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domingo, 23 de dezembro de 2012

TOP 10 – REGINA DUARTE




Impossível pensar em teledramaturgia brasileira sem que seu nome não venha imediatamente à cabeça. Regina, rainha absoluta da televisão. São tantas Reginas em uma só que, assim como outros dois homenageados recentemente, Betty Faria e Lima Duarte, foi uma tarefa hercúlea eleger apenas 10 personagens de sua riquíssima galeria de mulheres inesquecíveis. Românticas, loucas, passionais, idealistas, exuberantes, guerreiras... Em 50 anos de carreira, Regina Duarte deu vida a todos os tipos e todas as emoções, com sua interpretação corajosa, visceral e sempre genial. Pra fechar o ano com chave de ouro, confira esse TOP 10 Especial de Fim de ano! Vamos relembrar algumas dessas grandes mulheres vivida por essa grande mulher:


10) HELENA DE “HISTÓRIA DE AMOR” (1995)


A Helena mais “gente como a gente” de todas. Ela ia à feira, reclamava do preço do chuchu (e do melão), saía com os amigos, se divertia, não levava desaforo pra casa... enfim, uma mulher como outra qualquer do planeta, mas não seria Helena se não tivesse um grande segredo, uma falha trágica. Na verdade, ela não era a verdadeira mãe da mimadíssima Joyce (Carla Marins) e sim, sua tia, segredo que foi revelado no último capítulo. A lembrança mais forte que tenho da personagem é de seu romance com o médico Carlos (José Mayer) embalado pela voz de Gal em “Futuros Amantes” sob um Rio ensolarado e feliz.


9) CHIQUINHA GONZAGA DE “CHIQUINHA GONZAGA” (1998)


De que a vida da célebre compositora foi inspiradora e apaixonante ninguém duvida. Mas a interpretação sensível de Regina fez com que se tornasse mais fascinante ainda aos olhos do espectador. A atriz sempre interpreta muito bem esse tipo de papel: mulher guerreira, sofrida, lutadora, que dá a cara a tapa, rompe barreiras e preconceitos. Apaixonante também foi o romance da compositora com seu “mancebo imberbe” Joãozinho, vivido brilhantemente por Caio Blat. Chiquinha Gonzaga ficou conhecida pela nova geração graças à minissérie de Lauro Cesar Muniz e Marcilio Moraes e La Duarte soube defender a personagem com a maior dignidade.


8) LUANA CAMARÁ / PRISCILA CAPRICE DE “SÉTIMO SENTIDO” (1982)

Uma de minhas primeiras lembranças televisivas. Na verdade, não me lembro de quase nada da novela, a não ser de Luana Camará incorporando Priscila Caprice. Até então com 5 anos de idade, os gritos de Regina Duarte me causavam medo e fascínio. Ao meu ver, a personagem fez uma espécie de transição para o que viria depois na carreira da atriz, a inesquecível Porcina.



7) HELENA DE “POR AMOR” (1997)

Regina e a filha Gabriela em cena de "Por amor"
Praticamente uma personagem de tragédia grega, a mais polêmica das Helenas talvez tenha carregado a mentira mais grave de todas. Helena, no início, parecia uma mulher comum, alegre, que via no romance com Atílio (Antonio Fagundes) uma nova oportunidade para o amor. Amor que não foi mais forte do que o amor cego e irracional que ela sentia pela filha Eduarda (Gabriela Duarte) chegando ao ponto de trocar o bebê morto da filha pelo seu filho saudável que acabara de nascer para que a filha não sofresse. Uma verdadeira leoa, capaz de tudo para preservar a cria. Quando Atílio descobriu toda a verdade, disse a Helena uma das frases mais emblemáticas da história da teledramaturgia: “você não sabe amar, mas pode aprender”. Obra prima de Manoel Carlos e mais um show de interpretação de Regina Duarte.


