Ø TI TI TI
Disparada a melhor novela do ano. Maria Adelaide Amaral e equipe estão de parabéns por trazer ao horário das sete um novo fôlego que há tempos não se via. A autora optou por não escrever uma versão literal do megassucesso de 1985. Foi esperta ao mesclar algumas tramas de “Plumas e Paetês” e, com isso, acrescentar elementos de folhetim que faltava à versão oitentista de “Ti Ti Ti”. O resultado é uma trama altamente original, movimentada, divertida e cheia de personalidade, mas que mantém o clima das melhores novelas do Mestre Cassiano Gabus Mendes. “Ti Ti Ti” faz uma grande e comovente homenagem à teledramaturgia brasileira, ao citar e revisitar personagens, não só das tramas de Cassiano, como de outras novelas de sucesso como “Fera Radical” e “O clone”. A direção sempre solar e colorida de Jorge Fernando casa perfeitamente com o texto sempre esperto. Elenco, direção de arte, figurino, enfim, tudo em sintonia. O que mais surpreende em “Ti-Ti-Ti” é a novela está longe de ser escrita no piloto automático. Mostra fôlego para surpreender e divertir a cada capítulo, nos brindando com um humor popular e refinado ao mesmo tempo, já que as citações não se limitam apenas às novelas, mas também ao cinema e à cultura pop em geral, e quem não as absorve, se diverte do mesmo jeito. Ousadia na medida certa. Sem dúvida, o maior acerto do ano!
Ø CLAUDIA RAIA
Como disse meu amigo Eduardo Vieira, Jackeline é o “Mario Fofoca” da novela. Um verdadeiro show a cada capítulo. Claudia Raia está perfeita, caricata no bom sentido, mas também extremamente humana. Jackeline pode parecer uma doida de pedra, mas também sofre, chora, se emociona como qualquer um de nós. Impossível não torcer por ela. La Raia, assim como no drama de “A favorita”, arrasa nessa novela também, com uma interpretação visceral, sem medo de cair no ridículo e no exagero. E o texto de Jackeline? Foram tantas tiradas geniais e a atriz consegue aproveitar cada uma delas. Sua fase como Irmã Desgosto, no melhor estilo “Maus hábitos” de Almodóvar, está simplesmente genial e hilariante. Dentre os tantos motivos para se assistir à novela, Claudia Raia, sem dúvida, é o maior deles. Disparada a melhor atriz do ano!
Ø ANDRÉ ARTECHE
Quando assisti ao ótimo filme “Houve uma vez dois verões”, de Jorge Furtado, conheci a interpretação de André Arteche e percebi que se tratava de um ator diferente, de uma sensibilidade especial. Seus papéis na TV, por menores que fossem, foram confirmando minha impressão. Agora em “Ti Ti Ti”, na pele de Julinho, André está excelente, arrebatador e arrebatado pela ótima abordagem de Maria Adelaide Amaral sobre um relacionamento gay. O romance de Julinho e Osmar (Gustavo Leão) durou pouquíssimos capítulos, mas fez tanto sucesso que o casal é forte candidato a melhor do ano. Tudo ali funcionou: a química dos atores, o texto delicado, a canção-tema “True Colors”... E a trama continua viva até hoje. André continua fazendo uma ótima dobradinha com a sempre competente Giulia Gam. A relação maternal de Bruna com Julinho é comovente e muito bem urdida. André Arteche ganhou um excelente papel e está aproveitando da melhor maneira possível e já está a léguas do estereótipo gay bonzinho melhor amigo da mocinha. O melão aplaude de pé!
A personagem “perua emergente” está longe de ser novidade nas novelas. Menos novidade ainda é o talento de Irene Ravache, que ainda consegue emprestar muito humor e trazer novos elementos ao tipo já manjado em nossa TV. Ravache sempre é garantia de excelente interpretação e oferece a mesma naturalidade, seja em tipos sofridos como a Dona Lola de “Éramos Seis”, ou como a tresloucada Clô de “Passione”. A atriz protagonizou as cenas mais hilárias da novela, como a do jantar oferecido a ela por Bete Gouveia (Fernanda Montenegro), no qual quase leva Dona Brígida (Cleyde Yáconis) à loucura com sua falta de etiqueta. Outro momento hilário foi quando, ao pedir churrasquinho de gato, solicitou ao entregador que não esquecesse a farofa. Sílvio de Abreu é um mestre do humor e Irene, habituadíssima ao texto do autor, faz misérias em cena. O melão elege La Ravache como o grande destaque de “Passione”.
