sou muito fã dessa cantora. Gal é a favorita do meu pai e Bethânia, de minha mãe. Cresci ouvindo as duas. Passei minha infância em volta aos seus LP's. E como são os temas de Gal em novela são muitos, foi difícil chegar a apenas 10. O critério, claro, é sempre afetivo: canções de novelas que gosto ou que me marcaram de alguma forma. Vamos a elas.
                                                                                                                                                                 

 10) SOLIDÃO (Tom Jobim / Alcides Fernandes) – novela “O DONO DO MUNDO” (1991)

Impossível não se lembrar das desventuras de Márcia (Malu Mader), arrasada, caminhando pelas ruas após ter sua vida destruída pelo médico Felipe Barreto (Antonio Fagundes) e não ligar a cena à bela canção de Jobim. Marcia fora enganada pelo vilão e enquanto sofria ao som da canção planejava vingança e tentava esquecer seu algoz no folhetim de Gilberto Braga. Lembro de Malu Mader andando pela rua desolada, quase sendo atropelada por um carro ao som dessa canção. Gal nos oferece uma interpretação doce, triste na medida, sensível. Vale sempre a pena ouvir de novo.


                                                                              
                                                                                                                                                                   
9) FORÇA ESTRANHA (Caetano Veloso) – novela “OS GIGANTES” (1979)


Não vi nada além do último capítulo e algumas cenas avulsas dessa novela de Lauro Cesar Muniz. Mas de posse da informação que esse era o tema de Paloma (Dina Sfat), não fica difícil imaginar o poder da interpretação da atriz aliada à sensível interpretação da cantora. Aliás, nada mais adequado, já que tanto Gal quanto Dina são duas forças da natureza. Tomara que um dia consiga conferir alguma cena da novela em que isso aconteça. Um clássico!





                                                                                                                                                                     
8) NADA MAIS (Stevie Wonder – VS. Ronaldo Bastos) – novela “CORPO A CORPO” (1984/85)

O ano era de 84. Debora Duarte e Antonio Fagundes se divorciavam na novela de Gilberto Braga. Na vida real, meus pais também, portanto me identificava totalmente com o sentimento de Selton Mello, que vivia o filho do casal. O tema era de Tereza (Gloria Menezes), pomo da discórdia do casal e me recordo remotamente de algumas cenas com essa bela versão do disco “Profana”. Mas a lembrança mais forte mesmo é que foi o tema da separação na minha própria casa e de ouvir essa canção incontáveis vezes na sala de casa quando meu pai colocava o LP no moderno 3 em 1 (risos!). Detalhe: meu pai sempre foi COM-PLE-TA-MEN-TE apaixonado por Gal e ama essa música que, de fato, foi emblemática naquele momento e perdura até hoje em minha memória.

                                                                                                                                                                        


7) ALGUÉM ME DISSE (Evaldo Gouveia / Jair Amorim) – novela “TIETA” (1989/90)


No início, impliquei um pouco com essa música na novela de Aguinaldo Silva, pois amava o tema anterior do casal Elisa e Timóteo (Tássia Camargo e Paulo Betti), “Eu e você”, na voz de José Augusto. Mas, não sei se, pela canção tocar tanto na novela, ou se pela perfeita junção de arranjo, voz e adequação à trama, hoje é uma das minhas preferidas da maravilhosa trilha sonora de “Tieta”. Até hoje quando a música toca no rádio, me vem imediatamente à memória os encontros e desencontros desse casal, que fez o maior sucesso na época. Sem contar que, tudo de “Tieta” é inesquecível pra mim. Inevitável: “Alguém me disse”, na voz de Gal também me transporta imediatamente para as dunas do Agreste.