6) MALU DE “MALU MULHER” (1979)



Temas que, às vezes, nos parecem tão distantes, mas ainda tão presentes na sociedade como a violência contra a mulher, a questão do divórcio, independência feminina, mulher no mercado de trabalho... assuntos que parecem banais hoje em dia na época eram tabus que foram quebrados por Malu, emblemática personagem que Regina Duarte, mais uma vez, defendeu com garra e vigor e que representa um divisor de águas em sua carreira, dando um adeus definitivo ao eterno título de namoradinha do Brasil e adquirindo um respeito cada vez maior como uma de nossas mais importantes atrizes. Viva Malu!


5) CLÔ HAYALLA DE “O ASTRO” (2011)

Não resisti e beijei Clô na exposição da carreira da atriz
Como não incluir essa linda na lista? Claro, que, por motivos óbvios, Clô Hayalla sempre vai fazer parte da minha lista de personagens favoritas da atriz, mas independente disso, a matriarca dos Hayalla é o melhor personagem de Regina em anos. Louca, passional, impulsiva, vingativa, Clô já seria um prato cheio para qualquer atriz. Em se tratando de uma atriz superlativa como Regina Duarte, o prato cheio se transforma em um verdadeiro banquete, que ela oferecia diariamente a um público fiel e apaixonado na forma de uma atuação que dava o tom arrebatado e melodramático da novela de Janete Clair adaptada por Alcides Nogueira e Geraldo Carneiro. Verdadeiro show em cena e um talento monstro, que pude comprovar de perto. Uma atriz genial que consegue dar cores e texturas ao texto que surpreende até mesmo os autores.


4) MARIA DO CARMO DE “RAINHA DA SUCATA” (1990)


Prima da Viúva Porcina, Maria do Carmo também era uma força da natureza. A filha de sucateiro que transformou o negócio do pai em um verdadeiro império arrebatou o Brasil e chamava a atenção para o início da ascensão da classe média tão valorizada nos dias de hoje. Os novos ricos estavam tomando conta do Brasil e Maria do Carmo era a representante dessa classe emergente versus a decadência da aristocracia, representada por Laurinha Figueiroa, brilhantemente interpretada por Gloria Menezes. O choque entre esses dois mundos e o duelo dessas duas grandes atrizes renderam momentos antológicos de nossa teledramaturgia. Maria do Carmo era deliciosamente cafona, adorava ostentar sua riqueza e Regina estava muito à vontade em cena. A atriz parecia estar se divertindo tanto quanto o público. Já estou contando os dias para rever a sucateira em 2013 no Canal Viva.


3) RAQUEL DE “VALE TUDO” (1988)


Tudo bem que Odete Roitman e Maria de Fátima se eternizaram como duas das maiores vilãs de todos os tempos, mas se a novela tem uma alma, essa alma é a de Raquel Accioly, que ganhou através de Regina Duarte uma das interpretações mais viscerais da história da teledramaturgia. O Brasil chorou, sofreu, se emocionou com Raquel e também foi à forra na catártica cena em que a personagem, aos gritos, rasga o vestido de noiva da filha na véspera do casamento. Raquel simboliza a mulher brasileira e o espírito guerreiro do nosso povo, mostrando que vale a pena, sim, ser honesto no Brasil. Um papel perigoso, que tinha tudo pra cair no estereótipo, mas a personagem, cheia de nuances, foi muito bem construída pelos autores e muitíssimo bem defendida por La Duarte. Impossível ver alguém vendendo sanduíche na praia e não se lembrar da batalhadora Raquel.


2) SIMONE DE “SELVA DE PEDRA” (1972)

Regina Duarte e Francisco Cuoco em cena da novela
Mesmo não fazendo parte de minha memória afetiva, essa importante personagem não poderia ficar de fora, pois até hoje Simone Marques representa o protótipo de heroína em nossas novelas. E já há 40 anos atrás, Janete Clair construía uma mocinha nada boba, que tinha uma profissão, ia à luta por seus objetivos e dava a volta por cima, jurando vingança a seus inimigos. E Regina, ainda muito jovem, soube dosar doçura e força na medida certa e conquistou definitivamente o coração dos brasileiros. Impossível não se comover nas cenas românticas de Simone e Cristiano (Francisco Cuoco) ao som de “Rock and roll lullaby”, tema romântico mais emblemático da história de nossa teledramaturgia.


