quarta-feira, 26 de outubro de 2011

Uma pitada de eternidade

Especial "O astro" - última semana




Vitor de Oliveira

Nem preciso dizer o quão maravilhosa foi minha experiência como colaborador de “O astro”. A começar pelo “dream team” de roteiristas: Tide e Geraldo, dois grandes mestres, não só na arte das palavras, como também em generosidade, gentileza e profissionalismo; além de meu querido Tatá, que foi meu colega de oficina, com quem tenho grande afinidade. Quando todos falam a mesma língua e estão imbuídos em fazer um trabalho sério, não tem como não dar certo. Soma-se a isso o fato de estarmos recontando um verdadeiro clássico de Janete Clair, mestra de todos nós e elenco e equipe irrepreensíveis, o resultado só poderia ser positivo.

No início, claro que bateu aquele nervoso, tamanha a responsabilidade do trabalho, mas à medida que o trabalho foi fluindo, pude me soltar e me encontrar totalmente. Os autores, muito generosos, estão sempre abertos a sugestões e nos davam liberdade para criarmos dentro da cena. Trabalhar assim é um prazer constante. Mas devo admitir que senti minha primeira cena como um grande teste, um rito de passagem, que poderia significar, tanto minha morte quanto minha eternidade. 

A cena: Herculano e Amanda trocavam juras de amor na praia. A única indicação que me veio foi a seguinte: “Amanda e Herculano falam de eternidade”. Procurei escrever a cena pensando nos personagens, me colocando em seus sapatos. Herculano, sempre solene, romântico, querendo impressionar e Amanda, por sua vez, mais descontraída, tentando disfarçar seu encantamento com uma pitada de ironia. Aquela situação não deixava de ser uma batalha de amor. Imaginei Herculano repetindo aquele famoso verso de Vinícius de Moraes “que seja infinito enquanto dure”, mas de forma um pouco diferente, para dar a entender que a citação era sua e Amanda, esperta e culta, logo retruca em tom de brincadeira, mas sempre carinhosa: “isso é lindo, mas eu já ouvi isso antes. O poetinha chegou na sua frente”. Depois de rirem muito, Herculano retoma a expressão séria e responde: “É muito mais que isso. Se eu fosse poeta, sabe o que eu diria? Que o nosso encontro já estava marcado. Além desse mundo. E não importa o que aconteça daqui pra frente. Ninguém vai tirar isso de nós. Nunca mais”. Nocaute. Herculano desarma Amanda, que se entrega totalmente à paixão.

Ao assistir à cena, fiquei extremamente emocionado, não só pela forma belíssima como foi realizada, direção excelente e atuações perfeitas, mas por ser a primeira vez que palavras escritas por mim eram repetidas em uma produção televisiva. Minha primeira cena poderia ter sido absolutamente trivial, mas foi bela, intensa e romântica. Esse foi o primeiro de muitos presentes que ganhei de Tide e Geraldo no decorrer da novela. Agora é tempo de comemorar! Foi uma jornada intensa, mas sempre feliz. Com gostinho de eternidade. 

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O MELÃO CIRCULANDO POR AÍ... EDIÇÃO ESPECIAL "O ASTRO - ÚLTIMA SEMANA"

Nessa reta final, o melão andou dando o ar de sua graça em blogues parceiros, por isso convido a todos a ler também:

- Entrevista minha e de Alcides Nogueira para Isaac Abda, do blog "Posso Contar Contigo?":

- "Tá curtindo, Dona Clô?" - artigo meu relatando um pouco de minha experiência como colaborador de "O astro" publicado no blog "O cabide Fala", de Fábio Dias:


Quem matou Salomão Hayalla?

Ainda dá tempo de dar o seu palpite!

Agradecimento especial ao meu amigo DOUGLAS pelo lindo banner comemorativo de "O astro". Douglas utilizou o lindo logo criado pelo Felipe e inseriu as figuras de Herculano e Ferragus. Com amigos tão talentosos assim, o melão vai muito bem! Até mais!



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9 comentários:

O Midiático disse...

Feliz demais com a sua vitória, Vitor!!! Várias vezes fiquei emocionado ao lembrar que tinha um um amigo escrevendo aqueles ótimos diálogos e ainda por cima sob a batuta do nosso mestre e fado padrinho, Tide.
Tenho certeza absoluta que O Astro é apenas o começo de um futuro super promissor!!! Que venham outros trabalhos. Logo!!!
O futuro já começou, bebê...

Evana R. disse...

Vitor, eu só tenho mesmo a te dar os parabéns por ter chegado onde chegou e ter participado de um trabalho tão brilhante. Que venham muitos outros!
Beijos :)**

Marcelo disse...

Caro Vitor, acho que nunca é demais parabenizarmos um amigo (mesmo que sei lá por quantas vezes... rs) por uma conquista tão bela como essa, né?
E muito interessante saber como foi todo o processo criação e o que passou pela sua cabeça para compor a citada (belíssima) cena de Amanda e Herculano.

Enfim... Meus parabéns! E que esses seus "primeiros passos" sejam apenas uma pequena mostra do que será bela jornada que terá pela frente.

Lafa disse...

Gostei imensamente da maneira como expressou sua emoção, Vitor, irmanada a um sentimento meio sofrido - o da responsabilidade.
Mas se saiu com o brilho que se poderia esperar de você, tendo a força dos novos autores e a precisão do elenco para torná-lo mais seguro. Meus parabéns, amigo!

Eddy Fernandes disse...

Tô muito feliz com a tua conquista, Vitor! Tenho certeza que o Astro será a primeira de muitas novelas! Parabéns!

Ivan disse...

delicia!! essa novela ja é uma das minhas novelas do coração!

Isaac Santos disse...

A torcida por você é enorme, mas tenho certeza, não fosse pelo seu talento, vocação, nem mesmo os amigos estariam mandando vibrações positivas... sucesso e mais sucesso, sempre com temperança e sensatez. Abração, querido!!!

RÔ_drigo disse...

+Um aqui orgulhoso e contente por vc querido;]]
E que a Eternidade o consagre o que vc já é um Dramaturgo!!

Pensamento e Vida disse...

Feliz por fazer parte deste seu momento aqui, meu amigo, um
super abraço bem forte, tenha
muito sucesso, :)

Douglas.

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