Ø A VIDA ALHEIA
Miguel Falabella se afastou um pouco do humor escrachado e da estética kitch de suas divertidíssimas novelas, mas manteve a ironia, o deboche e o sarcasmo nessa ótima série que critica o mundo das revistas de celebridades, dispostas a tudo para conseguir um furo, ignorando qualquer senso de ética e respeito. A comédia dramática de humor rascante proporcionou a atrizes como Claudia Jimenez e Marilia Pêra brilharem intensamente e deu a Daniele Winits a oportunidade de defender um papel diferente dos que costuma interpretar. Entre o elenco masculino, destaque total para Carlos Gregório. Uma pena que não tenha uma nova temporada, pois história e conteúdo pra isso não faltam.
Ø AS CARIOCAS
Já na abertura, dava pra notar que o seriado seria uma delícia. Um desfile de belas atrizes e uma história pra contar a cada semana referente a um bairro do Rio de Janeiro. Com jeito leve, gaiato, despretensioso e safadinho... mais Rio de Janeiro impossível. Mais uma ótima parceria de Euclides Marinho e Daniel Filho, que voltou à TV em grande estilo. E que delícia também assistirmos a um programa repleto de locações externas. Gostinho de nostalgia. Uma festa!
Ø CLANDESTINOS – O SONHO COMEÇOU
Outro gol de placa este ano. Impossível não se envolver e não se comover com a luta de jovens aspirantes ao palcos e à fama em busca de um lugar ao sol. A feliz empreitada teatral de João Falcão ganhou uma ótima adaptação e revelou talentos promissores como Adelaide de Castro, Fabio Enriquez e Elisa Pinheiro. Texto sempre afiado, muito lirismo e muita emoção. Claro que o DVD é super aguardado, né?
Ø RIBEIRÃO DO TEMPO
Marcílio Moraes não é um autor que se acomoda em uma determinada temática. Sua primeira novela na Record, “Essas Mulheres”, que bebia da literatura de José de Alencar, era um primor de tão boa. Depois, Marcílio deu um giro de 180 graus e levou a realidade dos morros cariocas de maneira nunca antes vista na Tv com “Vidas Opostas” e a série “A lei e o crime”. Agora, com “Ribeirão do Tempo”, Marcilio inaugura na Record aquele estilo político-regionalista, que lembra as antigas tramas de Dias Gomes e Aguinaldo Silva, e o faz com bastante acerto. Crítica social, irreverência, deboche e um texto sempre inspirado.
Ø UMA ROSA COM AMOR
A novela, sem dúvida, representou um “upgrade” nas produções do SBT, que buscou um bom elenco que contou com nomes de peso como Betty Faria, Carla Marins e Jussara Freire. A singeleza do texto de Vicente Sesso, atualizado por Tiago Santiago, nos trouxe uma novela romântica, divertida, com um quê de nostálgica e muito gostosa de se assistir. Não emplacou os índices de audiência esperados pela emissora, mas provou que é possível fazer dramaturgia sem precisar recorrer o tempo todo aos melodramas mexicanos. Um bom começo.
Ø CANAL VIVA
Viva! Mil vezes Viva! O sonho de todo telemaníaco começou a se concretizar com a criação do canal, que dedica grande parte de sua grade à reprises de antigos sucessos da teledramaturgia global. Quando veio “Por amor” e “Quatro por Quatro”, imaginamos grandes possibilidades, mas quando foi anunciado o retorno de “Vale Tudo” a festa foi total. E 2011 já promete com a volta da “Tv Pirata”. E ainda há as minisséries, os seriados... tudo o que podemos desejar é vida longuíssima ao Viva e força nos gravadores!
Ø BOX ROQUE SANTEIRO
Outro presentão para os telemaníacos que abre inúmeras possibilidades. Para quem ainda não adquiriu, é imperdível. A saga do santo que não morreu, da viúva que foi sem nunca ter sido e do poderoso coronel que adora bancar o cachorrinho na intimidade são garantia de diversão e de excelentes atuações. O universo suigeneris criado por Dias Gomes, escrito por ele e por Aguinaldo Silva, ainda é atual ao denunciar a corrupção e as injustiças de uma metonímica Asa Branca e sua galeria de personagens inesquecíveis. Para muitos não houve novela como “Roque Santeiro”. Esperamos que seja apenas o primeiro lançamento de muitos outros.