1) VIÚVA PORCINA DE “ROQUE SANTEIRO” (1985)


Pense em todos os adjetivos superlativos. Talvez ainda seja pouco para definir Porcina. Escandalosa, exuberante, fogosa, irreverente, sensual, lasciva e politicamente incorretíssima, a personagem significou um giro de 180 graus na carreira da atriz, acostumadas a tipos mais delicados e sofredores. Na pele da operística viúva que foi sem nunca ter sido, Regina já não precisava provar nada pra ninguém há muito tempo, mas mesmo assim provou que é capaz de absolutamente TUDO em se tratando da arte de representar. Na célebre trama criada por Dias Gomes, Porcina era um verdadeiro carrossel de emoções, indo das cenas mais dramáticas às mais irreverentes: um verdadeiro manancial para as impagáveis caras e bocas da atriz. Graças à Regina Duarte, Porcina virou dona, não só do coração de Roque (José Wilker) e Sinhozinho Malta (Lima Duarte), mas de todos os brasileiros.


MENÇÕES HONROSAS:

Ø  ANDRÉA, DE “VÉU DE NOIVA” (1969)
Ø  RITINHA, DE “IRMÃOS CORAGEM” (1970)
Ø  PATRICIA, DE “MINHA DOCE NAMORADA” (1971)
Ø  CECÍLIA, DE “CARINHOSO” (1972)
Ø  NINA, DE “NINA” (1977)
Ø  SHIRLEY, DE “INCIDENTE EM ANTARES” (1994)
Ø  HELENA, DE “PÁGINAS DA VIDA” (2006)


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MELÃO APROVEITA PARA DESEJAR BOAS FESTAS A TODOS OS SEUS LEITORES E PERGUNTA: QUAIS SÃO SEUS PERSONAGENS FAVORITOS DE REGINA DUARTE?
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Top 10 - LIMA DUARTE





quarta-feira, 5 de setembro de 2012

TEMAS E TRILHAS – ADRIANA CALCANHOTTO:




Desde o início dos anos 90, Adriana Calcanhotto, um dos principais nomes de nossa MPB, tem sido uma das presenças mais frequentes nas trilhas de nossas novelas, principalmente embalando grandes romances de personagens inesquecíveis como Raí e Babalu de “Quatro por quatro”. Para essa tarefa convoquei mais uma vez o queridão Eddy Fernandes, presença frequente neste blog e editor-chefe da Sucursal Manaus do melão. Além de seu já conhecido talento como roteirista e ensaísta televisivo, Eddy também é um grande fã da cantora. Por isso, escolhemos cada um 5 canções na voz de Adriana Calcanhotto. Seguem nossas preferidas:



AS PREFERIDAS DO EDDY:



“MENTIRAS” em Renascer (1993):


Tema da controversa personagem interpretada por Adriana Esteves, a canção tornou-se marcante para mim graças aos versos “Eu vou escrever no seu muro / E violentar o seu rosto / Eu quero roubar no seu jogo / Eu já arranhei os seus discos / Que é pra ver se você volta / Que é pra ver se você olha, pra mim” .... A letra, vingativa e passional, talvez não tenha muito a ver com a trajetória de Mariana, mas sem dúvida, virou um ícone da novela.

“METADE” em Quatro por Quatro (1994):

Uma Adriana ainda mais melodiosa embalando um dos casais mais famosos da dramaturgia com uma das letras mais dilacerantes de que se têm notícia. A canção, executada a exaustão na novela, servia de moldura para as idas e vindas de Raí (Marcello Novaes) e Babalu (Letícia Spiller). Ainda que eu ache que ela não tem nada a ver com os personagens, devo admitir que serviu como uma luva, adicionando uma dose extra de emoção as cenas, principalmente aquelas em que os sentimentos da dupla vinham à tona, evidenciando a paixão que entre tapas e beijos, eles tentavam disfarçar.



