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quinta-feira, 20 de maio de 2010

Blogueiro convidado: Ivan Gomes fala de "Guerra dos Sexos"


 Mais um queridão no melão. E esse é especialíssimo. Dono de um conhecimento raro sobre novelas que ele nem sempre faz questão de exibir, bem como sua capacidade crítica em falar delas com inteligência e estilo. Esse é Ivan Gomes, telemaníaco apaixonado que deixa transcender toda sua paixão naquilo que escreve. E o foco de sua escrita não poderia ser mais especial: a inesquecível “Guerra dos Sexos”, marco indiscutível da teledramaturgia brasileira, que conseguiu unir popularidade e ousadia. Uma das novelas mais cultuadas de todos os tempos e que, segundo seu autor, o genial Silvio de Abreu, promete voltar em 2012. Só nos resta ficar na torcida. Enquanto isso, vamos apreciar e telembrar, através do ótimo texto de Ivan, esse grande sucesso de 1983, coincidentemente publicado no dia do aniversário de uma das estrelas da novela, Lucélia Santos! Então, fica também como singelo presente do melão para a atriz. Vamos ao texto:

Série Memória Afetiva: Guerra dos Sexos

Por Ivan Gomes


Acabei de rever essa novela, uma versão editada de Portugal, que meu irmãozinho Vitor emprestou para mim.
Foram meses deliciosos , relembrando essa comédia que tive o privilégio de acompanhar na exibição original em 83 e na reprise de 89. Gostaria de dividir minhas impressões com vocês: Acredito que hoje a comédia de Guerra dos Sexos foi tão reutilizada, tanto pro bem qto pro mal, que para o pessoal mais novo a novela não teria nada demais. Mas em 83 foi um choque! Substituiu a convencional, mas deliciosa Final Feliz, da craque Ivani Ribeiro, e de repente a tela era invadida por um bando de malucos deliciosos.

Criança, eu não tinha noção da importância de uma Fernanda Montenegro e de um Paulo Autran, mas achava bacana na abertura o “e pela primeira vez juntos’’ que antecedia os nomes deles, me despertando a atenção para o trabalho desses maravilhosos artistas. Esses dois estavam muito bem acompanhados por um elencaço e é deles que eu queria comentar: Glória Menezes era minha heroína, talvez uma das personagens que mais gosto até hoje. Torcia muito pela sua Roberta Leone, sofria e ria junto com ela. Roberta tinha um amor, uma generosidade, uma alegria de viver que me encantavam, seu amor verdadeiro, honesto e sincero pelo Nando (Mario Gomes) me comovia e talvez o meu lado romantico tenha surgido da identificação com os sentimentos da Roberta, minha personagem favorita da trama. Tarcisão também esteve muito bem num tipo infantilóide que todos aqui na minha casa adoravam! Amava quando o chamavam de “pipinho”. Foi o primeiro trabalho desse ícone que acompanhei de fato!

 Lucélia Santos interpretava Carolina, uma vilã em que ela pode mostrar todo seu potencial, principalmente quando ela vai deixando a vilania por seu amor por Felipe (Tarcisio Meira). Muitas cenas dela me impressionaram muito. Não era uma vilã gratuita, mas que, de certa forma, debochava um pouco desse tipo de personagem, hoje tão idolatrado. Lucélia tem uma força, uma entrega ao personagem indiscutível, e mostrou muito mais de seu talento ainda na mudança de comportamento da personagem. Quando Carolina muda de atitude e se arrepende dos seus atos, ficou crível, não ficou forçado.

Fernanda e Paulo sem comentários, eu torcia mais pra Charlô, achava-a genial, amiga, inteligente e muito, muito engraçada! Na época acabei vendo o Otavio do Paulo, como uma espécie de vilão. Nas cenas finais quando Otavio revela toda sua solidão entendi o porquê de tantas malandragens contra a Charlô: era um amor encubado que ele não acreditava que fosse se realizar, ao ver a amada casando-se tantas vezes com outros homens.

O casal Tarcísio e Glória entre Maitê Proença

Cristina Pereira e sua Frô eram demais, talvez a personagem que mais me fez rir na novela, com sua auto-estima lá em cima e sua cara de pau! Maitê Proença e Maria Zilda lindas e divertidas também, destacando a Zilda com uma personagem ousada pra época, mais liberal, livre. Acredito que muitas mulheres tenham se sentido ‘’defendidas’’ por essa personagem (Vânia), tirando a mulher da condição de capacho sexual , presa a convenções matrimoniais e podendo viver a vida (eheheheheh) como bem entendessem. A Juliana de Maitê era o grande toque romântico da novela, única personagem que carregou consigo um tema musical marcante: "ANJO", do grupo Roupa Nova. Doce, medrosa num amor proibido no inicio, acabou revelando-se uma mulher que evita se envolver com seu amor por puro preconceito, sem conseguir aceitá-lo como é (daí meu favoritismo pro casal Nando e Roberta) tornando-se mais tarde uma mulher insegura e ciumenta, o q acaba custando seu grande amor.Um outro grande destaque pra mim e um ator bastante discutido foi Mario Gomes, com um Nando perfeito, acredito até que um ator bom, com mais recursos, não teria feito tão bem. Nando tinha uma humanidade que eu achei genial, integridade, valores, e uma característica que me chamou a atenção agora que revi a trama: ele não olhava no interlocutor quando precisava ‘’se abrir’’, falar dos seus sentimentos, apenas algumas vezes. Isso mostra uma interpretação pensada para o personagem, criando um tipo, estudando o papel. Parabéns para ele!