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Claro que listas são sempre muito pessoais e muita coisa boa ficou de fora. Mas o melão quer saber: o que vocês preferiram em 2010?
O que eu preferi em 2009? Vamos relembrar? http://euprefiromelao.blogspot.com/2009/12/em-2009-eu-preferi.html
O que eu preferi em 2009? Vamos relembrar? http://euprefiromelao.blogspot.com/2009/12/em-2009-eu-preferi.html
Enfim, queria dizer que 2010 foi, particularmente, um ano de muita batalha e, principalmente de muitas conquistas para o melão e para este blogueiro que vos fala. Só tenho a agradecer a todos por sempre prestigiarem o espaço e conto com vocês para 2011. Que seja diamante verdadeiro para todos nós. Até lá!
30 comentários:
Vitor! vc citou tudo o q eu gostei esse ano, realmente TI TI TI, foi o q mais curti e Adelaide ta de parabéns e dela tb teve um momento q adorei na TV em 2010 a série DALVA E HERIVELTO .
E que venha mais Melão em 2011!
JURO QUE QUANDO EU VI NO PORTAL DO AGUINALDO O LINK DO MELAO PENSEI DUAS VEZES EM CLICAR...CLIQUEI...LI OS MELHORES DO ANO E PENSEI DUAS VEZES EM COMENTAR...COMENTEI...TO PENSANDO 2 VEZES EM DAR MINHA OPINIAO SOBRE ESSAS ESCOLHAS...NAO VOU DAR,PQ RELAMENTE EU IA PARTIR PRA OFENSA...SE O FUTURO DAS NOVELAS ESTARA NA MAO DE QUEM GOSTA DESSAS COISAS QUE ESTAO AI VAI SER A TREVA (JA ESTA SENDO)
Pois é, Davi. Acabou entrando, comentando, sendo descortês e não acrescentando nada aos comentários anteriores. Já sabemos que vc não curte "Ti Ti Ti", pois que vc faz questão de entrar e deixar bem claro sempre que há algum post sobre a novela. Eu até perguntaria do que vc gostou no ano, mas minha curiosidade não chega a tanto, por isso nem se dê ao trabalho de responder. Aprecio as críticas, mas acho estranho uma pessoa só comentar no blog pra falar mal. Vc se cala quando gosta ou realmente não gosta de nada? E se não gosta de nada, por que entra? Sinceramente, não fique tão chateado com minhas escolhas. É apenas uma opinião e não vai mudar o mundo, nem os rumos da teledramaturgia nacional. Relaxe, abra um champanhe e seja feliz. Que bom que nossas escolhas são livres. As minhas, pelo menos, se não são unanimidade, são bem fundamentadas. Feliz 2011.
Concordo com as escolhas, Vitinho. Atrações deliciosas como As Cariocas e Vida Alheia deram um novo fôlego à tv. A estréia do Viva e o presente Vale Tudo foram o que teve de melhor no ano e, assim como o Ivan, queria destacar Dalva & Herivelto, uma verdadeira pérola da televisão.
Um 2011 maravilhoso e com cada vez mais sucesso ao Melão.
Mais Melão e mais momentos memoráveis na TV em 2011!
Vitor, sua escolhas não são exatamente as minhas, mas e daí! Como você mesmo disse, são escolhas pessoais e mostram como você é antenado, pois mesmo em um ano que te absorveu tanto, você é capaz de acompanhar a TV e ter essa visão afiada. Quanto a esse aí de cima, azedo e posivelmente mal amado, liga não. Tem gente que é assim mesmo: O que faz é só ser contra. Não tem existência..... Ano novo se aproxima e vai trazer cada vez mai sucesso. Parabéns pelo Blog, pelo post, pelas conquistas. Beijo
Se eu tivesse que fazer uma lista, meus 5 primeiros do ranking seriam iguais ao da sua lista Vitin. Tititi foi realmente a melhor novela de 2010 (e confesso que eu tinha diverrrrsas reticências). Maria Adelaide me surpreendeu! A Jaqueline Maldonado da Claudia Raia em nada lembra a da Sandra Bréa. Criou uma outra personagem que graças ao seu talento particular está dando muitíssimo certo. André Arteche também está dando um show a parte, o personagem Julinho está mostrando que os homossexuais são pessoas normais, que tem carater e que amam como qualquer um, sem estereótipos. E a CLô da Irene Ravache foi o que salvou Passione pra mim, junto com a atuação da Mariana Ximenes na pele da Clara>
Abraços,
Cerqueira W.