“VAMBORA” em Torre de Babel (1998):



Guardo algumas recordações dessa que foi a primeira novela das oito que eu pude acompanhar com algum discernimento. As personagens, Rafaela (Christiane Torloni) e Leila (Sílvia Pfeifer), um casal, foram duramente rejeitadas pelo público, mas curiosamente tinham a minha estima. Com o passar dos anos, assistindo vídeos no Youtube e lendo a respeito da trama, pude perceber o quão grandiosas eram as duas. Não sei até que ponto a canção serviu de moldura para a história delas nem se foi executada como devia, mas vai habitar sempre o meu imaginário graças a sua letra irresistivelmente angustiante.

“MULHER SEM RAZÃO” em A Favorita (2008):

É simplesmente uma das minhas músicas preferidas do repertório recente da Adriana. Na novela, serviu de tema na primeira fase, para uma Donatela (Cláudia Raia) ainda autoritária e de temperamento explosivo. A relação com Zé Bob (Carmo Dalla Vecchia) ganhava contornos ainda mais lascivos quando os versos entravam em cena. Lamento apenas que tenha sido tão pouco executada.

“CANÇÃO DE NOVELA” em Passione (2010):

Gravada especialmente para integrar a trilha da novela de Sílvio de Abreu, me parecia perfeita para o perfil apaixonado de Melina (Mayana Moura), que fazia de tudo para conquistar o amigo de infância, Mauro (Rodrigo Lombardi). Com desenrolar da novela, no entanto, a personagem adquiriu outras características que a distanciaram daquela feição inicial fazendo com que a música perdesse o sentido.


AS PREFERIDAS DO VITOR:


“NAQUELA ESTAÇÃO” em Rainha da Sucata (1990):


Foi a primeira canção interpretada por Adriana que ouvi em uma novela e até hoje minha favorita. Era tema da ingênua e problemática Mariana (Renata Sorrah) de “Rainha da Sucata” e lembro que tinha 13 anos na época, mas botava a música pra tocar sem parar em minha vitrolinha. E até hoje ouço a canção, que fala de uma partida e da solidão e esperança de quem fica, composta por Caetano Veloso, que continua muito inspiradora pra mim a ponto de gerar uma sinopse. Quem sabe um dia ela não se torna o tema de abertura de uma novela de Vitor de Oliveira? (risos)


“TRÊS” em Ciranda de Pedra (2008):



Um fato curioso é que a canção é tema de Letícia (Paola Oliveira) e já no primeiro capítulo, apresenta a personagem em uma cena linda durante uma partida de tênis, mas a primeira vez em que toca na novela mostra Otávia (Ariela Massoti) patinando. E é exatamente essa imagem que ficou em minha memória e, até pela simbologia de seu título, acho que a canção combina muito mais com a relação das três irmãs protagonistas da trama de Alcides Nogueira. Embora não seja uma canção dos anos 50, combina muito bem com a atmosfera delicada da novela.

“MALDITO RÁDIO” em Cheias de Charme (2012):

Em meio a canções popularescas da trilha sonora pra lá de kitsch, a canção faz um excelente contraponto sendo o tema de Inácio (Ricardo Tozzi) ao relembrar Rosário (Leandra Leal), seu grande amor perdido para a fama e o sucesso. Como de costume, Calcanhotto nos brinda com uma interpretação sensível e emocionante.


“DEVOLVA-ME” em Laços de Família (2000):

Adriana trouxe de volta às paradas de sucesso esse hit da Jovem Guarda que serviu como uma luva pra embalar o fim do romance da mimada Clara (Regiane Alves) com o romântico Fred (Luigi Barricelli) em “Laços de Família”. Aqui o bom rapaz já estava desencantado por sua esposa e se encantando cada vez mais pela vizinha Capitu (Giovana Antonelli). Claro que a música tocou sem parar na novela e foi uma das canções mais executadas daquele ano.