                                                                                                                                                                    
6) FUTUROS AMANTES (Chico Buarque) – novela “HISTÓRIA DE AMOR” (1995)

A canção é indiscutivelmente deslumbrante. Na voz de Gal e no arranjo inspiradíssimo de Jacques Morelembaum do disco “Mina d’água do meu canto” é de fazer chorar. E como harmonizou perfeitamente com o bonito romance de Carlos e Helena (José Mayer e Regina Duarte) em “História de Amor”, delícia de novela de Manoel Carlos. O texto sempre inspirado do autor aliado às belíssimas paisagens do Rio e Gal, aqui doce, serena, entregue à paixão, em estado de graça. Até hoje me arrepio. Como é bonita essa gravação...



                                                                                                                                                                    

5) E DAÍ (Miguel Gustavo) – novela “CIRANDA DE PEDRA” (2008)

Quando comprei o CD “Todas as coisas e eu”, confesso que outras faixas me chamaram mais a atenção. Mas logo que assisti ao clipe de apresentação da “Ciranda de Pedra”, me arrebatei. De fato, é uma canção perfeita para a trama de Laura (Ana Paula Arósio) que, reprimida pelo marido, ainda mantinha o pensamento e o coração livres. A sequência da personagem no carro passando por um túnel de São Paulo, feliz, com a sensação de liberdade, é bonita de mais e um dos grandes momentos da novela de Alcides Nogueira que, assim como a canção, conta a história de um amor que nenhuma repressão ou proibição pode matar.


                                                                                                                                                                    

4) BABY (Caetano Veloso) – minissérie “ANOS REBELDES” (1992)

A ficção se misturava com os acontecimentos históricos nessa antológica minissérie de Gilberto Braga. João Alfredo (Cássio Gabus Mendes) presenteia Maria Lúcia (Malu Mader) com o disco de uma nova cantora chamada Gal Costa. Juntos ouvem “Baby” e reafirmam seu amor. É verdade que Caetano compôs a música para a mana Bethânia cantar, mas essa versão de 68 de Gal é definitiva e muito representativa da época. Muitos anos e muitas interpretações de Gal depois, essa permanece como uma das minhas favoritas. Continuo me identificando.




                                                                                                                                                                          
3) SÓ LOUCO (Dorival Caymmi) – novela “O CASARÃO” (1976)

Sim, a canção também foi tema do amor de D. Pedro e Domitila (Marcos Pasquim e Luana Piovani) na minissérie “O quinto dos infernos”. Mas vai ser definitivamente lembrada como tema de abertura dessa novela cultuada por muitos que a assistiram e que suscita curiosidade de quem não a assistiu. Impressionante como Caymmi conseguia sintetizar tanto sentimento, colocar tanta intensidade com tão poucas palavras. “O casarão” falava de um amor que nem o tempo foi capaz de apagar e a canção traduz perfeitamente essa loucura, inerente apenas aos que amam demais, no caso, João Maciel e Carolina, interpretados pelos inesquecíveis Paulo Gracindo e Yara Cortes. E, lógico, um dos maiores clássicos da carreira da cantora.


                                                                                                                                                                      

2) MODINHA PARA GABRIELA - (Dorival Caymmi) – novela “GABRIELA” (1975)

Quando lembramos de Sonia Braga na pele da fogosa protagonista da novela, a voz de Gal nos vem imediatamente à memória. Aliás, a própria fora convidada para viver Gabriela antes de Sonia Braga. Uma das mais famosas gravações da cantora e mais uma pérola de Dorival Caymmi, que compôs especialmente para a trama das dez. Gal, através de sua interpretação, encarna a própria Gabriela: sensual e brejeira. Inevitável: Gabriela nos remete a Sonia, mas também nos remete a Gal. Caiu como uma luva para a abertura da novela de Walter George Durst, baseada na obra de Jorge Amado.