Concordo com tudo na lista, tem os que eu não tenho o que falar pq não assistir, mas como todos que viram elogiaram creio que vc também está certo, agora pena mesmo não é nem o fato de a vida alheia não ter segunda temporada, é a globo marcas lançar esse seriado mutilado em dvd sem necessidade. tinham que mudar essa mentalidade. nem comprarei devido a isso
Achei 2010 um ano bastante produtivo, não apenas em quantidade, mas em qualidade, no que se refere a séries na Globo. Além das citadas, gostei bastante também de "Separação?!", com um texto sempre irônico e sarcástico da dupla de autores.
Verdade, amigos! "Dalva e Herivelto" e "Separação!?" tb entrariam na lista fácil, fácil... ótimos programas!
Olá Amigo concordo com a maioria dos títulos de sua lista: Ti Ti Ti e Claudia Raia são demais! As Cariocas também deram show! Acho que o lançamento do DVD "Reinações de Nazinho" do Sitio do Picapau Amarelo clássico dos anos 80 também foi bacana... Abraços e ótimo 2011 para você !!!
Vítor, excelente sua lista! Ti-Ti-Ti foi a novela do ano. Por mais que tenha seu lado humor-pastelão, o texto é um primor, cheio de metalinguagem, intertextualidade e principalmente, uma modernidade que não perde de vista o pop dos anos 80! Uma mistura muito bem elaborada. Sem querer levantar bandeiras, mas é a novela mais gay que já foi feita! E quando falo gay, me refiro ao requinte no texto, ao fashionismo, as interpretações caricatas dos protagonistas, as gags divertidíssimas, ao colorido e a musicalidade da novela. Cláudia Raia me surpreendeu. Uma personagem deliciosamente non sense. Muito boa sua lista, eu só incluiria A Cura que também achei bárbaro, com excelentes interpretações e um texto cheio de reversão de expectativas! Um grande abraço e feliz 2011!
Super apóio a tua lista, tio Vitor!!
Realmente, Ti Ti Ti foi a novela do ano!! Já dá até um aperto no coração saber que temos menos de dois meses pela frente.
Essa metalinguagem e esse clima "Festa Ploc" babaca de "Ti-Ti-Ti" é coisa desses novos roteiristas que entram na TV e acham que a década de 80 foi a única coisa produtiva no mundo ou a única que já existiu na vida de qualquer pessoa. Alienação pouca é bobagem!
Pra mim, não acrescenta nada à novela. É assim que a Rede Globo quer conquistar públicos mais jovens: falando de velharias?
Os autores não querem mais inovar, só querem fazer 'remakes' e, principalmente, não acompanham a cabeça e as tendências das novas gerações. Por tudo isso, a telenovela está acabando!
Pois é. Essa "profecia" sobre o fim da telenovela já vem sendo anunciada desde 1968 em matérias de jornais e revistas...rs! A conclusão a que se chega é que as pessoas que não estão gostando do remake de "Ti Ti Ti" a supervalorizam muito mais do que quem está curtindo. Pra mim, a novela é apenas uma grande farra, uma brincadeira divertida e bem realizada que faz o sucesso merecido, não tem esse caráter emblemático e simbólico todo, não. Menos, muuuuito menos...rs!
Sei que exagerei nos comentários, mas é pra ressaltar que a situação está muito grave mesmo.
O remake de "Ti-Ti-Ti" é bom, é sucesso de audiência, mas esse sucesso, pra mim, não deve ser comemorado porque retrata uma década que foi um vácuo tanto na teledramaturgia quanto na música.
"Ti-Ti-Ti" substituiu uma novela do horário que foi um fracasso de audiência por trazer elementos dissonantes numa telenovela e porque o autor se mostrou incompetente ao não saber conduzir uma trama capítulo a capítulo.