“GATINHA MANHOSA” em Passione (2010):


Aqui sobre a alcunha de Adriana Partimpim, espécie de alterego infantil, Calcanhotto resgatou outra pérola dos tempos da Jovem Guarda que na novela serviu pra embalar o romance pueril de Sinval (Kayky Brito) e Fátima (Bianca Bin), que era apaixonada pelo irmão do rapaz, Danilo (Cauã Reymond). Desiludida com a rejeição de Danilo, Fátima acaba caindo nos braços de Sinval e a romântica balada, antigo sucesso de Erasmo Carlos, revisitada por Léo Jaime nos anos 80, serviu pra embalar o romance do casal, aqui na voz de “Partimpim”.


Claro que ainda tem muita música de Adriana Calcanhotto que poderia estar nesse Top 10. Por isso, melão quer saber: quais são suas preferidas?

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TEMAS E TRILHAS – MARIA BETHÂNIA






sábado, 25 de agosto de 2012

Reginas essenciais invadem o Centro do Rio



Matando as saudades de minha querida Clô Hayalla


Pra quem mora no Rio ou está de passagem pela cidade, dois programas simplesmente imperdíveis! E o melhor: um bem ladinho do outro.  No Centro Cultural dos Correios, a exposição “Espelho da Arte – A Atriz e seu Tempo”, que reúne todos os trabalhos em cinema, teatro e televisão da maravilhosa REGINA DUARTE. A exposição vai até 28 de outubro e nos proporciona uma incrível viagem, não só pela carreira da atriz, como também pela própria história da televisão, e por que não dizer, da história recente de nosso país.

Organizada de uma forma bastante criativa, a exposição divide os trabalhos de Regina em décadas, com objetos de decoração de cada época misturados com seus trabalhos e personagens, que invadem nossos lares há 50 anos, o que cria uma atmosfera toda intimista e especial, afinal, quem de nós não é íntimo das lendárias personagens de Regina? Estão todas ali: Porcina, Simone, Maria do Carmo, Malu, Raquel, Clô e todas as Helenas do Maneco. São tantas imagens, objetos, lembranças que tocam fundo em nossa memória afetiva que nem dá vontade de ir embora. Seguem algumas imagens da exposição pra dar um gostinho:

O camarim da estrela, repleto de objetos e lembranças


"Selva de Pedra": inesquecível sucesso que consagrou o par romântico mais famoso do país

Invadindo o quarto de Porcina
Cacá no cantinho de "Chiquinha Gonzaga"
Ensaiando pra abertura de "Rainha da Sucata"
Um pouquinho mais do inesquecível furacão Clô Hayalla
Fascinado com o universo de Regina Duarte

A pouquíssimos metros dali no Centro Cultural Banco do Brasil, podemos conferir até o dia 30 de setembro a exposição “Viva Elis”, que conta a trajetória de uma de nossas maiores e mais emocionantes cantoras, ELIS REGINA. A exposição é vasta em informações, vídeos, imagens e histórias da cantora, desde seus primeiros discos dos anos 60, passando pelos Festivais de Música, pelo Fino da Bossa até se tornar a cantora mais emblemática e importante de nosso país. Elis e seus discos, Elis e seus filhos, Elis e seus amigos e, sobretudo, Elis cantando. Uma viagem emocionante no tempo para quem teve o prazer de acompanhar sua carreira e uma descoberta para os mais jovens da verdadeira força da natureza que era Elis. Haja emoção!

Vídeo de Elis: imbatível na emoção

 Registrando presença ao lado da diva

Crooners

Não deixem de conferir e prestigiar duas das Reginas mais importantes de nosso país!

