Esta semana, o "Eu prefiro melão" abre espaço para o texto do blogueiro Carlos Fernando Barros, dono do ótimo "Registros do Cotidiano". Além deste texto sobre "Caminho das Índias", há outros textos sobre os mais variados assuntos. Carlos me deu a honra de permitir a publicação de seu texto neste humilde espaço. Espero que gostem. Segue abaixo:
Eles são sem nunca terem sido: protagonistas
Carlos Fernando Barros de Carvalho
Ago/2009
Carlos Fernando Barros de Carvalho
Ago/2009
A novela “Caminho das Índias” é um sucesso . Sei disso quando vejo as pessoas comentando sobre a novela, indo para casa rápido para não perder um capítulo e repetindo no dia-a-dia os bordões: Are baba, arrastar o sári no mercado, acender as lamparinas do seu juízo, etc. Não é um sucesso grandioso, desses que marcam uma época e se destaca, mas agrada e diverte. Eu gosto. No entanto nela acontece um fato que acho não foi previsto. Não existem protagonistas ou eles são tão apagadinhos que dá pena.
A história de Maya e Bahuan, os protagonistas Juliana Paes e Marcio Garcia, é muito sem graça e praticamente não existe. São personagens fracos, covardes, que não enfrentaram as adversidades que a vida lhes impõe e vivem a sombra do que acontece com os outros personagens. Existem tramas ótimas como a saga do Raul Cadore (Alexandre Borges) e família, que por si só já daria uma boa novela e a divertida Norminha (Dira Paes). O núcleo indiano é interessante, mas está se tornando repetitivo. No mais, o núcleo da lapa, o núcleo da clinica de doentes mentais, núcleo da massagista indiana e não existe muito mais. E os protagonistas? Bahuan só aparece de vez e quando e não tem uma história própria. Realmente o casal de atores, Juliana Paes e Márcio Garcia, não se acertou. Com Maya não acontece absolutamente nada. Capítulo a capítulo é sempre a mesma coisa e a história se arrasta. Surya (Cléo Pires), sempre invejosa sabendo do filho bastardo, criando confusão dá um certo alento, mas não segura o tranco como antagonista. Viva Ravi (Caio Blat), o filho mais novo de Opash (Tony Ramos), que pelo menos teve mais coragem que o irmão do meio, marido da Maya e assumiu o amor por Camila (Ísis Valverde) e enfrentou a família. No mais é a boa mão da Gloria Perez que como todos os autores, faz sempre a mesma novela (lembram do “O Clone”), trocando nomes e situações, mas a mesma novela. A diferença é que alguns, com mais competência conseguem fazer uma história mais interessante e que agrada mais ao público. Gloria Perez dessa vez não está sendo muito feliz.
Bem, “Caminho das Índias” se aproxima do final que é bem previsível. Vai ficar registrada como mais uma novela, sem grandes arroubos. O que vai marcar mesmo é que é uma novela com boas tramas paralelas que seguram a trama principal até o final. Quanto a Maya e Bahuan, foram o que nunca conseguiram ser: protagonistas.
Confira!
5 comentários:
Também acho que a trama da família cadore é a mais interessante da novela. Na minha humilde opinião, essa é a trama central da novela. O trio Sílvia-Raul-Yvonne é o verdadeiro trio protagonista. Aí está a influência janetiana na trama da Glória.
Isso é muito Janete Clair. Imaginem: um homem cansado de tudo e de todos, decide simular sua própria morte e fugir, levando o dinheito da empresa, com a ajuda de amante maquiavélica, deixando a família na miséria a mercê do irmão rival. Isso era perfeitamente cabível numa novela de Janete.
E com Francisco Cuoco de Raul, Regina Duarte de Sílvia e Dina Sfat de Yvonne. Viajei? rs...
Enquanto isso, lá na Índia, nada acontece na vida de Maya há duas semanas do final da novela ainda continua dando paneladas em Surya. Maya e Bahuan não têm porte, nem atitude de protagonistas. A Ìndia foi apenas um enfeite pitoresco na novela.
Concordo em tudo com o seu comentário. Aproveito também para agradecer a sua generosidade em publicar esse post, que no fundo, no fundo é nosso. Obrigado.
olha não assisto a novela pq desde as chamadas nada me interessava. mas adorei o texto do Carlos, e pelo pouco q sei é isso mesmo uma novela sem protagonistas cativantes.
Concordo em quase tudo mesmo...no núcleo indiano, eu deixo a tv no mute rsssss po´rem há de se ressaltar que o houve um casal principal graças ao carisma do Rodrigo Lombardi e uma intepretação eficaz de Juliana Paes, tá certo que ela não ofi muito agente do seu destino( pra não dizer senhora rsss) mas as cenas de envolvimento dos dois foram bem legais e trouxe à baila de novo a tal da química entre os atores.....agora, o Marcio Garcia, are baba....muito bom, o texto...
"Caminho das Índias" ficou até agosto registrando médias semanais em torno dos 39 pontos de audiência. Só passou a dar 50 agora que finalmente as tramas envolvendo Raul Cadore e Yvone estão se desencadeando.
Concordo plenamente com o texto: a força motriz que impulsiona o telespectador a ficar atento para o que vai acontecer na novela está centralizada na saga do Raul Cadore. Eu não estou nem aí pro que vai acontecer com a Maya. Pra mim, tanto faz se ela terminar com o Raj ou o Bahuan.
O Raj até que foi bem interpretado por Rodrigo Lombardi, mas detestei a ideia da autora separá-lo de Duda. Os dois formavam um bonito casal. Mas, felizmente, a química da Duda e do médico interpretado por Murilo Rosa deu certo também.
Sobre o Bahuan, acho que o grande culpado pelo fracasso do personagem foi mesmo o Marcio Garcia. Ficou visível a falta de entrega ao personagem, a falta de empenho do ator. Ele não se esforçou nem um pouco para passar um mínimo que fosse de verdade aos dramas de um 'dalit'. Até o menino que fez o filho da Puja (Jandira Martini) brilhou mais do que o Marcio.
E o Rodrigo Lombardi, pra mim, foi o grande protagonista dessa novela ao lado da Juliana Paes. Ele brilhou muito mais do que o Marcio sem ter nenhum estereótipo de galã. Vejam bem: ele não é alto, ele não é bonito, mas tem carisma e é um excelente ATOR! Não é à toa que vai fazer um dos papéis principais da próxima novela do Silvio de Abreu, em 2010.
Postar um comentário