MÊS DE ESTREIAS:
- Sim, o ano “global” começa em abril. Dentre as inúmeras estréias e reestréias da TV Globo, destaco as séries “Separação” e “A vida alheia”. Esta última trouxe um autor Miguel Falabella diferente de suas demais obras televisivas. Longe da estética kitsch e do humor escrachado, a série aborda o cotidiano de uma revista de celebridades e tudo é abordado de maneira irônica, crítica, sarcástica. Há humor, mas não aquele humor fácil tão presente na programação atual. Claudia Jimenez chegou prometendo um grande papel, mas todo o elenco esteve muito bem. Ótima atração, que preza pelo espectador com mais de dois neurônios.
Thiago Prado Neri / TV Globo / Divulgação
- Já “Separação” apresenta um tipo de humor bem parecido com "Os normais" (comparação inevitável com o mega-sucesso da dupla Young/Machado), mas os personagens parecem ter mais consistência. Enquanto "Os normais", embora fosse ótimo, ficava só no terreno do humor e na busca por piadas (inteligentes ou físicas), "Separação" parece que vai mais fundo. Enquanto em “Os normais”, os protagonistas funcionavam como uma metonímia de vários casais e, por isso mesmo, com características muito comuns a todos, “Separação” parece lançar um olhar mais apurado e particular àquele universo do casal em crise. Tem um pezinho no drama e as piadas fazem mais sentido dentro da história. Debora Bloch está super à vontade, Brichta, muito bem, tem a chance de mostrar o ótimo ator qeue é, sem aquele ar abestalhado de trabalhos anteriores. Além de ótimos coadjuvantes. Sucesso!
TV Globo / Divulgação
- Também estreou “Escrito nas estrelas”, de Elisabeth Jhin, nova novela das seis. Produção muitíssimo bem cuidada, com ótimas sequências de ação, equilibrando as cenas e apresentando muito bem os personagens, fugindo ao máximo do inevitável didatismo. A novela parece vir com força e com tudo pra conquistar o espectador médio e frustrar os mais exigentes. Texto simples, personagens idem. Trama folhetinesca, mas totalmente adequada a atualidade, mesclando o romance tradicional com temas modernos e atuais. Já de cara destaco o trabalho de Natália Dill (foto), ótima em cena, super diferente de seus dois papéis anteriores e se consolidando com uma das melhores promessas da nova geração. Sua heroína Viviane dominou a cena e a atriz soube equilibrar vigor e graça na medida certa. Jayme Matarazzo também deu verdade ao personagem, sobretudo com o olhar. De cara, já deu vontade de torcer pelo casal. Os coadjuvantes que apareceram também estiveram muito bem. Enfim, uma receita de bolo que parece que vai funcionar.
- Ainda no quesito “estreias”, parabenizo a Leda Nagle e toda a equipe do "Sem Censura", da TV Brasil, pela estréia da nova temporada. Na verdade, a atração parece ter dado um “up” em sua qualidade técnica e tem um novo e bonito cenário. O formato do programa continua o mesmo. Graças a Deus! Se “interatividade” parece ser a ordem permanente do dia, o “Sem Censura” já faz isso há quase duas décadas com a mesma competência. Só é uma pena que o programa tenha perdido meia hora de sua duração diária, mas o importante é que ele permanece com fôlego para muitos e muitos anos.
ENQUANTO ISSO, NA TV DA MINHA CASA
Faz o maior sucesso a reprise de “Ti Ti Ti”, que ganhei de meu grande amigo Ronaly. Estou revendo a novela que me conquistou em 1985 quando tinha apenas 8 anos, e comprovando a impressão que tive na época. Excelente. Há uma teoria de que elegemos como favoritas as novelas vistas na infância por ainda não possuirmos muito senso crítico, o que torna tudo mais romântico e idealizado. Mas, sinceramente, “Ti Ti Ti”, a exemplo de “Tieta”, está me provando o contrário. O embate entre os eternos inimigos Ari/Victor Valentin e André/ Jacques Leclair continua delicioso. Atmosfera chique, texto primoroso de Cassiano Gabus Mendes (quantas tiradas ótimas sem o menor resquício de apelação), ótimos atores em cena e personagens que vão além do arquétipo. Saudades do tempo em que os personagens cômicos de novela não pareciam imbecis. E que elenco: Reginaldo Faria, Luiz Gustavo (em estado de graça), Marieta Severo, Malu Mader, Cassio Gabus Mendes, Aracy Balabanian, enfim... fantáticos. Saudades de Paulo Castelli e Miriam Rios, sempre com uma ótima química. Tania Alves, maravilhosa e, sobretudo, muitas saudades de Sandra Brea. Belíssima e talentosa! Assisto a um capítulo e não consigo me conter. Quero logo assistir ao seguinte. Como faz falta um bom gancho em novelas..
Enfim, estou esquentando os tamborins para o aguardadíssimo remake de Maria Adelaide Amaral sem nenhuma ilusão de que será uma cópia fiel do original. E seria um erro se assim o fosse. Maria Adelaide já provou em “Anjo mau” que entende como poucos o universo de Cassiano e sabe atualizar uma trama sem que ela perca sua essência. Promete!
Também ganhei de meu amigo Ivan Gomes ótimos compactos de “O sexo dos anjos” e “Final feliz”, da maravilhosa Ivani Ribeiro. Também me deliciando, mas deixo pra falar sobre elas em outra edição.