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Temas e Trilhas: Elis Regina





segunda-feira, 18 de junho de 2012

TEMAS E TRILHAS – MARIA BETHÂNIA





A aniversariante do dia dispensa qualquer apresentação. Há muitas décadas reina absoluta como nossa intérprete mais emocionante e emocionada. Coleciona adjetivos como rainha, diva, poderosa, soberana, deusa e muitos outros sempre superlativos. Desde sempre, minha cantora favorita. Graças à minha mãe, cresci ouvindo Maria Bethânia. Aos 4 anos, pra mim era muito comum ouvir discos como “Álibi”, “Mel” ou “Pássaro da Manhã”, ou seja, a presença de Bethânia em minha vida sempre foi constante, ainda mais pelo fato dela ser uma das recordistas de canções em trilhas sonoras de novelas. São tantas e tão boas que dobramos o eventual TOP 10 e muitas outras ainda ficaram de fora. Mas Bethânia merece e elegi abaixo meus 20 temas de novelas favoritos na voz da cantora:

20) PRECONCEITO (Por amor – 1997)
A sofrida gravação dos anos 60 caiu como uma luva para Márcia (Maria Ceiça), que sofria preconceito racial por parte do próprio marido Wilson (Paulo Cesar Grande), que era completamente apaixonado por ela, mas se recusava a ter um filho com medo que este nascesse negro como a mãe. Como muitos espectadores da novela de Manoel Carlos, morri de raiva de Wilson e fui solidário à dor de Márcia, que acabou perdoando-o no final e, por ironia, tiveram uma filha loira: Ritinha. A cada dramática de Márcia, surgia a voz e a interpretação intensa de Bethânia para embalar o sofrimento da personagem.

19) ALÉM DA ÚLTIMA ESTRELA (Renascer – 1993)
Depois de se decepcionar com Mariana (Adriana Esteves) por quem sentia uma paixão avassaladora, João Pedro (Marcos Palmeira) viveu um romance mais sereno e tranquilo com a delicada Sandra (Luciana Braga). E para embalar esse amor, nada como a voz de Bethânia, aqui doce e suave, combinando perfeitamente com o casal da novela de Benedito Rui Barbosa.

18) ONDE ESTARÁ O MEU AMOR? (A Indomada – 1997)
Uma das interpretações mais belas e emocionantes de Bethânia. A bonita canção de Chico César embalava o amor maduro e clandestino da cafetina Zenilda (Renata Sorrah) e do submisso Pedro Afonso (Claudio Marzo), personagens da trama de Aguinaldo Silva. Sinceramente, nunca achei que a canção, que exala pureza, combinasse muito com o casal, mas só pelo fato de ter Bethânia na trilha, vale a pena ouvir sempre.

17) CHEIRO DE AMOR (Pé na Jaca – 2006)
Foi uma grata surpresa ouvir essa música setentista do célebre álbum “Mel” de volta às paradas em pleno 2006, ainda mais pra embalar o romance da moderninha e temperamental Maria Bo e do descamisado Lance (Marcos Pasquim) da trama de Carlos Lombardi. A interpretação de Bethânia é sensualíssima descrevendo a sensação de “apaixonamento” e a canção mostrou que não envelheceu.

16) DEPOIS DE TER VOCÊ (Desejos de Mulher – 2002)
Nessa mesma linha apaixonada, Bethânia arrebata corações ao interpretar a bela canção de Adriana Calcanhotto, que serviu de trilha para o romance de Andrea Vargas (Regina Duarte) e Diogo (Herson Capri). Confesso que a novela de Euclydes Marinho não me empolgava muito, mas torcia para chegar as cenas de amor do casal só pra ouvir a canção.

15) PRIMAVERA (As Filhas da Mãe – 2001)
Acho essa canção uma das mais lindas de toda a MPB. A composição de Vinícius de Moraes e Carlinhos Lyra é poesia pura. E na voz de Bethânia, a canção atinge um patamar ainda mais poético e triste e embalou o amor maduro de Lulu de Luxemburgo e Artur Brandão (Fernanda Montenegro e Raul Cortez) na divertida trama de Sílvio de Abreu. A novela era anarquia pura e cada vez que o casal aparecia na voz de Bethânia era um respiro poético.