                                                                                                                                                                      
1) BRASIL (Cazuza / George Israel / Nilo Romero) – novela “VALE TUDO” (1988/89)

Emblemática é pouco! Mais do que o tema de abertura de uma das mais célebres novelas de todos os tempos, essa canção pode figurar em qualquer lista de grandes temas de novelas. O poderoso arranjo, aliado à poesia corrosiva de Cazuza e o vigor da interpretação de Gal, fizeram de “Brasil” o clássico dos clássicos dos temas de novela da cantora. Quem assistiu à novela de Gilberto Braga, Aguinaldo Silva e Leonor Basséres não tem como não se lembrar da canção e imediatamente remetê-la à famosa banana que Marco Aurélio (Reginaldo Faria) deu para o Brasil, a Odete Roitmann (Beatriz Segall) sendo morta por Leila (Cássia Kiss) e ao embate de Raquel (Regina Duarte) e Maria de Fátima (Glória Pires). Sei não, mas fica difícil imaginar um grande clássico como “Vale Tudo” sem essa canção como tema. E, lógico, na voz e no poder de Gal.
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E vocês, meus queridos? Quais são seus temas de novelas favoritos na voz de Gal? Compartilhem suas lembranças!

                                                                                                                                                                     

sexta-feira, 23 de abril de 2010

VALE A PENA LER E OUVIR SEMPRE!


Foi uma noite de quinta-feira muito agradável na FNAC do Barra Shopping. Oportunidade ideal para rever amigos e colegas, ouvir ótimas histórias de Aguinaldo Silva e conhecer os autores do excelente “A seguir cenas do próximo capítulo”, André Bernardo e Cíntia Lopes. Para promover o lançamento do livro, Aguinaldo Silva deu o ar de sua graça e respondeu perguntas feitas pela dupla de autores e também do público presente.

AGUINALDO SILVA: “Escrever novela demanda 10% de talento e 90% de disciplina”.

Aguinaldo Silva posa com minha amiga, a simpática Ivy.


Sempre simpático, agradável e rápido no gatilho, Aguinaldo relembrou histórias de suas antigas novelas, comentou sobre o processo de criação e produção das telenovelas e falou sobre o futuro do gênero pelos próximos anos. Entre outros comentários, Aguinaldo confessou que ter escrito “Tieta” foi sua grande alegria como autor, já que foi graças à novela que consolidou seu talento e vocação para tramas regionalistas. O autor também destacou seu pioneirismo ao ambientar uma novela na Baixada Fluminense (“Senhora do Destino”) e ao criar uma das primeiras mocinhas não-virgens das novelas, a Linda Inês (Giulia Gam) de “Fera Ferida”, assunto que, segundo ele, gerou uma discussão de três horas com os co-autores. Sobre o trabalho de autoria, Aguinaldo opinou que um autor de novelas precisa ter 10% de talento e 90% de disciplina, já que são meses de sacrifício e de dedicação integral ao trabalho. Para ele, os personagens são as únicas pessoas reais que fazem parte de sua vida durante a novela. Como método de trabalho, o autor confessou que utiliza um caderno de chamadas como se fosse uma classe escolar com todos os personagens em ordem alfabética. Isso garante que nenhum deles fique ausente por mais de três capítulos.

Também declarou ser imprescindível a interferência do público no trabalho do novelista, pois enquanto a novela vai sendo escrita, o autor pode conferir a reação do espectador, que praticamente escreve a novela com ele e assim, mudar o que não está dando certo e investir no que está fazendo sucesso: uma obra em progresso, nas próprias palavras de Aguinaldo.