DOIS PESOS E DUAS MEDIDAS
Que a programação da TV aberta aos domingos é um horror, isso todo mundo já sabe. Uma enxurrada de programas de auditório apelativos, com atrações de baixíssimo nível e qualidade mais do que duvidosa. Tudo é nivelado por baixo. Tenho pena de quem não tem TV por assinatura ou algo melhor para se fazer na rua. Enfim, mas o que me surpreendeu foi que, dia desses, durante uma infeliz zapeada, me surpreendi com mulheres sensualíssimas ensinando e praticando “pole dance” no inicio da tarde no programa de Ana Hickmann. Até aí, nada demais. Mas há dois anos atrás, não foi exatamente a tal dança que causou a maior polêmica com a personagem de Flávia Alessandra em “Duas Caras” chegando, inclusive, a ser proibida na novela? Sou radicalmente contra a qualquer tipo de proibição, mas gostaria de entender essa lógica. Em plena tarde de domingo com programas de classificação livre pode e numa novela das nove não pode? Como assim? Se não for perseguição às novelas, não sei o que pode ser...
NOVO GUIA DE NOVELAS:
Por fim, fica uma dica para quem gosta do gênero. O livro “Guia Ilustrado TV Globo – Novelas e minisséries”, lançado pela Zahar, que faz parte do projeto Memória Globo em comemoração pelos 45 anos da emissora. Para noveleiros inveterados, nenhuma novidade. A bíblia da teledramaturgia e guia de consulta obrigatório continua sendo o site do Nilson Xavier (http://www.teledramaturgia.com.br/). Mas o livro não deixa de ser uma boa pedida para se ter em casa e sempre à mão, pois traz o resumo de TODAS as novelas e minisséries produzidas pela emissora até hoje, bem como mais de 600 fotos. Precisamos de mais e mais livros sobre o gênero que mais faz sucesso no país há quase 50 anos e faz parte da nossa cultura assim como Hollywood faz parte da cultura do povo norte-americano. Enfim, a novela parece começar a ser valorizada. Que venham outras publicações.
Abração a todos e até mais!!!
7 comentários:
Rapidinhas de qualidade! Não só as postagens, mas os programas homenageados.
Pensei que as considerações fossem sobre nova versão e não sobre o original de Ti Ti Ti! Sempre bom saber que tem gente revendo ou vendo pela primeira vez e gostando na novela. Eu revi alguns capítulos e também pude comprovar que minhas boas lembranças não se restringem apenas ao inevitável saudosismo. A novela foi boa mesmo.
Calma Vitor! Suas rapidinhas do "Melão express" são realmente muito boas e dão "panos pra manga". Delícia!!!
O ano começou com força e temos novidades bem interessantes. Você abordou muito bem. Gostaria apenas de incluir, o que na minha opinião será um filão. Adorei "História de Ester". É um pouco tosco sim, as técnicas utilizadas tem que melhorar muito, mas com novas produções e com o relançamento no final da tarde, sei não ...... Cuidado Globo com o seu horrível "Malhação". Outras histórias virão.
Ponto sobre a observação da programação de Domingo. Ano após ano é a mesma M....a. Faustão, Eliana, etc. Terrível. Outro dia me surpreendi com a Ana Hickmann apelando feio no programa dela. Não sabia que ela era tão baixa ou o tem que se fazer para pagar suas contas.....rsrsrsrsrs
Nas rapidinhas, o Vitor falou uma coisa importante em relação ao gostar de uma novela que foi vista na infância possívelmente pelo fato de ter marcado alguma fase da vida e que hoje talvez a novela não teria o mesmo impacto e tal.
Eu pude ver Vereda Tropical e Guerra dos Sexos e fiquei maravilhado com a qualidade do texto e das novelas que ainda continuam atemporais. E estranhei muito quando da lista Memoria da TV falou que viu Guerra depois de muito tempo e morreu de sono. Eu, pelo contrário, fiquei ligado e me diverti muito.
Agora resta a dúvida: ver TiTiTi ou Que Rei Sou Eu? rs
Dura escolha! kkkk
Não vi Separação. Esqueci completamente. Fiquei curioso. Não era o maior fã de Normais, mas admito o qualidade que o programa tinha. Vida Alheia soou interessante, no pouco que vi.
EnE... Verei hoje. Mas achei que o artigo foi muito precoce! Só houve o primeiro capítulo. Portanto, espero novos comentários a respeito da novela passada a primeira ou a segunda semana! :)
Rapidinhas saborosas que esse melão nos da né??=)
Só pra focar numa das notonas, eu quero o novo guiaaaaaaaaaaaa,rs.
VC Consegui em poucas palavras dar um Tour pela TV e suas críticas foram perfeitas.
1-SEM CENSURA,NOTA MIL!Renovou o visul e manteve o fantástico formato,super bem conduzido p/ Leda Nagle.
2-TV Globo ABERTA:DECADÊNCIA TOTAL.Subestima os telespectadores,se esquecendo q quem tem TV p/assinatura tem centenas de opções q não a Globo.
A continuar assim,vai perder muita audiência na ABERTA e ficar apenas c/o pingado mensal das assinaturas.É esse o objetivo da Globo? Não creio.
É uma pena ver profissionais de primeiríssima tão sub utilizados o público da aberta visto como bobos,q assitem o q a Globo exibir. Não é assim q a banda toca não GLOBO.
Lamentável ver a maior e melhor emisora do pais,decaindo a cada dia. Será Incompetência, displicência ou interesse pessoal de algum chefão? Não sei.
Alguém sabe?
Que ódio pela Globo. kkkk E olha que ela é a melhor da TV aberta, imagina as outras?
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