14) A MAIS BONITA (Rainha da Sucata – 1990)

Uma canção pouco conhecida de Chico Buarque e que não teve muita repercussão na época por conta da contagiante trilha sonora da novela, cheia de lambadas, músicas pop e até um revival da jovem guarda na voz de Wanderléia. Mas com o passar do tempo, aprendi a valorizar a canção, sensível, delicada e teatral que combinava muitíssimo bem com a vilã cheia de classe Laurinha Figueiroa, vivida magistralmente por Gloria Menezes na trama de Sílvio de Abreu. Prestem atenção na letra: é uma delícia!



13) FALA BAIXINHO (Mulher – 1998/1999)
Essa canção não era tema de nenhum personagem específico e fez parte, principalmente da primeira temporada da série, e sempre era o tema dramático de algum personagem a cada episódio. Não conhecia a bela canção de Pixinguinha e simplesmente adorei e como não faz parte da discografia da cantora, comprei o CD da trilha só por causa dela. Mais uma interpretação arrebatadora e marcante de Bethânia.

12) LUA BRANCA (Sangue do meu sangue – 1995)
Outra pérola de nosso cancioneiro que foi uma grata surpresa na voz de Bethânia, que gravou ao vivo a canção de Chiquinha Gonzaga em seu álbum de 1995. Infelizmente o SBT não lançou a trilha sonora da novela, que utilizou a canção como tema da bela Pola Renon, interpretada por Bia Seidl. A interpretação emocionante e intensa de Bethânia nessa música é de arrepiar e casava perfeitamente com o clima da novela.

11) CORAÇÃO ATEU (Gabriela – 1975)


Outra canção que não faz parte da discografia da cantora, pois foi gravada especialmente para a novela. Era tema de Sinhazinha e Dr. Osmundo (Maria Fernanda e João Paulo Adour). Confesso que, apesar de adorar a canção, não tenho lembranças dela na novela, já que nem era nascido, mas só de ouví-la nas chamadas do remake que estreia hoje, já a incluo na lista por antecedência, pois amei o fato de voltarem a utilizar a música na trilha.

10) O LADO QUENTE DO SER (Baila Comigo -1981)
Também foi tema da série “Retrato de Mulher” (1993), mas ficou marcada mesmo por fazer parte da trilha da novela de Manoel Carlos. Era o tema da batalhadora Lucia (Natalia do Vale) e seu romance com Quinzinho (Tony Ramos), mas pela letra que sugere que a personagem quis ser bailarina e pelo estilo mais sensual sempre achei que combinava mais com outra personagem, Joana (Betty Faria), a professora da academia da novela.

9) VOCÊ (Pátria Minha – 1994)
A belíssima composição de Roberto e Erasmo Carlos ganhou em emoção e intensidade na interpretação de Bethânia. A canção narra as saudades e a tristeza com o fim de um grande amor e embalou as desventuras amorosas de Alice e Rodrigo (Claudia Abreu e Fabio Assunção) na novela de Gilberto Braga. “Você” dava a dimensão exata do amor e da saudade que os casal sentia um pelo outro e também fez parte da trilha sonora do romance de muita gente.

8) PRECISO APRENDER A SER SÓ (Mulheres Apaixonadas – 2003)
Integrante do songbook de Marcos Valle, essa gravação na voz de Bethânia tem um dos arranjos mais bonitos que conheço e era o tema da protagonista da novela de Manoel Carlos, Helena, vivida por Christiane Torloni, que vivia uma crise em seu casamento com Téo (Tony Ramos), enquanto se envolvia com um amor do passado vivido por José Mayer. Helena refletia sobre a vida ao som dessa canção. Confesso que torcia para que Helena pensasse na vida caminhando pela sala, pois era quase certeza que a música tocaria.

7) VERDADES E MENTIRAS (Fera Radical – 1988)
Um belo arranjo e uma interpretação amorosa e apaixonada de Bethânia, que serviu para embalar o romance da fera radical Claudia (Malu Mader) com o peão Fernando, filho dos inimigos da moça. De nada adiantou os personagens da novela de Walther Negrão lutarem contra esse amor. Eles terminaram juntos e nós ouvimos essa canção muitas vezes durante a trama.