Não dá pra falar de todos porque senão esse texto não termina nunca! Mas deixei pro final a maravilhosa Yara Amaral, uma das maiores perdas das nossas artes. Que atriz é essa, meu Deus! Faz comédia e drama como ninguém, que dona Nieta real, humana, divertida, contraditória! Fez um casal maravilhoso com o grande Ari Fontoura (o tímido Dinorah). Saudades eternas!

Pra encerrar, falo um pouco do texto de Silvio de Abreu que escreveu uma historia onde assumiu a comédia rasgada sem deixar  de lado uma certa sofisticação, em meio a tortas voando, perseguições de diamante e calores sexuais muitas referências sutis a filmes e músicas. Silvio uniu o pastelão a um humor mais fino, principalmente em alguns momentos de Charlô e Otávio, agradando ao povão e a quem tem uma certa cultura geral! Valeu mesmo! Também é importante destacar que todos os personagens, mesmo estando em uma comédia, tinham alma, nada era gratuito. É só vê-los com mais atenção que a gente se reconhecia, percebia atitudes e sentimentos parecidos com os nossos, entendia as razões os motivos de seus atos e, ainda por cima, se divertia muito!!! Uma pena que os textos estão se empobrecendo e humor hoje em telenovela anda beirando a debilidade mental e, de certa forma, contribuindo pra manter o gosto popular (que deveria ser mais estimulado) no mesmo patamar pouco exigente!


Valeu, Silvio de Abreu, Jorge Fernando, Guel Arraes, TV Globo e toda turma que criou esse clássico da TV!



Mansão de Otávio e Charlô. A trama se passava em Sampa, mas a casa fica em Petrópolis - RJ

FIM

domingo, 15 de novembro de 2009

Petrópolis: Pré-Projac da Rede Globo!




Sempre gostei de novelas. E, para minha sorte, desde pequeno, volta e meia via na telinha algumas casas e lugares de minha terra, Petrópolis, aparecendo nas novelas sempre servindo de cenário para alguma outra cidade. A única novela que me lembro de ter sido ambientada em Petrópolis mesmo foi “Anjo de mim”, de Walther Negrão. Tive a oportunidade de assistir a algumas gravações, dentre as quais, Andréa Beltrão e Jorge Dória gravando cenas de “Vira Lata” em frente ao prédio da Câmara Municipal e Leonardo Vieira e Patrícia França gravando “Sonho meu” na frente da mansão da família. Que Curitiba que nada! A casa da Família Candeias de Sá ficava em Petrópolis.

Depois da construção do Projac, os cenários de Petrópolis passaram a ser menos utilizados, mas vira e mexe o “plim-plim” volta a bater ponto por lá!

Abaixo, algumas fotos de algumas locações de minha querida cidade com o logo das novelas das quais fizeram parte (logotipos inseridos nas fotos por meu querido amigo Duh Secco):


"Guerra dos Sexos", de 1983. Essa é especial. Todo mundo achava que o casarão onde acontecia os deliciosos arranca-rabos de Bimbo e Cumbuca (Fernanda Montenegro e Paulo Autran) se localizasse na própria Paulicéia Desvairada, cenário dessa inesquecível novela. Mas que nada... a casa se localiza bem no centro da Cidade Imperial....


O belíssimo Palácio de Cristal, presente do Conde D'eu à esposa Princesa Isabel, foi palco do Baile de Máscaras da virada do século dessa bela novela e onde Adriano (Lauro Corona) desejou a Rosália (Glória Pires) um feliz 1900, 1901, 1902, 1903...



Essa bela casa, localizada na Av. Koeler foi a casa da personagem Rosália (Glória Pires).


A conhecida "Mansão dos Sete Erros" também foi cenário de "Direito de amar" (1987). Era a casa do perverso Barão de Mont Serrat (Carlos Vereza). Mas é mais lembrada por essas duas novelas: a inocente "Era uma vez" (1998) e a sombria e romântica "Esplendor"(2000).



Essa é uma campeã de audiência. Já serviu como mansão do poderoso Raul Pelegrini (Tarcísio Meira) em "Pátria Minha" (1994), de Gilberto Braga, mansão dos Candeias de Sá em "Sonho Meu" (1993), de Marcílio Moraes e mais recentemente a mansão dos Matarazzo em "Maysa" (2009).


Na verdade, essa casa tem duas frentes. É a mesma casa da foto anterior, só que vista pelo outro lado. A Globo, que não é boba nem nada, aproveitou essa "versatilidade" e utilizou essa fachada na minissérie "Decadência" (1995), de Dias Gomes.

Por fim, a romântica "Anjo de mim" (1996), novela que foi ambientada, de fato em Petrópólis. E teve cenas em vários pontos da cidade como a Catedral, Museu Imperial e Câmara Municipal. Esta era a casa da personagem Joana (Helena Ranaldi).

Enfim, por seus belos casarões, sua beleza e sua proximidade do Rio, Petrópolis pode ser considerada uma extensão do Projac e dá bastante veracidade às tramas. Espero ver minha querida cidade muitas e muitas outras vezes em novas novelas. Os "modelos" das fotos são: Carlos Carvalho, Ivan Gomes e eu! rs...
Palácio Quitandinha: em seu interior foram gravadas as apresentações musicais de "Maysa".

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