E com relação ao futuro da telenovela? Mesmo sem saber de que forma isso se dará, Aguinaldo deixou um recado e uma ótima notícia àqueles que desejam ingressar no mercado: que não desanimem, pois as novelas ainda continuarão a existir por muito tempo: e que sua nova Master Class, que tem como objetivo formar novos roteiristas, começa na próxima segunda, mas no ano que vem haverá novo processo seletivo. Leia mais sobre a primeira Master Class em: http://euprefiromelao.blogspot.com/2010/02/marido-de-aluguel-vitoria-de-aguinaldo.html

O LIVRO

 Para quem ainda não conferiu, é leitura obrigatória. Dez dos principais autores de novelas do país revelam segredos, métodos de trabalho e relembram histórias. André e Cíntia souberam, de forma natural e descontraída, extrair narrativas que revelam o estilo e a personalidade de cada autor: a busca pela ousadia de Lauro César Muniz; a capacidade de Gilberto Braga de parar o Brasil em torno de suas tramas; o talento para comédia e tramas policiais de Sílvio de Abreu; o regionalismo e as heroínas valentes de Aguinaldo Silva; as tramas de Glória Perez que unem folhetim e modernidade; o talento de cronista do cotidiano de Manoel Carlos; as epopéias rurais de Benedito Ruy Barbosa; o humor inteligente e ágil de Carlos Lombardi; o humor popular de Walcyr carrasco; e a capacidade de criar tramas simples e envolventes de Walther Negrão.


E talvez pelo fato do livro não ter nenhum vínculo institucional, os autores se sentiram à vontade em revelar histórias de bastidores, incluindo inimizades e parcerias artísticas que não deram certo, relações conturbadas entre os autores com direção ou elenco, entre outros bas-fonds... Aguinaldo, por exemplo, revela detalhes de sua briga com Dias Gomes na época de “Roque Santeiro” e a reconciliação anos depois. Isso só pra dar um gostinho. Quem quiser saber mais, que adquira o livro. E como se não bastasse, contém o roteiro de cenas antológicas que marcaram a história das telenovelas, como o famoso café da manhã de Otávio e Charlô (Paulo Autran e Fernanda Montenegro) que terminou em pastelão em “Guerra dos Sexos”, um dos muitos embates entre Raquel (Regina Duarte) e Maria de Fátima (Glória Pires) na emblemática “Vale Tudo”, o reencontro emocionante de quarenta anos depois de João Maciel (Paulo Gracindo) e Carolina (Yara Cortes) em “O casarão”, entre outras.

Para os aficcionados do gênero, leitura obrigatória. Para o público em geral, instigante e revelador. A teledramaturgia agradece e saúda publicações do gênero que, felizmente, começam a aparecer com mais frequência nas prateleiras.

Este que vos fala e os autores André Bernardo e Cíntia Lopes.


Momento "Onde está Wally": tem melão nas paradas!

quinta-feira, 18 de março de 2010

Série Memória Afetiva: meus casais favoritos da TV!

10) Caê e Débora (Lauro Corona e Beth Goulart) de “Baila comigo” (1981)
Edu e Helena (Reynaldo Gianecchini e Vera Fischer) de “Laços de Família (2000)

Sim, não consegui eliminar nenhum dos dois e resolvi agrupar dois casais de novelas do Maneco na mesma colocação. Os primeiros são uma espécie de pré-Nando e Milena, de “Por amor”. Rapaz pobre se apaixona por moça rica e precisa enfrentar a mãe megera. No caso, não era qualquer megera. Ninguém menos que Tereza Rachel que vivia a Marta da vez...rs! E as sequências dos dois namorando na praia ao som de “Living Inside myself” são tão numerosas quanto as de Nando e Milena ao som de “Palpite” em 97.

Já Edu e Helena, mesmo não ficando juntos no final, encantaram muita gente e esse romance fez com que muitos se antipatizassem com Camila (Carolina Dieckmann), fazendo coro com Iris (Debora Secco) ao chamá-la de “Judas” por ter “roubado” o namorado da mãe. Particularmente, adorava as tórridas cenas de beijos dos dois. Línguas não faltavam e o sofrimento de Helena ao som de “Como vai você” me comoveu e fez com que os dois entrassem pra essa lista de meus favoritos.