6) EXPLODE CORAÇÃO (Pai Heroi – 1979 e Explode Coração – 1995)
Na novela de Gloria Perez que leva o mesmo nome da música, ela quase não tocou, mesmo sendo o tema da protagonista Dara (Tereza Seiblitz). Apesar de eu lembrar muito mais da canção através da vitrola de casa, vale destacar que era o tema de um dos casais mais marcantes da história da teledramaturgia, André (Tony Ramos) e Carina (Elizabeth Savalla) da novela de Janete Clair. Essa é uma das novelas que tenho mais curiosidade e com esse tema romântico então...

5) TENHA CALMA (Tieta – 1989)


Essa toca fundo em minha memória afetiva: era o tema do amor proibido de Tieta (Betty Faria) e seu sobrinho seminarista Ricardo (Cassio Gabus Mendes). A canção de Djavan na voz de Bethânia carrega esse misto de paixão e angústia que permeava a relação da sensual cabrona com seu cabritinho. E só mesmo uma intérprete à altura de Bethânia para saber combinar sentimentos como paixão e desespero na medida certa. As cenas do casal eram pra lá de calientes e, mesmo a letra não tendo nada a ver com a trama, a canção combinava perfeitamente com o romance.

4) TÁ COMBINADO (Vale Tudo – 1988)
Essa pérola de Caetano que Bethânia interpreta de maneira doce e apaixonada, mas fingindo não estar nem aí, é uma das preferidas dos noveleiros de plantão, afinal embalou o romance de Raquel e Ivan (Regina Duarte e Antonio Fagundes) da aclamada novela, recentemente reprisada pelo Canal Viva. Tocava praticamente em todos os capítulos, fazendo a alegria dos twitteiros que assistiam à novela. Fez sucesso em 88 e voltou a agradar na reprise. Assim como a novela, um clássico!


3) FERA FERIDA (Fera Ferida – 1993)



Há canções que só passamos a sentir o vigor e a força quando ganha uma releitura e foi isso o que aconteceu com “Fera Ferida”, tamanha força, vigor e paixão que Bethânia emprestou à música, que caiu como uma luva para ser tema de abertura da novela do mesmo nome. Confesso que já me identifiquei várias vezes com a letra (quem nunca?) e não canso de cantá-la alto até hoje.

2) SÁBADO EM COPACABANA (Paraíso Tropical – 2007)


Um sobrevôo a uma bela paisagem verde por trás de uma montanha que aos poucos vai revelando a praia de Copacabana, cenário de “Paraíso Tropical”, novela de Gilberto Braga e Ricardo Linhares. Essa era a abertura: simples, sem efeitos especiais, já que a paisagem do Rio de Janeiro dispensa qualquer artifício e a majestosa voz de Bethânia, deslumbrada com Copacabana e todos os seus encantos. Uma de minhas aberturas favoritas que eu esperava ansiosamente todos os dias.  

1)           GRITO DE ALERTA (Água Viva – 1980)
O primeiro lugar não podia ser outro, já que esse tema uniu minhas duas estrelas favoritas: Maria Bethânia e Betty Faria, que vivia a protagonista Lígia, da novela de Gilberto Braga e tinha a canção como seu tema. Além disso, a própria Bethânia fez uma participação especial na novela como ela mesma cantando a música durante um show. Nesse momento, Lígia vê seu ex-marido Heitor (Carlos Eduardo Dolabella) nos braços da amiga Selma (Tamara Taxman), que vai culminar na famosa cena da surra no banheiro. Mas antes temos essa deliciosa cena em que Lígia curte sua fossa ao som de Bethânia, ao vivo e a cores. Uma pérola!


Melão deseja à rainha Maria Bethânia um feliz aniversário e pergunta aos seus leitores: quais são seus temas de novelas favoritos na voz da cantora?


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