A Globo precisa urgentemente se renovar. As suas novelas não emocionam, nem surpreendem mais. É o mesmo rodízio de autores de sempre e o público já percebe de antemão o tipo de trama que vai ao ar e não consegue mais achar graça naquilo. A única novidade na década foi João Emanuel Carneiro, e só!
Veja, por exemplo, "Passione", uma das piores novelas da década: ninguém precisa ser vidente para descobrir que essa trama ia se desenrolar exatamente da forma como está indo ao ar. Porque é tudo muito óbvio. Quer uma coisa mais artificial e tola numa telenovela do que o tal "segredo do Gerson"?
Enfim, parece uma espécie de "canto do cisne" na carreira do Silvio de Abreu, um autor que parece ter se desencantado com o gênero telenovela. Tanto que ele já pensa em se dedicar aos "remakes" depois dela.
O grande problema é que o público de hoje sabe o que vai encontrar pela frente: que Silvio de Abreu vai escrever mais uma novela com o batidíssimo recurso "Quem Matou?", que o Gilberto Braga usará o mesmo clichê na próxima das 21h, e mais pra frente Glória Perez vai escrever mais uma novela falando sobre outro país, sobre alguma cultura exótica que o povo brasileiro desconhece, etc.
A verdade dói: enquanto não houver inovação, revolução nas novelas, seja no conteúdo, seja na forma, elas vão perder a graça e perder mais público, sim.
E tem mais: as novas gerações que estão crescendo não são tão fiéis ao gênero quanto as gerações das décadas de 70 e 80. Acho até que não possuem nem o hábito de ver uma novela. É isso aí: se a novela continuar esse jogo de cartas marcadas, ela será solenemente ignorada pelas novas gerações e, quicá, pelas próximas.
Oi, Rodrigo! Respeito sua opinião e até a corroboro em alguns aspectos. Tanto que já escrevi um artigo sobre isso, a falta de ousadia nas telenovelas, publicado no site da Associação dos Roteiristas e aqui tb. Mas acho que, de certa forma, "Ti Ti Ti", mais do que uma reprodução fiel de um antigo sucesso, inova pela metalinguagem e pelo despudor de homenagear o próprio gênero. Tb discordo de que os anos 80 foram obscuros para a teledramaturgia. Muito pelo contrário: só nessa década, há duas novelas até hoje considerada como as melhores de todos os tempos: Vale Tudo e Roque Santeiro. E teve tantas outras coisas boas, como as comédias de Cassiano e Sílvio, as tramas de Ivani, o início de Aguinaldo e seu ápice arrasador em "Tieta", enfim... uma década muito rica sob esse aspecto, mas, claro, com uma estética kitch muito divertida. Enfim, mas respeito a subjetividade das opiniões. Um abraço e segue o link de meu artigo: http://www.artv.art.br/informateca/escritos/televisao/teledrama.htm e aqui no blog: http://euprefiromelao.blogspot.com/2010/02/teledramaturgia-atual-crise-de.html
Não sei se me expressei mal, mas eu me referi aos anos 2000 como um vácuo tanto na teledramaturgia quanto na música.
Os anos 80 foram infinitamente melhores, com certeza, apesar de eu ainda preferir os anos 60 e 70.
Ah tá...rs! Como a minha idade não permite ter assistido a novelas dos anos 70, muito menos dos 60, ainda fico com os 80's...rs! Não gosto de opinar sobre nada na teoria.
Esse comentário é apenas pra dizer q concordo "Ipsis Litteris" com as preferências do Melão em 2010.
Vitor, desejo um 2011 recheado de sucesso e vitorias pra vc. E temos q tomar pelo menos uma água de côco qdo eu for aí na cidade maravilhosa, hein!!!
Grande abraço!!
Parabéns pelo belo ano desse blog.
Post polêmico, heim? rsrs
Enfim, as escolhas do Melão são de alto bom gosto e refletem o que a maioria que entende (e gosta) de televisão tbm prefere.
Esse ano tivemos decepções como Passione, mas surpresas agradáveis como Tititi e Clandestinos. Sem esquecer Dalva e Herivelto. Só por isso o ano de 2010 foi muito bom.