9) Xica e João Fernandes (Taís Araújo e Victor Wagner) de “Xica da Silva” (1996)
Seguindo uma linha totalmente anti-convencional, a escrava Xica não deixava de ser uma espécie de Cinderela ao conquistar o poderoso contratador do Arraial do Tijuco e se tornar uma espécie de rainha de lá.. A novela como um todo era maravilhosa e deixou muitas saudades. Fidelidade não era o ponto forte do fogoso contratador, mas o modo como Xica se livrava das amantes do marido era maravilhoso. Até Adriane Galisteu teve suas orelhas cortadas. Mas do amor de João Fernandes por Xica ninguém duvidava. Ele a enchia de jóias, mimos, satisfazia todos os seus caprichos e mandou fazer nada menos do que um “mar” para sua rainha. As cenas de sexo do casal falavam por si. Amor e poder total!!!


8) Olavo e Bebel (Wagner Moura e Camila Pitanga) de “Paraíso Tropical” (2007)

O último grande casal coqueluche da TV. Desses casos em que ninguém espera tamanho sucesso. O vilão e a prostituta roubaram a cena dos insossos mocinhos e protagonizaram grandes cenas: algumas cômicas e outras pra lá de sensuais. Camila Pitanga foi alçada definitivamente para o posto de grande estrela. Entre tapas e beijos, esse amor bandido pegava fogo e conquistou o Brasil.



7) Clara e Rafaela (Aline Moraes e Paula Picarelli) de “Mulheres Apaixonadas” (2003)

Quem disse que casal precisa ser necessariamente homem e mulher? Muito pelo contrário. O amor proibido das duas adolescentes conquistou a todos, passando longe de qualquer tipo de preconceito. As duas atrizes ótimas em cena, aliadas ao texto pra lá de sensível de Manoel Carlos conseguiram fazer com que suas personagens rompessem paradigmas em nossa TV e o assunto foi discutido amplamente na trama. Tudo bem que a sequência do beijo foi pra lá de frustrante, mas as meninas abriram mais espaço para a aceitação popular desse tipo de relacionamento.


6) Marcos e Lurdinha (Felipe Camargo e Malu Mader) de “Anos dourados” (1986)
Talvez o mais romântico e tradicional da lista. Gilberto Braga conseguiu construir de forma adorável e longe de ser chata, a bela história do casal de jovens que fazem de tudo para ficar juntos numa década marcada pelo preconceito e pela hipocrisia como foi a década de 50. Tudo era apaixonante, desde o primeiro encontro dos dois, na pista de dança ao som de Nat King Cole, desde o envolvimento, a descoberta da sexualidade, as idas e vindas...enfim... um deslumbre!




5) Juba, Zelda e Lula (Kadu Moliterno, Andréa Beltrão e André di Biase) de “Armação Ilimitada” (1985)
Rui e Vani (Luiz Fernando Guimarães e Fernanda Torres) de “Os normais” (2001)

Mais uma vez não consegui me decidir entre um ou outro. Então dediquei a quinta colocação em homenagem ao humor. Os primeiros também fogem completamente à configuração tradicional de casal. Em uma história totalmente moderna, transgressora e ousada, os surfistas Juba e Lula dividiam o amor da atrapalhada jornalista Zelda Scott numa boa. Aliás, Andréa Beltrão é mestre em relações a três ou mais. Suas personagens em “Rainha da Sucata”, “Pedra sobre Pedra” e “A grande família” também eram adeptas do “poli-amor”...rs! Mas a naturalidade, a leveza de “Armação Ilimitada” é imbatível.

Rui e Vani dispensam comentários. De longe o casal mais louco da TV, protagonizaram cenas hilárias e inesquecíveis, com destaque para a conversinha no final de cada episódio da série, que de tão hilária e natural, mais parecia improviso. Química perfeita e talento à toda prova.