E para os desavisados de plantão, o número de televisores ligados (a audiência) vem aumentando nos últimos 10 anos, de acordo com matéria da Folha de São Paulo. Ou seja, nunca se viu tanta TV, embora haja uma pulverização das audiências. Mas as novelas continuam líderes no Ibope. Por incrível que pareça, tem mais gente assistindo Passione do que Laços de Família, exibida em 2000. Será que as novelas vão acabar??? Como sou um otimista e acredito na rapaziada, constato que por muitos anos ainda teremos esse velho e irresistível folhetim.
Olá, Vitor! Parabéns pelo seu blog: interessante, bem escrito e inteligente. É a primeira vez que escrevo aqui, e vou fazê-lo pelo apego que tenho a temas polêmicos. Na verdade, minhas preferências em 2010 na TV foram: "Dalva e Herivelto" em primeiro lugar, e "As Cariocas", dirigido por Daniel Filho e CRIS D'AMATTO, em segundo (principalmente os episódios da Adriana Esteves e da Fernanda Torres). Para além disso, só TV fechada: minha esperança se volta ao Canal Viva (como vc disse, prometem reapresentar TV Pirata agora em 2011)!! O Viva, sim, retomou o belíssimo passado das telenovelas: "Vale Tudo" é, para mim, a melhor de todos os tempos, seguida de Roque Santeiro. No mais, acho uma pena que as telenovelas estejam tão sem criatividade e sem apelo dramático. Estudei Filosofia, Direito, Sociologia, e não vejo onde há metalinguagem e muito menos intertextualidade em Ti-ti-ti, sendo a versão atual muito inferior à original, na minha humilde opinião. Só mesmo as transições ali são incríveis. A direção é boa, mas o texto, na boca dos novos autores, pelo menos, é muito fraco. Claudia Raia, como quase sempre, um tanto histriônica. Bem, levemos em consideração que o "politicamente correto" de hoje em dia dificulta que bons autores façam uma novela realmente diferenciada, que dirá espetacular. Só pra exemplificar: o Ministério Público e as entidades de proteção às minorias jamais permitiriam certas falas MARAVILHOSAS da nossa saudosa vilã Odete Roitman. Para quem não acredita no poder de bloqueio do politicamente correto, a Maria Adelaide Amaral foi notificada sobre uma suposta "apologia à bebida alcoólica" em Ti-Ti-Ti. Depois da notificação, os personagens passaram a beber água em vez de champagne, uísque e cerveja. Isso é só uma amostrinha do quanto há interferência de fora, hoje, na criação do autor.
Oi, Alê! Obrigado pela visita e pelo comentário. Sim, primeiramente vamos fazer justiça à CRIS D'AMATTO, diretora d'As Cariocas ao lado de Daniel Filho. Grato pela menção a ela. Tb curti muito os episódios com a Fernanda e a Adriana e tb adorei o da Alessandra Negrini.
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Quanto a "Ti Ti Ti", é sempre bom ouvir opiniões dissonantes, desde que expressas com educação e argumentação adequada, o que é o caso da sua. Não acho a novela perfeita. O elenco é bastante irregular, mas no geral gosto muito do texto, sobretudo pela novela mostrar fôlego e movimentação constantes.
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Com relação à classificação indicativa, isso é uma pedra no sapato dos autores de TV, que são unânimes em afirmar que ela atrapalha muito. O MP deveria ser menos esquizofrênico e agir com mais bom senso.
Abraços e volte sempre!
Concordo que Tititi é a melhor novela de 2010. Mesmo assim, dou nota 8,5, rsrsrsr: algumas tramas são chatas (o triângulo Torloni-Ricca-Tato; a personagem da Sophie Charlotte), o elenco, como Vitor bem colocou, é irregular (destaque para a péssima atuação da garota que faz a Val - acho que é a pior troca entre as duas versões. Também não morro de amores pelo Jacques do Alexandre Borges, não.)
Agora dizer que a novela não tem metalinguagem nem intertextualidade é uma cegueira conceitual (aqui fala um Doutor em Literatura): claro que tem - basta ver as últimas semanas, citando Maus hábitos, de Almodóvar, e as várias referências, nas falas das personagens, a várias novelas (tá, uma metalinguagem fraquinha, mas não deixa de ser).
No campo das séries e minisséries, o ano foi rico. "Dalva e Herivelto" suplantou "Maysa"; "A Cura", sim, foi algo bastante diferenciado (não sei se inovador, pois não tenho tanto conhecimento da produção brasileira, mas me parece. "As Cariocas", um sucesso merecido.
E, graças a Deus, "Casseta & Planeta" acabou!
Robério.
Oi, Robério. Concordo com vc!Claro que há intertextualidade e metalinguagem na novela. Só no capítulo de sábado, teve Ari e Chico cantando a música de abertura,Elisangela cantando seu antigo sucesso, "Pertinho de você", Divina Magda, de "Meu bem meu mal", já viúva de Porfírio e, supostamente tendo matado Dom Lázaro engasgado com um pedaço de melão (adorei essa parte...rs!). Isso pra citar um capítulo apenas. No capítulo de sexta, teve a Stephanie fazendo Esther William e Marilyn Monroe. Já teve Jackeline chamando a atenção da empregada, que queria falas, explicando que aquela não era uma novela do Manoel Carlos, teve Ari explicando a Mabi que sua relação com Victor Valentin era igual ao caso de Murilo Benício em "O clone", teve Malu Mader e Claudia Raia, cantando o tema de abertura de "Fera Radical" segurando a capa do LP da novela... enfim, os exemplos são tantos e tão claros, que não tem nem como discutir. Isso é que eu acho legal na novela: é uma grande farra, que mostra fôlego e as piadas sempre são fundamentadas. Tem quem não goste? Claro? Mas uma crítica lúcida e coerente deve saber distinguir o gosto pessoal das inegáveis qualidades da novela. Pautar o mundo pelo seu próprio umbigo é triste...rs! Ainda bem que tenho leitores lúcidos e coerentes como vc. Abração e obrigado pelo comentário.
Não entendo a implicância de muitos com a menina que faz a Val. Para uma menina que só tem 17 anos e inexperiente, ela está até ótima. Melhor do que muitas que estão em "Malhação".
Quanto à Sophie Charlote, ela é péssima em qualquer novela.
Rodrigo, o problema é que a primeira Val foi ninguém mais niguém menos que a Malu Mader. Mesmo não sendo a mais versátil das atrizes, Malu sempre foi diva, desde a primeira aparição.
Essa adolescentização das personagens jovens, para mim, acaba enfraquecendo o romance Luti-Val - que na primeira versão era a segunda trama mais importante da novela. A Val era praticamente a personagem feminina protagonista. Na versão atual, a Marcela (que é de Plumas & Paetês) está anos-luz à frente.
Malhação já nos legou coisa melhor. O próprio menino que faz o Luti é ótimo. A garota é tão ruim que a gente nem lembra, nem procura saber o nome. Coisas da vida de atriz, quem sabe num próximo papel.
Abraço,
Robério.
Essa comparação com Malu Mader na primeira versão é covardia. Malu sempre vai levar vantagem porque já era bem mais experiente e mais famosa do que a Juliana Paiva da versão 2010 quando fez a Val em 1985. A Malu já estava na terceira novela, sendo que a segunda foi uma trama das oito de Gilberto Braga onde praticamente despontou como atriz.
A Juliana não é famosa ainda, está em sua primeira novela e já vi meninas da idade dela muito piores quando estrearam na TV.
É muito fácil criticar quem está começando. Pior é quem está na TV há 20, 30 anos e ainda não aprendeu a atuar. Isso, a TV tem aos montes!
Sem essa, Rodrigo. Se você gosta da menina, tudo bem. Mas não generaliza.
Mel Lisboa parecia ótima em "Presença de Anita" e depois a gente sabe no que deu.
Adriana Estevez começou bem em Top Model, sendo elogiada, ainda fez bonito em Meu bem, meu mal, e depois escorregou feio em "Renascer". Mais tarde, após alguns anos de estudos e teatro, redimiu-se com a Sandrinha de Torre de Babel.
A própria Malu não emplacou como vilã em O Dono do Mundo, quase perdendo o posto de protagonista para Letícia Sabatella.
Glória Pires, macaca velha, quebrou a cara em O rei do gado. Pessoalmente, não gosto da Vó Manuela da Fernandona, em Riacho Doce (mas gosto da minissérie como um todo).
Desde Laços de família não gosto dos trabalhos de Alexandre Borges, antes, um bom ator.
Infelizmente, e a contragosto seu, Juliana Paiva ainda não me convenceu, desculpe, mas é o ponto fraco do elenco jovem da novela. Nem todas são Giulia Gam ou Carolina Oliveira.
Onde eu assino??
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