4) Jô Penteado e Prof. Fábio (Cristiane Torloni e Nuno Leal Maia) de “A gata comeu” (1985)

Já nos primeiros capítulos da novela, em que os personagens trocaram tapas e protagonizaram altas brigas, já se notava que não se tratava de um casal tradicional. Ivani Ribeiro, inspirada pela “megera domada” já havia colocado no ar esse casal na primeira versão da novela chamada “A barba azul”, em 75, na Tupi. Mas é inegável que “A gata comeu” marcou toda uma geração e as desventuras de Jô e Fábio pelo bairro da Urca até hoje têm uma legião de fãs saudosos e apaixonados. A maravilhosa inocência de Ivani cativava e fez o Brasil inteiro torcer por esse par que vivia às turras, mas não deixava de ser adorável.



3) João Maciel e Carolina (Paulo Gracindo e Yara Cortes) de “O casarão” (1976)

Quem nunca assistiu à emocionante sequência final da novela no Video Show em que Carolina chega afobada ao encontro com o amado e pergunta se o fez esperar muito. A resposta dele é fulminante: “40 anos”. Nem é preciso ter assistido ao restante da novela para se arrepiar com a cena. Os olhares dos dois atores, a belíssima “Fascinação” e o brilhante texto de Lauro César Muniz são componentes de um momento único na TV.


2) Lucinha e Carlão (Betty Faria e Francisco Cuoco) de “Pecado Capital” (1975)
Basta assistir a algumas cenas disponíveis da novela na rede para nos darmos conta do primoroso trabalho dos dois atores, que deram vida a um perfeito casal suburbano. O final dos dois não foi feliz, mas poucos casais na TV tiveram tanta química quanto esse. Cuoco, um machão à moda antiga; Betty, uma cinderela ambiciosa. Longe de serem perfeitinhos. O sucesso de Lucinha e Carlão se deu, sobretudo, porque eram extremamente humanos. E o precioso texto de Janete Clair dispensa comentários...


1) Sinhozinho Malta e Viúva Porcina (Lima Duarte e Regina Duarte) de “Roque Santeiro” (1985)
Para uma pessoa afeita a casais não-convencionais como eu, não podia eleger outro casal como primeiro do ranking. Deliciosamente incorretíssimos, irreverentes, safados, impostores e muito engraçados. Exuberante da cabeça aos pés, Porcina era a única capaz de fazer o poderoso coronel ficar de quatro e lamber literalmente sua mão tal qual um odediente cachorrinho. Os caricatos anti-heróis conquistaram a simpatia do público e são vencedores absolutos no quesito “grandes casais”.




MENÇÕES HONROSAS:

  • Afonso e Solange (Cássio Gabus Mendes e Lídia Brondi) de "Vale Tudo" (1988)
  • Rosália e Adriano (Glória Pires e Lauro Corona) de "Direito de amar" (1987)
  • Raí e Babalú (Marcelo Novaes e Letícia Spiller) de "Quatro por quatro" (1994)
  • Otávio e Charlô (Paulo Autran e Fernanda Montenegro) de "Guerra dos Sexos" (1983)
  • André e Carina (Tony Ramos e Elizabeth Savalla) de "Pai herói" (1979)
  • Catarina e Petrucchio (Adriana Esteves e Eduardo Moscovis) de "O cravo e a rosa" (2000)
  • Riobaldo e Diadorim (Tony Ramos e Bruna Lombardi) de "Grande sertão: veredas" (1985)
  • Luca e Silvana (Mario Gomes e Lucélia Santos) de "Vereda Tropical" (1984)

CASAIS FAVORITOS CATEGORIA HORS-CONCOURS:

  • Simone e Cristiano (Regina Duarte e Francisco Cuoco) de "Selva de Pedra (1972)
  • João Coragem e Lara/Diana/Márcia (Tarcísio Meira e Glória Menezes) de "Irmãos Coragem" (1970)
E então? De quem esqueci? E quais são os seus casais favoritos? Ansioso pelos comentários....

Prefira também: